Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2010

Sherlock Holmes (2009)

 

 

Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) acompanhado pelo fiel companheiro Dr. Watson (Jude Law), captura Lord Blackwood (Mark Strong) que é condenado à morte. Quando Blackwood consegue renascer dos mortos, Holmes e Watson descobrem factos que os levam a pensar que estão a lidar com algo bem superior aos assassínios de Blackwood. Entretanto, Irene Adler (Rachel McAdams) reaparece na vida de Holmes, pedindo a este que a ajude a encontrar um pigmeu, que mais tarde aparece no caixão de Blackwood.
 
Fazendo reviver o clássico Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle, Guy Ritchie traz-nos uma visão com mais acção e com o inevitável mistério. O argumento é simples e bem estruturado. O avançar da história e a forma como ocorrem os diálogos entre as personagens são características próprias dos filmes de Ritchie. Este tenta explorar ao máximo Holmes, mostrando  (por exemplo) nas cenas de acção corpo-a-corpo o brilhante poder de antecipação de Holmes calculando todas as suas acções em câmara lenta antes de atingir o adversário. 

A tentativa de recriar a antiga cidade de Londres foi bem conseguida, embora se note que existem efeitos a mais para o mesmo acontecer. A forma mais negra como as cenas foram filmadas também está bastante satisfatória e combina perfeitamente com a banda sonora que acompanha o filme.

Robert Downey Jr. está brilhante na recriação de Sherlock Holmes por Guy Ritchie, fazendo parecer que era impossível outra pessoa representar o mesmo papel. Jude Law tem um papel mais secundário mas não é por isso que deixa de ter uma representação bastante satisfatória. O resto do elenco tem desempenhos aceitáveis. 

Embora seja um filme agradável de ver, Sherlock Holmes fica bastante aquém das expectativas, ficando-se simplesmente pela tag de popcorn movie. Talvez o segundo capitulo da história seja mais apetecível. 

"Madame, I need you to remain calm and trust me, I'm a professional. Beneath this pillow lies the key to my release."

Nota Final: 7 / 10
 

 

 


Por Hugo às 17:46
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Segunda-feira, 11 de Janeiro de 2010

Children of Men (2006)

 


 

Londres, 16 de Novembro de 2027. A taxa de infertilidade atinge os 90% e a pessoa mais jovem do mundo (com apenas 18 anos de idade), foi assassinada.

 

Um início arrasador. Contido, seco, frio, povoado por um sentimento de perda generalizado. Quase comparável à morte de uma celebridade mas, neste caso, bem mais que isso. É uma tomada de consciência do envelhecimento de uma sociedade à beira da extinção.

 

Violentas lutas e um profundo estado de anarquia ditam as leis da rua. Uma rua onde um solitário burocrata revoltado, Theo (Clive Owen), se vê involuntariamente submerso numa missão capaz de impedir a extinção do Homem. A missão de garantir a sobrevivência da última mulher grávida, Kee (Clare-Hope Ashitey).

 

O realizador mexicano Alfonso Cuarón, responsável pelo 3º capítulo da saga cinematográfica de Harry Potter, recria a atmosfera de “Os Filhos do Homem” como um painel “cinzento”, desprovido de qual magnificência ou fulgor. É amarga, assustadoramente próxima de algumas realidades que já hoje começamos a experiênciar.

 

Um guião bem estruturado se apresenta perante o olhar do espectador, a quem Clive Owen consegue sempre transmitir um “quê” deveras intrigante a cada um dos seus personagens, e este é manifestamente mais um destes casos. Julianne Moore também se apresenta em boa forma como a revolucionária Julian, assim como o eterno Michael Caine com o seu Jasper, um cartonista político, amigo de Theo.

 

Uma banda sonora adequada e planos de camara competentes, alguns em estilo documentário que fazem as delícias de qualquer espectador, fazem desta adaptação do livro homónimo de P.D. James, de 1992, uma fita recheada de pormenores e em que nada foi deixado ao acaso. Senão, que dizer do cenário desolador de uma escola abandonada, da luta por preservar alguma identidade cultural que ainda reste, e da composição de um retrato que quase nos retorna à conduta Nazi, que figurará sempre como uma das mais vergonhosas épocas da história humana? São estes pormenores que destacam esta película das demais com sentido apocalíptico, embora o seu guião seja algo previsível em alguns pontos, mas mantendo uma singularidade que o coloca no conjunto de filmes de topo.

 

De mencionar a sequência final, os ecos.. a sobreposição dos sons das balas sobre os gritos, e um choro... que finda um massacre. Os créditos finais que começam com sons de crianças, embora o final esteja aberto a uma leitura mais vasta do que a do simples “final feliz”. Uma conotação religiosa, com base no milagre que é o nascimento de uma criança, mas também no sacrifício próprio por aquilo que acreditamos ser um bem maior. Tal como a personagem de Owen o fez.

 

Uma curiosidade ainda a referir, é a existência de um take de 6 minutos de duração, sem cortes de qualquer espécie. Uma pequena proeza da qual Cuarón certamente se orgulha.

 

Um retirar e atribuir de esperanças que mexe com os nossos ideais, e nos faz pensar no que o futuro cada vez mais próximo nos pode reservar. Uma sobrevivência mergulhada no caos, uma lição e um dos melhores filmes de sempre.

 

As the sound of the playgrounds faded, the despair set in. Very odd, what happens in a world without children voices.”

 

Nota Final: 9 / 10


 

 


Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009

Paranormal Activity (2007)

 

 

Dá que pensar. Esta será certamente a melhor conclusão a retirar do filme sensação de 2009 nos Estados Unidos, “Actividade Paranormal”.

 

Um casal, uma casa, estranhos fenómenos e uma câmara de filmar. Estão lançados os dados numa história que, como é anunciado, não deverá ser vista por um solitário espectador. Mas elaboremos um pouco mais...

 

Micah (Micah Sloat) e Katie (Katie Featherston) são um jovem casal que, após se mudar para uma nova casa, começa a aperceber-se de estranhos fenómenos que ocorrem sem razão aparente. Por forma a desvendar o mistério, decidem instalar uma câmara no seu quarto, o local onde se dão a maioria dos fenómenos, registando assim tudo o que acontece enquanto dormem.

 

Nunca é demais referir que esta película do estreante Oren Peli foi filmada em apenas 7 dias, na casa do próprio realizador, contando somente com 4 actores e livre de grandes efeitos especiais. Assim, não será dificil concluir que os baixos custos de produção (cerca de 11 mil dólares) se vêem agora mais que rentabilizados, ou não fosse “Paranormal Activity” um tal sucesso de bilheteira que chegou mesmo a destronar “The Blair Witch Project” do topo da lista dos filmes que mais lucraram na sua estreia.

 

Essencialmente, podemos atribuir a “culpa” de tal situação ao incansável marketing em torno do filme. O trailer oficial utilizou uma metodologia já usada no sublime “REC” (foram publicitadas as reacções do público aquando do visionamento da fita), o que acaba por, de certa forma, levar o espectador a um engano.

 

Sim, um engano. Eu gostei realmente da película mas, verdade seja dita, o trailer é ambicioso demais, levando a espectador a ter uma noção bastante distinta da realidade. Existem somente dois ou três momentos de susto (momentos esses que se encontram presentes no trailer, o que condicionou, e muito, a minha reacção à visualização dos mesmos), e pouco mais. A restante fita prende-se bastante em alguns clichés comuns neste tipo de produção, e dá bastante relevância ao dia a dia do casal, o que para mim é uma mais valia, pois confere um maior realismo à história que nos é contada.

 

Por isso mesmo, o tom dramático que Peli consegue imbutir resulta, não só pelos efeitos da câmara que atribuem um nivel bastante elevado de veracidade e proximidade, mas também pelo facto de se basear em factos reais.

 

As cenas sem explicação são uma constante, e a tensão à medida que o filme se desenrola é palpável. Os actores têm também um bom desempenho, permitindo uma preocupação quase que imediata com a sua situação.

 

Fica a ideia que algo mais poderia ter sido feito (especialmente no final, que se prova demasiado repentino e quase que cortando o clímax da acção), mas se tivermos em conta os baixos recursos de que o realizador dispôs, estamos perante um bom filme, inquietante, perturbador, claustrofóbico, com carisma documental, e que se distancia dos demais títulos do género. A ver.

 

You cannot run from this... It will follow.”

 

Nota Final: 8 /10

 

 

 


Por Mafalda às 10:45
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Sábado, 21 de Novembro de 2009

My Bloody Valentine (2009)

 

Há 10 anos atrás, a cidade de Harmony ficou marcada por um terrível acidente. Um grupo de mineiros ficou soterrado por culpa de um acto irreflectido de Tom Hanniger, um ainda inexperiente mineiro e filho do dono das minas Hanniger. Desse grupo, só Harry Warden sobreviveu, entrando porém num coma do qual só veio a despertar um ano depois, no dia 14 de Fevereiro.

 

Assim, sedento de vingança, o mineiro assassina 22 pessoas, entre os quais, um grupo de jovens que celebrava o dia de São Valentim. Nessa mesma noite, Harry reencontra Tom, mas é abatido pela polícia antes de conseguir matar o jovem. Agora, Tom está de regresso a uma cidade marcada pela tragédia, e cujos habitantes nada mais nutrem por ele que desconfiança e rancôr...

 

Eis a história da minha primeira experiência 3D no cinema. Boa companhia, pipocas e um filme... deprimente. Pois, não correu lá muito bem para primeira vez. “São Valentim Sangrento” apresenta-se como um remake do filme homónimo de 1981, e nada mais é que o típico filme slasher sem conteúdo. Uma premissa gasta à partida, nada inovadora, carregada de clichês, previsível e, guess what, extremamente aborrecida.

 

Vale talvez por algumas tiradas de humor negro, e por um ou outro efeito 3D bem conseguido. Embora, confesse, sejam bastante repetitivos. O instrumento de susto pouco varia, estando o espectador condenado a ser “atacado” constantemente pela picareta do assassino.

 

A única cena digna de relevo (e desculpem-me as mentes mais sensíveis), será mesmo a do hotel. Sim... há nudez gratuita. Mas é isso que destaca a cena das demais. É a única inovação da qual o realizador Patrick Lussier se pode gabar (e com um bom desempenho por parte da actriz Betsy Rue, apesar das condicionantes naturais neste tipo de cena).

 

Porque à parte disso, só há mesmo a retirar péssimas interpretações de um elenco jovem maioritariamente televisivo (“Supernatural” e “Dawnson's Creek” que, obviamente, não garantem bons actores cinematográficos), diálogos banais e monótonos, cenas sem nexo e uma fraca ambição (bastante notória na recta final do filme, que pouco mais é que risível). Tudo bem que estamos a falar de uma película claramente destinada ao entretenimento, mas não é razão para o profundo desleixe que se sente na fita.

 

Dispensável, a não ser que vá assistir ao filme livre de quaisquer expectativas.

 

Damn Harry Warden. Got me aiming at shadows.”

 

Nota Final: 4 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 23:58
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Terça-feira, 17 de Novembro de 2009

The Echo (2008)

 

Numa algo atribulada ida ao cinema, optámos por um dos filmes menos publicitados, o thriller de terror “The Echo”, um remake do filme filipino “Sigaw” de 2004 e que conta, curiosamente, com o mesmo realizador, Yam Laranas. Ao contrário da maioria dos remakes, “The Echo” tem uma clara vantagem ao contar com o realizador do original para proporcionar uma melhor adaptação para os cinemas americanos.

 

Agora... Filme de terror? Bem, terror é uma categoria bastante subjectiva. Desde uma maior atenção da minha parte para filmes deste género que se tornou mais simples uma distinção dentro do mesmo. Uma divisão de classes, por assim dizer. É por isso mesmo que posso afirmar que “O Eco”, apesar de montado e publicitado como tal, está mais perto de um thriller do que de um filme de terror, puro e duro. Tem algumas cenas que apelam nesse sentido, mas pouco mais.

 

A fita prende o espectador com um suspense contido, difícil de digerir e compreender. Porque a situação assim o exige. Mas abordemos a história primeiro.

 

Bobby (Jesse Bradford) é um jovem em liberdade condicional que luta por refazer a sua vida. Volta à sua cidade natal, Nova Iorque, arranja um emprego e tenta reconquistar Alyssa (Amelia Warner), a sua antiga namorada. Agora, a viver na casa que pertencera à sua mãe, Bobby começa a apercerber-se de estranhos acontecimentos relacionados com os seus vizinhos. À medida que os ecos de uma história aparentemente por resolver galgam na vida do jovem, adensa-se o mistério em volta da morte da sua mãe. Conseguirá Bobby desvendar o mistério antes que este o leve à loucura e até, quem sabe, à sua própria morte e daqueles que ama?

 

A película deixa a sensação que algo mais poderia ter sido feito a nível de background da personagem principal. Embora sejam dadas algumas explicações, sente-se um desleixe nesse sentido, focando-se o filme num conjunto exarcebado de questões por responder.

 

A complexidade é uma constante, e alguns pormenores poderão confundir o espectador. Contudo, a fita vive muito dos efeitos sonoros, jogo de luzes e cores (os tons mortos conferem um ambiente interessante e claustrofóbico) e planos de acção capazes de provocar alguns “sustos”. E é nisso que se destaca. O trabalho de câmara está muito bem conseguido, de facto.

 

É um filme difícil de digerir, denso, e longe de ser perfeito, mas que se consegue consumar em competência. Cumpre aquilo a que se propõe.

 

You hear them... don't you?”

 

Nota Final: 7 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 01:57
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Quarta-feira, 5 de Agosto de 2009

The Happening (2008)

 

 

Algo de estranho se passa em Central Park. Os corpos estagnam e, de repente, algo inesperado acontece... Mortes e mais mortes se seguem, todas elas por suicídio. E o pior, é que o número de cidades americanas onde se registam tais comportamentos aumenta a uma velocidade aterradora. O que estará por trás deste estranho comportamento? Mão humana ou algo ainda mais difícil de controlar?

 

Elliot Moore (Mark Wahlberg) é mais um sobrevivente que juntamente com a namorada, Alma (Zooey Deschanel), tenta escapar à morte certa, à vontade de pôr fim à vida. Mas… conseguirão? Do que fogem eles realmente?

 

É esta a premissa para “The Happening”, um dos mais recentes filme catástrofe a cargo de M. Night Shyamalan, o realizador indiano responsável pelo inesquecível “Sixth Sense”.

 

O facto de num estudo recente se ter provado que as células de quem comete suícidio apresentam algumas diferenças para as células de indivíduos que sofreram morte natural pode despoletar um ainda maior interesse nesta fita. Haverá efectivamente alguma forma de controlar a genética de forma a levar alguém a colocar fim à sua vida? É deveras interessante, mas voltemos à fita...

 

Embora à primeira vista nos seja apresentada uma história inteligente e bastante actual, certo é que toda a premissa cai por terra por culpa de inúmeras incongruências difíceis de gerir.

 

A nível interpretativo, foi-me bastante complicado identificar o melhor desempenho... porque ele parece quase inexistente. Deschanel apresenta-nos uma Alma com total falta de expressão e cuja apatia chega mesmo a ser enervante e constrangedora. Wahlberg parece também ele contagiado pela negatividade do filme e deixa bastante a desejar na sua performance. Assim, talvez as melhores, e curiosamente, mais curtas participações da fita, estão a cargo de John Leguizamo e Betty Buckley. Irrepreensíveis.

 

O guião, embora recheado de ideias características de Shyamalan, e mantendo o seu estilo narrativo, apresenta algumas falhas, especialmente notórias na recta final do filme. Os melhores pontos são alguns dos efeitos especiais, e cenas mais bem conseguidas (como o suícidio de pessoas que se atiraram de um prédio em construção, por exemplo, ou os momentos iniciais, bastante perturbadores e que nos deixam expectantes), conseguindo uma interessante composição.

 

Em tom conclusivo, é imperativo mencionar o final. E que final… A falta de explicações nem é aquilo que mais me incomoda (lembrar-se-à certamente o espectador de inúmeros filmes parcos em explicações, mas ainda assim, incontornáveis), mas sim o cliché que dele resulta. Se dúvidas houvessem, torna-se claro que estamos perante um dos filmes mais fracos de Shyamalan.

 

O conceito e imaginação estão lá. A qualidade, nem tanto. Vale somente pela história.

 

“You know plants have the ability to target specific threats.”

 

Nota Final: 5.5 / 10

 

 

 


Sábado, 25 de Julho de 2009

Angels and Demons (2009)


 

 

Depois de uma adaptação desastrosa de The Da Vinci Code de Dan Brown (um dos melhores escritores da actualidade na minha opinião), Angels and Demons deixou-me algo apreensivo, ainda para mais sendo este o meu livro preferido do escritor. Destaco desde já que o realizador Ron Howard decidiu por cronologicamente Angels and Demons à frente de The Da Vinci Code quando na realidade é precisamente o contrário.

 

A trama gira mais uma vez em torno de Robert Langdon (Tom Hanks) e de um misterioso assassinato no Vaticano. Langdon descobre que quem está por de trás do misterioso assassinato é uma antiga sociedade secreta chamada Illuminati. Entretanto, nas instalações da CERN é roubada uma pequena amostra de anti-matéria que mesmo em ínfimas proporções poderia arrasar uma cidade. Langdon e a cientista Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) lutam então contra o tempo para tentar salvar os padres raptados (os favoritos a substituir o falecido Papa) e tentar encontrar a amostra para salvar a cidade do Vaticano.

 

Ron Howard desta vez traz-nos um filme menos pastoso e com mais acção, mais à imagem do que realmente o livro de Dan Brown transmite. O cenário não poderia ser melhor e nisso o filme não desilude, mostrando a beleza enorme da cidade do Vaticano. Os efeitos visuais não ficam aquém das expectativas, principalmente na fase final com a explosão da anti-matéria.

 

O filme ganha sobretudo com uma actuação mais intensa de Tom Hanks que tem uma actuação bem mais interessante que no filme anterior. Mais uma vez Howard falha em não dar o destaque merecido à ‘ajudante’ de Langdon, o que se traduz numa performance medíocre de Ayelet Zurer. Quem não me desiludiu foi Ewan McGregor que num papel diferente do habitual (Camerlengo Patrick McKenna) mostrou o seu enorme talento.

 

Angels and Demons consegue ser melhor do que o seu antecessor, mas mesmo assim não consegue ultrapassar aquela barreira de blockbuster, tendo como maior ponto de interesse os factos históricos e as imagens do Vaticano que nos são dadas a visualizar.

 

Our church is at war. We are under attack from an old enemy. The Illuminati. They have struck us from within and threatening us all with destruction from their new god Science.”

 

Nota Final: 7 / 10

 

 

  


Segunda-feira, 20 de Julho de 2009

Harry Potter and The Half Blood Prince (2009)

 

Da conceituada saga de J.K. Rowling, chega-nos este Harry Potter and the Half-Blood Prince. Estava muito curioso quanto a este filme pois tinha arrancado críticas extremamente positivas dos avaliadores mais severos por essa Internet fora, mas a verdade é que para quem é fã da saga acaba por ser uma valente desilusão. Mas vamos à história.

 

Harry Potter (Daniel Radcliffe) e Albus Dumbledore (Michael Gambon) investigam a infância de Tom Riddle e chegam à conclusão que o agora professor de poções Horace Slughorn (Jim Broadbent) esconde um terrível segredo. Entretanto Draco Malfoy (Tom Felton) junta-se ao grupo de Voldemort e tenta a todo custo executar a tarefa que foi incumbido de realizar.

 

A verdade é que a verdadeira história poderia ser resumida a isto. A restante história é baseada nos desastres amorosos de Hermione Granger (Emma Watson) e Ron Weasley (Rupert Grint), e Ginny Weasley (Bonnie Wright) e Harry Potter.

 

Embora com pouca acção, os efeitos visuais estão bastante acima da média principalmente no princípio do filme com os Devoradores da Morte a destruírem a cidade de Londres e a cena na caverna com Harry e Dumbledore. A banda sonora é o que já estamos habituados, ou seja, bastante satisfatória. Quanto à imagem e cenas em si, mostram um filme mais negro e sério do que os restantes, mas a juntar a isso está também mais lento e pesado. Não querendo correr o risco de me contradizer, o filme é bastante parado, mas em termos de sequência de história é rápido demais. Se para quem não leu o livro vai ficar um bocado confuso com a falta de alguns pormenores, para quem leu faltam muitas cenas que iriam tornar o filme bem mais interessante.

 

Em relação ao elenco, o destaque vai para os jovens actores. Daniel Radcliffe cresceu como actor e está à altura deste novo Harry Potter mais adulto e maduro. Emma Watson está a transformar-se numa das melhores jovens actrizes da actualidade com momentos bastante bons durante o filme. Rupert Grint esteve ao seu nível, não tendo grande destaque em cenas mais sérias, tendo a responsabilidade de fazer rir a plateia. Por último, o destaque vai para Tom Felton que interpreta de forma bastante segura o papel do confuso Draco. Quanto ao elenco sénior todos demonstraram estar em forma, como já nos tinham habituado.

 

Harry Potter and the Half-Blood Prince não é um mau filme, tendo um aspecto visual espectacular e um ‘mundo mágico’ sem o qual não podemos viver. Este é um filme mais adulto do que estamos habituados e mostra que o mundo de Harry Potter não é apenas para crianças. Esperamos então que os realizadores façam de Harry Potter and the Deathly Hallows Part I e II algo legendário e fiel ao último livro da saga.

 

I can make things move without touching them. I can make bad things happen to people who are mean to me. I can speak to snakes too. They find me... whisper things.”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 


Por Hugo às 19:13
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Quinta-feira, 16 de Julho de 2009

Watchmen (2009)


 

 

 

Com uma premissa bastante interessante (desde já digo que nunca sequer tinha ouvido falar da banda desenhada Watchmen) e diferente dos normais filmes de ‘super-heróis’, Watchmen começa com o assassinato do The Comedian (Jeffrey Dean Morgan) no seu próprio apartamento. Rorschach (Jackie Earle Haley) tenta provar que este foi assassinado e provar que alguém anda a querer assassinar todos os antigos membros da Watchmen.

 

Zack Snyder (realizador de 300) fez um óptimo trabalho ao condensar a história de Watchmen num filme três horas, pois se tudo fosse contado ao pormenor, cinco horas não chegariam. Watchmen consegue transmitir-nos uma ideia quase filosófica do mundo em que vivemos e do que este seria se vivêssemos lado a lado com super-heróis. Uma frase citação popular no mundo de Watchmen é “Who Watches The Watchmen?” e é nisso que assenta grande parte da história do filme.

 

Não sendo um filme de aspecto noir como Sin City e The Spirit, consegue ter o melhor destes filmes com uma edição de imagem absolutamente espectacular e uma banda sonora do melhor que ouvi nos últimos tempos. Apesar de não privilegiar as cenas de acção, consegue mesmo assim ter umas boas sequências de combates. A juntar a isto, os diálogos estão muito bem construídos e claro que quota parte disso se deve ao elenco.

 

O elenco esteve todo a um grande nível começando por Jackie Earle Haley no papel de Rorschach, que além de uma das personagens mais curiosas, assume também o papel de narrador com a sua voz ‘negra’ e rouca. Jeffrey Dean Morgan no papel de The Comedian apresentou a qualidade que já lhe conhecemos de outras fitas e séries de televisão. Patrick Wilson tem também um bom desempenho no papel de Nite Owl II. O restante elenco (ainda longo) tem também um bom desempenho.

 

Watchmen não é um blockbuster, por isso se está com vontade de um filme de acção com mortes e tiros pelo ar, este filme não será a melhor opção. Agora se quer ver um filme fora do normal, com uma boa e enorme história, e ainda assistir a um pouco de acção, então Watchmen é o filme para si.

 

"I heard a joke once: Man goes to doctor. Says he's depressed. Says life is harsh and cruel. Says he feels all alone in a threatening world. Doctor says, "Treatment is simple. The great clown Pagliacci is in town tonight. Go see him. That should pick you up." Man bursts into tears. Says, "But doctor... I am Pagliacci." Good joke. Everybody laugh. Roll on snare drum. Curtains."

 

Nota Final: 9 / 10

 

 

 


Por Hugo às 19:40
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Domingo, 10 de Maio de 2009

Knowing (2009)

 

 

10/05/09: a data em que perdi duas preciosas horas com um filme no mínimo vazio. Mas atentemos primeiro à história...

 

Massachusetts, 1959. Alguns alunos da escola William Dawes procedem à realização de vários desenhos representativos do que pensam vir a ser o futuro, com o objectivo de os colocarem numa cápsula do tempo que seria aberta 50 anos mais tarde, no dia de aniversário da escola. Essa ideia pertence à pequena Lucinda Embry (Lara Robinson), uma menina introvertida que, ao contrário dos colegas, não se encontra a desenhar, mas sim a preencher a sua folha com uma série de números aleatórios.

 

E é precisamente esse “desenho” que, no presente ano de 2009, vai parar as mãos de Caleb Koestler (Chandler Canterbury). Quando o seu pai, o professor de astrofísica John Koestler (Nicolas Cage), analisa a folha descobre que não se tratam de números sem significado, mas sim de datas de catástofres, naturais e não só, que ocorreram nos últimos anos, e de outras que estão por acontecer. Para além das datas, John descobre que também é mencionado com precisão o número de vítimas mortais bem como o local exacto onde ocorreu cada um dos desastres.

 

Conseguirá ele agora evitar as calamidades que se aproximam?

 

Com uma premissa que prometia bastante dado o seu carisma apocalíptico e a análise da recorrente dicotomia ciência/religião, facto é que “Sinais do Futuro”, do mesmo realizador de “I, Robot”, Alex Proyas, se revela um filme fraco, desinspirado, superficial e com um dos finais mais non sense de que me lembro dentro de filmes do género.

 

Pecando em diversos aspectos, nomeadamente a nível do argumento e consistência da história, esta película vê como “tábua de salvação” os efeitos especiais que se encontram muito bem conseguidos. Uma das melhores cenas do filme é mesmo a de um desastre de avião que mata 81 pessoas. É uma boa sequência e perturbadora q.b..

 

Em tom conclusivo devo frisar que, no que ao elenco diz respeito, “Knowing” deixa uma vez mais a ideia de que Nicolas Cage ainda não se conseguiu voltar a encontrar enquanto actor. Posso mesmo afirmar que existem falhas em algumas das suas cenas que são, no mínimo, risíveis. A compensar, talvez só a prestação do jovem Chandler Canterbury, que esteve competente.

 

Com lacunas claras e parco em explicações lógicas, o que pretendia ser um filme inteligente e coeso, falha amplamente. Dispensável.

 

“This isn't the end, son.”

 

Nota Final: 5 / 10

 

 

 


Terça-feira, 17 de Março de 2009

El Maquinista (2004)

 

 

Trevor Reznik (Christian Bale) trabalha como operador de máquinas na National Machining e, por sofrer de uma insónia crónica, não dorme à sensívelmente...um ano. A perda de peso e o sentimento de desnorte em algumas situações são bem representativos desse distúrbio. Mas a situação piora quando Trevor se vê envolvido num acidente de trabalho que custa um braço a um colega seu.

 

Trevor desculpabiliza-se dizendo que tudo não passou de uma distracção causada por um outro trabalhador, Ivan, de quem, curiosamente, não existem quaisquer registos na empresa. Será que finalmente as insónias estão a levar a melhor sobre Trevor deturpando-lhe assim o seu próprio discernimento?

 

Filme complexo e com bons diálogos, “O Maquinista” impressiona bastante o espectador. Um ponto de referência desse sentimento será, por exemplo, a excessiva magreza do protagonista (Christian Bale apresenta-se com um peso de cerca de 54kg para o filme, após ter perdido cerca de 28kg), mas também o ambiente “noir” que a fita consegue transmitir.

 

A fotografia também está muito bem conseguida, pois a monotonia cromática ajuda no desenvolvimento dos imprevisíveis contornos deste thriller psicológico. A nível de interpretações, Christian Bale está, como sempre, irrepreensível, justificando uma vez mais porque é já considerado um dos melhores actores da sua geração. Simplesmente brilhante.

 

Apelando a um substancial exercício mental por parte do espectador, “The Machinist” é sem dúvida um bom filme e irá agradar a fãs do género, e não só. A registar.

 

“Right now I wanna sleep. I just want to sleep.”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 08:21
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Quarta-feira, 4 de Março de 2009

Memento (2000)

 

Preciso de alguém que me bata com toda a força possível. Como é possível nunca ter visto este filme? Agora a sério. Preciso de um calmante. Esta pequena maravilha da 7ª arte que nos é trazida pelas mãos de Christopher Nolan é um dos filmes mais confusos e fantásticos que eu vi em toda a minha vida.

 

Leonard (Guy Pearce) quer vingar a violação e assassinato da sua mulher. O problema é que derivado a esse acontecimento, Leonard sofreu uma violenta lesão na cabeça e ficou com um estranho problema ao nível de memória, ou seja, embora até ao assassinato da sua mulher ele se lembre de tudo, após isso ele não se lembra de nada. A sua memória vai-se apagando em intervalos de tempo bastante curtos e para contornar esse problema Leonard utiliza um sistema de fotografias de pessoas e factos que conhece (onde faz pequenos apontamentos) e ainda tatuagens pelo seu corpo. Através deste sistema Leonard tenta ter uma vida rotineira, onde esta só tem como objectivo procurar o assassino da sua mulher.

 

Christopher Nolan traz-nos um filme algo fora do normal o que lhe dá ainda mais beleza. A história em Memento é contada do fim para o princípio, o que exige ao espectador um esforço redobrado em relação aquilo que está a ver, o que na verdade prende os olhos ao ecrã do primeiro ao último minuto. Sinceramente o único ponto negativo vai para a banda sonora, pois esta num filme tem o objectivo de prender o espectador ao ecrã e neste filme nem se consegue dar por ela, não por o filme ser bom mas esta ser praticamente inexistente. De realçar ainda o fantástico final que Nolan nos deixa, fazendo-nos reflectir durante um tempo sobre o que realmente foi o filme todo.

 

Em relação ao trio principal de personagens, o desempenho destas roçam quase o perfeito. Guy Pearce, que já me tinha surpreendido no recente Traitor, tem uma perfomance excelente e representa uma personagem que é bastante difícil, mostrando sempre um sentido de desorientação muito bom. Carrie-Anne Moss foi para mim uma boa supresa pois nunca a tinha visto fora da triologia de Matrix. Por fim, Joe Pantoliano que sinceramente não é um actor que aprecie, tem um desempenho bastante bom, ao manipular de forma inteligente a personagem de Guy Pearce.

 

Uma pequena curiosidade: o DVD de Memento, contém um extra com o filme todo contado com a ordem correcta, ou seja, de trás para a frente.

 

“Ok, so what i’m doing? I’m chasing this guy! No. He's chasing me.”

 

Nota Final: 9/10

 

 

 


Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2009

Doubt (2008)

 

 

Encontramo-nos no ano de 1964. Na Escola St. Nicholas, a Irmã Aloysius (Meryl Streep) é “temida” pelos alunos dada a sua rígida e inflexível conduta. Já o Padre Brendan Flynn (Philip Seymour Hoffman) é o seu oposto, tendo como principal objectivo proporcionar uma maior abertura da religião aos jovens.

 

Embora com essas divergências, a relação de ambos manteve-se cordial...até ao dia em que, alertada pela inocente Irmã James (Amy Adams), a Irmã Aloysius começa a pôr em causa a natureza da relação do padre com Donald Miller, o primeiro estudante negro de St. Nicholas...

 

Valendo a nomeação para os Óscares a Meryl Streep e Amy Adams, “A Dúvida” é um filme que vive inequívocamente dos seus actores, e acaba mesmo por jogar com um núcleo fixo de personagens: o Padre e as duas Irmãs. Essa contenção traz vantagens para a fita, na medida em que se torna mais fácil explorar a intensidade e coerência dos diálogos.

 

Meryl Streep e Viola Davis (que aqui interpreta a mãe de Donald) proporcionam um dos momentos mais altos do filme com um diálogo que, por ser tão bem conduzido, é extremamente revelador das características das suas personagens. A assinalar também os sermões do Padre Flynn, bastante inspirados e que, ao contrário do que seria de esperar, conseguem levantar questões pertinentes, não só relacionadas com a categoria religiosa, mas ditando também várias situações e conflitos do filme.

 

Uma última mais valia, desta feita proporcionada pelo actor Philip Seymour Hoffman, é a de nunca conseguirmos compreender de facto a natureza do Padre Flynn. É completamente imperceptível ao espectador se todas as suas palavras não passam de mentiras, confissões, ou simplesmente, sinceras palavras de revolta por todas as acusações que lhe são proferidas. Isto porque, devo frisar, não se conseguem reunir provas conclusivas sobre os possíveis avanços do Padre sobre o jovem aluno.

 

Intenso, sério e inteligente. Assim é este “Doubt”, a adaptação homónima de uma peça de John Patrick Shanley (que é também o realizador desta película), que merece sem dúvida o destaque dado aos seus actores e guião. A ver.

 

“I have doubts. I have such doubts.”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 23:06
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The Midnight Meat Train (2008)

 

Eu nem sou muito deste tipo de filmes e verdade seja dita que apenas li o título e pus-me a ver o filme. Foi uma agradável surpresa, tendo em conta a quantidade de sangue que Ryûhei Kitamura (sim também nunca tinha ouvido falar nele) conseguiu pôr no ecrã durante uma hora e meia.

 

A história é bastante simples. Leon Kauffman (Bradley Cooper) é um fotografo que procura subir a sua carreira em termos sociais, e que na namora com Maya (Leslie Bibb) que trabalha como empregada de um café/restaurante. Leon, através do seu melhor amigo Jurgis (Roger Bart), chega a Susan Hoff uma importante e influente figura do panorama artístico. Leon leva-lhe algumas das suas melhores fotos dizendo-lhe que com o seu trabalho quer capturar o verdadeiro coração da cidade, mas esta diz-lhe que se esse era o seu objectivo então estava a falhar. Leon parte assim para as noites de New York em busca do seu trabalho perfeito, mas vê-se envolvido num assalto a uma modelo famosa que no dia seguinte é dada como desaparecida no jornal local. Com um pouco de investigação, Leon consegue relacionar Mahogany (Vinnie Jones) com uma série de desaparecimentos que têm ocorrido durante muitos anos.

 

Baseado numa obra de 37 páginas de Clive Barker, The Midnight Meat Train é um filme um pouco acima do razoável, mas talvez por ser adaptado de uma obra tão pequena, por vezes ao longo dos 90 minutos vê-se que muitas cenas são forçadas ou simplesmente que foram feitas com falta de imaginação. Os efeitos CGI estão bons quanto baste, mas um pouco mais de realismo não teria feito mal nenhum. Vinnie Jones terá feito um dos melhores papéis da sua vida, personificando um agressivo serial-killer. Em relação ao restante elenco, só de destacar ainda Bradley Cooper que tem bons pormenores, mas que não chegam hoje em dia.

 

Embora tenha falado na história e do razoável que esta era, não quero terminar sem destacar o final que merecia muito mais destaque e explicação, que, se assim fosse, esta fita teria alcançado um brilho muito maior e talvez não tivesse atraído só os fãs deste género.

 

Nota Final: 7/10

 

 

 


Por Hugo às 18:56
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Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

The Curious Case Of Benjamin Button (2008)

 

Ora aqui está um filme, como o próprio nome sugere, curioso. Sem puder escapar aos vários spoilers que percorrem a Internet hoje em dia, já tinha noção da história que me aguardava. David Fincher realizador de obras primas como Zodiac e Fight Club, traz-nos um filme absolutamente fantástico e que nos prende ao ecrã do primeiro ao ultimo minuto. 

 

“My name is Benjamin. Benjamin Button. And I was born under unusual circumstances.”

 

Tudo começa com uma senhora perto do leito da morte, acompanhada com a sua filha, Caroline (Julia Ormond). Esta pede-lhe para lhe ler um caderno, escrito todo ele à mão, que conta a história de um homem chamado Benjamin Button. Benjamin (Brad Pitt) é um recém-nascido, abandonado à porta de um lar de idosos, que apesar de ter um interior igual à sua idade, todas os seus detalhes físicos têm semelhanças com um homem de 80 anos. Contra todas as expectativas, Benjamin consegue sobreviver. Criado por Queenie (Taraji P. Henson), Benjamin cresce em harmonia, pois apesar de ser apenas uma criança, o seu aspecto confere-lhe uma semelhança absurda com os residentes daquela casa. Uma criança chamada Daisy (Cate Blanchett), neta de uma das residentes do lar, conhece Benjamin e os dois desenvolvem uma ligação especial.

 

“Your life is defined by its opportunities, even the ones you miss.”

 

Estes passam por encontros e desencontros. Enquanto um rejuvenesce, o outro envelhece. Ao longo da sua caminhada, Benjamin conhece o seu verdadeiro pai (Jason Flemyng), que perto da sua morte lhe revela essa mesma notícia e lhe deixa todos os seus bens (destacando-se uma fábrica de botões). Com o passar dos anos, as idades físicas e mentais de Benjamin e Daisy finalmente cruzam-se, e estes vivem uma relação extremamente bela durante alguns anos. Tendo consciência do que realmente era, Benjamin quando recebe a notícia que iria ser pai, percebe que aquela relação não estava destinada a durar para sempre.

 

Com um aspecto visual fantástico, The Curious Case Of Benjamin Button é um dos candidatos (senão O candidato) mais fortes a ser a verdadeira estrela dos Óscares 2009. David Fincher nunca em nenhuma das suas anteriores fitas tinha sido tão apaixonado como nesta. Realiza aqui um filme que consegue ser espectacular quase a todos os níveis desde a fotografia, os efeitos especiais, o ambiente, entre outros. De realçar também o cuidado com que foram tratadas todas as épocas que Benjamin Button atravessa, desde o grande bombardeamento japones em Pearl Harbor até à aventura do homem no espaço. Se muita boa gente diz que é um filme com uma grande duração e que tem partes dispensáveis, a verdade é que não o deverão ter observado com atenção, pois todos os momentos são deliciosos e completamente indispensáveis.

 

Em relação a interpretações, Brad Pitt e Cate Blanchett desenvolvem uma química fantástica durante todo o filme, o que lhes confere um brilhantismo muito especial. As mudanças visuais de Pitt estão perfeitas, a forma como relata a história e ainda como consegue interpretar de uma forma tão natural uma personagem que se adivinhava ao princípio bastante difícil, faz deste um dos mais sérios candidato ao óscar de melhor actor.

 

Poderia ainda dizer muito mais sobre este magnifico filme, mas a verdade é que se ficaram curiosos, o melhor é verem este obra de arte com os vossos próprios olhos.

 

“Along the way you bump into people who make a dent on your life. Some people get struck by lightning. Some are born to sit by a river. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim The English Channel. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people can dance.”

 

Nota final: 9/10

 

 

 


Sábado, 7 de Fevereiro de 2009

The Virgin Suicides (1999)

 

 

Baseado no livro de Jeffrey Eugenides, “As Virgens Suicídas” é um filme que foca a vida de cinco irmãs que chocaram a pequena comunidade de Grosse Pointe, Michigan, nos anos 70... por terem todas elas cometido suícidio.

 

O filme é-nos contado do ponto de vista de um grupo de rapazes, vizinhos destas irmãs e que viviam fascinados por elas. Mas o que poderia ser uma história inocente e com contornos romanceados, rapidamente o deixa de ser. A família Lisbon sofre uma dura perda após o suicídio da irmã mais nova, Cecile, que se projecta da janela do seu quarto para uma grade de jardim (isto depois de uma primeira tentativa de suícidio falhada).

 

A partir daqui, tudo se desmorona na vida das agora quatro irmãs. Os pais, com um sentimento de protecção castrador, tentam a todo o custo integrar as filhas na comunidade em que vivem, mas evitando ao máximo o contacto destas com rapazes. Mas se essa situação já era complicada, tudo piora na noite do Baile. Lux (Kirsten Dunst), ao passar a noite com Trip Fontaine (Josh Hartnett), desperta, principalmente na mãe, uma conduta de protecção extrema, que acaba mesmo por isolá-las do resto do mundo: fechadas em casa, obrigadas a queimar os seus discos... Restam-lhes pois poucas opções para fugir a esta “prisão” que lhes foi imposta...

 

Permitindo ao espectador uma “visão de dentro para fora”, “As Virgens Suicidas” aborda várias temáticas da vida dos adolescentes, desde a cultura que seguiam, até às suas fantasias e receios. A sensibilidade característica da realizadora Sofia Coppola permite-lhe manusear a banda sonora e a filmografia de forma soberba, envolvente e carismática, prendendo o espectador a esta história que tem desde início contornos perturbadores. De ressalvar ainda a capacidade da realizadora compor a monotonia da vida das irmãs com um paralelismo à pacatez excessiva da localidade onde residem. Muito bem elaborada.

 

São todos esses pormenores que conseguem tornar esta complexa história numa boa experiência da sétima arte. A ver, sem dúvida!

 

“I can't breath in here.”

 

Nota Final: 7.5 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 22:46
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Sábado, 31 de Janeiro de 2009

El Orfanato (2007)

 

 

 
“1, 2, 3.. toca en la pared!”.
 
O cinema espanhol tem produzido filmes com grande qualidade, fazendo inveja a muitos de ‘Hollywood’. ‘O Orfanato’, de Juan Antonio Bayona, vem nessa senda de filmes, e tem em Laura (Belén Rueda) a personagem principal. Esta, juntamente com o seu marido e filho Simón, mudam-se para a casa onde viveu em criança em conjunto com os restantes orfãos, naquela que foi então um orfanato.
 
O objectivo desta mudança é recuperar a casa e acolher meninos com necessidades especias. Este objectivo vê-se interrompido pelo desaparecimento de Simón, um menino solitário que tinha somente como companhia ‘amigos imaginários’. A longa e incessante busca desta mãe sem obter qualquer pista, leva-a a crer que o desaparecimento do seu filho está envolto em fenómenos paranormais e com uma ligação histórica aquela casa.
 
Conferindo a Laura uma enorme carga dramática, esta mãe vê-se disposta a ‘reviver’ o passado e a enfrentar um presente que desconheçe, tudo para reencontrar o seu filho. ‘O Orfanato’ não ser trata de um filme de terror, mas sim de um filme envolto em grande mistério e com bons momentos de suspense.
 
Sabendo a lacuna que hoje em dia assola a indústria cinematográfica (em relação a bons filmes deste tipo) e, apesar da ideia do filme não ser totalmente original (casa assombrada, com uma atmosfera algo pesada e alguns sustos mais ou menos previsiveis), acaba-se de ver o filme e sai-se com a ‘auto-estima’ um pouco mais em alta. Afinal, ainda se conseguem construir boas e coerentes histórias dentro deste género.
 
Nota Final: 7.5/10

 

 


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