Inspirado em acontecimentos reais, “Batalha Em Seattle” situa-nos no dia 30 de Novembro do ano de 1999. Aquilo que a princípio não passava de uma manifestação pacífica contra a WTO (em português, Organização Mundial do Comércio) rápidamente se tornou numa batalha campal em plena cidade de Seattle, culminando na prisão de vários inocentes e em situações de violência gratuita por parte das forças policiais.
De um realismo impressionante, a fita que marca a estreia enquanto realizador do actor Stuart Townsend choca bastante o espectador. Recordo-me assim de imediato de uma cena que tem Charlize Theron como protagonista (e bastante bem, diga-se). Quem tiver oportunidade de ver o filme irá certamente concordar comigo.
Embora com algumas sequências menos dinâmicas, certo é que a película acaba por se revelar, acima de tudo, uma experiência interessante, não só por se valer de factos históricos, mas graças também à storyline que envolve a personagem Dale (Woody Harrelson). Isto porque é aquela que permite abordar o maior número de pontos de vista da história. Ainda no elenco, Michelle Rodriguez embora não fuja ao seu registo cai num ou outro erro, assim como Ray Liotta.
De mencionar ainda os créditos iniciais que jogam com dados cruciais para tomarmos uma posição relativamente ao enredo, e todo um ambiente característico da cidade que muitos conhecem como sendo aquela onde nasceu o movimento grunge.
Com um toque documental a acompanhá-lo, "Battle In Seattle" é um filme que, embora pouco divulgado, merece algum destaque, especialmente por abordar um assunto tão pouco mediatizado na sétima arte, e transmitir uma mensagem crucial para qualquer indíviduo: lutar sempre pelos nossos ideiais.
“The people, united, will never be divided!”
Nota Final: 7.5 / 10
Encontramo-nos no ano de 1964. Na Escola St. Nicholas, a Irmã Aloysius (Meryl Streep) é “temida” pelos alunos dada a sua rígida e inflexível conduta. Já o Padre Brendan Flynn (Philip Seymour Hoffman) é o seu oposto, tendo como principal objectivo proporcionar uma maior abertura da religião aos jovens.
Embora com essas divergências, a relação de ambos manteve-se cordial...até ao dia em que, alertada pela inocente Irmã James (Amy Adams), a Irmã Aloysius começa a pôr em causa a natureza da relação do padre com Donald Miller, o primeiro estudante negro de St. Nicholas...
Valendo a nomeação para os Óscares a Meryl Streep e Amy Adams, “A Dúvida” é um filme que vive inequívocamente dos seus actores, e acaba mesmo por jogar com um núcleo fixo de personagens: o Padre e as duas Irmãs. Essa contenção traz vantagens para a fita, na medida em que se torna mais fácil explorar a intensidade e coerência dos diálogos.
Meryl Streep e Viola Davis (que aqui interpreta a mãe de Donald) proporcionam um dos momentos mais altos do filme com um diálogo que, por ser tão bem conduzido, é extremamente revelador das características das suas personagens. A assinalar também os sermões do Padre Flynn, bastante inspirados e que, ao contrário do que seria de esperar, conseguem levantar questões pertinentes, não só relacionadas com a categoria religiosa, mas ditando também várias situações e conflitos do filme.
Uma última mais valia, desta feita proporcionada pelo actor Philip Seymour Hoffman, é a de nunca conseguirmos compreender de facto a natureza do Padre Flynn. É completamente imperceptível ao espectador se todas as suas palavras não passam de mentiras, confissões, ou simplesmente, sinceras palavras de revolta por todas as acusações que lhe são proferidas. Isto porque, devo frisar, não se conseguem reunir provas conclusivas sobre os possíveis avanços do Padre sobre o jovem aluno.
Intenso, sério e inteligente. Assim é este “Doubt”, a adaptação homónima de uma peça de John Patrick Shanley (que é também o realizador desta película), que merece sem dúvida o destaque dado aos seus actores e guião. A ver.
“I have doubts. I have such doubts.”
Nota Final: 8 / 10
Eu nem sou muito deste tipo de filmes e verdade seja dita que apenas li o título e pus-me a ver o filme. Foi uma agradável surpresa, tendo em conta a quantidade de sangue que Ryûhei Kitamura (sim também nunca tinha ouvido falar nele) conseguiu pôr no ecrã durante uma hora e meia.
A história é bastante simples. Leon Kauffman (Bradley Cooper) é um fotografo que procura subir a sua carreira em termos sociais, e que na namora com Maya (Leslie Bibb) que trabalha como empregada de um café/restaurante. Leon, através do seu melhor amigo Jurgis (Roger Bart), chega a Susan Hoff uma importante e influente figura do panorama artístico. Leon leva-lhe algumas das suas melhores fotos dizendo-lhe que com o seu trabalho quer capturar o verdadeiro coração da cidade, mas esta diz-lhe que se esse era o seu objectivo então estava a falhar. Leon parte assim para as noites de New York em busca do seu trabalho perfeito, mas vê-se envolvido num assalto a uma modelo famosa que no dia seguinte é dada como desaparecida no jornal local. Com um pouco de investigação, Leon consegue relacionar Mahogany (Vinnie Jones) com uma série de desaparecimentos que têm ocorrido durante muitos anos.
Baseado numa obra de 37 páginas de Clive Barker, The Midnight Meat Train é um filme um pouco acima do razoável, mas talvez por ser adaptado de uma obra tão pequena, por vezes ao longo dos 90 minutos vê-se que muitas cenas são forçadas ou simplesmente que foram feitas com falta de imaginação. Os efeitos CGI estão bons quanto baste, mas um pouco mais de realismo não teria feito mal nenhum. Vinnie Jones terá feito um dos melhores papéis da sua vida, personificando um agressivo serial-killer. Em relação ao restante elenco, só de destacar ainda Bradley Cooper que tem bons pormenores, mas que não chegam hoje em dia.
Embora tenha falado na história e do razoável que esta era, não quero terminar sem destacar o final que merecia muito mais destaque e explicação, que, se assim fosse, esta fita teria alcançado um brilho muito maior e talvez não tivesse atraído só os fãs deste género.
Nota Final: 7/10
Serra Leoa. Década de 90. A corrupção do governo e os problemas na administração das minas de diamantes foram ponto de partida para uma guerra civil que fez milhares de mortos entre a população.
É neste cenário que começa a nossa história. Solomon Vandy (Djimon Hounsou) é um pacato pescador, pai de três filhos, que vê a sua vida sofrer uma completa ruptura quando se dá um ataque das RUF (Frente Unida Revolucionaria) à sua aldeia. Os membros da RUF controlavam as províncias ricas em diamantes, atacando as aldeias para abusarem das mulheres, obterem mão de obra, mutilarem os seus habitantes, fazerem propaganda contra o voto e recrutarem crianças para a Frente (os chamados meninos soldados).
E é esse mesmo o destino de um dos filhos de Solomon, que parte numa perigosa missão para se salvar a si e à sua família. Nessa sua jornada contará com a ajuda do pouco honrado contrabandista Danny Archer (Leonardo Dicaprio), um vendedor de armas e cujo interesse passa pela obtenção do maior diamante rosa visto até aos dias de hoje, e de Maddy Bowen (Jennifer Connely), uma jornalista que, embora sensibilizada com toda a situação que se vive no país, procura o seu “grande furo”.
Com uma excelente fotografia, o filme faculta-nos um retrato fiel das diferenças latentes no país pois, ora somos “prendados” com imagens da bela paisagem do continente africano, ora somos abordados por imagens de devastação e terror, que não deixam ninguém indiferente. As sequências de acção são também uma mais valia, e estão extremamente bem executadas.
Fortíssimo e com grandes interpretações (Jennifer Connelly aqui sim, muito bem mesmo. Quanto a DiCaprio, para quando o Óscar?), “Diamante de
“In
Nota Final: 8.5 / 10
Mais um filme de Transporter. Mais uma desagradável desilusão. Esta série de filmes tem-nos habituado a cenas de acção bastantes boas e espectáculos de velocidade esplendorosos. Contudo, falta-lhe sempre o que faz um filme medíocre passar a ser um filme que fica na lembrança de todos os espectadores: a história. Mas antes de uma análise mais elaborada e uma comparação com os outros capítulos desta série, vamos primeiro perceber a história deste Tranposter 3.
Frank Martin (Jason Statham) que parecia ter-se afastado do negócio de transportador (peço desculpa se não estou a fazer a tradução correcta) de cargas potencialmente duvidosas, é obrigado a transportar uma rapariga ucraniana, Valentina (Natalya Rudakova) e dois sacos de conteúdo desconhecido. Frank parte para a missão sem praticamente saber no que se estava a envolver, apenas sabendo se ele ou Valentina se afastassem mais de 23 metros do carros, as pulseiras que têm no seu pulso explodiriam. Enquanto Frank é confrontado com armadilhas humanas e automobilísticas, este e Valentina acabam por se apaixonar.
A verdade é que não existe mais nada para dizer acerca do enredo deste filme. Poderia escrever mais umas duas linhas mas acabaria por contar o filme todo. Transporter 3 tem como principal arma as suas cenas de acção alucinante, em que a meu ver só ganha em termos automobilísticos, pois a nível de combates em que Frank “beat’em all” Martin entra, Olivier Megaton utilizou uns efeitos meio esquisitos. Natalya Rudakova tem um desempenho miserável e que nem o facto de a maior parte das vezes tentar fazer-se de sexy compensa. Já por sua vez Jason Statham tem um desempenho ao seu nível, mas perfeito para o papel representado. Para mim o maior destaque vai para Robert Knepper que faz o papel de Johnson, e que à semelhança do que acontece na série Prison Break, tem um desempenho muito bom e não desiludiu em nada.
O primeiro filme desta saga foi indiscutivelmente o melhor, com boas cenas de acção, boas perseguições com o famoso BMW e talvez o único com uma história minimamente aceitável, que foi seguido por um filme miserável com demasiadas cenas forçadas e um uso abusivo e horrível de efeitos CGI.
Apenas para apreciadores da saga e, quiçá, do género.
Nota Final: 6.5/10
Com grande pena minha, não tive ainda oportunidade de visualizar a versão original de 1951 deste “O Dia Em Que A Terra Parou”, pelo que estabelecer um termo comparativo é-me de todo impossível. Porém, numa avaliação individual, este remake deixa bastante a desejar em vários aspectos. Mas passemos à história.
A Terra está à beira da destruição devido à poluição e, sobretudo, pela indiferença e apatia do ser humano em contrariar um futuro mais que certo. Assim, é enviado um representante de várias civilizações extra-planetárias para avaliar se os humanos terão ou não capacidade de evitar a calamidade que se aproxima a passos largos.
Esse representante é Klaatu (Keanu Reeves), um alienígena que, adoptando a forma humana, vem salvar o planeta Terra do seu maior mal: nós próprios. A princípio Klaatu mostra-se inflexível e determina que nada mais há a fazer que destruir a nossa espécie, para garantir a preservação de um planeta com tão importantes condições de vida. Mas, à medida que toma contacto com diferentes indivíduos, nomeadamente a Drª. Helen Benson (Jennifer Connelly) e o seu enteado Jacob (Jaden Smith) verifica que há um lado da nossa personalidade para ele desconhecido até então. Estaremos ainda a tempo de mudar de atitude e salvar o planeta?
A nível de interpretações, não sei até que ponto a total inexpressividade de Keanu é abonatória para a personagem... mas não me vou alongar muito no debate dessa questão, até porque Jennifer Connelly cai no mesmíssimo erro, muito mais grave neste caso porque, convenhamos... é do futuro da sua própria espécie que estamos a falar, e não vejo uma especial preocupação nem da sua parte, nem dos outros personagens da história. Salva-se talvez Kathy Bates, numa interpretação competente da Secretária de Defesa dos Estados Unidos.
Com um final bastante inconclusivo e apressado, esta película tenta vingar nos efeitos especiais (que sinceramente, não deslumbram nem envolvem como se esperaria), esquecendo aquilo que é mais importante: a consistência do guião. Assim, o filme limita-se a girar em torno da questão de preservação do nosso planeta, mas com contornos de ficção científica que não conseguem dar-lhe a força necessária para ser um projecto ganho.
Não é uma prioridade, e muito menos imperdível.
“Only at the precipice do we evolve. This is our moment. Don't take it from us, we are close to an answer.”
Nota Final: 4 / 10
Na recente onda do Óscar para Danny Boyle, lembrei-me que tinha visto esta (injustamente) pequena pérola de ficção científica pela altura do natal. Sunshine é um filme que nos fascina porque mostra-nos o outro lado do espaço, ou seja, o lado humano. Nessa película podemos observar que o ser humano quando confrontado com a probabilidade de uma possível morte, altera completamente a sua maneira de pensar e vai contra os seus ideais.
Sunshine passa-se em 2057. O por muitos considerado impossível começa a acontecer, ou seja, o sol começa a extinguir-se, e com ele toda a humanidade. Icarus II, uma nave espacial tripulada por 8 pessoas, transporta uma bomba atómica com o objectivo de dar uma nova vida à estrela que ilumina o planeta terra. Comandada por Kaneda (Hiroyuki Sanada) tudo parece correr bem na longa viagem até ao sol, até que o sistema de radia da nave capta um sinal estranho, a que toda a tripulação chega à conclusão que o mesmo era da nave espacial Icarus I, a primeira missão levada a cabo em 2050 e claramente falhada pois na verdade nunca se tinha descoberto o que lhe teria acontecido. Debatendo se deveriam ou não alterar a trajectória de forma a obterem a bomba de Icarus I (e assim terem mais probabilidade de pôr o sol de novo a ‘brilhar’), a tripulação fica dividida e a decisão recaí sobre o físico Capa (Cillian Murphy).
Mostrando-nos o que seria uma verdadeira missão para salvar o planeta terra, Sunshine ao mesmo tempo dá-nos que pensar sobre o que faríamos em tal situação e como reagiríamos ao ter como parceiros de tripulação pessoas de outras nacionalidades e culturas. Ainda não tinha referido este importante pormenor? A nave do enredo escrito por Alex Garland, é tripulada por um asiático, uma chinesa, um japonês, um americano, um inglês, um neozelandês, uma australiana e um irlandês.
O filme tem um bom elenco, efeitos bastantes satisfatórios e uma componente psicológica que nos leva a reflectir sobre diversos assuntos do nível cultural, religioso e até filosófico, após o final do filme. Pegando no final do filme, foi neste ponto que Sunshine mais me desapontou. Danny Boyle e Alex Garland tentam dar-nos um final com terror que chega a ser ridículo, e completamente desnecessário. Para terminar, de referir que este filme foi feito apenas com um orçamento de 10 milhões de euros, ou seja, dá que pensar o porque de filmes com orçamentos astronómicos andam a fazer pelas salas de cinema.
Nota Final: 7.5/10
Tive no facto de o malogrado actor Heath Ledger ter arrecadado o Óscar, o Bafta e o Globo de Ouro na categoria de Melhor Actor Secundário, a principal razão para recordar esta fita. E pude uma vez mais constatar a paixão que sempre conseguiu transmitir a todos os papeís que desempenhou.
Baseado no livro “Our Sunshine” de Robert Drewe, este filme conta-nos a história de Ned Kelly (Heath Ledger), um criminoso que ficou conhecido por desafiar as autoridades coloniais australianas que, naquele tempo, encontravam nos irlandeses os culpados ideais para todos os tipos de crime. Ned Kelly, foi apenas mais um.
Mas a história que poderia acabar em “foi preso injustamente”, continuou. Ned liderou um bando (composto por si, por Joe Byrden (Orlando Bloom), Dan Kelly (Lawrence Kinlan) e Steve Hart (Philip Barantini) ) responsável por diversos assaltos que assolaram a Austrália de 1878 a 1880. A quadrilha ficou conhecida por, aquando do incidente que culminou na prisão de Ned e na morte dos restantes membros do bando, ter usado um capacete de ferro e uma placa de aço a proteger o peito, por forma a enfrentarem sozinhos cerca de 100 guardas.
O filme joga com todos estes factores históricos, aliando-se também a excelentes interpretações, e permite ao espectador captar a essência de um indivíduo que nada mais pretendia que justiça. Visualmente discreto e com bons planos de acção, “Ned Kelly” alcança aquilo a que se propõe, ser uma biografia de um homem que, moldado por injustiças sociais, acabou por se transformar num mito, tendo o papel de vilão para uns, e de herói para outros.
Mais um trabalho a provar que perdemos cedo demais um belíssimo actor...
“I wore it seriously, my hero's sash of green and gold - proof that I'd saved a life as well.”
Nota Final: 7 / 10
O primeiro post deste blog foi o fabuloso Seven Pounds. Venho agora fazer a minha análise ao anterior trabalho de Gabriele Muccino e Will Smith. Com um título sugestivo, The Pursuit Of Hapyness, leva-nos a ver a vida de outra maneira e mostra-nos que tudo pode ser superado, ou simplesmente tudo pode ficar pior. Vamos entender a história.
Chris Gardner (Will Smith) vive com a mulher Linda (Thandie Newton) e o filho Christopher (Jaden Smith). Chris suporta a família vendendo aparelhos portáteis de raio-X, e pensando que estava a fazer um grande investimento, pega em todas as economias da família e compra várias dezenas destes aparelhos. Após uns tempos bem passados, Chris começa a ter mais dificuldade em vender as máquinas até que as coisas em casa começam a ficar algo descontroladas financeiramente. Linda não aguentado a pressão sai de casa e a muito custo Chris consegue ficar com o filho. Ficando sem a casa e apostando num estágio não renumerado para corrector de bolsa, Chris e o filho tentam sobreviver, ao principio com o dinheiro que de uma máquina vendida, mas depois atingindo o limite dormindo numa igreja que serve para sem-abrigos do sexo masculino.
Baseado numa história verídica, Muccino consegue criar um filme particularmente especial, recriando uma cidade de San Francisco com um aspecto mais negro e uma história fantástica. Will Smith tem uma das melhores representações da sua carreira que tem sido balenceada entre altos e baixos tal como um grande desempenho num miserável I Am Legend e falhando em Hancock que já de si tinha um enredo bastante mauzinho. Mostrando um lado humano tocante e desempenhando cenas (de destacar a ultima cena) que ficaram gravadas na memória durante muito tempo a quem visualizar este filme. De realçar ainda a interpretação de Jaden Smith, para quem não sabe este é filho de Will Smith, que faz o filme ter um brilho especial, pois são inúmeros os casos onde grandes argumentos ficam estragados com miseráveis interpretações de crianças.
The Pursuit Of Hapyness é um filme que nos mostra que tudo é possível (mesmo que isso signifique que quando uma situação está má, esta pode ficar pior) e ao mesmo tempo é uma lição de vida. Sinceramente ficou no meu top de filmes da minha vida e com certeza não sairá de lá.
“This part of my life, this little part, is called happyness.”
Nota Final: 8/10
Que cerimónia! A quantidade considerável de público que a cerimónia dos Óscares vinha a perder levou, este ano, a uma “lufada de ar fresco”. E muito graças a Hugh Jackman, que se revelou um anfitrião irrepreensível, bem como à compactação de algumas categorias técnicas, privando assim o espectador de uma noite enfadonha, como se vinha verificando à alguns anos Mas passando aos prémios... Nomeado para 10 categorias, “Slumdog Millionaire” sai como grande vencedor desta 81ª cerimónia dos Óscares arrecadando 8 estatuetas douradas que incluem as categorias de Melhor Realizador (Danny Boyle) e de Melhor Filme. Já o mesmo não se poderá dizer de “The Curious Case Of Benjamin Button” que foi mesmo o derrotado da noite. Nomeado para 13 categorias, acabou somente com 3, e todas elas de nível técnico. Passando agora para as categorias que premeiam os actores. A nível de actores secundários, não houve, pelo menos para mim, grandes surpresas. Penélope Cruz, como já disse anteriormente, deslumbrou em “Vicky Quanto aos actores principais, Kate Winslet e Sean Penn. Ela, já ia sendo tempo de ver reconhecido o seu valor. Uma excelente actriz que este ano nos brindou com interpretações de enorme intensidade em “The Reader” e “Revolutionary Road”, destronou potenciais candidatas como Angelina Jolie, e Meryl Streep (que já vai na sua 15ª nomeação ao Óscar). E Sean Penn... para muitos uma surpresa, pois tudo apontava para que fosse Mickey Rourke a levar o prémio para casa, conseguiu desta feita arrecadar o seu segundo óscar nesta categoria. E foi “indubitávelmente merecido”. O seu Harvey Milk dá-nos uma grande lição de vida, e o discurso de Penn, é também ele para ser escutado com atenção. Para concluir, de mencionar ainda que “The Duchess” conseguiu ganhar o Óscar para melhor Guarda-Roupa, “Milk” teve o seu segundo óscar na categoria de Melhor Argumento Original e “Wall-E” (que poderia até ter-se visto nomeado para a categoria de Melhor Filme) levou sem grandes surpresas o galardão de Melhor Filme de Animação. Para os amantes de documentários, ficam os nomes dos vencedores: “Man On Wire” e “Smile Pinki”. E assim culminou o ano cinematográfico de 2008. Um ano marcado por grandes filmes e por grandes representações, que fizeram cair lágrimas e soltar sorrisos. Da parte do Golden Ticket termina aqui a cobertura aos óscares, esperando que este ano nos marque novamente. Continuem por cá, abraços.
Melhor filme:
"Slumdog Millionaire"
Melhor realizador:
Danny Boyle - "Slumdog Millionaire"
Melhor actor:
Sean Penn - "Milk"
Melhor actriz:
Kate Winslet - "The Reader"
Melhor actor secundário:
Heath Ledger - "The Dark Knight"
Melhor actriz secundária:
Penélope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona"
Melhor argumento original:
Dustin Lance Black - "Milk"
Melhor argumento adaptado:
Simon Beaufoy - "Slumdog Millionaire"
Melhor filme de língua estrangeira:
"Departures" - Yojiro Takita (Japão)
Melhor filme de animação:
"Wall-E" - Andrew Stanton
Melhor documentário:
"Man on Wire" - James Marsh
Melhor documentário em curta-metragem:
"Smile Pinki" - Megan Mylan
Melhor curta-metragem:
"Spielzeugland (Toyland)" - Jochen Alexander Freydank
Melhor curta-metragem de animação:
"Maison en petits cubes" - Kunio Katô
Melhor direcção artística:
Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo - "The Curious Case Of Benjamin Button"
Melhor fotografia:
"Slumdog Millionaire"
Melhor montagem:
"Slumdog Millionaire"
Melhor caracterização:
Greg Cannom - "The Curious Case Of Benjamin Button"
Melhor guarda-roupa:
Michael O`Connor - "The Duchess"
Melhor banda sonora original:
A.R.Rahman - "Slumdog Millionaire"
Melhor canção:
"Jai Ho" (A.R. Rahman/Sampooran Singh Gulzar) - "Slumdog Millionaire"
Melhor mistura de som:
"Slumdog Millionaire"
Melhores efeitos sonoros:
"The Dark Knight"
Melhores efeitos especiais:
"The Curious Case Of Benjamin Button"
Ainda durante o dia de hoje será feito um comentário a estes resultados.
Canal Nacional (fechado)
Canal Estrangeiro (fechado)
Richard Jenkins é Walter Vale, um professor universitário de Connecticut que enviuvou recentemente e se vê obrigado a voltar a Nova Iorque para participar numa conferência sobre um artigo do qual é co-autor. Lá, encontra o seu apartamento ocupado pelo sírio Tarek (Haaz Sleiman) e pela senegalesa Zainab (Danai Jekesai Gurira), um jovem casal de imigrantes que, mais tarde se vem a descobrir, está ilegal no país. Depois de se aperceber que o casal fora enganado, Walter convida-os a permanecerem no apartamento até encontrarem outro lugar para ficar.
É este o ponto de partida para uma amizade entre o professor e Tarek, amizade essa que se aprofunda quando o músico sírio ensina a Walter as maravilhas da percussão (já antes Walter tentara uma incursão, falhada diga-se, pela aprendizagem do piano, uma vez que a sua mulher era uma exímia pianista e ele tentava a todo custo promover algo que mantivesse “viva” a sua memória). Mas esta nova e mais alegre fase da vida do solitário professor vê-se abalada com a prisão do amigo que enfrenta agora uma possível, e provável, deportação. Assim, Walter inicia, juntamente com Mouna Khalil (Hiam Abbass), mãe de Tarek, uma luta pela libertação deste mas... conseguirá atingir os seus propósitos?
A consistência do guião, as cenas de extremo bom gosto (nomeadamente as que denunciam a aproximação de Mouna e Walter e as que o juntam, com Tarek, a tocar tambor) bem como o final que foge a previsíveis clichês, fazem de “O Visitante” um filme interessante, bastante introspectivo e que vem abordar uma temática não muito explorada cinematográficamente: a imigraçao. De mencionar ainda as óptimas interpretações por parte de todos os actores que permitem à película manter-se longe do drama fácil, criando assim um ambiente discreto, envolvente e muitíssimo inteligente.
Um filme que faz claramente a diferença. A não perder!
“You can't just take people away like that. Do you hear me? He was a good man, a good person. It's not fair!”
Nota Final: 8 / 10
Os nossos leitores votaram e escolheram! Este poderá ser um exercício meramente especulativo, mas serve de aperitivo para a grande noite de domingo, e dá para tirar algumas ilações interessantes.
Agora é esperar pela noite de domingo, e assistir aqui no Golden Ticket à cerimónia de entregue dos Óscares!
Passado o dia de São Valentim, optei pela (penosa...) visualização de mais esta adaptação ao cinema de um romance de Nicholas Sparks, “O Sorriso das Estrelas”.
Ora, só esta minha afirmação poderia ser suficiente para afastar potenciais espectadores... e talvez com razão, pelo menos neste caso.
Diane Lane é Adrienne Willis. Mãe de dois filhos e recentemente separada do marido, vê a sua vida “complicar-se” quando este pretende obter o seu perdão e, assim, voltar para casa. Por forma a fugir à pressão da filha de ver os pais juntos novamente e encontrar um pouco de paz, Adrienne promete a uma amiga tomar conta da pensão que esta possui em Rodanthe, uma cidade litoral com pouca afluência turística nesta época do ano, e ainda para mais com a tempestade que se aproxima. É aí que Adrienne conhece Paul Flanner, o único hóspede da pensão. Paul é um cirurgião plástico que carrega a culpa pela morte de uma paciente... bem como uma instável relação com o seu filho Mark (James Franco).
Com uma empatia quase imediata, Adrienne e Paul encontram naquele fim de semana uma possibilidade de redenção e encontram consolo nos braços um do outro, iniciando um romance que mudará para sempre as suas vidas.
“Nights In Rodanthe” é assim um romance fácil, que apela à libertação de um par de lágrimas, falhando em diversos aspectos, não só técnicos (que deturpam a mensagem do filme, tornando-a num festival melodramático) como também a nível de interpretações (a destacar só James Franco, que tem crescido exponencialmente enquanto actor). Chegando por vezes a ser aborrecido e cedendo sempre a clichês, é o filme indicado para uma tarde de domingo... se não tiver nada melhor para ver.
Pormenor: o título brasileiro para o filme é “Noites de Tormenta”... e mais não digo.
“Do you even remember who you really are anymore?”
Nota Final: 4 / 10
Bem antes de começar aviso desde já que esta critica pode estar um pouco inflacionada, pois faço parte da legião que segue a história de Resident Evil desde o seu inicio, ou seja, desde 1996.
Depois de três filmes, digamos, falhados finalmente viram como Resident Evil poderia ser rentável no mundo da 7ªArte. Feito todo em CG, Degeneration finalmente traz-nos uma história directamente ligada com a de toda a série da Capcom, ao contrário da trilogia mal adaptada que Paul W.S. Anderson trouxe para o grande ecrã.
O enredo passa-se 7 anos após os incidentes em Raccon City e após o governo americano ter encoberto os verdadeiros factos desses mesmos incidentes. No aeroporto de Harvardville alguém solta o T-Virus e por coincidência estava presente Claire Redfield e o Senador David, contra quem a população estava. Leon Kennedy é enviado como agente especial para salvar todos sobreviventes do desastre. Após a operação, descobrem que o culpado do incidente é Curtis Miller, um suspeito de terrorismo, mas que na verdade só quer que o governo diga toda a verdade sobre os incidentes de Raccon City. Leon é informado que só dispõem de quatro horas para prevenir outro ataque e é na tentativa de prevenir outra catástrofe que Curtis injecta em si mesmo o poderoso e incontrolável G-Virus.
Utilizando actores reais para fazer os movimentos de todas as personagens, Degeneration consegue brilhar no seu campo e tendo em que o publico alvo era todos os fãs da série, o objectivo foi claramente conseguido. Talvez o aspecto gráfico poderia estar melhor, com muitos filmes actualmente a distanciarem de Degeneration neste campo. Há quem diga que o aspecto gráfico só faz provocar mais nostalgia aos espectadores, facto com que estou plenamente de acordo. Para concluir, de realçar que esta fita não passou no grande ecrã, seguindo directamente para dvd e blueray.
A quem interessar a informação, de referir ainda que muitos dos aspectos deste filme estarão directamente relacionados com o próximo jogo do ano, ou seja, Resident Evil 5.
Nota Final: 8/10
Hotel For Dogs: Baseado no livro homónimo de Lois Duncan, esta é a história de dois jovens orfãos cuja família de acolhimento não aceita cães na sua casa. Assim, eles decidem esconder o seu cão Sexta-Feira, juntamente com mais alguns cães vadios, num hotel abandonado que depressa se torna o sonho de qualquer canino.
The Pink Panther 2: As aventuras do Inspector Jacques Clouseau estão de volta e agora, ele não está sozinho. Acompanhado de um grupo de detectives internacionais, Clouseau tem como missão capturar um ladrão que pretende roubar o diamante Pantera-cor-de-Rosa.
Coraline: Coraline sonhava viver num mundo cheio de divertimento e liberdade, mundo esse que acaba mesmo por encontrar ao abrir uma estranha porta na sua nova casa. A princípio, a única coisa fora do normal que ela nota é o facto de as pessoas terem botões no lugar dos olhos mas, aos poucos, apercebe-se de que nem tudo é o que parece e que a sua vida corre mesmo perigo...
Outlander: Noruega, Era dos Vikings. Kainan, habitante de um planeta distante, vê a sua nave despenhar-se na região de Fjord. Consigo viajava Moorwen, uma selvagem criatura que escapou da nave e começou de imediato a espalhar a destruição pela região. Conseguirão agora Kainan e os Vikings destruir o monstro?
Estão abertas as sondagens nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor e Melhor Actriz.
Podem encontra-las na barra lateral do blog.
As votações encerram dia 19 às 23:59, e os resultados serão divulgados durante o dia a seguir.
Nomeado para o Óscar de Melhor Filme, e valendo a nomeação para Melhor Actriz a Kate Winslet, “O Leitor” é, a meu ver, um filme... morno.
Alemanha, 1958. Michael Berg (David Kross) tinha somente 15 anos. Agora, volvidos quase 40 anos (Ralph Fiennes), relembra um romance que manteve com uma mulher mais velha, Hanna Schmitz (Kate Winslet). Dócil mas ao mesmo tempo fria e distante, Hanna era uma apaixonada pela leitura. O facto de Michael ler para ela, permitiu aprofundar significativamente a relação de ambos. Mas chega o dia em que Hanna desaparece.
A espera dura 10 anos até que Michael a reencontra a ser julgada... por actos de natureza nazi. As cenas no tribunal são sem dúvida emotivas. Vemos como Michael se debate interiormente com os seus segredos e como começa a questionar-se... Até que ponto conhecera Hanna?
Colocando em causa a moralidade do ser, “O Leitor” é um filme longo e complexo... pecando talvez nesse ponto. Valendo-se de um ambiente característico de época (bem conseguido diga-se) perde um pouco a “fervura”, principalmente na parte inicial. Porém, devo mencionar um exponencial interesse na recta final. A dinâmica entre Michael e Hanna foi um toque interessante e muitíssimo inteligente na medida em que, com o desenrolar dos acontecimentos vamos tomando noção da real importância que aquela mulher teve na sua vida.
Mas, na minha óptica, o melhor do filme prender-se-á mesmo com Kate Winslet que tem aqui uma grande interpretação. A sua versatilidade para demonstrar as mais variadas emoções e características da personagem justificam amplamente a sua nomeação ao Oscar. As cenas em que Michael lê para Hanna são extremamente apelativas emocionalmente. Toda a expressão corporal da actriz mostra entrega àqueles momentos que tanto significam para a personagem, e isso é de louvar. Brilhante. Pena é que o filme não esteja inteiramente em pé de igualdade com o trabalho por ela desenvolvido pois, embora a temática me fosse ao início bastante atractiva, confesso... não me envolveu tanto como esperava.
Veremos qual a opinião da academia.
“It doesn't matter what I think. It doesn't matter what I feel. The dead are still dead.”
Nota Final: 7.5 / 10
Ora aqui está um filme, como o próprio nome sugere, curioso. Sem puder escapar aos vários spoilers que percorrem a Internet hoje em dia, já tinha noção da história que me aguardava. David Fincher realizador de obras primas como Zodiac e Fight Club, traz-nos um filme absolutamente fantástico e que nos prende ao ecrã do primeiro ao ultimo minuto.
“My name is Benjamin. Benjamin Button. And I was born under unusual circumstances.”
Tudo começa com uma senhora perto do leito da morte, acompanhada com a sua filha, Caroline (Julia Ormond). Esta pede-lhe para lhe ler um caderno, escrito todo ele à mão, que conta a história de um homem chamado Benjamin Button. Benjamin (Brad Pitt) é um recém-nascido, abandonado à porta de um lar de idosos, que apesar de ter um interior igual à sua idade, todas os seus detalhes físicos têm semelhanças com um homem de 80 anos. Contra todas as expectativas, Benjamin consegue sobreviver. Criado por Queenie (Taraji P. Henson), Benjamin cresce em harmonia, pois apesar de ser apenas uma criança, o seu aspecto confere-lhe uma semelhança absurda com os residentes daquela casa. Uma criança chamada Daisy (Cate Blanchett), neta de uma das residentes do lar, conhece Benjamin e os dois desenvolvem uma ligação especial.
“Your life is defined by its opportunities, even the ones you miss.”
Estes passam por encontros e desencontros. Enquanto um rejuvenesce, o outro envelhece. Ao longo da sua caminhada, Benjamin conhece o seu verdadeiro pai (Jason Flemyng), que perto da sua morte lhe revela essa mesma notícia e lhe deixa todos os seus bens (destacando-se uma fábrica de botões). Com o passar dos anos, as idades físicas e mentais de Benjamin e Daisy finalmente cruzam-se, e estes vivem uma relação extremamente bela durante alguns anos. Tendo consciência do que realmente era, Benjamin quando recebe a notícia que iria ser pai, percebe que aquela relação não estava destinada a durar para sempre.
Com um aspecto visual fantástico, The Curious Case Of Benjamin Button é um dos candidatos (senão O candidato) mais fortes a ser a verdadeira estrela dos Óscares 2009. David Fincher nunca em nenhuma das suas anteriores fitas tinha sido tão apaixonado como nesta. Realiza aqui um filme que consegue ser espectacular quase a todos os níveis desde a fotografia, os efeitos especiais, o ambiente, entre outros. De realçar também o cuidado com que foram tratadas todas as épocas que Benjamin Button atravessa, desde o grande bombardeamento japones em Pearl Harbor até à aventura do homem no espaço. Se muita boa gente diz que é um filme com uma grande duração e que tem partes dispensáveis, a verdade é que não o deverão ter observado com atenção, pois todos os momentos são deliciosos e completamente indispensáveis.
Em relação a interpretações, Brad Pitt e Cate Blanchett desenvolvem uma química fantástica durante todo o filme, o que lhes confere um brilhantismo muito especial. As mudanças visuais de Pitt estão perfeitas, a forma como relata a história e ainda como consegue interpretar de uma forma tão natural uma personagem que se adivinhava ao princípio bastante difícil, faz deste um dos mais sérios candidato ao óscar de melhor actor.
Poderia ainda dizer muito mais sobre este magnifico filme, mas a verdade é que se ficaram curiosos, o melhor é verem este obra de arte com os vossos próprios olhos.
“Along the way you bump into people who make a dent on your life. Some people get struck by lightning. Some are born to sit by a river. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim The English Channel. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people can dance.”
Nota final: 9/10
Antes de mais devo dizer que me surpreendeu bastante a não nomeação de “Revolutionary Road” na categoria de Melhor Filme (em detrimento de “The Reader”) porque, de facto, merecia.
Baseado no romance homónimo de Richard Yates, “Revolutionary Road” conta-nos a história de Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet), um casal que se encontra desiludido, e até mesmo revoltado, com o rumo que as suas vidas tomaram. Casados e pais de dois filhos, viram todos os seus sonhos e ideais caírem por terra.
Frank, que não quer seguir os passos do pai e ser o simples marido que tenta sustentar a sua família, e April, a quem não agrada minimamente a ideia de ser a perfeita dona de casa, planeiam viajar para Paris numa tentativa de combater esse vazio que se tornou a sua vida. Mas... estarão ainda a tempo?
A escolha dos protagonistas do filme não poderia ter sido melhor. Sente-se um amadurecimento da química entre DiCaprio e Winslet, o que lhes permite conferir às personagens uma credibilização do amor que os une, mas também a culpa que atribuem um ao outro pelo estado de decepção e apatia em que se encontram. A revolta que existe nos personagens está muito bem conseguida pois não se deixa cair no exagero (fácil em filmes do género dramático). De mencionar ainda a interpretação de Michael Shannon como John Givings, a única personagem que, no meio da sua “loucura”, conseguia compreender verdadeiramente o desespero do casal.
A fotografia, a discreta banda sonora, a filmografia, e o guião bem adaptado conferem uma sólida coerência a esta fita que funciona como crítica ao pré-estabelecido modo de vida da sociedade. Porque outrora, Frank e April foram aqueles jovens que disseram “nunca nos vamos moldar a nada, e nunca vamos deixar de perseguir os nossos sonhos”... mas não... deixaram muito por fazer. E é essa a abordagem que devemos fazer ao filme. Perceber até que ponto estamos cientes das nossas ambições, se estamos dispostos a lutar por elas contra todos os comodismos e, assim, não nos deixarmos subjugar ao “funcionamento” desta sociedade em que vivemos. Porque do tudo, se faz nada, em questão de segundos.
“I saw a whole other future. I can't stop seeing it.”
Nota Final: 8 / 10
Penélope, Javier, Woody e indubitávelmente... Barcelona!
Não só o casal de actores justifica amplamente as melhores das críticas pelos seus desempenhos nesta nova película do cineasta Woody Allen, como também Penélope merece inquestionávelmente o Óscar de Melhor Actriz Secundária.
Mas passemos à história. Vicky (Rebecca Hall) e
Tudo seria perfeito não fosse a chegada de Maria Elena (Penélope Cruz), a passional ex-mulher de Juan Antonio. Após uma tentativa de suicídio a também pintora volta a viver com o ex-marido e com
Contando como ninguém as peripécias de uma vida a dois... ou a três, e retratando de forma irrepreensível toda a vivência humana, Woody Allen tem neste filme uma comédia um pouco “parada” por vezes, mas que com o decorrer da acção, e a intervenção de Penélope, acaba por se converter num regresso competente do realizador americano. Mantendo a sua paixão pela essência feminina, Allen consegue assim transmitir visuais de paixões avassaladoras, comoções com a música das violas espanholas, e uma essência envolvente de uma narrativa na terceira pessoa.
Bonito visualmente, “Vicky
“The trick is to enjoy life, accepting it has no meaning whatsoever.”
Nota Final: 7 / 10
Quando ouvi falar deste filme fiquei em sobressalto! Um filme do produtor do "Lord Of The Rings"? Porque é que não se ouviu falar deste filme mais cedo? O certo é que, após ver a fita, percebi porquê. Mas primeiro, vamos à história.
Estamos na época dos Vikings na antiga Noruega. Tudo começa quando uma nave espacial cai sobre Fjord. A nave pertence a Kainan (James Caviezel), um soldado de outro mundo que ia numa missão de volta para o seu planeta. Mas este não vinha sozinho... a acompanhá-lo seguia uma criatura de outro planeta chamada Moorwen. Kainan, após ter sido feito prisioneiro por Wulfric (Jack Huston) e Rothgar (John Hurt), consegue ganhar a confiança dos mesmos e convence-os de que enfrentam uma terrível ameaça e partem para uma dura batalha contra Moorwen. De realçar ainda o envolvimento com a bela Freya (Sophia Myles), durante o avançar da história.
Este filme tinha a história, os cenários e até o ‘cast’. Mas na realidade fica muito aquém das expectativas. Talvez esteja a ser muito exigente, mas a verdade é que sublinharem o facto de este ser do produtor de "LOTR" com tanto êxtase só prejudicou o filme. Poderia ser algo de grandioso, mas peca por ter falta de melhores efeitos, tentar mostrar muito sangue em poucas batalhas (de pouca qualidade) e, verdade seja dita, até o próprio enredo apresenta algumas falhas, digamos, algo graves.
Não deixam de ser quase duas horas bem passadas, porém fica muito aquém das expectativas.
Nota final: 6.5/10
Quando comecei a ver este filme não sabia o que me esperava. Tinha mais ou menos noção do tema central da história mas nem sonhava os sentimentos que iria ter quando sai do cinema.
Estamos em plena Segunda Guerra Mundial. Em Berlim nada se parece passar, e Bruno (Asa Butterfield) vive clamorosamente a sua infância. Tudo muda quando o seu pai, um oficial do exército alemão, é promovido e toda a família muda-se para Auschwitz. Bruno durante muito tempo fica a sentir-se sozinho e sonha explorar a parte de trás da casa, desejo que é expressamente proibido pela mãe. Quando a mãe descobre que a nova casa é por trás de um campo de concentração revolta-se contra o marido, cuja promoção estava directamente relacionada com este campo, pois foi designado para o dirigir. Bruno cansado de não fazer nada consegue um dia explorar a trás da casa e todo o espaço circundante até que vai ter ao que ele julga ser uma quinta. Lá encontra, por trás do arame farpado, um rapaz judeu chamado Shmuel (Jack Scanlon). Estes desenvolvem uma amizade fantástica que floresce ao longo dos encontros que têm naquele lugar.
Baseado na obra de John Boyne com o mesmo nome desta fita, The Boy In The Striped Pajamas mostra-nos (e bem) aquela época de horrores sobre o olhar de uma criança. A representação fantástica de Butterfield dá um brilho especial a este filme realizado por Mark Herman. Este é um filme dramático, mas ao mesmo tempo carinhoso, pois a amizade entre uma criança alemã e uma criança judia era algo (naquela altura) considerado absolutamente catastrófico.
De realçar ainda o final, que nos deixa revoltados e perplexos com tudo o que o ser humano foi capaz de fazer num dos pontos mais críticos da sua história.
“Childhood is measured out by sounds and smells and sights, before the dark hour of reason grows.”
Nota final: 8/10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma