Antes da crítica propriamente dita, devo alertar futuros espectadores desta película que estão perante alguém que cresceu a ver, e rever, a trilogia original de Indiana Jones, tendo sido precisamente esse o factor que me levou a esperar ansiosamente pela estreia deste “Reino da Caveira de Cristal”.
Infelizmente.
Harrison Ford está mais velho, mas o papel de Indy é dele, e assim será sempre. Digo isto porque, o que falha neste quarto capítulo da saga do famoso arqueólogo não é a personagem, e muito menos o actor, mas sim a história. Ou o que quer que seja que nos apresentaram como linha de ideia para este filme. Senão vejamos...
Estamos em 1957. Irina Spalko (Cate Blanchett), comandante das tropas soviéticas, pretende deitar a mão ao corpo de uma criatura extraterrestre que se despenhou em Roswell à 10 anos atrás. A solução encontrada é capturar Indiana Jones (Harrison Ford), obrigando-o a revelar-lhes onde se encontra o corpo. Indy leva-os ao local pretendido mas, ao tentar fugir, apercebe-se que foi traído pelo amigo Mac (Ray Winstone), que agora trabalha para os soviéticos.
Essa traição levou o FBI a colocar Indy sob investigação, o que acaba mesmo por lhe custar o seu emprego enquanto professor no Marshall College. Tendo como única solução escapar com a ajuda do jovem problemático Mutt Williams (Shia LaBeouf), Indiana parte agora em busca da lendária Caveira de Cristal de Akator, por forma a salvar o professor Oxley, e a mãe de Mutt que, curiosamente, é Marion Ravenwood (Karen Allen). Lembram-se dela em “Salteadores da Arca Perdida”?
Conseguirá Indy chegar a tempo de salvar Oxley e Marion, bem como o estranho e precisoso artefacto das mãos de Irina?
Os pontos negativos do filme não assentam nem na idade de Ford, nem na introdução da personagem de LaBeouf e muito menos na recuperação da personagem de Allen, mas sim em algumas cenas que pouco ou nada contribuem para o filme e que se chegam a revelar, no mínimo, descabidas. Recordo-me imediatamente de uma que parece retirada do filme “Tarzan” e que seria perfeitamente dispensável. Mas adiante...
Se as histórias dos filmes anteriores despertavam um inegável espírito de aventura, este novo capítulo da saga deixa a desejar nesse campo. Demasiado longo, falhando em alguns efeitos especiais, e trazendo uma história inverosímil em alguns pontos, certo é que mais valia ter ficado na gaveta. E porque o contraste deste para os outros filmes é demasiado elevado para sentirmos aquela nostalgia de anos passados, George Lucas e Steven Spielberg não foram felizes deixando assim um sabor amargo em alguns dos espectadores que esperaram 18 anos por esta nova...aventura.
Fala-se num quinto capítulo... A ver vamos.
“You know, for an old man you ain't bad in a fight.”
Nota Final: 6 / 10
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