Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um velho reformado com mau feitio e como se isso não bastasse é veterano da Guerra da Coreia. A história começa quando a sua mulher morre e este começa a perceber que a sua vida é um pouco vazia. Não se dando bem com os seus filhos, estes só o querem para benefício próprio e após a morte da mãe, até a casa tentam arrebatar do pai. Porém a sua vida muda quando um rapaz asiático chamado Thao (Bee Vang) tenta roubar o seu Gran Torino de 1972 como um teste para entrar num gang. Falhado o teste, Thao tenta afastar-se do seu primo (o ‘patrão’ do gang), mas este quer Thao à força.
Uma noite, Walt defende Thao de ser levado à força pelo gang e fica conhecido como uma espécie de herói de bairro. Vivendo numa família tradicional, Thao é obrigado a trabalhar para Walt de forma a se redimir da tentativa de roubo do Torino. Embora ao princípio Walt recuse a ideia (além das qualidades que enumerei no princípio, Walt era ainda um grande racista) por não se querer envolver com aquela gente, este acaba por ceder, e ambos iniciam uma bonita e estranha amizade. Walt acaba por perceber, com todas as boas acções da família de Thao, que tem mais em comum com estes do que com a sua própria família.
Clint Eastwood na minha opinião está melhor e mais vivo que nunca. Depois de um Changeling tão aclamado pela critica Eastwood realiza e contracena neste belíssimo Gran Torino. Este filme é um hino ao cinema clássico principalmente por causa dos toques de Eastwood: a imagem e a fotografia cuidadosamente feitas mostram um filme em que todas as cenas têm uma beleza inconfundível e existe um tempo especifico para o espectador apreciar o que está a ver.
Em relação a desempenhos no ‘cast’, além dos dois anfitriões de Gran Torino, não existe mais nada a destacar pois a grande maioria deste era amador e fazia a sua primeira aparição no grande ecrã. Clint Eastwood não nos desilude tendo um desempenho como nos habituou ao longo da sua carreira. Com diálogos absolutamente fantásticos que tanto nos podem fazer rir ou deixar com a lágrima no canto do olho, Eastwood faz aqui a sua última aparição como actor no grande ecrã. Bee Vang embora não tenha um desempenho de encher o olho, consegue não ficar extremamente diminuído perante a grandeza do actor com quem fazia dupla.
Gran Torino é um filme que aborda questões étnicas e todas as questões que rondam a vida humana acerca do assunto. Além disso, este filme é sobre a afirmação de uma pessoa no mundo e como por vezes o papel de alguém como Walt nos transforma e nos dá um novo rumo na vida e, quem sabe, uma nova forma de pensar sobre o papel da morte nesta.
Não posso terminar sem referir ainda o génio de Eastwood ao ser a voz da música com que termina o filme, que no mínimo deveria ter sido nomeada pela Academia dos Oscares para Melhor Banda Sonora Original. Aliás gostava de perceber como este filme não obteve nem uma nomeação pela Academia. Clint Eastwood irá deixar saudades no grande ecrã, mas com certeza ira-nos continuar a premiar com grandes obras numa cadeira atrás das câmaras.
“The thing that haunts a man the most is what he isn’t orderer to do.”
Nota Final: 9/10
Street Fighter: The Legend Of Chun-Li: Mais uma adaptação para o cinema dos conhecidos jogos de luta da Capcom, desta feita sobre a agente da Interpol Chun-Li (Kristin Kreuk).
He’s Just Not That Into You: “Mas porque é que ele não liga?”. “E o que impede a nossa relação de avançar?”. Uma comédia sobre estas e outras questões que são levantadas diáriamente por um grupo de residentes em Baltimore enquanto atravessam diferentes fases nos seus relacionamentos.
Monsters vs. Aliens: Susan Murphy é atingida por um meteorito radioactivo e transforma-se num monstro gigante. Após ser enviada para instalações secretas do Governo, Susan junta-se a um estranho grupo de criaturas como última solução para combater uma invasão extraterrestre que pretende destruir o Mundo.
Eden Lake: Steve e Jenny, um jovem casal londrino, decidem passar uns dias na localidade de Eden Lake, mas um grupo de adolescentes com que se cruzam vai fazer tudo para tornar a sua vida num inferno... Conseguirão eles escapar à brutalidade dos jovens?
Última Parada 174: Sandro do Nascimento era um divertido jovem brasileiro, até o assassinato da sua mãe o mudar por completo. Marisa é uma mãe que vive presa à memória do filho que lhe foi roubado ainda bebé. As suas histórias cruzam-se no dia em que Sandro faz reféns dentro do autocarro 174.
Carmen (Diane Lane) e Wayne (Thomas Jane) são um casal com problemas e estão à beira da ruptura. Não podem ter filhos e a relação entre os dois está degradada. Armand Degas (Mickey Rourke) é um assassino da máfia em fase final de carreira que já só aceita trabalhos quando a questão financeira lhe agrada. A sua vida ganha outro sentido quando lhe aparece à frente um ladrão sem qualidade, Richie Nix (Joseph Gordon-Levitt). Armand decide então tomar Richie como seu aprendiz. Richie tinha no entanto feito uma pequena chantagem com um corrector de imóveis, e no dia em que foi cobra-la com Armand, Carmen e Wayne estavam no sítio errado à hora errada.
Armand começa então uma perseguição ao casal pois tinha uma regra: ninguém podia ficar vivo que tivesse visto a sua cara nas cenas do crime. Carmen e Wayne são postos então no programa de protecção de testemunhas, mas nem isso os irá pôr a salvo da dupla de assassinos.
Adaptado do romance policial de Elmore Leonard, John Madden traz-nos um filme que irá despoletar diversas opiniões. Se por um lado tem boas interpretações, por outro lado a história e a realização ficam um pouco aquém das expectativas.
Killshot é um filme morno, que apesar de John Madden ter optado por uma imagem um pouco sombria, não chega para ficar de olhos pregados no ecrã. Outro ponto negativo recaí na banda sonora que não cativa o espectador minimamente. Mas quanto aos desempenhos dos actores já é outra conversa. Diane Lane consegue ter aqui um bom desempenho pois consegue transmitir sempre o medo do ser humano ao ser confrontado em situações de morte. Joseph Gordon-Levitt faz um papel muito bom, sempre muito eléctrico e é muito graças a ele que o filme não recaí na monotonia. Mickey Rourke parece mesmo ter renascido dos mortos, fazendo o papel de assassino que luta contra os seus próprios fantasmas e que no final é vencido pelos mesmos.
Não é um mau filme, mas certamente não irá estar na minha prateleira de DVD’s quando este chegar às lojas.
Nota Final: 7/10
Antes da guerra entre vampiros e lobisomens ter lugar, uma nova raça surgiu: os Lycans. Ao contrário da primeira linhagem de lobisomens, os Lycans podiam reverter o processo de transformação, e tinham em si uma parte humana que os distanciava em força e perícia dos elementos da outra espécie. O primeiro, foi Lucian (Michael Sheen).
Por misericórdia, ou talvez por ideiais de poder futuro sobre tal espécie, Viktor (Bill Nighy), o líder dos vampiros, poupou-lhe a vida, tomando-o como seu protegido. Mas a paixão de Lucian pela filha de Viktor,
Enquanto prequela, “Underworld: A Revolta” revelou-se um projecto arriscado, mas o facto de não fugir muito ao estilo a que já nos habituou esta agora trilogia, torna-o num filme competente dentro do seu género cinematográfico, e permite preencher algumas lacunas na história mencionada nos “primeiros” dois filmes.
A nível de elenco, a protagonista Rhona Mitra, embora não consiga fazer esquecer Kate Beckinsale, revela-se a um bom nível para o papel, à semelhança de Michael Sheen que repete uma convincente performance. Já Bill Nighy, é o carisma personificado. Simplesmente perfeito.
Assim, embora com alguns pontos baixos a nível de diálogos menos conseguidos, efeitos especiais algo confusos e planos de acção mal executados, a história não irá certamente desiludir os seguidores dos dois filmes anteriores, provando uma vez mais que a saga de “Underworld” continua a ser dos melhores e mais rentáveis retratos da dinâmica vampiros/lobisomens. E o título de blockbuster ninguém lho tira.
“We can be slaves, or we can be... LYCANS!”
Nota Final: 6.5 / 10
Após um longo interregno, a revista "Improp" da Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa regressa com ambições de se manter por muito tempo.
Nesta, uma das páginas culturais esta a cargo do "Golden Ticket" que também tem ambições: satisfazer os leitores e acompanhar a evolução da revista.
Após este passo (a passagem da internet para o papel) que consideramos muito importante, resta-nos agradecer ao responsável pela zona cultural (Rafael "Açoriano") pela oportunidade e esperar corresponder as expectativas sempre que solicitados.
(Para ver com mais detalhe carrega sobre a imagem)
Após o grande Casino Royale a saga de 007 ganhou um novo fôlego. Daniel Craig apresentou-se numa performance excepcional e fez correr muita tinta a elogiar essa mesma performance. Assim Quantum of Solace apresenta-se ao publico com as expectativas altas e na minha opinião não as deixou ao acaso.
O enredo começa no exacto momento aonde Casino Royale acabou. James Bond (Daniel Craig) tenta a todo custo escapar a uma alucinante perseguição e entregar à MI6 o quase anónimo Mr.White (Jesper Christensen). Após um interrogatório falhado por causa de um agente desleal à agência, Mr.White consegue escapar. Bond parte então numa jornada em que tem de cumprir ordens de M. (Judi Dench), mas ao mesmo tempo sem esquecer a sua sede de vingança pela morte de Vésper Lynd. Deixando um rasto de sangue por onde passa, Bond encontra informações sobre uma companhia chamada Quantum, que é desconhecida tanto à Mi6 como à CIA. Bond conhece Camille (Olga Kurylenko) que o ajuda contra Dominic Greene (Mathieu Amalric), apesar de ela própria andar a procurar a sua vingança pelo assassinato do seu pai.
Quantum of Solace é um filme curto quando comparado com praticamente todos os outros títulos da série mas será que é significado de um filme mais fraco? Claro que não. Em pouco mais de 100 minutos de cortar a respiração, este 22º filme da saga 007 tem tudo o que se deseja num filme de acção. Com cenas de acção e perseguições absolutamente fantásticas, Marc Forster consegue atingir os seus objectivos embora não atingindo a grandiosidade de Casino Royale.
Daniel Craig mostrou um lado do agente secreto mais famoso do mundo que eu nunca tinha visto: o lado humano. Craig faz transparecer toda a raiva e espírito vingativo que uma pessoa sentiria ao passar pelos acontecimentos de Casino Royale. Demonstra mais uma vez aqui que é candidato ao melhor Bond de sempre. Talvez a maior desilusão do filme recaía sobre a Bondgirl, Olga Kurylenko, que apesar de alguns apontamentos não conseguiu transmitir a importância que uma Bondgirl normalmente tem no desenrolar do filme. Talvez nesse aspecto Gemma Arterton salte mais à vista no papel da belíssima agente Strawberry Fields. Já agora a titulo de curiosidades Gemma estará no próximo filme Mike Newell, o esperado Prince Of Persia: The Sands of Time.
Para finalizar, destaco o créditos iniciais do filme acompanhados da belíssima musica Another Way To Die de Alicia Keys e Jack White.
Nota Final: 8/10
É verdade, o Golden Ticket passa também para o papel.
Já a partir de dia 27 de Março, na Revista Improp da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com distribuição gratuita, estará disponível, não só o top do mês anterior ao da edição da revista, como ainda a critíca de um dos filmes.
As páginas serão disponibilizadas aqui no vosso Blog para que possam acompanhar-nos em mais esta etapa.
Continuação de bons filmes, sempre na nossa companhia ;)
No passado ano, Steven Soderbergh produziu uma película de 4 horas e 28 minutos de duração, dividida em duas partes, que se centra na história de uma das mais carismáticas figuras políticas de todos os tempos: Ernesto “Che” Guevara (Benício Del Toro).
Valendo-se de saltos temporais aleatórios, esta primeira parte da fita aborda desde a entrada do argentino para as tropas de Fidel, até à sua participação na revolução cubana, em 1959, e ao dia em que discursou como representante de Cuba, nas Nações Unidas, em 1964.
Médico, soldado, político, o homem que foi considerado uma das personalidades mais importantes do século XX pela revista Time, é aqui retratado de forma isenta de potênciais tendências mais ou menos abonatórias. Benício Del Toro tem uma interpretação invejável, jogando com o seu semblante carregado, mas ao mesmo tempo cativante, que permite expôr o vasto leque de facetas de um homem encarado como assassino por uns, e herói por outros. Todo o restante elenco revela-se competente nas suas prestações, conferindo consistência ao filme.
Visualmente agradável, introspectivo, numa latente pacatez de narrativa, “Che, O Argentino” vale-se ainda de imagens reais para conseguir a solidez necessária à história. O cuidado com a fotografia não foi esquecido, verificando-se um jogo de imagens coloridas com outras a preto e branco, para enaltecer emoções, e demarcar os espaços temporais em que a história se encontra.
De referir ainda que a banda sonora, embora discreta, é a mais indicada, apresentando-se somente em determinados momentos. E foi boa a metodologia de manter o espanhol como língua dominante da fita.
Em tom conclusivo, penso que o único senão é mesmo a falta de dinâmica em determinadas cenas. Mas é sem dúvida um filme bem conseguido, e das mais interessantes estreias desta semana. Fico à espera da segunda parte.
“Patria o muerte!”
Nota Final: 7.5 / 10
Documentário, com contornos de thriller, que retrata a história fantástica de um homem... sonhador. Bastante enérgico, desde miúdo trepava às árvores sendo um apaixonado por alturas e pela adrenalina que lhe proporcionava. Vive desde os dezassete anos com um objectivo na cabeça: realizar o seu sonho de unir as torres do World Trade Center por um arame e atravessá-lo. O nome deste homem é Philippe Petit.
Na minha ultima ‘pancada’ por fitas em que o sangue impera, decidi ver este Punisher: War Zone. Não vi o primeiro e sinceramente não senti falta de o ver pois a história do mesmo torna-se fácil de entender neste segundo capitulo d’O Justiceiro.
Frank Castle (Ray Stevenson) é uma espécie de herói que vive na noite da cidade fazendo justiça com as próprias mãos. Os seus métodos são questionáveis, mas a verdade é que é bem sucedido. Em busca de assassinar Billy Russoti (Dominic West), Frank deixa-o seriamente desfigurado e assim cria um inimigo bem mais impiedoso que se dá pelo nome de Jigsaw e como senão bastasse mata acidentalmente um agente do FBI sob disfarce o que leva a ter no seu encalço toda a força policial. Tentando proteger a família do agente falecido, Frank vê-se obrigado a confrontar um exército com todo o tipo de inimigos que coleccionou ao longo da sua ‘carreira’.
Visualmente bom, Punisher: War Zone vive de acção sem parar, com muitos tiros, sangue e membros do corpo humano a voar pelo ecrã. Creio que este filme foi feito mais para render o peixe da primeira fita, e suponho que os fãs do género não ficarão desiludidos. Ray Stevenson faz o seu papel razoavelmente. Já por sua vez, Dominc West surpreendeu-me pela positiva, fazendo aqui uma boa representação e dando outro ar a um filme que sem provavelmente nem as cenas da acção seria salvo.
Por fim gostaria ainda de destacar a banda sonora do filme que esteve bastante boa acompanhando todas as cenas na perfeição, não deixando o espectador cair na desatenção.
Nota Final: 6.5/10
Trevor Reznik (Christian Bale) trabalha como operador de máquinas na National Machining e, por sofrer de uma insónia crónica, não dorme à sensívelmente...um ano. A perda de peso e o sentimento de desnorte em algumas situações são bem representativos desse distúrbio. Mas a situação piora quando Trevor se vê envolvido num acidente de trabalho que custa um braço a um colega seu.
Trevor desculpabiliza-se dizendo que tudo não passou de uma distracção causada por um outro trabalhador, Ivan, de quem, curiosamente, não existem quaisquer registos na empresa. Será que finalmente as insónias estão a levar a melhor sobre Trevor deturpando-lhe assim o seu próprio discernimento?
Filme complexo e com bons diálogos, “O Maquinista” impressiona bastante o espectador. Um ponto de referência desse sentimento será, por exemplo, a excessiva magreza do protagonista (Christian Bale apresenta-se com um peso de cerca de 54kg para o filme, após ter perdido cerca de 28kg), mas também o ambiente “noir” que a fita consegue transmitir.
A fotografia também está muito bem conseguida, pois a monotonia cromática ajuda no desenvolvimento dos imprevisíveis contornos deste thriller psicológico. A nível de interpretações, Christian Bale está, como sempre, irrepreensível, justificando uma vez mais porque é já considerado um dos melhores actores da sua geração. Simplesmente brilhante.
Apelando a um substancial exercício mental por parte do espectador, “The Machinist” é sem dúvida um bom filme e irá agradar a fãs do género, e não só. A registar.
“Right now I wanna sleep. I just want to sleep.”
Nota Final: 8 / 10
Funcionando como um hino à cultura actual, “Crepúsculo” conta-nos a história do vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson) e de Isabella Swan (Kristin Stewart), uma tímida adolescente de 17 anos que, deixando para trás a sua casa em Phoenix, onde vivia com a mãe e o padrasto, chega à pequena cidade de Forks para viver com o pai.
Bem acolhida pelos seus colegas de liceu, Bella rapidamente cria um bom grupo de amigos. Contudo, o mesmo não se pode dizer em relação a Edward, que no primeiro dia parece tudo menos disposto a manter qualquer tipo de relação com Bella. Porém, o interesse que despertam um no outro fala mais alto e os dois acabam mesmo por se apaixonar... Mas irá Bella afastar-se de Edward ao descobrir a sua condição de vampiro?
Com bons planos de acção (recordo-me da cena em que a familia de Edward joga basebol na floresta, por exemplo), o filme conta ainda com boas interpretações, especialmente dos protagonistas que conseguem uma química perfeita das suas personagens. O facto de conseguirem transmitir diversas emoções com um simples olhar (por mais clichê que isto possa parecer, porque o é, de facto) fazem da sua dinâmica uma clara mais valia para a película.
Já a nível técnico, posso afirmar que algumas transições de cena estão menos bem conseguidas. Ainda assim, o facto de os efeitos especiais não se revelarem exagerados (a cena em que Edward se expõe à luz solar é prova disso mesmo), e a luz e fotografia do filme serem na sua maioria desenhados em tons “mortos”, crús e pálidos, conferem o ambiente ideal para fitas com este tipo de temática.
Assim, não é de estranhar que esta adaptação para a sétima arte do primeiro livro da série de ficção “Luz e Escuridão” de Stephenie Meyer, mereça destaque dentro de filmes do género. Comercial sim, mas não necessáriamente mau. Aliás, longe disso.
Embora não seja inteiramente fiel ao livro (deixa-se cair na lacuna de algumas cenas que explicariam melhor determinadas questões, nomeadamente o quase impossível envolvimento físico de Edward e Bella) certo é que merece uma oportunidade. E a meu ver, não se vão arrepender.
“No one will surrender tonight, but I won't give in. I know what I want.”
Nota Final: 7.5 / 10
Este filme de Rupert Wyatt passou um pouco despercebido, mas a verdade é que esse facto não demonstra a grandiosidade deste filme. Para quem gosta de fugas da prisão do género de Prison Break, tem aqui um óptimo filme que prende os olhos ao ecrã do primeiro ao último minuto.
Frank Perry (Brian Cox) é um presidiário condenado a 12 anos sem direito a liberdade condicional. Este tenta desesperadamente enviar correspondência à sua filha mas todas as cartas são enviadas para trás. Conformado com a situação, a vida de Frank muda quando pela primeira vez recebe uma resposta e é informado que a sua filha se encontra ligada ao mundo da droga, e num elevado grau de toxicodependência. Frank começa então a reparar que existem falhas na estrutura da prisão, e começa seriamente a pensar a sua fuga. Para isso tenta reunir uma equipa com características individuais únicas e através de planeamentos feitos com peças de dominó, este vão tentar escapar da prisão.
Contando a história através de flashforwards (como aconteceu em Lost), The Escapist apresenta a vida na prisão e todos os obstáculos que existem para aqueles que não são ‘importantes’. Brian Cox tem um desempenho notável (ganhou o prémio de melhor actor no Fantasporto) e faz-se acompanhar ainda com a excelente interpretação de Joseph Fiennes.
Para terminar, gostaria de realçar ainda o fantástico twist final que deixa o espectador boquiaberto com a ideia de que factos que eram adquiridos, no final não passaram quase de que uma mera ilusão.
Nota Final: 7.5/10
Sempre a inovar, agora o Golden Ticket tem um canal youtube. Ainda em manutenção, nele podes encontrar todos os trailers dos filmes aqui criticados, bem como vídeos feitos por nós.
http://www.youtube.com/user/GoldenTicketBlog
Inscrevam-se no canal e adicionem-nos como amigos se desejarem.
E se de repente... perdesse a visão?
É esta a premissa de “Blindness”, a adaptação cinematográfica do livro “Ensaio Sobre A Cegueira” do Nobel da Literatura, José Saramago.
A história tem início quando, sem razão aparente, várias pessoas começam a perder a visão. Sem conseguir perceber o que realmente se passa, o governo opta por colocar em quarentena, num hospital abandonado, todos aqueles que ficaram cegos. Julianne Moore interpreta a única personagem que, embora não sofra da “doença”, vai para o hospital por forma a acompanhar o marido, um médico interpretado por Mark Ruffalo. Lá, ela acaba por se tornar o pilar de apoio dos doentes confinados àquelas quatro paredes...
Embora tenha reconhecido em Mark Ruffalo características que me deixaram inicialmente desagrada com a sua prestação certo é que, com a continuação do filme, ele conseguiu a merecida “redenção”, tornando mesmo a sua personagem numa das mais complexas e interessantes. Já Julianne Moore está perfeita no papel. A sua inexpressividade em algumas situações não deixam antever as ideias e acções futuras da personagem, o que acaba por prender o espectador. O restante elenco revela-se competente, nomeadamente Danny Glover e Gael Garcia Bernal.
A nível técnico, há que mencionar aquele que, para mim, é o aspecto mais significativo: a fotografia. A fotografia do filme é de uma crueza impressionante, conferindo bastante realismo à fita. As cenas do hospital roçam mesmo o perfeito pois conseguem fugir a planos bonitos, focando-se numa vertente mais suja, fria e decadente, perfeitamente descritiva da situação em que as personagens se encontram.
“Blindness” é assim, uma adaptação bem conseguida, com toques de cariz apocalíptico, que consegue ser bastante “pesada” em algumas cenas. Recordo-me de uma em particular que envolve as mulheres que se encontram no hospital e que, por forma a obterem comida, se vêem numa situação completamente degradante para qualquer ser-humano. Quem teve oportunidade de ler o livro, ou ver o filme, saberá certamente a que cena me refiro.
É um bom filme, e prova disso, é que teve a capacidade de comover mesmo o próprio Saramago.
“The only thing more terrifying than blindness is being the only one who can see.”
Nota Final: 8 / 10
Tony Ramos e Glória Pires interpretam Cláudio e Helena, um bem disposto casal que, embora feliz, entrou na famosa fase da “rotina”. Ele, desgastado com a provável venda da agência de publicidade onde trabalha, e ela, preocupada em orientar um coro de crianças que terá uma apresentação dentro de poucos dias, simplesmente não dão o valor merecido ao que cada um faz no seu tempo livre e laboral.
Um dia, ao verbalizarem em uníssono esse sentimento, e ao dar-se o alinhamento dos três primeiros planetas do sistema solar, as suas identidades são trocadas: a delicada Helena encontra-se agora no corpo do marido, e este, no corpo da mulher. A cena onde o casal se apercebe dessa situação é hilariante e arrancará certamente boas gargalhadas ao espectador, especialmente pela actuação de Tony Ramos.
A partir daí desenrola-se uma série de confusões e peripécias que, no final, ensinará o casal a respeitar-se enquanto indíviduos e a serem também eles intervenientes nas diversas facetas da vida de cada um.
Tony Ramos, como já mencionei anteriormente, consegue das cenas mais hilariantes do filme, estando particularmente a um bom nível (à semelhança de Glória Pires). Já Patrícia Pillar penso que foi desaproveitada. Um dos momentos altos tem-na como protagonista, daí esse meu reparo. São mais os nomes conhecidos desta produção, nomeadamente Thiago Lacerda, Lavínia Vlasak, Danielle Winits entre outros que desempenham competentemente os seus papeís.
Com uma história já muito vista, cedendo sempre a clichês, e sendo bastante previsível, certo é que este “Se Eu Fosse Você” acaba por ser uma boa comédia cujo objectivo é claramente alcançado: dispôr bem o espectador.
“Você, só pensa em você. Esse é que é o problema. Se eu fosse você!”
Nota Final: 5.5 / 10
Preciso de alguém que me bata com toda a força possível. Como é possível nunca ter visto este filme? Agora a sério. Preciso de um calmante. Esta pequena maravilha da 7ª arte que nos é trazida pelas mãos de Christopher Nolan é um dos filmes mais confusos e fantásticos que eu vi em toda a minha vida.
Leonard (Guy Pearce) quer vingar a violação e assassinato da sua mulher. O problema é que derivado a esse acontecimento, Leonard sofreu uma violenta lesão na cabeça e ficou com um estranho problema ao nível de memória, ou seja, embora até ao assassinato da sua mulher ele se lembre de tudo, após isso ele não se lembra de nada. A sua memória vai-se apagando em intervalos de tempo bastante curtos e para contornar esse problema Leonard utiliza um sistema de fotografias de pessoas e factos que conhece (onde faz pequenos apontamentos) e ainda tatuagens pelo seu corpo. Através deste sistema Leonard tenta ter uma vida rotineira, onde esta só tem como objectivo procurar o assassino da sua mulher.
Christopher Nolan traz-nos um filme algo fora do normal o que lhe dá ainda mais beleza. A história em Memento é contada do fim para o princípio, o que exige ao espectador um esforço redobrado em relação aquilo que está a ver, o que na verdade prende os olhos ao ecrã do primeiro ao último minuto. Sinceramente o único ponto negativo vai para a banda sonora, pois esta num filme tem o objectivo de prender o espectador ao ecrã e neste filme nem se consegue dar por ela, não por o filme ser bom mas esta ser praticamente inexistente. De realçar ainda o fantástico final que Nolan nos deixa, fazendo-nos reflectir durante um tempo sobre o que realmente foi o filme todo.
Em relação ao trio principal de personagens, o desempenho destas roçam quase o perfeito. Guy Pearce, que já me tinha surpreendido no recente Traitor, tem uma perfomance excelente e representa uma personagem que é bastante difícil, mostrando sempre um sentido de desorientação muito bom. Carrie-Anne Moss foi para mim uma boa supresa pois nunca a tinha visto fora da triologia de Matrix. Por fim, Joe Pantoliano que sinceramente não é um actor que aprecie, tem um desempenho bastante bom, ao manipular de forma inteligente a personagem de Guy Pearce.
Uma pequena curiosidade: o DVD de Memento, contém um extra com o filme todo contado com a ordem correcta, ou seja, de trás para a frente.
“Ok, so what i’m doing? I’m chasing this guy! No. He's chasing me.”
Nota Final: 9/10
Bella: José, uma ex estrela do futebol, trabalha agora como cozinheiro num restaurante mexicano. À sua memória vem um dia que partilhou com Nina, também ela empregada no restaurante, em Nova Iorque, e como esse dia mudou a sua vida para sempre. Uma história a provar que, muitas vezes, só apreciamos algo quando o perdemos.
Man on Wire: Documentário que narra a aventura de Philippe Petit, que em 1974 andou durante uma hora sobre um cabo de ferro suspenso entre as duas torres do World Trade Center e sem qualquer equipamento de segurança. Posteriormente ele e os seus 'cúmplices' foram presos pela policia.
Palermo Shooting: Finn é um requisitado fotógrafo que, numa tentativa de começar uma nova vida, viaja desde Dusseldorf até Palermo. Lá, Finn encontra o amor... mas também um atirador que o persegue com propósitos de vingança...
Watchmen: Encontramo-nos em 1985, numa América que via os super-heróis como fazendo parte da sociedade. Porém, algo de estranho se passa... Quando um dos seus antigos colegas é assassinado, o vigilante Rorschach decide investigar, descobrindo uma conspiração que tem como objectivo aniquilar e desacreditar todos os super-heróis...
Bobby Z: Este filme de acção tem como protagonista Paul Walker. Assumindo o papel de Tim Kearney, um ex marine actualmente preso, este tem oportunidade de sair em 'liberdade' caso assuma a identidade de Bobby Z, um dos maiores barões de droga na Califórnia. Esta 'missão' imposta pelo policia Tad Gruzsa (Laurence Fishburne) acaba por não correr bem uma vez que, Tim apercebe-se que todos o querem ver morto, acabando por ter de fugir com o filho do verdadeiro Bobby Z.
1925. Kitty (Naomi Watts) e Walter (Edward Norton) recortam a vibrante, mas ao mesmo tempo tranquila, paisagem de uma China remota. Mas alguém parece contrariado...
Para fugir ao sustento dos pais e provar à mãe que era capaz de encontrar um bom partido, Kitty casa com Walter embora nunca o tenha amado. Assim, não é de estranhar que pouco tempo depois acabe mesmo por cometer adultério. Ao descobrir tal facto, o dedicado bacteriologista, por forma a “castigar” a mulher, decide levá-la consigo para a aldeia de Mei-Tan-Fu, um actual epicentro da epidemia da cólera. É aqui que Kitty toma consciência que, afinal, há muitas coisas que desconhece do marido e que a vão fazer apaixonar-se por ele.
Baseado no romance homónimo de Somerset Maugham, “O Véu Pintado”, embora aspire a ser um épico, não alcança inteiramente esse objectivo. Devo assumir, contudo, que “dá cartas” em vários parâmetros, nomeadamente a nível da fotografia, sonoridade, planos de acção, e todo um ambiente contido que a fita consegue transmitir.
O facto de ser bastante lento na primeira hora, mesmo que apresentado por flasbacks de uma das personagens principais (uma metodologia que, a meu ver, permite uma abordagem interessante), deixa aquele sentimento de que falta qualquer coisa. Mas, entenda-se, é crucial para compreender a história presente.
É um bom filme, bonito visualmente, com boas interpretações quer dos actores locais, quer de Edward Norton e Naomi Watts (curiosamente, os produtores da película) que conseguem abordar várias características das suas personagens, mas sem nunca caírem no exagero. Imperdível não digo, mas a sua visualização não se poderá de forma alguma considerar tempo perdido. Digno de registo.
“When love and duty are one, grace is within you.”
Nota Final: 7 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma