E eis que chega finalmente às nossas salas de cinema o filme que valeu a Sandra Bullock uma onda de prémios para Melhor Actriz!
"The Blind Side" ou, em português, "Um Sonho Possível", baseia-se na história de vida do jogador de futebol americano, Michael Oher (Quinton Aaron). É-nos permitido acompanhar a adolescência do jovem, que foi separado da mãe toxicodependente com apenas 8 anos de idade, até à sua entrada na conceituada universidade do Mississipi. Mas esse caminho, esteve longe de ser fácil. Uma adolescência marcada pela falta de um lar e por condições de vida adversas, foi vivida por Michael, até ao dia em que se cruza com Leigh Anne Tuhoy (Sandra Bullock), uma republicana rica, cristã, e que tudo fará para ajudar "Big Mike" - como o jovem era tratado - a vencer na vida.
Realizado por John Lee Hancock, "The Blind Side" é a típica história que apela ao crescimento humano e à sua ascensão com base nas suas capacidades e força de vontade. É verdade que cede a inúmeros clichés, mas isso não o torna um mau filme, aliás, longe disso! Embora confesse que achei um pouco demais a sua nomeação ao Óscar de Melhor Filme. Mas é o filme "tipicamente americano", portanto não é de admirar a nomeação.
A nível interpretativo, há que frisar dois pontos. Primeiro, a boa prestação de Kathy Bates, com uma personagem bastante engraçada e que se torna numa mais valia na recta final da fita. E claro... o Óscar para Sandra Bullock. A melhor forma que encontro para justificar este Óscar é o facto de se dever essencialmente à conduta do personagem. Durante duas horas, Bullock presenteia-nos com uma vigorosa e segura performance, cheia de pormenores que conferem uma indubitável veracidade à acção. Sim, é agradável, e já era tempo de premiar a "namoradinha da América". Mas ainda assim, sinto-me dividida... Carey Mulligan em "An Education" não me sai da cabeça... Enfim, adiante.
Diálogos realistas e situações que conseguem, felizmente, fugir do drama exagerado em que se poderiam deixar cair, são ainda mais dois pontos a assinalar. Os créditos finais com as fotos dos reais implicados na história que é contada é também um nice touch, e permite uma maior proximidade com a história, se é que tal já não foi alcançado durante os 120 minutos.
Eis então uma versão light de "Precious" que garante 2 horas de bom entretenimento, e transmite uma positiva lição de vida. Dispõe bem, e o espectador agradece.
"If you die trying for something important, then you have both honor and courage, and that's pretty good. I think that's what the writer was saying, that you should hope for courage and try for honor."
Nota Final: 7.5 / 10
- Somewhere
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- Blue Valentine
- The Dilemma