Gus Van
Este trabalho do realizador americano trata-se de uma biografia de Harvey Milk (Sean Penn), o primeiro homossexual assumido a exercer um cargo político nos Estados Unidos. Com uma veracidade incrível, e sem se deixar cair em maneirismos fáceis, Sean Penn apresenta-nos um homem que nos recruta para combater um mundo de preconceito, de injustiça social e incompreensão para com os gays.
Tudo funciona em "Milk", desde as interpretações de Sean Penn e James Franco (no papel de Scott Smith), principalmente, até ao próprio guião. A fotografia do filme é mais um ponto a favor. Está brilhantemente conseguida. As imagens reais da época permitem ao espectador um olhar mais próximo sobre aqueles tempos, assim como as imagens de fraca qualidade, as fotografias, o jogo de cores... Tudo se conjuga numa perfeita simbiose.
O facto de logo de início ser dado a conhecer o destino de Harvey (é assassinado por um adversário político, Dan White, interpretado por Josh Brolin) permite ao espectador focar-se mais nas questões levantadas pelo filme, questões essas que, ao contrário do que se possa pensar, não se prendem somente com a luta contra a homofobia.
Milk veio dar voz à luta pela igualdade, mas não só para os gays. Ele sempre procurou abranger as minorias e defender causas que considerava justas. Os 8 anos que dedicou a estas causas são hoje reconhecidos e, embora o seu sonho ainda não tenha sido totalmente concretizado, podemos afirmar que muito do caminho percorrido se deve a ele.
Com uma forte mensagem, "Milk" está assim nomeado para 8 categorias nos Óscares deste ano. E se Penn ganhar o Óscar de Melhor Actor... é indubitávelmente merecido.
“My name is Harvey Milk and I'm here to recruit you!”
Nota Final: 8 / 10
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