Três actos compõe esta curta de Pedro Florêncio: a Avó, o Bebé e o Piquenique.
Durante 6 minutos, as acções subdividem-se com o intuito de chocar e permitir jogos psicológicos entre aquilo que vemos, e o que sabemos ser o resultado de uma série de actos psicóticos por parte de um jovem que é, pelos menos aparentemente, capaz de mostrar e despertar algumas emoções (a forma como pega no bébe, é disso um bom exemplo).
Com uma leitura de trás para a frente, dado que somos introduzidos à fita com o final da mesma, o espectador não chega a compreender muito bem o que leva o rapaz a cometer tais acções. E, embora eu muitas vezes defenda que nem sempre uma explicação é necessária, fica a ideia de que algo mais poderia ter sido feito. Sente-se uma lacuna no facto de conseguir mostrar sentimentos, mas ao mesmo tempo ter a frieza para matar. É um factor complexo e pouco explorado.
Isento de falas, “O Homem Violento” vive da banda sonora ora em crescendo, ora completamente ausente, que deixa o espectador inebriar-se com os sons característicos do ambiente em que se encontra. Sente-se uma violência também ela crescente com o decorrer da fita, tornando-se tudo mais gráfico à medida que mudam os planos de acção (duas parcelas das acções ocorrem em off-screen, sendo que o final se mostra nú e crú).
Assim, apesar do abrupto final, certo é que esta curta cumpre aquilo a que se propôs, revelando-se uma das mais bem produzidas do festival. Facto que poderá comprovar aqui: http://www.youtube.com/watch?v=fBWJ3h7OqXc.
Nota Final: 7 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma