J. J. Abrams, o conhecido produtor da série “Lost”, já por diversas vezes deu mostras da sua qualidade enquanto realizador e produtor cinematográfico. A prová-lo estão as vertiginosas sequências de acção de “Mission Impossible III” e a excelente capacidade argumentativa de “Cloverfield”, por exemplo.
E agora, Abrams brinda-nos com esta prequela, homónima, a “Star Trek”, a série que conquistou milhares de fãs por todo o mundo desde os anos 60, que conta já com 10 filmes (agora 11 com esta mega produção dos estúdios da Paramount), e que vê assim narrada a história do primeiro contacto dos vários membros da tripulação da nave USS Enterprise.
Com o intuito de captar novos fãs para a saga da Frota Espacial, o filme revela-se como uma excelente prequela na medida em que joga, não só com um experiente, e competente, leque de actores, como também com uma direcção e efeitos especiais que não deixam créditos por mãos alheias, conseguindo dar uma nova alma a todo um universo que se via “estagnado” desde à uns bons anos para cá.
A cena inicial é prova disso mesmo! As sequências de acção estão muitíssimo bem conduzidas, e a sua exímia edição sonora contribui exponencialmente para uma maior absorção dos sentidos do espectador para a fita que se lhe apresenta.
Quanto aos personagens, Spock (Zachary Quinto) foi, pelo menos para mim, aquele que mais se destacou. Quinto tem uma prestação isenta de erros, e o claro à vontade que demonstra no seu desempenho não deixa ninguém indiferente. O seu conflito interior, em “optar” pelo seu lado Vulcano, mais baseado na lógica, ou pelo seu lado Humano, mais emocional, (Spock é filho de um Vulcano, e de uma Humana, interpretada no filme pela actriz Winona Ryder) é personificado exemplarmente pelo actor, e as suas expressões faciais transmitem na perfeição todas as dúvidas que o assolam.
De mencionar ainda Chris Pine enquanto o Capitão James Kirk, que não se deixou somente ficar pelas semelhanças físicas e conseguiu construir um personagem com características únicas que, embora lhe sejam reconhecidas, apresentam-se bastante mais humanizadas. O vilão romulano Nero (Eric Bana) será talvez a personagem que menos contribui para o brilhantismo da fita o que, na história, acaba por ser um mal menor dado que a base do filme visa focar essencialmente o estabelecer das relações entre as várias personagens que compõe a famosa tripulação.
A título de curiosidade, há que mencionar a participação do saudoso Spock da série de TV, o actor Leonard Nimoy.
“Star Trek” revela-se assim um blockbuster que, mais que uma aposta ganha, é uma pelicula digna de registo e cuja visualização se revela imperativa, por Trekkers, e não só!
“Live long, and Prosper.”
Nota Final: 9 / 10
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