Nomeado para o Óscar de Melhor Filme, e valendo a nomeação para Melhor Actriz a Kate Winslet, “O Leitor” é, a meu ver, um filme... morno.
Alemanha, 1958. Michael Berg (David Kross) tinha somente 15 anos. Agora, volvidos quase 40 anos (Ralph Fiennes), relembra um romance que manteve com uma mulher mais velha, Hanna Schmitz (Kate Winslet). Dócil mas ao mesmo tempo fria e distante, Hanna era uma apaixonada pela leitura. O facto de Michael ler para ela, permitiu aprofundar significativamente a relação de ambos. Mas chega o dia em que Hanna desaparece.
A espera dura 10 anos até que Michael a reencontra a ser julgada... por actos de natureza nazi. As cenas no tribunal são sem dúvida emotivas. Vemos como Michael se debate interiormente com os seus segredos e como começa a questionar-se... Até que ponto conhecera Hanna?
Colocando em causa a moralidade do ser, “O Leitor” é um filme longo e complexo... pecando talvez nesse ponto. Valendo-se de um ambiente característico de época (bem conseguido diga-se) perde um pouco a “fervura”, principalmente na parte inicial. Porém, devo mencionar um exponencial interesse na recta final. A dinâmica entre Michael e Hanna foi um toque interessante e muitíssimo inteligente na medida em que, com o desenrolar dos acontecimentos vamos tomando noção da real importância que aquela mulher teve na sua vida.
Mas, na minha óptica, o melhor do filme prender-se-á mesmo com Kate Winslet que tem aqui uma grande interpretação. A sua versatilidade para demonstrar as mais variadas emoções e características da personagem justificam amplamente a sua nomeação ao Oscar. As cenas em que Michael lê para Hanna são extremamente apelativas emocionalmente. Toda a expressão corporal da actriz mostra entrega àqueles momentos que tanto significam para a personagem, e isso é de louvar. Brilhante. Pena é que o filme não esteja inteiramente em pé de igualdade com o trabalho por ela desenvolvido pois, embora a temática me fosse ao início bastante atractiva, confesso... não me envolveu tanto como esperava.
Veremos qual a opinião da academia.
“It doesn't matter what I think. It doesn't matter what I feel. The dead are still dead.”
Nota Final: 7.5 / 10
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