Ridículo. Sofrivél. Inclassificável.
Chega? Não... Acho justo dar pelo menos alguns fundamentos para palavras tão “duras” para com um dos mais mediatizados filmes portugueses dos últimos anos. Porque é só disso mesmo que se trata, mediatismo. Porque qualidade, essa... ficou guardada bem longe desta “película”.
Senão vejamos. A história certamente a reconhecerão dos jornais, telejornais e revistas, mais ou menos sensacionalistas, que tanto apreciam um bom escândalo. Futebol, árbitros comprados, acompanhantes de luxo, dinheiro, poder... Não será portanto de admirar que “Corrupção” se baseie no livro que foi sucesso de vendas em Portugal (mais uma calamidade, a meu ver), “Eu, Carolina”, em que a ex-companheira de Pinto da Costa, o presidente do F.C. Porto, apresenta a sua versão dos factos (muitos deles dos bastidores da história) sobre o caso “Apito Dourado”, que tanta tinta fez correr na imprensa.
Sofia (Margarida Vila-Nova), é a representação cinematográfica de Carolina. Uma jovem mãe solteira, que trabalha numa casa nocturna como acompanhante. É nessa casa que Sofia trava conhecimento com o presidente de um importante clube de futebol, com quem acaba por se envolver. Foram meses de sossego para a acompanhante e os seus dois filhos, até ao dia em que as transações começaram a descontrolar-se e as fugas de informação tomaram lugar, levantando problemas conjugais e judiciais na vida do Presidente. Familiar não?
Falemos agora dos aspectos técnicos. Os diálogos estão muito mal conseguidos, carregados de clichés e completamente falsos. O guião mostra-se despropositado durante toda a extensão da fita e as interpretações likewise. Os fade outs apropriados para videoclips são usados até á exaustão, facilitando quebras atrás de quebras na narrativa que é, já de si, bastante pobre. As próprias transições de cena estão péssimamente executadas e deviam fazer corar de vergonha quem as produziu.
“Corrupção” só não tem a nota 0 porque é de louvar a “tentativa” de fazer um filme dentro deste género em Portugal. Pena que não tenha (de todo!) resultado. E sim, opiniões são subjectivas, mas há condições mínimas a serem reunidas para pelo menos se tentar fazer bom cinema. Aqui, não se verifica nada disso. Um conjunto sem nexo de situações completamente dispensável, e um péssimo exemplo de cinema português. Vergonhoso.
Nota Final: 1 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma