Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) trabalha numa empresa de postais. É nessa mesma empresa que conhece Summer Finn (Zooey Deschanel) e se apaixona por ela. Numa comédia romântica normal do tipo "boy meets girl", Summer apaixonaria-se por Tom e após uns percalços os dois ficariam juntos no final. Porém este não é um desses filmes. Este filme conta os 500 dias que Tom passa apaixonado por Summer e com a ideia de que apenas existe um grande amor na vida.
Wheeler (Seann William Scott) e Danny (Paul Rudd, que escreveu o guião do filme, a par do realizador David Wain) são dois vendedores de bebidas energéticas. Todos os dias percorrem as escolas do país para fazer publicidade a essas mesmas bebidas, sempre com a mesma rotina e palavreado. Ora, dos dois amigos, Danny é aquele que se sente mais desiludido com o trabalho, e acaba por se tornar num adulto amargo, vendo em tudo um problema e deteriorando a sua relação com Beth (Elizabeth Banks).
É então que, após receber um não da namorada ao seu pedido de casamento, Danny fica desorientado, arruinando uma das suas palestras. Para cúmulo, a carrinha da empresa é rebocada, e para o evitar Danny chega mesmo a ter um acidente e a desrespeitar a autoridade policial, do que resulta a seguinte pena: 30 dias na prisão ou 150 horas de trabalho comunitário... numa instituição de crianças “diferentes”.
Lá, os dois amigos terão de ajudar Augie (Christopher Mintz-Plasse), um rapaz viciado em jogos RPG, isto é, jogos com pessoas reais, sendo que este se passa na idade média, e ainda Ronnie (Bobb'e J. Thompson) um miúdo pervertido e mal educado.
Conseguirão aguentar as 150 horas e ser modelos exemplares?
Com alguns diálogos bem conseguidos e referências inteligentes a diversos elementos da cultural popular actual, “Modelos Nada Correctos” é o tipo de filme que dispõe bem, nada pretencioso, e capaz de arrancar uma ou outra gargalhada. Rudd e William Scott conseguem uma boa química, embora os grandes “heróis” do filme sejam mesmo os mais jovens, especialmente Mintz-Plasse, que proporciona alguns dos momentos mais altos do filme.
A possibilidade de vermos também retratada a paixão de algumas crianças/adolescentes pelo mundo dos RPG é também uma mais valia sendo que uma das melhors cenas apresenta-se aquando do duelo desse mesmo jogo. No mínimo inovador, e digno de apontamento.
Porém, à semelhança de outras fitas inseridas dentro do mesmo género cinematográfico (comédia estilo buddy movie), “Role Models” acaba por se desmazelar em determinados pontos da acção, caindo na piada fácil (normalmente de cariz sexual) remetendo-o ao estatuto de “apenas mais um”. E é por isso que me sinto incapaz de dar uma nota superior à que se segue. Com grande pena minha, porque a película prometia. Ainda assim, take a look at it.
“I bet if i suggested a game of Quidditch he'd cum in his pants.”
Nota Final: 6.5 / 10
Porquê? Porquê esta adaptação completamente oca dos bonecos da Hasbro?
Enfim... Como o espectador já deve ter percebido, fui uma das pessoas que assistiu ao filme e que não se deixou "deslumbrar" nem pelo herói Duke, interpretado pelo atlético Channing Tatum, nem por mais uma prestação silenciosa, mas competente, de Ray Park (que já vimos em "Star Wars" no papel de Darth Maul) enquanto Snake Eyes, nem pelos efeitos especiais que, dou o braço a torcer, conseguem entreter quem vá com poucas expectativas para a sala de cinema.
A história do filme é muito simples: James McCullen (Christopher Eccleston) é um traficante de armas que planeia dominar o mundo através da criação de um exército de soldados nanotecnológicos, e por isso mesmo, mais fortes que os comuns humanos. Por forma a espalhar o terror, e dar início a uma nova era, pretende utilizar 4 ogivas concebidas com a mesma tecnologia, e que têm capacidade para destruir uma cidade inteira. É aqui que a equipa G.I. Joe entra em acção...
Stephen Sommers, o realizador de “Van Helsing” e “The Mummy” sofre aqui do mesmo mal que nos seus outros filmes (embora confesse o meu particular gosto por “The Mummy”), ou seja, consegue criar boas sequências de acção, mas com um argumento vazio e bastante parco em qualidade. E mesmo a acção é apressada, sem nexo por vezes, culminando num final atabalhoado e criado única e exclusivamente para permitir um insondável número de sequelas.
O mesmo se pode dizer das personagens, que conseguem uma profundidade igual a uma tábua rasa... Só Sienna Miller foge a esse rótulo, brindando o espectador com uma prestação deveras... sexy com a sua Baronesa, a vilã da história. E sim, também aqui o voyerismo para com a actriz está presente e diria até, bem latente. Mas numa fita em que as representações são quase que secundárias, dada a maior importância dada aos efeitos especiais, a jovem actriz britânica foi a única que me conseguiu convencer, num registo bad girl totalmente diferente daquele a que nos tem habituado.
Desta forma, “G.I. Joe: Ataque dos Cobra” vale somente pela acção frenética, efeitos especiais (que são, a par de Sienna, as únicas mais valias da fita) e pela quantidade industrial de vidros partidos.
Nada relevante e com uma potencial sequela a caminho, assim é um blockbuster rentável nos dias que correm...
“Technically, G.I. Joe does not exist, but if it did, it'd be comprised of the top men and women from the top military units in the world, the alpha dog's. When all else fails, we don't.”
Facto, é que falharam.
Nota Final: 4 / 10
Sidney Wells (Jessica Alba) é uma jovem violinista dotada de um enorme talento, mas que perdeu a visão ainda criança. Agora, perfeitamente adaptada a este modo de vida, vê a possibilidade de recuperar a vista através de um transplante de córnea.
Tudo parecia correr pelo melhor, até Sidney começar a ver algo mais do que esperaria...
Mais uma adaptação dos estúdios americanos de um filme de terror chinês, “Gin gwai” dos irmãos Pang, e que, segundo as críticas, nada mais é que uma cópia bastante inferior. Infelizmente (ou não, visto entrar na visualização desta fita com uma atitude mais neutra para com a mesma) não vi o filme original, de modos que não posso estabelecer um termo comparativo.
Ainda assim, posso dar a minha opinião sobre esta primeira incursão de Jessica Alba no género do terror. A jovem actriz consegue arrancar uma prestação razoável, bastante positiva em alguns momentos, e superior à dos outros actores. Mas, verdade seja dita, não era muito dificil consegui-lo... mas adiante.
A maneira lenta como a película se desenvolve, e o tempo que dispensa a cada espectro de acção conferem uma boa atmosfera para o que os realizadores David Moreau e Xavier Palud pretendiam mostrar.
Com alguns bons planos de câmara “O Olho” conjuga simplicidade narrativa com uma ou outra cena de “susto”. De frisar bem as aspas, porque são cenas agarradas ao mais comum dos clichés dentro do género. “Sustos” previsiveis, e que muito dificilmente o vão apanhar desprevenido.
Uma questão pertinente se coloca. O que mais gostei no filme foi a explicação dada para as visões de Sidney, mas, tendo em conta que estamos perante um remake, terá a versão original pormenores ainda melhores aos quais possa de facto atribuir a genialidade da ideia? Parece que tenho mesmo de deitar a mão ao original asiático...
Longe de ser incontornável, “The Eye” é o tipo de filme que entretém, funcionando talvez como uma boa aposta para quem deseja entrar neste género cinematográfico, já que se aproxima mais de um thriller sobrenatural do que propriamente de um filme de terror.
“I know you're scared. Don't be, 'cause the world really is beautiful.”
Nota Final: 6.5 / 10
Deslumbrante, único, um marco cinematográfico. O realizador James Cameron alcançou mais um feito, desta vez com a história de Jake Sully (Sam Worthington), um ex-marine confinado a uma cadeira de rodas, que foi convocado para uma missão no planeta Pandora.
A missão consiste na procura de um valiosíssimo mineral que é utilizado na Terra como fonte energética, localizando-se precisamente no seio da comunidade Na'vi, os habitantes daquele planeta.
Por forma a ganhar a sua confiança, estudar os seus costumes, e conseguir preciosas informações de como chegar ao mineral, Jake, através de um altamente avançado programa de avatares, vê a sua mente transportada para o corpo de um robusto Na'vi. E é aqui que o conflito interior do jovem tem lugar... Deverá ele lutar ao lado dos da sua raça, ou ao lado daqueles que agora o acolheram?
O filme é um deleite visual para o espectador, e a sua abordagem tridimensional é quase que obrigatória. Desde as paisagens, até às criaturas... Tudo é abordado com um enorme cuidado e bom gosto. Sim, a história é mais que vista, recheada de clichés, e sabemos desde cedo o desfecho provável, mas nem por isso o interesse do filme se vê gorado.
Certo mesmo é que Cameron é um mestre, e os 300 milhões de dólares que tornam “Avatar” no filme mais caro de sempre renderam, e bem! Nunca na vida, e afirmo-o com toda a convicção, vi uma tão perfeita simbiose de imagens reais com o mais refinado CGI. Esqueçam tudo o que viram até agora, e marquem uma nova etapa do cinema a partir do sucessor de “Titanic” no que aos sucessos do realizador diz respeito (já repararam como o senhor marca décadas com cada filme que faz? “Terminator” é mais um exemplo disso mesmo!).
A nível interpretativo, o leque de actores brinda-nos com convincentes performances. Quem me conhece bem sabe que opinião tenho sobre Michelle Rodriguez... Pois agora cabe-me dar o braço a torcer e dizer que, de facto, gostei imenso da sua prestação. A sua personagem, Trudy Chacon, embora com pouco tempo de intervenção, marca pela positiva. Nota de referência ainda para Sigourney Weaver, em boa forma, mas com uma condução do personagem que me confundiu um pouco. Gostaria de ter visto o “mau feitio” da personagem um pouco mais aprofundado, mas esteve a bom nível, assim como Stephen Lang, o implacável coronel Miles Quaritch. Com uma condição física invejável, Lang revelou-se o vilão perfeito, com tiradas que denotam bem o cariz político que Cameron tentou induzir na película.
Por fim, de frisar que “Avatar” é apontado como o novo salvador da indústria cinematográfica de Hollywood. As condições para tal estão reunidas, portanto não será de estranhar que o consiga!
Quase 3 horas de duração que servem como prenda de Natal antecipada para qualquer cinéfilo que se preze. Um verdadeiro must see!
“Everything is backwards now, like out there is the true world and in here is the dream.”
Nota Final: 9 / 10
Dá que pensar. Esta será certamente a melhor conclusão a retirar do filme sensação de 2009 nos Estados Unidos, “Actividade Paranormal”.
Um casal, uma casa, estranhos fenómenos e uma câmara de filmar. Estão lançados os dados numa história que, como é anunciado, não deverá ser vista por um solitário espectador. Mas elaboremos um pouco mais...
Micah (Micah Sloat) e Katie (Katie Featherston) são um jovem casal que, após se mudar para uma nova casa, começa a aperceber-se de estranhos fenómenos que ocorrem sem razão aparente. Por forma a desvendar o mistério, decidem instalar uma câmara no seu quarto, o local onde se dão a maioria dos fenómenos, registando assim tudo o que acontece enquanto dormem.
Nunca é demais referir que esta película do estreante Oren Peli foi filmada em apenas 7 dias, na casa do próprio realizador, contando somente com 4 actores e livre de grandes efeitos especiais. Assim, não será dificil concluir que os baixos custos de produção (cerca de 11 mil dólares) se vêem agora mais que rentabilizados, ou não fosse “Paranormal Activity” um tal sucesso de bilheteira que chegou mesmo a destronar “The Blair Witch Project” do topo da lista dos filmes que mais lucraram na sua estreia.
Essencialmente, podemos atribuir a “culpa” de tal situação ao incansável marketing em torno do filme. O trailer oficial utilizou uma metodologia já usada no sublime “REC” (foram publicitadas as reacções do público aquando do visionamento da fita), o que acaba por, de certa forma, levar o espectador a um engano.
Sim, um engano. Eu gostei realmente da película mas, verdade seja dita, o trailer é ambicioso demais, levando a espectador a ter uma noção bastante distinta da realidade. Existem somente dois ou três momentos de susto (momentos esses que se encontram presentes no trailer, o que condicionou, e muito, a minha reacção à visualização dos mesmos), e pouco mais. A restante fita prende-se bastante em alguns clichés comuns neste tipo de produção, e dá bastante relevância ao dia a dia do casal, o que para mim é uma mais valia, pois confere um maior realismo à história que nos é contada.
Por isso mesmo, o tom dramático que Peli consegue imbutir resulta, não só pelos efeitos da câmara que atribuem um nivel bastante elevado de veracidade e proximidade, mas também pelo facto de se basear em factos reais.
As cenas sem explicação são uma constante, e a tensão à medida que o filme se desenrola é palpável. Os actores têm também um bom desempenho, permitindo uma preocupação quase que imediata com a sua situação.
Fica a ideia que algo mais poderia ter sido feito (especialmente no final, que se prova demasiado repentino e quase que cortando o clímax da acção), mas se tivermos em conta os baixos recursos de que o realizador dispôs, estamos perante um bom filme, inquietante, perturbador, claustrofóbico, com carisma documental, e que se distancia dos demais títulos do género. A ver.
“You cannot run from this... It will follow.”
Nota Final: 8 /10
Eis uma refinada aposta para quem quiser reunir o melhor de um filme de zombies, com tiradas de humor e uma pacatez tipicamente portuguesas.
Contando com nomes como Rui Unas, Sofia Aparício, São José Correia e João Didelet, entre outros, o autor Filipe Melo apresenta-nos uma curta metragem que tem como pano de fundo uma pacata vila assolada por zombies
De todos os habitantes da aldeia só Lúcio parece ainda ter a audácia de lhes fazer frente. Mas até mesmo o “herói” encerra um terrível segredo na cave de sua casa...
Assim se resume a história do filme através do qual o espectador, pela força da catana, se vê apto a desbravar terrenos nunca antes trilhados no terror português (de relembrar que “I'll See You in My Dreams” é honrosamente apelidado de o primeiro filme português com a temática dos zombies).
Personagens bem construídas, boa composição cénica (nomeadamente a nível do ambiente que se consegue recriar, caracteristicamente frio, sujo e sombrio), uma competente fotografia e um guião inteligente que joga com suspense e comédia, garantindo 20 minutos bem passados mas que, a meu ver, tinham história para muito mais.
E embora com ou outro efeito menos conseguido, convém relembrar que estamos perante uma curta que contou com um baixo orçamento, o que só vem valorizar ainda mais o trabalho desenvolvido, e a capacidade demonstrada em fazer bom cinema com poucos recursos. Digno de registo!
De notar ainda a falta de explicações quanto à infestação da vila pelas terríveis criaturas. O facto de a acção partir do momento em que a aldeia já vive quase como que num quotidiano com a presença dos zombies é deveras refrescante e, por isso mesmo, aceitável esse “lapso” na narração.
Será pois de concluir que houve uma tremenda eficácia no contar da história, bem como no twist final, que certamente será do agrado do espectador. E viva a velha máxima de que filmes de zombies retratam uma sociedade corrompida!
Com banda sonora a cargo de Moonspell, esta película revela-se imperdível para fãs do género e não só. A provar como se faz bom cinema em Portugal.
“Se há algo que eu não suporto nesta aldeia... é a merda dos zombies.”
Nota Final: 8 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma