É facto que muitos dos filmes com temáticas homossexuais são característicamente pesados e com finais trágicos. Porém, é bom verificar que aos poucos as comédias românticas começam a aparecer sem grandes controvérsias, permitindo ao espectador um mais vasto leque de géneros cinematográficos dentro do já referido tema.
A premissa deste “I Can’t Think Straight” é bastante simples. Leyla (Sheetal Sheth) é uma jovem indiana, introvertida, mas extremamente criativa. Tem na escrita o seu mundo, o que lhe permite fugir um pouco à elevada protecção e preocupação dos pais. Já Tala (Lisa Ray) é uma mulher palestiniana, independente e que vai já na sua 4ª festa de noivado... sendo que nenhuma passou disso mesmo pois a jovem sempre acabou por desfazer os enlaces.
Tudo seguiria o seu rumo, não fosse o facto de Leyla namorar com Ali (Rez Kempton), o melhor amigo de Tala. Ao conhecerem-se, a empatia entre as duas jovens é imediata e rápidamente progride para algo mais... Mas estarão elas preparadas para enfrentar o preconceito das famílias, dos seus próprios costumes e religiões?
Com falhas visíveis no nível interpretativo da maioria dos actores, nomeadamente na prestação quase mecânica de alguns deles, certo é que a química e competência das duas protagonistas consegue “encher” o ecrã por forma a permitir ao espectador aproveitar inteiramente o factor de entretenimento que o filme pretende transmitir.
Filme esse que poderia ser um melhor produto, não fosse o ritmo demasiado “apressado” que transmite e que acaba por deixar o espectador com a sensação que, com um pouco mais de tempo de exploração do guião, a história teria ganho uma melhor abordagem.
Ainda assim, com uma fotografia cuidada, e uma agradável banda sonora, “I Can’t Think Straight” revela-se uma comédia simples, leve, que dispõe bem, e que com certeza não será uma má experiência.
“Slept with a woman while my fiancé makes wedding preparations? Nope, never done that before.”
Nota Final: 6.5 / 10
O realizador Mike Cahill traz-nos com este “King Of California”, a história de Miranda (Evan Rachel Wood), uma jovem de 16 anos que vive sozinha, trabalhando no McDonalds, e que tem agora de se moldar a uma nova situação: o regresso a casa do seu pai, Charlie (Michael Douglas). Após obter alta da clínica psiquiátrica onde esteve internado, Charlie procura a todo o custo recuperar, ou direi antes, construir, uma relação com a filha.
E para aproximá-los existe um segredo que, para Charlie, se vai revelar mesmo a maior busca da sua vida: a procura por um tesouro espanhol que se encontra enterrado sob um supermercado próximo da localidade onde vivem. Todas as peripécias desenrolam-se a um ritmo ora roçando a comédia, ora focando pontos com alguma carga dramática, mas que são imprescindíveis para a (re)aproximação dos personagens principais.
Michael Douglas brinda-nos com uma interpretação sincera, inspirada e extremamente bem estruturada, bem como Evan Rachel Wood, que consegue bons pormenores. O carisma da actriz não deixa margem para dúvidas nesse campo. O à vontade dos actores contribui substancialmente para uma credibilização do filme, e isso é notório e muitíssimo apreciado.
Direccionado essencialmente para a família “O Rei da Califórnia”, pelo qual tivemos de esperar 2 anos até à sua estreia, transmite uma importante mensagem: que nem sempre os bens mais preciosos estão à nossa espera. É preciso embarcar num processo de descoberta dos mesmos, e de nós próprios. Pois isso, vale mais que qualquer tesouro.
É esta simplicidade que nos leva, indubitávelmente, a ver esta película como um produto original, inteligente, bem disposto, mas ainda assim, intenso e com sentimentos que se potenciam em filmes como “Juno”, por exemplo. Uma calma aparente mas que “esconde” situações do dia a dia e com as quais nos podemos facilmente identificar. Um bom filme sem dúvida. Go see it!
“Catastrophe equals opportunity.”
Nota Final: 7.5 / 10
Roger Ferris (Leonardo Di Caprio) é um agente da CIA que tenta desmantelar uma rede terrorista. Nas suas investigações pouco ortodoxas, descobre que o líder do grupo terrorista opera da Jordânia. Contando com o apoio do líder dos Serviços Secretos da Jordânia, Ferris para se infiltrar na rede terrorista tem de convencer o chefe da operação em Langley, Ed Hoffman (Russel Crowe).
Realizado por Ridley Scott, chega-nos um filme com um ritmo intenso, com uma história interessante, mas no entanto com alguns clichés. Utilizando o esquema de Eagle Eye, Scott usa e abusa do esquema de imagens de satélite, tornando-se por vezes algo irritante e desnecessário.
A ideia principal do filme é mostrar um dos princípios básicos dos agentes da CIA: não confiar em ninguém. É com essa ideia que Leonardo Di Caprio desempenhando o papel de herói solitário tem um grande desempenho, sendo-nos apresentado com uma barba bem típica daquela região. Este sentiu-se particularmente à vontade no papel pois é fluente na língua.
Russel Crowe tem um papel descontraído e cínico, pois coordena uma operação a milhares de quilómetros de distância, dando ordens para matar pessoas e ao mesmo tempo passa momentos agradáveis com a mulher e o filho. Para minha surpresa, o melhor desempenho é obtido por Mark Strong que desempenha o papel de Hani, o chefe dos serviços secretos da Jordânia. Este desempenha um papel bastante carismático e interessante, estando sempre em cima do acontecimento e não deixando que Ferris o engane e o use como um meio para chegar ao fim da operação.
Body of Lies é um bom filme, mas falha na arquitectura da história, impondo ao espectador que este faça um esforço complementar para acompanhar o ritmo com que a história se desenrola, o que era desnecessário pois o fim acaba por ser algo decepcionante.
Nota Final: 7 / 10
Amazing Grace: Aquando do seculo XVIII, William Wilbeforce (Ioan Gruffudd) é um membro parlamentar do então muito poderoso Império Britânico. A sua principal luta é pela reforma social na Europa e por dar dignidade aos escravos , enfrentando toda a aristrocracia da época. Os 'brancos' vão-lhe dificultar ao máximo a sua missão.
Os Mosconautas no Mundo da Lua: Filme de animação belga, que conta a história de três jovens e curiosas mosquinhas que embarcam na nave Apollo 11 em busca de novas aventuras...
Baseado na vida de Ian Curtis (Sam Riley), vocalista e guitarrista ocasional da banda Joy Divison, que revolucionou o panorama musical no Reino Unido nos finais dos anos 70, “Control”, inteiramente a preto e branco, leva-nos numa viagem intemporal pelos sons que marcaram uma geração.
Com grandes interpretações, especialmente dos protagonistas Sam Riley e Samantha Morton, que interpreta Deborah, a mulher de Ian, esta biopic permite-nos acompanhar a vida do carismático vocalista que perdeu a vida aos 23 anos, no dia 18 de Maio de 1980, vítima de suicídio por enforcamento, desde a sua problemática adolescência até à entrada a pulso no mundo da música, onde atingiu a fama... e se perdeu cedo demais.
Rica pela fotografia sublime (que capta na perfeição o ambiente daquela Inglaterra mais alternativa, ou não fosse o também realizador, um fotógrafo profissional), bons planos de corte, excelente banda sonora (não só nas cenas de actuação da banda, mas também pelas músicas a cargo de nomes como New Order, Sex Pistols, entre outros), intensidade dramática credível (um bom exemplo são as cenas relativas aos ataques de epilepsia de Ian, que estão muitíssimo bem conseguidas) e excelente colecção de factos, informações e organização argumentativa, esta fita do holandês Anton Corbijn, coloca-nos em contacto com diversos aspectos da vida de Ian.
As suas dúvidas existenciais, as letras carregadas de sentimentos de destruição e morte, o seu trabalho enquanto funcionário público (com bastante sucesso diga-se) em Machester e Macclesfield, a relação com a mulher Deborah Curtis e o caso extra conjugal com a jornalista Annik Honoré (Alexandra Maria Lara)... todos estes aspectos que fizeram da sua vida algo singular acabam por tornar esta película num produto único e sincero.
Um must see brilhantemente produzido que se revela imperdível para fãs do músico, e não só!
“When you look at your life, in a strange new room, maybe drowning soon, is this the start of it all?”
Nota Final: 8.5 / 10
Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks) são dois amigos que vivem juntos. Além de viverem juntos, ambos partilham um monte de dividas que não para de aumentar. Após uma festa com antigos colegas da universidade, a luz e a água do apartamento são cortadas e as suas vidas atingem o fundo.
Sem maneira de pagar as dívidas, Zack tem a ideia de fazerem um filme pornográfico. Assim, com as receitas do filme poderiam pagar todas as dívidas, mas as coisas não correm como eles queriam. Ambos juram antes de começar o filme que nada se iria alterar na relação deles mas a verdade é que a sua relação muda para algo bastante maior.
Realizado pelo conhecido realizador de comédias Kevin Smith, chega-nos uma comédia bem ao estilo deste, ou seja, acima da média. Zack and Miri Make a Porno ganhou algum protagonismo nos media na América por causa do poster promocional (o mesmo que coloquei em cima), sendo este proibido porque demonstrava pessoas a fazer sexo oral(!). Até parte do título do filme (Make a Porno) foi proibido em algumas cidades. God Bless America.
Com diálogos interessantes e algumas referências interessantes ao universo de Star Wars, nada neste filme é entediante, porém isso não chega para fazer um bom filme. Essas lacunas são reparadas pelo casal (no filme) Seth Rogen e Elizabeth Banks que têm um desempenho bastante razoável e demonstram uma química muito boa entre os dois. Craig Robison faz o papel de realizador do filme porno e tem um desempenho bastante bom e divertido.
“What? Han Solo ain't never had sex with Princess Leia in the Star Wars!”
Nota Final: 7/10
Chacun son Cinéma: película que apresenta a visão de 33 cineastas de 25 países sobre o cinema, com segmentos a cargo de realizadores tão diferentes como David Cronenberg, Takeshi Kitano, Walter Salles, Gus Van Sant, David Lynch e o português Manoel de Oliveira.
10/05/09: a data em que perdi duas preciosas horas com um filme no mínimo vazio. Mas atentemos primeiro à história...
Massachusetts, 1959. Alguns alunos da escola William Dawes procedem à realização de vários desenhos representativos do que pensam vir a ser o futuro, com o objectivo de os colocarem numa cápsula do tempo que seria aberta 50 anos mais tarde, no dia de aniversário da escola. Essa ideia pertence à pequena Lucinda Embry (Lara Robinson), uma menina introvertida que, ao contrário dos colegas, não se encontra a desenhar, mas sim a preencher a sua folha com uma série de números aleatórios.
E é precisamente esse “desenho” que, no presente ano de 2009, vai parar as mãos de Caleb Koestler (Chandler Canterbury). Quando o seu pai, o professor de astrofísica John Koestler (Nicolas Cage), analisa a folha descobre que não se tratam de números sem significado, mas sim de datas de catástofres, naturais e não só, que ocorreram nos últimos anos, e de outras que estão por acontecer. Para além das datas, John descobre que também é mencionado com precisão o número de vítimas mortais bem como o local exacto onde ocorreu cada um dos desastres.
Conseguirá ele agora evitar as calamidades que se aproximam?
Com uma premissa que prometia bastante dado o seu carisma apocalíptico e a análise da recorrente dicotomia ciência/religião, facto é que “Sinais do Futuro”, do mesmo realizador de “I, Robot”, Alex Proyas, se revela um filme fraco, desinspirado, superficial e com um dos finais mais non sense de que me lembro dentro de filmes do género.
Pecando em diversos aspectos, nomeadamente a nível do argumento e consistência da história, esta película vê como “tábua de salvação” os efeitos especiais que se encontram muito bem conseguidos. Uma das melhores cenas do filme é mesmo a de um desastre de avião que mata 81 pessoas. É uma boa sequência e perturbadora q.b..
Em tom conclusivo devo frisar que, no que ao elenco diz respeito, “Knowing” deixa uma vez mais a ideia de que Nicolas Cage ainda não se conseguiu voltar a encontrar enquanto actor. Posso mesmo afirmar que existem falhas em algumas das suas cenas que são, no mínimo, risíveis. A compensar, talvez só a prestação do jovem Chandler Canterbury, que esteve competente.
Com lacunas claras e parco em explicações lógicas, o que pretendia ser um filme inteligente e coeso, falha amplamente. Dispensável.
“This isn't the end, son.”
Nota Final: 5 / 10
Robert Kearns (Greg Kinnear) é um professor universitário, que além da sua paixão pelo ensino tem um hobbie muito mais interessante: inventor. Casado com uma professora chamada Phyllis (Lauren Graham) e com seis filhos, Kearns tem uma boa vida. Um dia, quando voltava da igreja com a sua família, Kearns repara que o limpa pára-brisas anda sempre a velocidade muito alta e que com pouca chuva este limpa em seco.
Na sua cave com os filhos, Kearns cria então um limpa pára-brisas com um regulador de velocidade e para aquela família foi como se tivessem achado uma mina de ouro. Mas os seus sonhos são desfeitos quando ao tentar fazer negócio com a Ford, esta lhe rouba a sua invenção embora a patente esteja registada no seu nome. Assim, Kreans passa 12 anos da sua vida a lutar para que seja feita justiça, nem que isso lhe custe a sua família.
Baseado numa história real, Flash of Genius mostra como um simples homem pode ter tamanha força de vontade simplesmente para fazer justiça, nem que seja contra umas das maiores companhias de automóveis do mundo. Realizado por Marc Abraham, este filme não pretende ser uma obra-prima, mas sim demonstrar o que grandes empresas fazem a pequenos inventores caseiros só pela sede de poder e que mesmo quando apanhadas tudo fazem para que o assunto não vá para público.
Greg Kinnear tem aqui um desempenho excepcional, o que era difícil pois é o centro das atenções durante todo o filme e passa por diversas fases desde o feliz pai de família até doente num hospital psiquiátrico.
As grandes empresas nem sempre ganham. E ainda bem que isso acontece.
Nota Final: 7.5 / 10
Passado oito anos da história do primeiro capítulo, Dominic Toretto (Vin Diesel) tenta reconstruir a sua vida juntamente com Letty (Michelle Rodriguez), ou seja, tenta viver da mesma maneira, só que desta vez rouba camiões que transportam combustíveis. Quando a polícia do México tenta descobrir o paradeiro de Dom, este foge para não pôr em perigo a vida de Letty, mas as coisas não correm como ele quer.
Quando Letty é misteriosamente assassinada, Dom vê-se dominado por um sentimento de vingança e faz tudo para descobrir quem a assassinou. Entretanto, Brian O’Conner (Paul Walker), que está de volta ao FBI, está numa investigação de um importante grupo de droga, que curiosamente está ligado à morte de Letty. Assim, mesmo contra a vontade dos dois, Dom e Brian formam uma dupla para desmantelar a organização.
Como argumento “New model. Original parts.”, Justin Lin traz-nos o mesmo elenco mas com uma história renovada em que o objectivo passa por dar importância às corridas de rua e à adrenalina que estas transmitem. Fast and Furious é daqueles filmes que se não for visto com meio cérebro desligado e ainda no cinema ou num Home Theather de jeito, o espectador fica com um amargo de boca, mas se tiver nas condições que eu enumerei, o filme passa de satisfatório para fantástico.
Em relação ao primeiro filme (sim não vou falar nos outros dois porque para mim nem existiram), este apresenta uma história melhor, cenas de acção melhores, menos mulheres, e melhores desempenhos do elenco. Para mim foi um filme muito bem conseguido, ultrapassando a qualidade do primeiro, e um must see para os amantes do género. Se não for um apreciador do género, para si vai ser um filme mediano com cenas de acção acima da média. Destaco negativamente o uso algo exagerado de efeitos CGI, que em certas situações estraga todo o aspecto visual.
Em relação ao elenco, todos estão iguais a si próprios. De destacar negativamente alguma falta de conexão entre Paul Walker e Jordana Brewster. O ponto positivo vai para Gal Gadot, uma actriz israelita que desempenha o papel sensual da organização criminosa da história.
“Just like old times.”
Nota Final: 7.5 / 10
Deixando antever desde início uma história com contornos brutais, este “O Lago Perfeito” é uma “lufada de ar fresco” dentro de filmes do género.
Steve (Michael Fassbender) decide surpreender a namorada Jenny (Kelly Reilly) com um fim de semana romântico em Eden Lake, local onde tenciona pedi-la em casamento. Tudo seria perfeito não fosse terem-se cruzado com um grupo de jovens que ao serem repreendidos pelo casal, começa a aterrorizá-los, desde tecerem comentários jocosos até procederem ao roubo do seu carro.
Ao tentar reaver o carro e os seus restantes pertences, Steve acaba por se envolver numa discussão com um dos rapazes, e, no calor da luta acaba por apunhalar a cadela do líder do grupo, Brett (Jack O’Connell, que integra, à semelhança de Thomas Turgood, o elenco do filme do mês de Abril aqui no GoldenTicket, “This is England”). A morte da cadela desperta assim nos jovens um colérico sentimento de vingança cujas consequências se irão revelar devastadoras...
O nível interpretativo dos protagonistas, especialmente da parte de Michael Fassbender, deixa um pouco a desejar nos primeiros 10 minutos da fita que se pretende somente servirem como representação de uma calma aparente, mas prestes a ser quebrada. Porém, essas lacunas são compensadas pela fotografia e filmografia que, embora simples, se revelam competentes.
Com o decorrer da fita, muito pelo à vontade procurado para a execução de cada cena, os actores vêem colmatadas as suas falhas iniciais. Kelly Reilly, que à semelhança de Fassbender se parece tentar encontrar no início da película, consegue arrebatar o espectador nas cenas de maior intensidade dramática. Excelente. O núcleo mais jovem também não deixa créditos por mãos alheias, e consegue transmitir na perfeição o conflito interior perante tal situação. Porque no fim de contas, com tudo o que fazem, não passam de crianças...
O terror que se publicita tem tanto de visual como de psícológico, muito por culpa de toda a situação assentar numa base bastante coerente e realista. São situações presentes e possíveis no mundo actual. E esse acaba mesmo por ser o ponto mais assustador. A educação de uma criança prende-se essencialmente com os valores que lhe são transmitidos, e se os próprios progenitores são muitas vezes os indivíduos responsáveis por determinados actos, como esperar algo diferente de uma criança a seu cargo? Uma questão pertinente, e aqui respondida da forma mais desconfortável possível.
Violento, brutal, crú e perturbador. Não ficarão certamente indiferentes a este “Eden Lake”.
“At your first opportunity, turn around.”
Nota Final: 8 / 10
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