Keira Knightley, a coqueluche dos filmes de época (e ainda bem, porque tem a dose certa de delicadeza e força necessárias para esse tipo de papel) interpreta Georgiana Spencer Cavendish, a Duquesa de Devonshire, uma mulher com ideias extremamente modernistas para a época em que viveu.
Baseado na biografia escrita por Amanda Foreman, e com contornos semelhantes à história da malograda Princesa Diana (descendente dos Spencers, a família de Georgiana), o factor mais representativo de “A Duquesa” será mesmo o guarda roupa fenomenal (que pode muito bem ganhar o Óscar na sua categoria) e a prestação de Keira.
O restante elenco não tem a capacidade de envolver e cativar o espectador como Keira tem (nem mesmo Ralph Fiennes com o seu contido Duque de Devonshire) e isso reflecte-se na película. A protagonista, que “suporta” todo o filme, consegue superar-se no papel. As aspirações da duquesa, o seu envolvimento na política (e com Charles Grey, o seu verdadeiro amor, interpretado por um ainda bastante inexperiente Dominic Cooper), a sua paixão pelos jogos, a sua dedicação aos filhos, o desejo de direitos iguais aos do marido e o facto de ser um ícone da moda do século 18... tudo foi captado e brilhantemente transmitido por Keira para a fita. Impecável.
Devo ainda mencionar aquele que considerei um dos pontos mais altos do filme: as conversas da duquesa com o político Charles Fox (Simon McBurney). Resultado de um momento bastante inspirado, quer dos guionistas, quer dos próprios actores, essas cenas são de facto imperdíveis. Exímiamente representadas e com diálogos bem conseguidos.
Contando também com bons pormenores a nível de fotografia, certo é que o filme fica um pouco aquém do esperado. É agradável, vê-se bem, a vida da duquesa é sem dúvida alguma uma história apaixonante... mas não passa muito disso. Fica a sensação de que algo mais poderia ter sido feito.
“You can't ask me to battle nature in my own heart.”
Nota Final: 6.5 / 10
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