Maria Álvarez é uma jovem colombiana que trabalha num viveiro de rosas, até ao dia em que, por ter uma má relação com o patrão, decide despedir-se. Agora, para sustentar a família, Maria decide entrar no negócio de transporte de droga que tem como destino os Estados Unidos da América. Ela, juntamente com Lucy (Guilied Lopez) e Blanca (Yenny Paola Vega), vê naquele transporte a hipótese de uma vida. Grávida do primeiro filho e com apenas 17 anos, transporta no seu estômago 62 cápsulas de droga, e basta uma rebentar para que tudo acabe. Mas o dinheiro que tem a receber, justifica o risco...
Esta é como se diz, e bem, uma história baseada em mil. Um submundo pouco explorado e que aqui se apresenta como um competente produto e, arrisco mesmo a dizer, um dos melhores filmes de 2004.
Com uma história bastante dura, “Maria Cheia de Graça” não é certamente um filme para as massas. Premiado em diversos festivais de cinema, como o Sundance ou o Festival de Berlin, este poderoso filme teve uma surpreendente e merecida nomeação ao Óscar na categoria de Melhor Actriz para a estreante Catalina Sandino Moreno, a protagonista que podemos também ver em “Paris, je t’aime” ou, futuramente, no 3º capítulo da saga de “Twilight”.
As boas interpretações são uma constante no filme. Um bom exemplo disso é a cena que acompanha a viagem das “mulas” (nome dado às traficantes que utilizam o seu corpo para transporte das substâncias). A tensão é palpável, bem como a angústia por que passam aquelas mulheres que raramente transportam menos de 50 cápsulas, consoante a sua massa corporal. Essa e a cena em que Maria ingere as cápsulas de droga são sem dúvida marcantes e destacam o filme do simples melodrama.
Realista e sem se deixar cair em situações caricatas ou saídas fáceis. Assim é este filme de Joshua Marston. No mínimo, indispensável!
“Y usted cuántas veces hecho esto?"
Nota Final: 8 / 10
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