Modesty Blaise. Assim se chama a heroína dos comics criados por Peter O’Donnell e Jim Holdaway em 1963. Terminando a sua edição em 2002, Modesty foi uma personagem bastante popular, justificando pois a passagem de simples comic strips para novels e, posteriormente, cinema. Mas passemos ao filme.
Terceira adaptação cinematográfica da personagem, este “Modesty Blaise: Jogo Explosivo” retrata a infância de Modesty (Alexandra Staden), como conheceu o seu tutor Lob (Fred Pearson), e de como acabou a trabalhar num casino sob a alçada de Louche (Valentin Teodosiu), assassinado por Miklos (Nikolaj Coster-Waldau).
Apresentando a sua infância por meio de flashbacks pouco conseguidos, Modesty tenta a todo o custo salvar os seus colegas de trabalho, feitos reféns no casino pelo assassino do patrão. Ludibriando Miklos (ou não...) com um jogo da roleta, em que o seu passado é revelado, serão as suas histórias verdadeiras?
Confesso que gostei da premissa e fiquei algo curiosa por abordar o trabalho original no formato comic. Porém, o filme em si deixa bastante a desejar a vários níveis. Os “vilões” são pouco credíveis para a situação em questão, baixando a guarda de uma forma que chega a roçar o ridículo mas que, por outro lado, permite desenvolver a questão do background da personagem, dando a ideia de que esta película nada mais seria que um início de uma série de filmes sobre esta jovem que se tornou numa talentosa agente dos serviços secretos britânicos. O que não aconteceu porque, convenhamos... o filme não está inteiramente à altura. Nem o próprio O’Donnell se mostrou satisfeito com o resultado.
Com fracas interpretações, esta película de série B filmada em apenas 18 dias, tentou valer-se do nome de Tarantino para conseguir maior aceitação... porém, não se deixem enganar. O cineasta colabora somente como produtor executivo, mas dificilmente se vislumbra uma qualquer influência caracteristicamente sua em qualquer prisma de acção. E embora os estúdios sejam os mesmos que nos brindaram com marcos cinematográficos como “Pulp Fiction” e “Kill Bill”, este filme está longe de ser o seu melhor produto, ou não fosse ele já dificilmente aceitável.
Porque o é. E não passa disso. Um filme banal (se calhar mais adequado enquanto episódio para uma série), característico de tardes de cinema num qualquer canal televisivo. E o final...não convence. Vale talvez por um potencial interesse que possa despertar pela personagem.
“If I win, you tell me the truth about anything I ask. And I want the truth, no matter how embarrassing.”
Nota Final: 4.5 / 10
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