Em 2003 foi publicada no The Washington Post uma reportagem que revelou a identidade de uma agente da CIA. O caso ficou conhecido como “Valerie Plame” e é a história base para este “Nothing But The Truth”. Não se trata de uma adaptação para a sétima arte desse polémico caso, mas os contornos da história não deixam dúvidas que este serviu, de facto, como inspiração para o filme.
Kate Beckinsale (que muito provávelmente tem aqui a sua melhor interpretação até ao momento) é Rachel Armstrong, uma jornalista que, por se recusar a revelar a fonte que deu Erica Van Doren (Vera Farmiga) como sendo agente da CIA, vê instaurada contra si uma investigação governamental, que a mantêm sobre prisão até que ela decida falar.
Com diálogos irrepreensíveis e uma história bem conseguida, é-nos permitido acompanhar a estadia de Rachel na prisão, ver como aos poucos ela vai perdendo a confiança e controle sobre os seus actos e sentimentos. À medida que o tempo passa, as suas fragilidades são visiveis, o seu casamento desmorona, e tudo aquilo em que acredita começa a não fazer sentido quando os acontecimentos se precipitam na morte de uma das pessoas envolvidas na história...
De destacar ainda a interpretação de Matt Dilon no papel de Patton Dupois, um advogado implacável no que à execução do seu trabalho diz respeito.
Detendo-se numa filmografia clássica e num ambiente contido, “Nothing But The Truth” permite-nos observar até que ponto um jornalista está disposto a ir para proteger a sua fonte de informação, mostrando não só a sua ética profissional, como também o seu carácter enquanto indivíduo. O final é tudo menos previsível e são levantadas questões morais que muitos espectadores terão certamente dificuldade em responder. Um filme a não perder.
“Who was your source?”
Nota Final: 8 / 10
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