Mais uma curta portuguesa que esteve a concurso no MOTELx e que se pode muito bem resumir numa palavra: poética. O jogo de luzes e cenários permite uma abordagem estéticamente bonita, claustrofóbica e convincente, que nos prende até ao final, numa expectativa crescente.
Ana Moreira, a par de Cláudio da Silva, protagoniza esta película realizada por Joana Linda e que tem a morte, e a espera pela mesma, como agentes principais da acção. São minutos de ansiedade por parte do espectador que pode ter várias leituras sobre o mesmo segmento que se lhe apresenta, ao mesmo tempo que vê a relação dos protagonistas como um contraponto atenuante da situação experienciada pela personagem de Ana.
Um filme de vampiros? Um filme de lobisomens? Algo com ou sem nexo? Que situação é esta que se desenrola perante os nossos olhos?
São diversas as questões que se levantam e que culminam num grito desesperado, que ecoa na memória findos os 15 minutos de duração da curta, e uma mensagem que fica, de que o caminho para aquele que se apresenta como o fim de um ciclo, deve ser trilhado de forma balanceada entre o consciente e o inconsciente. Porque há fugas que não são possíveis, nem concretizáveis.
A protagonista encontra-se numa dessas fugas, assim como o espectador, que não deve por nada perder este hino aos sentidos e a um dos maiores medos do ser humano. Imperdível, e a meu ver, uma das melhores curtas apresentadas no Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa. O prémio teria sido bem atribuído, como poderão comprovar aqui: http://www.bright-white-light.com/diary/?page_id=1506.
"Ela está a chegar... Tem pressa, tem fome..."
Nota Final: 8 / 10
- Somewhere
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