Uma tarde passada na companhia de amigos implicou o aluguer deste filme de “terror”... E que agradável surpresa. Apesar de já levar consigo alguns anos, “Red Eye” é, até ao momento, o mais recente thriller de Wes Craven e vem carregado de uma tensão palpável pelo espectador, revelando-se como uma das surpresas do seu ano de estreia em Portugal. Mas primeiro, a história...
Lisa Reisert (Rachel McAdams) é uma bem sucedida gerente de um hotel em Miami. Por forma a regressar à sua rotina, após ter comparecido ao funeral da sua avó em Dallas, Lisa terá de enfrentar uma das suas maiores fobias: andar de avião.
Enquanto espera pela chegada do mesmo, Lisa conhece Jackson Rippner (Cillian Murphy), um interessante jovem por quem desenvolve uma empatia imediata. Já dentro do avião, descobrem que os seus lugares são um ao lado do outro. Terá sido mera coincidência, ou algo mais?...
Sob esta premissa, o realizador de filmes como “Nightmare on Elm Street” e “Scream” consegue desenvolver num tão confinado espaço, como é o de um avião de passageiros, um dinâmico jogo de gato e rato entre as personagens principais, revelando não só mestria da sua parte, como ainda grande qualidade interpretativa e entrega por parte dos actores.
Rachel McAdams mostra-se à altura do papel de protagonista dando um salto qualitativo na sua capacidade de interpretação, uma vez que explorou características e emoções até então nunca abordadas pelas suas personagens. A um bom nível está também Cillian Murphy que consegue alcançar diferentes registos dentro do mesmo personagem. Louvável.
Contudo, é de referir que se verifica uma quebra da já anteriormente mencionada tensão, numa “segunda parte” do filme (isto se encararmos que a fita se subdivide em acção dentro e fora do avião). O crescendo de alterações emocionais e psicológicas estão bem patentes à medida que o filme avança, e é precisamente esse um dos pontos mais fortes que a película tem para oferecer. Pena somente pelo facto de culminar, a meu ver, num final algo apressado e banal, mas ainda assim, satisfatório q.b..
É pois de concluir que Wes mostra ser cada vez mais um mestre do suspense... e ainda bem. “Red Eye” recomenda-se vivamente!
“Sometimes bad things happen to good people.”
Nota Final: 7.5 / 10
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