Segundo o realizador Michael Bay, estamos perante uma trilogia. Porém, depois de ver esta sequela só pensei: antes não estivéssemos.
É certo que o grande sucesso do primeiro “Transformers” (esse sim, um blockbuster irrepreensível!) justificava amplamente a criação de mais um ou dois filmes. Mas somente se o nível argumentativo e interpretativo se mantivessem, e neste “Transformers: Retaliação” isso não se verifica.
A história desenrola-se a partir do momento em que os Autobots, que juntamente com as forças militares americanas formaram uma espécie de força de intervenção secreta, continuam a combater a ameaça dos Decepticons. Com que objectivo continuarão eles na Terra? É esta a premissa para este “Revenge of the Fallen”.
Contando com vertiginosas sequências de acção e apostando fortemente nos efeitos especiais, característicos de um blockbuster, arrisco-me a dizer que neste caso a compreensão do filme por parte do espectador sai claramente dificultada. Isto porque, por se desenrolarem depressa demais e serem captadas com maus movimentos de câmara, algumas cenas não permitem perceber muito bem o que está a acontecer. Refiro-me, por exemplo, às perseguições, combates e transformações dos robôs.
Por entre uma ou outra cena magistral, como a do combate entre Optimus Prime e 3 Decepticons, ou mesmo a do combate de Bumblebee em pleno cenário egípcio, existe um claro exagero na vertente cómica da película, no voyeurismo para com Megan Fox (close-ups e sequências desnecessárias e feitas claramente para atrair mais público) e no grande número de personagens que nada mais consegue que uns 10 minutos, se tanto, em todo o filme (como o robô Ironhide, por exemplo).
A nível de fotografia, a “falta de imaginação” de Michael Bay é notória pois consegue deixar no público a ideia de que pegou nas cenas de destruiçao de “Pearl Harbor” e as colou, literalmente, nesta fita. Deja vu a 100%.
Assim, demasiado longo, com falhas interpretativas (Megan Fox e Shia LaBeouf, porquê?!), e lacunas no guião, esta sequela vale pelos personagens... robotizados, entenda-se, pela banda sonora (e efeitos nessa mesma área) e pelo facto de ser um filme despretencioso e cujo objectivo é, única e exclusivamente, entreter. Watchable mas que, a meu ver, sabe a pouco.
“Fate rarely calls upon us at a moment of our choosing.”
Nota Final: 5.5 / 10
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