Steve Martin e Alec Baldwin, após um bom número musical a cargo de Neil Patrick Harris, conduziram uma cerimónia bem mais monótona que a do ano passado. Contudo, a química da dupla permitiu alguns bons momentos de humor relacionados com “Paranormal Activity” e “Avatar”, por exemplo. O mesmo se pode dizer de Ben Stiller, um Na'vi caracterizado a rigor. Mas adiante! Com nova regra no que a discursos diz respeito (não podem exceder os 45 segundos de duração), esta noite não trouxe grandes surpresas, senão vejamos...
A nível interpretativo, assistimos a uma reprise dos Golden Gobes, com a vitória de Christoph Waltz na categoria de Melhor Actor Secundário (que nos brindou com um discurso sentido e humilde após receber a estatueta dourada das mãos de Penélope Cruz) e de Mo'Nique como Melhor Actriz Secundária por “Precious” (filme independente que venceu também na categoria de Melhor Argumento Adaptado, perfazendo um total de 2 estatuetas). O mesmo se pode dizer quanto aos premiados para Melhor Actriz e Melhor Actor, Sandra Bullock (que no dia anterior venceu um Razzie por “All About Steve”) e Jeff Bridges.
Aproveito desde já a vitória destes dois belíssimos actores para frisar bem o meu profundo desagrado por Portugal não ter partido para os Óscares com a possibilidade de assistir às suas prestações. É ridículo o tempo que os filmes demoram a chegar à cauda da Europa. Para quando “The Blind Side” e “Crazy Heart”? Pois, já vêm tarde. Verdadeiramente inadmissível.
Na categoria de Melhor Filme de Animação, “Up” sagrou-se vencedor, numa apresentação minimamente original dos nomeados “animados”. Seguiu-se a atribuição do Óscar para Melhor Canção Original, que este ano não teve direito a apresentação ao vivo. Mais uma manobra para diminuir a duração da gala. E uma vez mais, sem surpresas, o vencedor foi a música de “Crazy Heart”. Sim, aquele filme que ainda não estreou por terras lusas...
Seguiu-se o Óscar para Melhor Argumento Original, que muitos pensavam ir parar ao Filme do Ano 2009 do GT, “Inglourious Basterds”, não “The Hurt Locker”, o vencedor da noite, reinvidicá-lo como seu. “The Hurt Locker”, nomeado para 9 categorias, arrecadou 6, inluindo Melhor Filme e Melhor Realizador, sendo esta a 1ª vez que uma mulher ganha o referido prémio.
“Avatar”, também ele nomeado para 9 categorias, teve de se contentar somente com 3 vitórias, nomeadamente Melhor Direcção Artística, Melhor Fotografia e Melhores Efeitos Visuais, albergando já o título de grande derrotado desta edição dos Óscares.
“Logorama”, “Music by Prudence” e “The New Tenants” foram as curtas vencedoras e despertaram curiosidade, nomeadamente “Logorama” por se tratar de uma história feita inteiramente com logotipos de conhecidas marcas. Já “The Cove”, que terá crítica aqui no GT brevemente, foi o vencedor do prémio para Melhor Documentário Longa Metragem.
“Star Trek”, apontado como um dos “esquecidos” na lista de melhores filmes deste ano, acabou por levar para casa o Óscar de Melhor Caracterização, e “The Young Victoria” o de Melhor Guarda Roupa.
E após um justo tributo aos filmes de terror, categoria que ainda está longe de alcançar o respeito que merece, assistiu-se a um dos poucos momentos musicais da noite, desta feita para homenagear as personalidades da sétima arte que faleceram o ano passado, e que deixaram o mundo do cinema um pouco mais pobre. De seguida, um dos pontos mais altos da noite, a apresentação coreografada das bandas sonoras nomeadas, sendo “Up” a vencedora, perfazendo um total de 2 estatuetas para o filme da Disney Pixar.
Em tom conclusivo, deixo talvez a única grande surpresa, que foi a vitória de “El Secreto de sus Ojos”, a película argentina que deixou para trás o favorito “Das Weisse Band”, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Desta feita, o GT encerra a cobertura a mais uma cerimónia dos Óscares, bastante previsível e uns furos abaixo do que seria de esperar. Porém, cá estaremos para o ano, sempre de olhos postos no bom cinema!
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma