Algo de estranho se passa em Central Park. Os corpos estagnam e, de repente, algo inesperado acontece... Mortes e mais mortes se seguem, todas elas por suicídio. E o pior, é que o número de cidades americanas onde se registam tais comportamentos aumenta a uma velocidade aterradora. O que estará por trás deste estranho comportamento? Mão humana ou algo ainda mais difícil de controlar?
Elliot Moore (Mark Wahlberg) é mais um sobrevivente que juntamente com a namorada, Alma (Zooey Deschanel), tenta escapar à morte certa, à vontade de pôr fim à vida. Mas… conseguirão? Do que fogem eles realmente?
É esta a premissa para “The Happening”, um dos mais recentes filme catástrofe a cargo de M. Night Shyamalan, o realizador indiano responsável pelo inesquecível “Sixth Sense”.
O facto de num estudo recente se ter provado que as células de quem comete suícidio apresentam algumas diferenças para as células de indivíduos que sofreram morte natural pode despoletar um ainda maior interesse nesta fita. Haverá efectivamente alguma forma de controlar a genética de forma a levar alguém a colocar fim à sua vida? É deveras interessante, mas voltemos à fita...
Embora à primeira vista nos seja apresentada uma história inteligente e bastante actual, certo é que toda a premissa cai por terra por culpa de inúmeras incongruências difíceis de gerir.
A nível interpretativo, foi-me bastante complicado identificar o melhor desempenho... porque ele parece quase inexistente. Deschanel apresenta-nos uma Alma com total falta de expressão e cuja apatia chega mesmo a ser enervante e constrangedora. Wahlberg parece também ele contagiado pela negatividade do filme e deixa bastante a desejar na sua performance. Assim, talvez as melhores, e curiosamente, mais curtas participações da fita, estão a cargo de John Leguizamo e Betty Buckley. Irrepreensíveis.
O guião, embora recheado de ideias características de Shyamalan, e mantendo o seu estilo narrativo, apresenta algumas falhas, especialmente notórias na recta final do filme. Os melhores pontos são alguns dos efeitos especiais, e cenas mais bem conseguidas (como o suícidio de pessoas que se atiraram de um prédio em construção, por exemplo, ou os momentos iniciais, bastante perturbadores e que nos deixam expectantes), conseguindo uma interessante composição.
Em tom conclusivo, é imperativo mencionar o final. E que final… A falta de explicações nem é aquilo que mais me incomoda (lembrar-se-à certamente o espectador de inúmeros filmes parcos em explicações, mas ainda assim, incontornáveis), mas sim o cliché que dele resulta. Se dúvidas houvessem, torna-se claro que estamos perante um dos filmes mais fracos de Shyamalan.
O conceito e imaginação estão lá. A qualidade, nem tanto. Vale somente pela história.
“You know plants have the ability to target specific threats.”
Nota Final: 5.5 / 10
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