“Mais valia ter ficado em casa…”
Foi desta forma que se expressou a maioria das pessoas que assistiram à película de Fabrice Du Welz, “Vinyan”. E devo dizer que concordo com elas.
Jeanne (Emmanuelle Béart) e Paul Belmer (Rufus Sewell) são um casal que vive preso à memória do filho, Joshua, que desapareceu no tsunami de 2004, na Tailândia. Porém, Jeanne sempre manteve a esperança de o filho estar vivo, muito pelo facto do corpo nunca ter sido encontrado. Agora, 6 meses depois, ao assistir a uma cassete filmada na Birmânia, Jeanne pensa ter vislumbrado Joshua.
O casal começa então uma busca desenfreada pelo filho, pelos estranhas e perigosas selvas tailandesas, onde o tráfico de crianças é uma constante.
Perturbador q.b., “Vinyan” desenrola-se monótonamente por entre paisagens deslumbrantes, mas pouco mais há a retirar do filme. Béart que nos costuma brindar com boas interpretações simplesmente não teve força para fazer frente a um enredo mundano, sem nexo e que peca por alguma falta de explicações.
Um outro factor que pode deixar os espectadores defraudados prende-se com a publicidade que se fez sobre o filme. Tudo leva a crer que estamos perante um filme de terror, no sentido lato da palavra, quando o que realmente se nos apresenta é um drama psicológico, com algumas cenas um pouco mais fortes mas que dificilmente justificam a tendência que se induz nos potenciais espectadores. O filme perde, e nós também. Se até o próprio realizador diz que “não de trata de um filme de terror”, não se percebe a insistência da produtora em proporcionar tal engano. Mas adiante...
Algumas questões ficaram sem resposta e o espectador fica sem saber até que ponto todos os “condenados” pelos Vinyan (os espíritos de alguém que foi morto sob terríveis circunstâncias, e que aparecem na fita sobre a forma de crianças... ou pelo menos, será essa uma das explicações) merecem ou não a sua punição.
A fotografia e efeitos competentes não são suficientemente fortes para desculpar as situações inusitadas, sendo bastante fácil concluir que estamos perante uma das grandes desilusões que passou pelo MOTELx. Vale pelos minutos iniciais, com uma entrada “ensurdecedora” e envolvente. Já o final... é melhor nem falarmos nisso.
“You let him go.”
Nota Final: 4 / 10
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