A realidade em filme. Ou uma (enorme!) parte dela.
Tiros, explosões, pontapés... Van Damme em acção. Mas desenganem-se. Embora a sequência de abertura seja característica daquilo que se espera num filme de Jean-Claude Van Damme, estamos perante uma película que pouco explora essa vertente. O melhor filme do actor, e do homem.
JCVD luta em tribunal pela custódia da filha. Os seus problemas com drogas são conhecidos, pelo que a sua vida não está em nada facilitada. E o facto de ser protagonista de filmes de acção extremamente violentos, também não ajuda.
Dívidas que se acumulam, tensões e pressões à sua volta, o lutador de “Bloodsport” por todos conhecido vê então no seu país de origem, a Bélgica, um excelente sítio para se retirar por algum tempo.
Ao chegar a uma pequena localidade é reconhecido por alguns fãs, e é a partir desse momento que a vida do actor muda. Alguém faz reféns no posto de correios onde Jean-Claude tentava proceder a uma transferência bancária para pagar os serviços do seu advogado...
Não se tratando inteiramente de uma biopic, e tendo já passado por Portugal no Indie Lisboa deste ano, os flashbacks e pensamentos da fita são recorrentes, caminhando para um desfecho imprevisível q.b.. Alguns aspectos técnicos quase rudimentares, como a fotografia em tons velhos e dourados, ajudam na composição do ambiente dramático, bem como o facto de o francês ser adoptado como língua principal.
As cenas mais dramáticas, como o monólogo que surge por volta da 1hora de filme, demonstram que o actor belga, conhecido por protagonizar os filmes de acção “Double Impact” ou “Kickboxer”, consegue de facto representar (e bem!) dentro de outros registos. Quem não se sentir tocado com a mensagem de Jean-Claude que levante o braço, até porque é também o que se pretende, deixar uma mensagem sobre o que foi, até ao momento, a sua vida e legado. Consciente dos erros, e merecedor das vitórias.
Que este seja um Van Damme a ver por muitos e muitos anos. Indispensável.
“Van Damme, la bête, le
Nota Final: 8 / 10
- Somewhere
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