50 anos depois da versão animada a cargo da Disney, chega mais uma adaptação do famoso clássico de James Mathew Barrie, “Peter Pan”, agora a cargo de P. J. Hogan. E devo dizê-lo desde já: é uma boa adaptação.
Londres. Wendy (Rachel Hurd-Wood), John (Harry Newell) e Michael (Freddie Popplewell) são 3 irmãos que vivem juntamente com os pais, os Darling, e Nanny, uma cadela São Bernardo responsável pelas crianças. Todas as noites Wendy conta histórias de piratas e fadas aos seus irmãos. Mas mais alguém a escuta...
E uma noite, esse alguém revela-se. É ele Peter Pan (Jeremy Sumpter), um estranho rapaz que se faz acompanhar da fada Tinkerbell (Ludivine Sagnier) e que consegue... voar! O rapaz convida Wendy para segui-lo até a Terra do Nunca, mas esta recusa-se a ir sem os irmãos, e assim, juntos, partem para aquela que será a maior aventura das suas vidas.
A história todos a conhecemos, por isso algo teria de se destacar em mais esta adaptação. E foi, essencialmente, a nível de efeitos especiais. Bem conseguidos, dão sem dúvida um brilho especial a esta aventura indicada para toda a família. Algumas cenas de referência são por exemplo a da dança entre Peter e Wendy na Floresta, e ainda o combate final entre Pan e o seu eterno rival, Capitão Hook (Jason Isaacs).
Mas não só de efeitos vivem essas cenas. Alguns dos actores conseguem boas interpretações ajudando claramente para um bom envolvimento com a fita. Lembro-me imediatamente do protagonista, Sumpter, que consegue captar bastante bem a essência do confiante Peter Pan, mas também os seus medos. Porque Peter é assim mesmo, um rapaz forte e destemido, mas também com um claro medo da responsabilidade dos adultos.
A bom nível está também Jason Isaacs. Mantendo a tradição das peças teatrais, “Peter Pan” apresenta-nos o actor com dupla prestação, pois interpreta o pai de Wendy e o Capitão Hook. Porém, consegue um melhor trabalho a nível do vilão, conferindo-lhe alguma maturidade e retirando o rótulo de vilão menor (como o é nos desenhos animados da Disney).
Em tom conclusivo, de referir ainda o bom ritmo narrativo, que mantém como que uma faceta teatral, que se faz acompanhar por uma competente banda sonora e guarda-roupa. Não posso também deixar de mencionar alguns pontos negativos, especialmente a nível de edição (transição de cenas, por exemplo).
É ainda assim uma delícia para as crianças, e não só. Vale a pena assistir.
“Once upon a time there was a boy named Peter Pan, who decided not to grow up.”
Nota Final: 7 / 10
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