Londres, Setembro de 1971. A sucursal do Lloyd’s Bank em Baker Street é vítima de um assalto na ordem de 3 milhões de libras. A responsabilidade por tal acto coube a um grupo de criminosos pouco experientes mas que, num brilhante esforço conjunto, conseguiram ir ao encontro de inúmeros segredos que o Governo do Reino Unido tentou abafar a todo o custo...
Alugando uma pequena loja abandonada, com localização nas traseiras do banco, o grupo de assaltantes construiu um túnel que lhes permitiu entrar no banco sem serem detectados. Nos cofres, conseguiram o saque de diversas jóias, dinheiro e... fotografias comprometedoras, quer para a casa real britânica, quer para indivíduos com altos cargos no Governo.
Tendo por base o assalto que ficou conhecido como “Assalto dos Walkie Talkies”, por ter sido essa a forma de comunicação entre os ladrões, que estiveram sempre sob escuta policial no decorrer do assalto, este filme vê na fotografia o factor técnico que mais se destaca, muito por culpa dos seus tons e jogo de luzes, bem adequados ao ambiente de época a retratar, tal como cenários e guarda roupa.
O bom enredo que a história permite (embora alguns focos da narrativa sejam pura especulação, pois a forma abrupta como o caso deixou de ser comentado nas notícias por pressão do Governo britânico, e todo o secretismo que o envolveu, não permitem ter certezas do que realmente aconteceu) revelou-se uma aposta ganha pois permitiu conjugar sequências de acção (ainda que escassas, o que é pouco comum num filme que conta com Jason Statham como protagonista) e um guião inteligente.
Os actores contribuiram bastante para o interesse do filme pois os desempenhos conseguem dosear bem as diferentes interacções das personagens. O facto de não ser um elenco muito extenso ajudou a condensar essas mesmas acções, embora um pouco mais de estudo dos personagens secundários não fosse inoportuno.
Porém, denotam-se algumas falhas, nomeadamente no desevolvimento da acção. Se por um lado existem cenas que poderiam ver-se resolvidas num curto espaço de tempo, outras, com uma maior importância para o desenrolar da história são por vezes tratadas com uma celeridade desadequada. Não é um filme coerente nesse aspecto e as quebras de ritmo tornam-se frequentes acabando por ser desnecessárias.
Ainda assim, “O Golpe de Baker Street” pode vangloriar-se por ser um thriller que, baseando-se numa história verídica, é capaz de prender o espectador e captar o merecido destaque que algumas críticas lhe prestaram.
“You know what scares me more? Living and dying with nothing to show for it.”
Nota Final: 7.5 / 10
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