É facto que muitos dos filmes com temáticas homossexuais são característicamente pesados e com finais trágicos. Porém, é bom verificar que aos poucos as comédias românticas começam a aparecer sem grandes controvérsias, permitindo ao espectador um mais vasto leque de géneros cinematográficos dentro do já referido tema.
A premissa deste “I Can’t Think Straight” é bastante simples. Leyla (Sheetal Sheth) é uma jovem indiana, introvertida, mas extremamente criativa. Tem na escrita o seu mundo, o que lhe permite fugir um pouco à elevada protecção e preocupação dos pais. Já Tala (Lisa Ray) é uma mulher palestiniana, independente e que vai já na sua 4ª festa de noivado... sendo que nenhuma passou disso mesmo pois a jovem sempre acabou por desfazer os enlaces.
Tudo seguiria o seu rumo, não fosse o facto de Leyla namorar com Ali (Rez Kempton), o melhor amigo de Tala. Ao conhecerem-se, a empatia entre as duas jovens é imediata e rápidamente progride para algo mais... Mas estarão elas preparadas para enfrentar o preconceito das famílias, dos seus próprios costumes e religiões?
Com falhas visíveis no nível interpretativo da maioria dos actores, nomeadamente na prestação quase mecânica de alguns deles, certo é que a química e competência das duas protagonistas consegue “encher” o ecrã por forma a permitir ao espectador aproveitar inteiramente o factor de entretenimento que o filme pretende transmitir.
Filme esse que poderia ser um melhor produto, não fosse o ritmo demasiado “apressado” que transmite e que acaba por deixar o espectador com a sensação que, com um pouco mais de tempo de exploração do guião, a história teria ganho uma melhor abordagem.
Ainda assim, com uma fotografia cuidada, e uma agradável banda sonora, “I Can’t Think Straight” revela-se uma comédia simples, leve, que dispõe bem, e que com certeza não será uma má experiência.
“Slept with a woman while my fiancé makes wedding preparations? Nope, never done that before.”
Nota Final: 6.5 / 10
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