Como reescrever a história da Segunda Guerra Mundial? Embora seja uma pergunta algo estranha e complicada, o incontornável Quentin Tarantino responde com uma simplicidade incrível, bem ao seu jeito violento com um toque delicioso de comédia. Mas vamos à história.
Inglourious Basterds divide-se praticamente em duas histórias que na verdade nunca se chegam cruzar directamente. De um lado temos a história de Lt. Aldo Raine (Brad Pitt) que lidera os Basterds, um grupo de homens com o objectivo de matar o máximo de alemães que conseguir, e com o objectivo de o fazer em terrenos franceses. A segunda história fala de Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), uma judia que consegue em jovem fugir à perseguição de Col. Hans Landa (Christoph Waltz) que tem a reputação de nenhum judeu lhe fugir.
Tarantino um dos realizadores mais irreverentes da actualidade, volta à ribalta depois dos êxitos de Pulp Fiction e Kill Bill, e com toda a justiça diga-se de passagem. Sacanas Sem Lei (como é chamado aqui para as nossas bandas) é um filme inteligentemente realizado, com diálogos de qualidade elevada (destaque para a cena no restaurante entre Mélanie Laurent e Christoph Waltz), cenas de violência extrema com um cariz quase humorístico bem ao estilo de Tarantino e uma história algo alterada mas que mais de metade do planeta gostaria que fosse verídica.
Em aspectos técnicos nada a apontar. Com uma banda sonora perfeita a acompanhar todas as cenas, os efeitos de imagem não ficam atrás e nem podiam pois Tarantino provavelmente não deixava.
Quanto ao elenco o destaque vai claro para Brad Pitt, que embora merece-se mais tempo de antena, as cenas em que participa são algo de delicioso (destaque para Pitt a falar italiano!). Mélanie Laurent embora fosse uma total desconhecida para mim, a verdade é que tem um desempenho muito bom, principalmente nas cenas em que contracena com Christoph Waltz.
Eu estava à espera de um bom filme, cheio de sangue e violência, mas a verdade é que até nisso Tarantino me surpeendeu trazendo até nós um filme mais maduro que o habitual, bem ao nível da sua obra-prima Pulp Fiction. Talvez haja aqui material para Óscares. Esperemos para ver.
"Each and every man under my command owes me one hundred Nazi scalps... and I want my scalps!"
Nota Final: 9 / 10
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