Jason “Jace” Newfield é um jovem invisual que se muda de Nova Iorque para um novo liceu no Utah. Lá, a sua adaptação é mais complicada do que se esperaria. Mais como autodefesa do que por feitio, o jovem manifesta-se algo “agreste” para com os seus novos colegas, e é precisamente isso que os afasta dele, e não o facto de ser cego, ao contrário do que ele pensa.
O primeiro passo de Jason no novo liceu passa por se inscrever nas aulas de música (em que é realmente bom!). Mas em busca de uma melhor aceitação, decide ingressar na equipa de wrestling. Cabe-lhe agora fazer tudo para vencer mais este desafio.
Este filme Disney apresenta duas mais valias imediatas que não posso deixar de mencionar: a ausência de Hannah Montana, Jonas Brothers e afins, e uma história coerente livre de estereótipos. Sim, um liceu não se livra das suas personagens características: o desportista, o amigo falhado, o treinador exigente, entre outros, mas consegue-o de maneira equilibrada e realista. Mesmo as cenas consideradas mais “lamechas” estão a um nível aceitável e sério.
Mas o ponto mais forte reside no tipo de história que nos é contada. Tudo bem que o universo dos invisuais foi já por várias vezes explorado, mas é bom vê-lo num formato Disney, de forma mais leve e tendo os jovens como público alvo.
As actuações que compõe a fita são, também elas, amplamente competentes, especialmente da parte de Andrew Lawrence, o protagonista. A composição que fez para o seu personagem é genuína e realista. Um bom trabalho.
Gostaria de assinalar também alguns bons pormenores, como a sinalização sonora de uma tabela de basket, que permitem a Jason jogar, ou das tácticas que permitem a participação de cegos no desporto retratado no filme.
Assim, “Ir ao Tapete” é mais uma fita que pretende transmitir determinados valores, funcionando no comum formato de “lição de vida” da qual a Disney se pode, e deve orgulhar. Um filme simples, mas que cumpre aquilo a que se propõe, e até mais, sendo por isso mesmo dos mais aclamados filmes da companhia. É por estas situações que se justificaria mais a sua presença numa sala de cinema do que a maioria dos filmes ocos que têm aparecido, sobre bandas que levam as nossas adolescentes à loucura...
“Doesn't it ever tick you off? That when people look at you all they see is a blind guy?”
Nota Final: 7 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma