O escândalo de Watergate acaba de rebentar. Richard Nixon renuncia à presidência, tornando-se o primeiro a tomar tal decisão. O seu sucessor, o vice-presidente Gerald Ford, concede-lhe um perdão em relação a todas as ofensas cometidas contra os EUA.
É aqui que nos situamos, em pleno ano de 1974. Nixon, já sem sustentabilidade politica, vê-se ‘obrigado’ a renunciar ao cargo de presidente dos Estados Unidos. O povo sempre achou que este deveria ser julgado em tribunal, mas tal não aconteceu devido ao perdão de Ford. Três anos volvidos, Nixon vê num apresentador de ‘talk-shows’ o anfitrião ideal para o entrevistar, isto numa tentativa de limpar a sua imagem e voltar ao meio politico. David Frost é esse apresentador, um britânico muito interessado na audiência que esta entrevista lhe pode proporcionar, e que, na óptica de Nixon, não tem o “estofo” necessário para a gerir, não só por se tratar de uma entrevista de cariz político, mas também por o entrevistado ser alguém com larga experiência neste tipo de situação.
“David is a performer of highest calibre”
Os vários episódios políticos que foram alvo de bastante controvérsia naquela época, não são explorados ao detalhe. O realizador opta por focar as vertentes relacionadas com a entrevista em si: toda a preparação e investigação feitas pela equipa de Frost (o seu produtor, e dois investigadores), todos os jogos ‘mentais’ e técnicas existentes durante a entrevista para que Nixon não a monopolize... tudo deveras interessante.
O facto das questões políticas não estarem expostas de forma pura e dura, faz com que o publico alvo seja mais abrangente, e possa apreciar o trabalho do candidato ao Óscar de Melhor Actor da academia, Frank Langella no papel de Richard Nixon. Apesar de assim o ser, estas não deixam de ser marcantes, fazendo com que ‘o Presidente’ tenha o seu merecido ‘julgamento’...
Nota final: 8/10