1925. Kitty (Naomi Watts) e Walter (Edward Norton) recortam a vibrante, mas ao mesmo tempo tranquila, paisagem de uma China remota. Mas alguém parece contrariado...
Para fugir ao sustento dos pais e provar à mãe que era capaz de encontrar um bom partido, Kitty casa com Walter embora nunca o tenha amado. Assim, não é de estranhar que pouco tempo depois acabe mesmo por cometer adultério. Ao descobrir tal facto, o dedicado bacteriologista, por forma a “castigar” a mulher, decide levá-la consigo para a aldeia de Mei-Tan-Fu, um actual epicentro da epidemia da cólera. É aqui que Kitty toma consciência que, afinal, há muitas coisas que desconhece do marido e que a vão fazer apaixonar-se por ele.
Baseado no romance homónimo de Somerset Maugham, “O Véu Pintado”, embora aspire a ser um épico, não alcança inteiramente esse objectivo. Devo assumir, contudo, que “dá cartas” em vários parâmetros, nomeadamente a nível da fotografia, sonoridade, planos de acção, e todo um ambiente contido que a fita consegue transmitir.
O facto de ser bastante lento na primeira hora, mesmo que apresentado por flasbacks de uma das personagens principais (uma metodologia que, a meu ver, permite uma abordagem interessante), deixa aquele sentimento de que falta qualquer coisa. Mas, entenda-se, é crucial para compreender a história presente.
É um bom filme, bonito visualmente, com boas interpretações quer dos actores locais, quer de Edward Norton e Naomi Watts (curiosamente, os produtores da película) que conseguem abordar várias características das suas personagens, mas sem nunca caírem no exagero. Imperdível não digo, mas a sua visualização não se poderá de forma alguma considerar tempo perdido. Digno de registo.
“When love and duty are one, grace is within you.”
Nota Final: 7 / 10
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