Curta metragem de ficção-científica que apaixonou Peter Jackson ao ponto deste se ver quase que na “obrigação” de convidar Neill Bloomkamp para partir com ele numa jornada cinematográfica intitulada “Halo”, filme baseado no jogo homónimo.
Contudo, o projecto acabou por ser cancelado, e a opção que surgiu foi a que acabou por resultar no filme “District 9”: seguir a ideia desta curta de Neill.
Tendo Joanesburgo, África do Sul, como pano de fundo, “Alive in Joburg” coloca-nos em íntimo contacto com a vida de um grupo de extraterrestres que, desde que chegaram ao nosso planeta, vivem isolados do resto da população, num local que se assemelha em tudo a um bairro social sem as mínimas condições. Agora, após anos de isolamento, os alienígenas ambicionam um regresso a casa...
Com uma concepção documental bastante credível, e efeitos especiais competentes, Bloomkamp (o responsável pelo famoso anúncio televisivo ao Citroen C4, bem ao estilo “Transformers”) consegue 6 minutos de puro deleite visual e cognitivo, permitindo uma abordagem bastante original ao já mais que explorado tema de fitas de ficção científica: uma “invasão” extraterrestre. Embora confesse que a sequência inicial poderia estar mais bem conseguida.
De referir que a veracidade da fita, nomeadamente nas entrevistas, tem uma boa explicação. Os entrevistados são, de facto, moradores pobres do bairro de Soweto, e quando questionados sobre os “illegal aliens” responderam como se de imigrantes se tratasse, uma vez que “illegal aliens” significa também “imigrantes ilegais”.
Um ponto que me desagradou foram alguns pormenores na composição dos extraterrestres, nomeadamente o facto deles se encontrarem vestidos com roupas humanas. Uma situação deveras caricata...
Produzido por Simon Hansen e Sharlto Copley (que assume também o papel de protagonista em “District 9”) e lançado pela Spy Films, estamos perante uma clara crítica ao racismo e que frisa bem o que foi o apartheid, invocando-o para seres não humanos.
Agora, resta-me ver “District 9” e confirmar se a boa premissa saiu a ganhar com a transformação em longa metragem. Mas para já, estão disponíveis os 6 minutos que lhe deram origem: http://www.youtube.com/watch?v=iNReejO7Zu8.
“We don't want to be here, this place doesn't want us... we have nothing, nothing.
Nota Final: 7 / 10
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Hoje à tarde!!
Death Cab For Cutie. “A Movie Script Ending”. Foi este o videoclip que inspirou Toms Grēviņš a desenvolver uma tocante curta metragem de 8 minutos de duração.
É facto que estamos perante uma cópia quase exacta do vídeo referido, porém, Toms consegue alguns apontamentos que justificam a menção deste seu trabalho. Mas atentemos primeiro à sinopse da fita.
Lolita Sniega e Elina Eglite dão vida a um casal adolescente que se depara com um cenário de afastamento. A partida de alguém que amamos, a tomada de consciência de que, embora o retorno seja provável, uma série de bons momentos vai cessar, o medo de não os recuperar... Tudo isto é captado brilhantemente, distinguindo-se do vídeo musical pela sua maior carga dramática, química entre as actrizes e pelo dinamismo criado.
As palavras são inexistentes, pelo que o desenrolar da acção vive inteiramente da montagem fotográfica e da expressividade e veracidade das actuações. Toms consegue pois uma harmoniosa junção das partes, primando pelo bom gosto e competente recurso de técnicas de luz, cor, e até mesmo sonoras, com uma simples música de fundo que deixa, em situações pontuais, passar alguns sons do momento presente, como o som característico da praia, por exemplo, a acompanhar este projecto com selo Utopia.
Os bons pormenores no aproveitamento dos cenários, bem como a conjugação de diversos planos de acção são ainda outras das competências a ter em conta.
Funcionando quase como um hino à arte de fotografar, “Stereo” só não lhe vê atribuida uma nota superior devido essencialmente às elevadas semelhanças com o original em que se baseou.
A ver em http://www.youtube.com/watch?v=xAOfodDWAaE.
Nota Final: 7.5 / 10
Na madrugada de hoje, a partir da 1 hora da manhã, o Golden Ticket acompanhou a 16ª cerimónia dos prémios SGA, Screen Actors Guild Awards, muito mais descontraída e agradável, tanto em discursos como em apresentações, do que a cerimónia dos Golden Globes.
A cerimónia, que consiste na atribuição dos Actors, promovida pelo sindicato de actores americanos, foi quase que uma reprise dos Golden Globes em matéria de vencedores. Na categoria de Televisão, a única diferença foi a atribuição do prémio de Melhor Actriz de Comédia a Tina Fey por “30 Rock”, ao invés de Toni Collette, a premiada nos Golden Globes por “United States of Tara”.
Já na categoria de Cinema, as surpresas também não existiram, pelo que deixamos a lista dos vencedores nas diversas categorias:
Melhor Elenco: “Inglourious Basterds” de Quentin Tarantino
Um dos sérios candidatos ao Óscar destronou assim nomes como “An Education”, “The Hurt Locker”, “Nine” e “Precious”.
Melhor Actriz: Sandra Bullock por “The Blind Side”
A actriz, que foi também responsável pela atribuição do Prémio Carreira a Betty White nesta cerimónia, deixou para trás Helen Mirren, Carey Mulligan, Gabby Sidibe e a consagrada Meryl Streep.
Melhor Actor: Jeff Bridges por “Crazy Heart”
À semelhança do que se passou nos Golden Globes, também aqui Bridges levou a melhor sobre George Clooney, Colin Firth e Morgan Freeman. Desta feita, a novidade foi somente a nomeação de Jeremy Renner por “The Hurt Locker”.
Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz por “Inglourious Basterds”
Imparável, Waltz evidenciou-se uma vez mais, e o Óscar não me parece muito longe de lhe vir a pertencer. Que o digam os vencidos Matt Damon, Woody Harrelson, Christopher Plummer e Stanley Tucci.
Melhor Actriz Secundária: Mo’Nique por “Precious: Based on The Novel Push by Sapphire”
Na sua primeira nomeação, a actriz que vai trilhando o caminho para uma clara vitória nos Óscares, ultrapassou novamente a latina Penelope Cruz, bem como as actrizes de “Up in the Air” Vera Farmiga e Anna Kendrick, e ainda Diane Kruger.
Por fim, digna de registo a projecção de um vídeo em memória de todos os actores que nos deixaram este ano, desde Farrah Fawcett até Brittany Murphy e Patrick Swayze. Um dos momentos mais emotivos de uma noite que se revelou simples, mas brilhante.
Documentário sobre o fenómeno recente do cinema de terror espanhol, que teve a sua estreia mundial na 3ª edição do MOTELx. Bastante informativo e capaz de transmitir boas noções sobre o já mencionado fenómeno, este documentário de 57 minutos a cargo do jornalista e crítico de filmes Yves Montmayeur, apresenta porém algumas falhas, nomeadamente a nível de uma dinâmica que se revela practicamente inexistente.
Demasiado metódico, fixo e roçando em determinados momentos a monotonia, “Viva La Muerte!...” acaba por ser uma promessa que fica bastante áquem das expectativas. Os relatos na primeira pessoa de grandes nomes do cinema espanhol como Alejandro Amenábar e Guillermo del Toro, apesar de (muito!) interessantes para apreciadores confessos deste tipo de cinema, e não só, acabam por não ser suficientes para justificar a atenção que se dispensa para a fita.
Pelo contrário. Excessivamente simples, saímos da sala com a noção de que algo mais poderia ter sido feito. Não basta juntar peças de um puzzle, e esperar que funcionem. Há que agarrar nas peças chave e tentar construir um produto coeso, interessante, e com características próprias que permitam a sua distinção dos demais. Esse é certamente um ponto em que muito se peca no mundo documental, dificultando ainda mais a sua afirmação como opção junto dos aficcionados do cinema.
Pouco envolvente, vale somente pela viagem aos bastidores das mais diversas produções (desde filmes a séries), pelos novos dados que disponibiliza ao espectador e por analogias ao que realmente assusta as massas nos filmes de terror (um especial “quê” de atenção para as imagens captadas em diversas salas de cinema aquando das visualizações de “REC” e “El Orfanato”).
Vê-se, mais pela curiosidade do que própriamente pela excelência da fita.
Nota Final: 6 / 10
Argumento: Edward Kitsis e Adam Horowitz
Género: Acção, Aventura e Ficção-Científica
Elenco: Jeff Bridges, Garrett Hedlund e Olivia Wilde
Data de Estreia: 13 de Janeiro de 2011
Staten Island: Sully é um desentupidor de fossas sépticas que apenas pensa no futuro do seu filho prestes a nascer. Decidido a dar-lhe uma vida melhor, resolve assaltar o cofre do chefe da máfia local cuja obsessão é ser lembrado por um feito grandioso. Enquanto isso, Jasper Sabiano é um surdo-mudo que ganhou o primeiro prémio nas corridas de cavalos e está sem saber o que fazer ao dinheiro...
Up in the Air: baseado no romance homónimo de Walter Kirn, eis a história de Ryan Bingham, um quarentão com fobia a compromissos e cuja especialidade é despedir pessoas. Sempre em viagem, aproveita para coleccionar milhas aéreas. Porém, quando está prestes a atingir o objectivo dos 10 milhões de milhas, o patrão decide mudar o método de trabalho de Ryan, fazendo-o cumprir as suas funções através de vídeo-conferência.
Curta que se tornou mundialmente famosa pelo seu upload no Youtube, em Novembro de 2009, e que parece ter já encontrado potenciais interessados na sua adaptação para longa metragem.
O realizador da curta, o uruguaio Federico Alvarez, terá já mesmo sido contactado no sentido de transformar os seus 300 dólares de investimento, num filme de 30 milhões de dólares com a ajuda da Ghost House Pictures, os estúdios de Sam Raimi, responsável pela saga de “Spider Man”.
A chave do sucesso? Ficção científica. Pura e dura. É retratada a chegada à Terra (mais especificamente a Montevideo, a capital do Uruguai) de um exército de robôs gigantes que serão os responsáveis pela nossa destruição.
Estão lançados os dados de uma bela produção que começa na inocência de uma criança e acaba na terrível percepção do domínio das máquinas.
Embora com um guião simples, facto é que a excelência obtida na componente gráfica, tendo em conta os custos, é de aplaudir. Para a sua composição foram utilizados programas como Adobe Premier, Adobe After Effects, Adobe Photoshop, 3D Studio Max e Boujou.
A edição sonora está igualmente bem conseguida, sendo a banda sonora adequada a estes 5 minutos, aproximadamente, recheados de acção. A fotografia também não foi deixada ao acaso, aproveitando diversos monumentos da cidade e conferindo, por isso, mesmo maior veracidade e “desespero” à acção que se desenrola.
Obviamente que as questões que se levantam em “Panic Attack!” (nome fraquinho... eu sei), que demorou um ano a ser concebida (com várias interrupções pelo meio, segundo o próprio realizador), permanecem sem resposta, e assim será até à realização do longa. As expectativas são altas, e aguardaremos pacientemente pela sua produção.
Mas para já, assistam a este produto com selo Murdoc Film (um colectivo uruguaio responsável pela produção de curtas, videoclips e anúncios publicitários) em http://www.youtube.com/watch?v=-dadPWhEhVk.
E em forma de apontamento final, há que referir ainda que esta curta se inspirou numa outra de seu nome “Tyrants from Afar” (ou “Geweldenaren van Ver”, o título original holandês) e que contará também com crítica brevemente aqui no vosso GT.
Nota Final: 8 / 10
Foi através de uma transmissão de má qualidade, com uma total inesistência de sincronização entre som e imagem durante pelo menos meia hora, que assisti à 67ª edição dos Golden Globes. E, como de costume, sem grandes deslumbramentos. Uma cerimónia simples, sem graça, e que não trouxe grandes surpresas.
O anfitrião Ricky Gervais começou a noite com algumas piadas sobre Angelina Jolie e a mais recente polémica com Jay Leno, seguindo-se-lhe a primeira apresentadora da noite, Nicole Kidman, que nos apresentou a vencedora para Melhor Actriz Secundária, Mo'nique. Não tendo ainda visto o filme, confesso que foi para mim uma surpresa, pois esperava ver a latina Penelope Cruz arrecadar mais uma estatueta para a sua colecção. Na categoria de Melhor Actriz de Drama porém, saí bastante satisfeita com a atribuição do prémio a Sandra Bullock, pela sua prestação no drama ainda com data de estreia indefinida em Portugal, “The Blind Side”.
Ao som de “Yellow Submarine”, Paul McCartney veio atribuir o Golden Globe de Melhor Filme de Animação a “Up" que totalizou 2 galardões nesta gala.
Chegou a vez de Colin Farrell, que retirou do envelope dourado o nome de Meryl Streep como vencedora do globo para Melhor Actriz de Comédia ou Musical. Um discurso sentido de uma das melhores actrizes de todos os tempos. Gerard Butler e Jennifer Aniston apresentaram a categoria de Melhor Argumento que desta feita coroou um filme com estreia marcada para esta semana, “Up in the Air”.
A diva Sophia Loren (com bastante melhor aspecto do que aquele com que nos brindou na cerimónia dos óscares...) apresentou o galardão para Melhor Filme Estrangeiro, sendo que a fita alemã “Das weisse band” foi a premiada. E se falamos de uma diva, porque não falar desde já no homenageado da noite com o prémio honorário Cecil B. Demille, Martin Scorsese, que viu duas das suas maiores estrelas cinematográficas (DiCaprio e DeNiro) manifestarem aquela que é a ideia de um director e productor que valoriza a preservação dos mais altos valores dentro do cinema.
Já nas categorias masculinas, o globo de Melhor Actor Secundário foi atribuído sem grandes surpresas a Christoph Waltz, que reafirmou aquilo que já estava claro para muitos: “Quentin made a bing bang of a movie!”. Mas triste fiquei com a vitória de Robert Downey Jr. para Melhor Actor de Comédia ou Musical, que sinceramente esperava ver ir parar direitinha às mãos do jovem Gordon-Levitt. And last, but not least, Jeff Bridges recebeu das mãos da lindíssima Kate Winslet a confirmação da sua excelente composição do músico country no filme “Crazy Heart” (o nosso trailer do dia) para Melhor Actor de Drama. Cheira-me que estamos perante um imperdível...
Várias foram as celebridades que, numa monotonia constante, desfilaram pelo palco dos Golden Globes para anunciar o diversos nomeados para a categoria de Melhor Filme, sendo ele do género dramático ou comédia/musical. E se “The Hangover” provou uma vez mais ser a comédia do ano ao ser coroado Melhor Filme de Comédia ou Musical, no final, a atribuição do prémio coube a Julia Roberts, que num “hold on people” prendeu o espectador até a último globo, que seria de “Avatar”. E foi com a equipa do filme mais rentável do ano, com o Melhor Realizador James Cameron ao leme, que se encerrou mais uma noite bastante boring para o mundo da sétima arte.
Por fim, um pequeno apontamento quanto às séries. De frisar os derrotados da noite, “House M.D” que não conquistou nenhuma das categorias para que estava nomeado, e “30 Rock”, que arrecadou somente o prémio para Melhor Actor Televisivo de Comédia ou Musical por intermédio de Alec Baldwin. O prémio para melhor Actriz Televisiva de Comédia ou Musical foi atribuído a Toni Collete pelo seu papel na série da aclamada realizadora de “Juno”, Diablo Cody. Já o globo para Melhor Actor Televisivo de Drama foi entregue a Michael C. Hall por “Dexter”, sendo a primeira vitória do actor em 4 nomeações aos globos. “Grey Gardens” foi a mini-série que arrecadou 2 globos, para Melhor mini série ou telefilme e Melhor Actriz de mini-série ou telefilme com Drew Barrymore na sua 3ª nomeação. Por fim, “Glee”, a série feel good do ano, e já com a 2ª temporada garantida, ganhou na categoria de Melhor Série Televisiva de Comédia ou Musical.
Melhor Filme Dramático:
“Avatar” - James Cameron
Melhor Actriz de Drama:
Sandra Bullock - “The Blind Side”
Melhor Actor de Drama:
Jeff Bridges - “Crazy Heart”
Melhor Filme de Comédia ou Musical:
“The Hangover” - Todd Phillips
Melhor Actriz de Comédia ou Musical:
Meryl Streep - “Julie & Julia”
Melhor Actor de Comédia ou Musical:
Robert Downey Jr. - “Sherlock Holmes”
Melhor Filme de Animação:
“Up” - Pete Docter e Bob Peterson
Melhor Filme Estrangeiro:
“Das weisse Band” - Michael Haneke (Alemanha)
Melhor Actriz Secundária:
Mo'nique - “Precious: Based on The Novel Push by Sapphire”
Melhor Actor Secundário:
Christoph Waltz - “Inglourious Basterds”
Melhor Realizador:
James Cameron - “Avatar”
Melhor Argumento:
Jason Reitman / Sheldon Turner - “Up in The Air”
Melhor Banda Sonora:
Michael Giacchino - “Up”
Melhor Música Original:
'The Weary Kind (theme from Crazy Heart)' - “Crazy Heart”
Melhor Série Televisiva de Drama:
“Mad Men”
Melhor Actriz Televisiva de Drama:
Julianna Margulies - “The Good Wife”
Melhor Actor Televisivo de Drama:
Michael C. Hall - “Dexter”
Melhor Série Televisiva de Comédia ou Musical:
“Glee”
Melhor Actriz Televisiva de Comédia ou Musical:
Toni Collette - “United States of Tara”
Melhor Actor Televisivo de Comédia ou Musical:
Alec Baldwin - “30 Rock”
Melhor Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
“Grey Gardens”
Melhor Actriz de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
Drew Barrymore - “Grey Gardens”
Melhor Actor de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
Kevin Bacon - “Taking Chance”
Melhor Actriz Secundária de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
Chloe Sevigny - “Big Love”
Melhor Actor Secundário de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
John Lithgow - “Dexter”
Durante o dia será postado um resumo mais alargado sobre o evento.
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma