Numa algo atribulada ida ao cinema, optámos por um dos filmes menos publicitados, o thriller de terror “The Echo”, um remake do filme filipino “Sigaw” de 2004 e que conta, curiosamente, com o mesmo realizador, Yam Laranas. Ao contrário da maioria dos remakes, “The Echo” tem uma clara vantagem ao contar com o realizador do original para proporcionar uma melhor adaptação para os cinemas americanos.
Agora... Filme de terror? Bem, terror é uma categoria bastante subjectiva. Desde uma maior atenção da minha parte para filmes deste género que se tornou mais simples uma distinção dentro do mesmo. Uma divisão de classes, por assim dizer. É por isso mesmo que posso afirmar que “O Eco”, apesar de montado e publicitado como tal, está mais perto de um thriller do que de um filme de terror, puro e duro. Tem algumas cenas que apelam nesse sentido, mas pouco mais.
A fita prende o espectador com um suspense contido, difícil de digerir e compreender. Porque a situação assim o exige. Mas abordemos a história primeiro.
Bobby (Jesse Bradford) é um jovem em liberdade condicional que luta por refazer a sua vida. Volta à sua cidade natal, Nova Iorque, arranja um emprego e tenta reconquistar Alyssa (Amelia Warner), a sua antiga namorada. Agora, a viver na casa que pertencera à sua mãe, Bobby começa a apercerber-se de estranhos acontecimentos relacionados com os seus vizinhos. À medida que os ecos de uma história aparentemente por resolver galgam na vida do jovem, adensa-se o mistério em volta da morte da sua mãe. Conseguirá Bobby desvendar o mistério antes que este o leve à loucura e até, quem sabe, à sua própria morte e daqueles que ama?
A película deixa a sensação que algo mais poderia ter sido feito a nível de background da personagem principal. Embora sejam dadas algumas explicações, sente-se um desleixe nesse sentido, focando-se o filme num conjunto exarcebado de questões por responder.
A complexidade é uma constante, e alguns pormenores poderão confundir o espectador. Contudo, a fita vive muito dos efeitos sonoros, jogo de luzes e cores (os tons mortos conferem um ambiente interessante e claustrofóbico) e planos de acção capazes de provocar alguns “sustos”. E é nisso que se destaca. O trabalho de câmara está muito bem conseguido, de facto.
É um filme difícil de digerir, denso, e longe de ser perfeito, mas que se consegue consumar em competência. Cumpre aquilo a que se propõe.
“You hear them... don't you?”
Nota Final: 7 / 10
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