Na recente onda do Óscar para Danny Boyle, lembrei-me que tinha visto esta (injustamente) pequena pérola de ficção científica pela altura do natal. Sunshine é um filme que nos fascina porque mostra-nos o outro lado do espaço, ou seja, o lado humano. Nessa película podemos observar que o ser humano quando confrontado com a probabilidade de uma possível morte, altera completamente a sua maneira de pensar e vai contra os seus ideais.
Sunshine passa-se em 2057. O por muitos considerado impossível começa a acontecer, ou seja, o sol começa a extinguir-se, e com ele toda a humanidade. Icarus II, uma nave espacial tripulada por 8 pessoas, transporta uma bomba atómica com o objectivo de dar uma nova vida à estrela que ilumina o planeta terra. Comandada por Kaneda (Hiroyuki Sanada) tudo parece correr bem na longa viagem até ao sol, até que o sistema de radia da nave capta um sinal estranho, a que toda a tripulação chega à conclusão que o mesmo era da nave espacial Icarus I, a primeira missão levada a cabo em 2050 e claramente falhada pois na verdade nunca se tinha descoberto o que lhe teria acontecido. Debatendo se deveriam ou não alterar a trajectória de forma a obterem a bomba de Icarus I (e assim terem mais probabilidade de pôr o sol de novo a ‘brilhar’), a tripulação fica dividida e a decisão recaí sobre o físico Capa (Cillian Murphy).
Mostrando-nos o que seria uma verdadeira missão para salvar o planeta terra, Sunshine ao mesmo tempo dá-nos que pensar sobre o que faríamos em tal situação e como reagiríamos ao ter como parceiros de tripulação pessoas de outras nacionalidades e culturas. Ainda não tinha referido este importante pormenor? A nave do enredo escrito por Alex Garland, é tripulada por um asiático, uma chinesa, um japonês, um americano, um inglês, um neozelandês, uma australiana e um irlandês.
O filme tem um bom elenco, efeitos bastantes satisfatórios e uma componente psicológica que nos leva a reflectir sobre diversos assuntos do nível cultural, religioso e até filosófico, após o final do filme. Pegando no final do filme, foi neste ponto que Sunshine mais me desapontou. Danny Boyle e Alex Garland tentam dar-nos um final com terror que chega a ser ridículo, e completamente desnecessário. Para terminar, de referir que este filme foi feito apenas com um orçamento de 10 milhões de euros, ou seja, dá que pensar o porque de filmes com orçamentos astronómicos andam a fazer pelas salas de cinema.
Nota Final: 7.5/10
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