Claustrofóbico, inteligente, tenso, maduro e assustador. Assim é, muito resumidamente, este “The Strangers”. Mas primeiro passemos à história.
James Hoyt (Scott Speedman) tinha planeado tudo minuciosamente: pediria a namorada Kristen Mc
Mas se até ali a sua noite se revelara difícil... o pior ainda estava para vir... Após uma estranha jovem bater à porta do casal à procura de alguém que não estava na casa, três estranhos mascarados (um homem e duas mulheres, incluindo essa rapariga) começam a aterrorizá-los: estão dentro de casa, vigiam cada um dos seus passos, impossibilitaram-lhes a comunicação com o meio exterior... Conseguirão agora James e Kristen sobreviver aos perigosos “jogos” que lhes estão reservados?
Inspirado em factos verídicos, “Os Estranhos” revela-se uma película que, talvez por isso mesmo, consegue transmitir ao espectador um receio acrescido. Valendo-se de uma simplicidade técnica, livre de efeitos especiais, consegue um ambiente perturbador, que joga ainda com uma boa fotografia, lentidão propositada de algumas cenas e boa edição de som.
Sobre este último pormenor aliás, devo alongar-me um pouco mais. Não se limitando às previsíveis situações de “música dramática” num qualquer momento “assustador”, o realizador Bryan Bertino prefere apostar num mais inteligente uso dos sons. E isso é visível quando as duas cenas mais perturbadoras do filme são tão distintas: numa não se regista qualquer som, e noutra, o som de um gira discos estragado confere a atmosfera claustrofóbica e de pânico necessárias para o momento em questão.
Quanto ao elenco, nada a apontar. Os protagonistas Tyler e Speedman estão competentes nos seus papeís e conseguem, especialmente na primeira meia hora do filme, uma tensão interessante entre as suas personagens, e que prende certamente o espectador.
Mais um thriller psicológico do que propriamente um filme de terror, “The Strangers” segue uma linha livre de dramatismos, sem recorrência a cenas gore e com uma extrema contenção e seriedade que mostra como a crueldade, e loucura, humana conseguem ser das mais assustadoras temáticas a serem abordadas. A ausência de respostas é também, a meu ver, uma mais valia, reforçando o efeito pretendido pelo filme.
Fala-se numa sequela. A ver vamos o que conseguirão dedilhar a partir desta boa e perturbadora história.
“Since we've been here, I haven't heard a dog bark...or a car pass. Nothing. Just us and them.”
Nota Final: 7.5 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma