Após as desistências de David Fincher e de Joe Carnahan em dar continuidade à saga de “Missão Impossível” eis que surge em cena J.J. Abrams. Depois de assistir a alguns episódios da conhecida série “Alias”, produzida por Abrams, Cruise viu nele o homem ideal para recuperar para este “Missão: Impossível 3” um potencial que desaparecera no capítulo anterior.
De imediato pensei que voltaríamos a ver o verdadeiro Hunt, e em plena sala, confirmei as minhas expectativas, naquele que é, para mim, o melhor capítulo até ao momento.
Neste 3º capítulo, Hunt (Tom Cruise) leva agora uma vida normal e pacata. Está noivo de Julia (Michelle Monaghan), que desconhece a sua condição de agente secreto, e deixou o trabalho no terreno, dedicando-se somente ao treino de novos agentes do IMF. Contudo, essa sua “nova” vida é alterada por completo quando Lindsey (Keri Russell, num papel que esteve destinado a Scarlett Johansson), uma das suas melhores alunas, é feita refém na sua primeira missão. Agora, Hunt terá de resgatar Lindsey e enfrentar o perigoso traficante de armas Owen Davian (Philip Seymour Hoffman) que o tem na mira, a si... e a Julia.
Comparativamente com o primeiro “M:I”, que nos oferecia um envolvente clima de espionagem, este “M:I 3” recupera esse clima, embora numa dosagem menor, é certo, mas que se vê compensada com boas sequências de acção. Ou seja, num balanço, “M:I 3” consegue ser um produto mais consistente, daí a nota superior em relação aos outros títulos da saga. Abrams mostra-se incansável nesta sua estreia cinematográfica e fala-se já num novo capítulo a seu cargo.
Os momentos iniciais do filme recuperam o início característico da série de televisão, e é-nos apresentado um determinado ponto do filme em que o confronto entre Hunt e Davian está já no seu limite. A partir daí, Abrams recupera o começo do filme onde somos introduzidos a uma outra faceta de Ethan: a vida que partilha com Julia. Assim, e ao contrário da fita de De Palma, somos levados a conhecer melhor o personagem e a criar laços com ele, algo que tinha sido bastante complicado de alcançar nos filmes anteriores (um pouco mais simples talvez na película a cargo de John Woo, embora a química do actor com Thandie Newton estivesse longe de ser perfeita).
Aproveito esta menção para abordar as interpretações. Os “veteranos” Cruise e Rhames mantêm-se nos seus papeís com o nível a que já nos habituaram, jogando bem com a entrada de Laurence Fishburne enquanto chefe de Ethan, e de Philip Seymour Hoffman, que se mostra um vilão à altura, conquitando bons momentos de tensão e roubando todas as suas cenas.
Resta-me pois recomendar este filme com acção vertiginosa e bem conseguida que não deixará o espectador indiferente!
“Who are you? What's your name? Do you have a wife? A girlfriend? Because if you do, I'm gonna find her. I'm gonna hurt her. I'm gonna make her bleed, and cry, and call out your name. And then I'm gonna find you, and kill you right in front of her.”
Nota Final: 8 / 10
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