E se o seu filho desaparecesse... alguma vez deixaria de o procurar?
Angelina Jolie é Christine Collins, uma mulher independente, dedicada ao trabalho, e mãe solteira de um rapaz de 9 anos, Walter. Ao chegar a casa, depois de mais um dia de trabalho na central telefónica, Christine depara-se com o desaparecimento do filho. Desnorteada, pede ajuda junto da polícia e as buscas têm início... para cinco meses depois lhe trazerem um rapaz que ela garante não ser seu filho.
Capaz de revoltar o espectador pela forma grotesca como Christine é tratada pelas autoridades (jogos psicológicos que culminam no seu internamento no Hospital Psiquiátrico Municipal), este filme vem focar um assunto extremamente delicado: o desaparecimento de crianças. O filme choca, não só pela história em si, mas também por nos deixar com a aterradora ideia de que tudo isto pode acontecer. É real e está presente, todos os dias.
Uma outra mais valia a referir é a presença de John Malkovich, que interpreta de forma singela o papel do reverendo Gustav Briegleb, o maior apoio de Christine em todo este penoso processo, não só pela ajuda que lhe prestou, como também por expôr à opinião pública, todos os esquemas e práticas criminosas da polícia de Los Angeles. Por fim, Jason Butler Harner tem a seu cargo algumas das cenas mais fortes do filme, uma magnifica e desconcertante prestação, sem dúvida.
Extremamente emotivo, “A Troca” é mais uma aposta ganha para Clint Eastwood. O bom ritmo, a filmografia clássica, a intensidade brilhantemente captada, a fotografia (especialmente a nível de iluminações e seus respectivos planos) e o facto de se basear numa história real fazem de “A Troca” um filme que não deixará, certamente, ninguém indiferente. Porque nada é mais dramático que a realidade, nua e crua.
“Maybe he's out there somewhere...”
Nota Final: 8.5 / 10
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