Mas que bela (e apropriada!) surpresa para o dia em questão!
Será talvez esta a melhor maneira de começar a crítica ao mais recente trabalho de Jean-Marc Vallée, “A Jovem Victória”. Nomeada para os Óscares 2010 na categoria de Melhor Direcção Artística, Melhor Guarda Roupa e Melhor Caracterização, e contando ainda com nomeações para os BAFTA, em categorias semelhantes, eis uma película que, embora não fuja muito ao que se espera num filme deste género, consegue inovar e ser bastante agradável de se ver.
O filme relata-nos a históra da Rainha Victoria de Inglaterra (Emily Blunt), desde os seus anos de juventude, passando pelo grande amor que viveu com aquele que seria o seu esposo, o Príncipe Albert (Rupert Friend), e ainda mostrando, não só a soberana, como, e principalmente, a mulher responsável pelo reinado mais longo da história do Reino Unido até à data.
Com o desenvolvimento da acção a dar-se num ritmo forte e ágil, “The Young Victoria” mostra-se interessante, eloquente e bastante fiel a factos históricos. Os únicos elementos ficcionados (apenas 2) são referentes à relação de Albert e Victoria. O primeiro consiste na permanência do príncipe na corte da rainha britânica durante um mês. Tal não se verificou, tendo o seu amor crescido sob a forma de correspondência que trocavam entre si. O outro objecto fictício foi o atentado. Ele existiu sim, mas Albert não foi ferido (embora na vida real, o príncipe tenha de facto tentado proteger a Rainha, pondo a sua própria vida em risco, e mostrando claramente, o sacrifício que estaria disposto a fazer pela mulher que amava). Porém, são “mudanças” na história que se justificam, conferindo uma carga dramática necessária à fita.
Embora mantenha ainda um tom bastante contido em alguns aspectos (característico dos filmes de época), é permitida ao espectador uma fácil abordagem não só ao espectro romântico da fita (com a química perfeita entre Blunt e Friend, sem exageros ou melodramas baratos), como também ao conteúdo político e dificuldades sentidas pelo governo britânico naquela época.
As excelentes interpretações (especialmente de Emily Blunt, que conseguiu mesmo a nomeação para Melhor Actriz Dramática nos Golden Globes deste ano), bem como a simplificação (mas não banalização, entenda-se) dos diálogos, abonam ainda a favor de uma maior envolvência por parte do espectador para com a história que é contada.
Não será portanto demais afirmar que, embora nos encontremos perante um típico filme de época britânico, estamos também perante uma aposta segura e que certamente não faltará na minha colecção.
“You're too young! You've no experience. You're like a china doll, walking over a precipice...”
Nota Final: 8 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma