Com toques de humor negro a lembrar o fantástico “Clube de Combate”, ou não se tratasse de uma obra do mesmo autor, “Asfixia” conta-nos a história de Victor Mancini (Sam Rockwell).
Por ter vivido uma infância castradora devido ao desejo quase psicótico da sua mãe de o ver como médico, é agora frequentador de um clube de ajuda para viciados em sexo e... finge asfixias em restaurantes. Com a mãe internada num hospital de elevados custos, por sofrer da doença de Alzheimer, Victor faz tudo o que pode para pagar esses serviços, desde desistir da faculdade de medicina até trabalhar como guia num parque temático.
Embora não me tenha conquistado ao início, certo é que o filme possui algumas mais valias, quanto mais não seja pela dose certa de humor negro que permite uma fusão da vulgar comédia com teor sexual com um drama inteligente em determinados aspectos. Mas a nível interpretativo, não é suficiente. Nem todos os actores se encontram a um bom nível, e a história sai a perder com tal facto. Destaca-se, em grande plano diga-se, Anjelica Huston no papel de Ida J. Mancini, a mãe de Victor. Sam Rockwell também não compromete, conseguindo arrebatar as suas cenas (de mencionar aquelas que partilha com vários pacientes residentes no hospital).
A filmografia, embora com planos de corte pouco elaborados e excessivamente simples, está bem conseguida q.b., revelando-se especialmente competente nas sequências de flashbacks da infância de Victor (onde se registam, a meu ver, os pontos mais altos do filme).
Em tom conclusivo, há que mencionar o twist final que foi muitíssimo bem conduzido. As revelações que se processam não eram de todo esperadas.
Não se enganem ao encará-lo como um digno sucessor de “Fight Club”. Reconheçam antes o bom esforço que lhe foi dedicado.
“We're not evil sinners or perfect knock offs of God. We let the world tell us weather we're saints or sex addicts.
Nota Final: 7.5 / 10
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