Margaret Tate (Sandra Bullock) é uma bem sucedida editora da companhia de publicações Colden Books. Temida pelos empregados, tem em Andrew Paxton (Ryan Reynolds) o seu maior “sacrificado”. Andrew é o seu assistente faz já 3 anos, e sempre fora tratado com indiferença, até ao dia em que Margaret recebe a notícia que o seu visto de residência nos Estados Unidos está prestes a expirar.
Por forma a evitar a eminente deportação para o Canadá, o seu país de origem, a editora decide casar... com Andrew. Aproveitando a festa de aniversário da avó deste, no fim-de-semana, decidem viajar para o Alasca para anunciar a boda e provar a veracidade do casamento perante o assistente do gabinete de deportação.
E é precisamente no Alasca, junto da família Paxton, que começam todas as peripécias...
Com situações cómicas de extremo bom gosto, “A Proposta” é sem dúvida alguma das melhores comédias românticas produzidas nos últimos tempos. Sim... é previsível, repetitiva, cheia de clichês, e antes do filme acabar temos perfeita noção do seu desfecho. Ainda assim, o certo é que cumpre a sua função de dispôr bem o espectador. E fá-lo bem.
Posso garantir que a maioria das pessoas que compunham a sala não saiu defraudada pois foram audíveis sonoras gargalhadas em diversas ocasiões, fossem elas potenciadas pelo diálogo, ou por um simples olhar lançado por Reynolds ou Bullock (que continua com aquele jeito de miúda a que já nos habituámos e que nunca cansa, provando uma vez mais ser este o seu registo ideal).
A química entre os actores facilita substancialmente o envolvimento com a história e proporciona alguns bons momentos. Todos os actores estão a um bom nível, mas há que mencionar Betty White, enquanto a caricata Annie, a avó de Andrew. A cena na floresta, ao lado de Bullock, fez-me rir do princípio ao fim. E não esquecendo o multifacetado Ramone (Oscar Nuñez).
Quanto ao cenário escolhido para a acção, Alasca, os produtores foram felizes, deslumbrando-nos com imagens do estado americano com menos densidade populacional. Nice touch.
“The Proposal” revela-se pois uma boa e segura aposta dentro do género!
“Do you prefer Margaret or "Satan's Mistress"?”
Nota Final: 7 / 10
É facto que muitos dos filmes com temáticas homossexuais são característicamente pesados e com finais trágicos. Porém, é bom verificar que aos poucos as comédias românticas começam a aparecer sem grandes controvérsias, permitindo ao espectador um mais vasto leque de géneros cinematográficos dentro do já referido tema.
A premissa deste “I Can’t Think Straight” é bastante simples. Leyla (Sheetal Sheth) é uma jovem indiana, introvertida, mas extremamente criativa. Tem na escrita o seu mundo, o que lhe permite fugir um pouco à elevada protecção e preocupação dos pais. Já Tala (Lisa Ray) é uma mulher palestiniana, independente e que vai já na sua 4ª festa de noivado... sendo que nenhuma passou disso mesmo pois a jovem sempre acabou por desfazer os enlaces.
Tudo seguiria o seu rumo, não fosse o facto de Leyla namorar com Ali (Rez Kempton), o melhor amigo de Tala. Ao conhecerem-se, a empatia entre as duas jovens é imediata e rápidamente progride para algo mais... Mas estarão elas preparadas para enfrentar o preconceito das famílias, dos seus próprios costumes e religiões?
Com falhas visíveis no nível interpretativo da maioria dos actores, nomeadamente na prestação quase mecânica de alguns deles, certo é que a química e competência das duas protagonistas consegue “encher” o ecrã por forma a permitir ao espectador aproveitar inteiramente o factor de entretenimento que o filme pretende transmitir.
Filme esse que poderia ser um melhor produto, não fosse o ritmo demasiado “apressado” que transmite e que acaba por deixar o espectador com a sensação que, com um pouco mais de tempo de exploração do guião, a história teria ganho uma melhor abordagem.
Ainda assim, com uma fotografia cuidada, e uma agradável banda sonora, “I Can’t Think Straight” revela-se uma comédia simples, leve, que dispõe bem, e que com certeza não será uma má experiência.
“Slept with a woman while my fiancé makes wedding preparations? Nope, never done that before.”
Nota Final: 6.5 / 10
O realizador Mike Cahill traz-nos com este “King Of California”, a história de Miranda (Evan Rachel Wood), uma jovem de 16 anos que vive sozinha, trabalhando no McDonalds, e que tem agora de se moldar a uma nova situação: o regresso a casa do seu pai, Charlie (Michael Douglas). Após obter alta da clínica psiquiátrica onde esteve internado, Charlie procura a todo o custo recuperar, ou direi antes, construir, uma relação com a filha.
E para aproximá-los existe um segredo que, para Charlie, se vai revelar mesmo a maior busca da sua vida: a procura por um tesouro espanhol que se encontra enterrado sob um supermercado próximo da localidade onde vivem. Todas as peripécias desenrolam-se a um ritmo ora roçando a comédia, ora focando pontos com alguma carga dramática, mas que são imprescindíveis para a (re)aproximação dos personagens principais.
Michael Douglas brinda-nos com uma interpretação sincera, inspirada e extremamente bem estruturada, bem como Evan Rachel Wood, que consegue bons pormenores. O carisma da actriz não deixa margem para dúvidas nesse campo. O à vontade dos actores contribui substancialmente para uma credibilização do filme, e isso é notório e muitíssimo apreciado.
Direccionado essencialmente para a família “O Rei da Califórnia”, pelo qual tivemos de esperar 2 anos até à sua estreia, transmite uma importante mensagem: que nem sempre os bens mais preciosos estão à nossa espera. É preciso embarcar num processo de descoberta dos mesmos, e de nós próprios. Pois isso, vale mais que qualquer tesouro.
É esta simplicidade que nos leva, indubitávelmente, a ver esta película como um produto original, inteligente, bem disposto, mas ainda assim, intenso e com sentimentos que se potenciam em filmes como “Juno”, por exemplo. Uma calma aparente mas que “esconde” situações do dia a dia e com as quais nos podemos facilmente identificar. Um bom filme sem dúvida. Go see it!
“Catastrophe equals opportunity.”
Nota Final: 7.5 / 10
Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks) são dois amigos que vivem juntos. Além de viverem juntos, ambos partilham um monte de dividas que não para de aumentar. Após uma festa com antigos colegas da universidade, a luz e a água do apartamento são cortadas e as suas vidas atingem o fundo.
Sem maneira de pagar as dívidas, Zack tem a ideia de fazerem um filme pornográfico. Assim, com as receitas do filme poderiam pagar todas as dívidas, mas as coisas não correm como eles queriam. Ambos juram antes de começar o filme que nada se iria alterar na relação deles mas a verdade é que a sua relação muda para algo bastante maior.
Realizado pelo conhecido realizador de comédias Kevin Smith, chega-nos uma comédia bem ao estilo deste, ou seja, acima da média. Zack and Miri Make a Porno ganhou algum protagonismo nos media na América por causa do poster promocional (o mesmo que coloquei em cima), sendo este proibido porque demonstrava pessoas a fazer sexo oral(!). Até parte do título do filme (Make a Porno) foi proibido em algumas cidades. God Bless America.
Com diálogos interessantes e algumas referências interessantes ao universo de Star Wars, nada neste filme é entediante, porém isso não chega para fazer um bom filme. Essas lacunas são reparadas pelo casal (no filme) Seth Rogen e Elizabeth Banks que têm um desempenho bastante razoável e demonstram uma química muito boa entre os dois. Craig Robison faz o papel de realizador do filme porno e tem um desempenho bastante bom e divertido.
“What? Han Solo ain't never had sex with Princess Leia in the Star Wars!”
Nota Final: 7/10
A história de “Caramel” prende-se com 4 amigas, Layale, Nisrine, Jamale e Rima, que trabalham, ou no caso de Jamale, frequenta, um cabeleireiro em Beirute, o Si Belle. Layale (Nadine Labaki) é uma bela mulher que mantém um relacionamento com um homem casado, embora desconheça tal facto. Nisrine (Yasmine Al Masri) é uma jovem de origem muçulmana que se encontra de casamento marcado. Porém, algo compromete a sua felicidade plena... Apaixonada, teme a reacção do noivo Bassam (Ismail Antar) ao descobrir que ela já não é virgem. Jamale (Gisele Aouad) é uma antiga actriz de novelas e estrela da publicidade. Divorciada e mãe de dois filhos, trava uma batalha contra o seu envelhecimento, ao qual não se consegue adaptar. E Rima (Joanna Moukarzel), que nunca se tendo apaixonado, tenta agora lidar com a atracção que sente por outras mulheres, em especial por uma cliente do salão.
As suas vidas estão interligadas com mais duas outras personagens que, a meu ver, são dois fortíssimos valores deste filme: Lili e Rose. Lili (Aziza Semaan) é uma idosa que vive presa à ideia de um amor passado, dedicando-se agora a apanhar qualquer papel que encontre na rua, dizendo sempre tratar-se de cartas de, ou para, esse seu amor. Facto, é que a sua personagem transmite o receio de qualquer idoso: mais que o abandono físico, o sentimental, aquela proximidade de alguém que realmente se importe. E para ocupar esse lugar, Lili tem Rose (Sihame Haddad), a sua irmã mais nova. Porém, chegou a vez de Rose se apaixonar, mas... conseguirá ela conjugar esse amor com todos cuidados que Lili necessita?
Seguindo um ritmo bastante interessante, sem se deixar cair no exagero dramático e jogando com uma fotografia em tons predominantemente dourados (extemamente bem conseguidos diga-se, um festival visual simples e irrepreensível), esta película permite ao espectador deliciar-se com uma história que, embora coerente, desenvolve um considerável número de temáticas, desde o amor na terceira idade, até ao adultério, homossexualidade, menopausa entre outros.
Abordando todos os focos da narrativa com extremo bom gosto, este “Sukkar Banat” é sem dúvida uma mais valia dentro dos filmes do género, permitindo um envolvimento imediato com todas as personagens que nos são introduzidas, bem como com todos os seus sentimentos, sejam eles de medo ou confiança, alegria ou desânimo.
Para essa condição contribuiu, não só a latente entrega de todos os actores do filme (todos num elevado nível de representação) como também a criatividade de diversas cenas que conseguem produzir no espectador um vasto leque de emoções.
Sedutora, fascinante e genuína. Assim é esta apaixonada dedicatória da directora, e protagonista, Nadine Labaki ao seu país de origem. A não perder!
Nota Final: 7.5 / 10
Com toques de humor negro a lembrar o fantástico “Clube de Combate”, ou não se tratasse de uma obra do mesmo autor, “Asfixia” conta-nos a história de Victor Mancini (Sam Rockwell).
Por ter vivido uma infância castradora devido ao desejo quase psicótico da sua mãe de o ver como médico, é agora frequentador de um clube de ajuda para viciados em sexo e... finge asfixias em restaurantes. Com a mãe internada num hospital de elevados custos, por sofrer da doença de Alzheimer, Victor faz tudo o que pode para pagar esses serviços, desde desistir da faculdade de medicina até trabalhar como guia num parque temático.
Embora não me tenha conquistado ao início, certo é que o filme possui algumas mais valias, quanto mais não seja pela dose certa de humor negro que permite uma fusão da vulgar comédia com teor sexual com um drama inteligente em determinados aspectos. Mas a nível interpretativo, não é suficiente. Nem todos os actores se encontram a um bom nível, e a história sai a perder com tal facto. Destaca-se, em grande plano diga-se, Anjelica Huston no papel de Ida J. Mancini, a mãe de Victor. Sam Rockwell também não compromete, conseguindo arrebatar as suas cenas (de mencionar aquelas que partilha com vários pacientes residentes no hospital).
A filmografia, embora com planos de corte pouco elaborados e excessivamente simples, está bem conseguida q.b., revelando-se especialmente competente nas sequências de flashbacks da infância de Victor (onde se registam, a meu ver, os pontos mais altos do filme).
Em tom conclusivo, há que mencionar o twist final que foi muitíssimo bem conduzido. As revelações que se processam não eram de todo esperadas.
Não se enganem ao encará-lo como um digno sucessor de “Fight Club”. Reconheçam antes o bom esforço que lhe foi dedicado.
“We're not evil sinners or perfect knock offs of God. We let the world tell us weather we're saints or sex addicts.
Nota Final: 7.5 / 10
“Que O Céu Nos Ajude”... indeed!
Este documentário ateísta (ou será mais agnóstico?) protagonizado pelo comediante e apresentador Bill Maher leva-nos numa viagem pelos diversos fenómenos das principais religiões do mundo, bem como por vários actos considerados pecados, desde a homossexualidade, até ao uso de métodos contraceptivos.
Maher confronta vários indivíduos ligados de alguma maneira a essas mesmas religiões, desde crentes até padres, e o resultado dessas entrevistas é tudo menos esclarecedor. Vemos até que ponto a perspicácia do apresentador consegue arrancar as mais inusitadas respostas aos entrevistados, ou até mesmo a deixá-los sem qualquer argumento válido.
Uma das cenas mais emblemáticas do filme, será mesmo a do “confronto” de Bill com um reverendo. É completamente anedótico como alguém que defende algo tão livre de bens materiais, como são os ensinamentos de
De mencionar ainda a entrevista a um padre “rebelde”, em pleno Vaticano. O facto de não se conformar com muitas das políticas da Igreja, e dizê-lo a quem o quiser ouvir, é simplesmente brilhante e até mesmo inspirador.
Mas passemos a aspectos técnicos. Dinamizando a fita com diversos trechos de filmes com alguma ligação à temática corrente, este “Religulous” consegue, efectivamente, tornar-se num bom produto dentro do género. E os comentários que acompanham as entrevistas (no ecrã, em roda pé) estão extremamente bem conseguidos.
Devo porém clarificar que nem tudo é perfeito. Denota-se, propositadamente ou não, uma procura por personagens que são, por si só, caricatas. Acredito que um pouco mais de “brio” na escolha de alguns dos intervenientes conferisse mais “seriedade” ao assunto em debate. Mas se formos a ver, não é isso que se pretende exactamente.
Irreverente e polémico, “Religulous” mantém-se fiel aos seus príncipios: não pretende atacar qualquer crença nem qualquer religião, mas sim deixar o espectador a pensar no que realmente acredita, no porquê de determinadas questões continuarem sem resposta, e se há de facto algo mais do que “a vista alcança”.
Ou
Nota Final: 7.5 / 10
Leve e divertida. É assim que esta deliciosa comédia romântica deve ser encarada, e foi assim que eu encarei no cinema quando estava rodeado pelos espectadores que 90% eram do sexo feminino.
Seguindo a “base” da premissa de Love Actually, He’s Just Not That Into You guia-nos por uma série de mini histórias de amor que estão de alguma maneira interligadas. Somos guiados por Gigi Haim (Ginnifer Goodwin), uma eterna sonhadora que procura o seu par ideal. Num encontro conhece Conor Barry (Kevin Connolly), que na verdade está-se literalmente a “borrifar” para ela. Passado uns dias, Gigi numa tentativa de encontrar Conor, conhece Alex (Justin Long) com quem cria uma empatia e este a começa guiar pela sua vida amorosa.
“Maybe he lost my number or is out of town or got hit by a cab.”
Conor na realidade tem uma espécie de relação com Anna Taylor (Scarllet Johansson), mas esta por sua vez conhece e envolve-se com Ben Gunders (Bradley Cooper) que é casado com Janine Gunders (Jennifer Connely) que trabalha com Gigi, mas esta não desconfia de nada e na realidade está mais preocupada que o marido comece a fumar outra vez. Beth Barlett (Jennifer Aniston), que é uma espécie de patroa de Gigi e Janine, vive há sete anos com o seu namorado Neil Jones (Ben Affleck) que é irmão de Ben.
Esta é uma versão reduzida da história, que é adaptada da obra com o mesmo nome que o filme e tem como criadores Greg Behrendt e Liz Tuccillo (criadores de Sex & The City), que nos é trazida pelas mãos de Ken Kwapis. Este consegue mostrar-nos de uma maneira simples diversas histórias românticas sem nenhum ter mais tempo de antena que outra. Assim, aquelas histórias que têm mais protagonismo acabam por ter o mesmo grau de importância das outras. Ao seguir uma sequência bem linear com diálogos bem estruturados, Ken Kwapis mostra várias facetas do amor e em particular um bem recente que foi de forma muito inteligente introduzida no filme: as plataformas sociais na internet tal como o myspace, facebook, entre outros.
Reunindo um elenco fantástico, era difícil alguém falhar. Mas como é óbvio alguém foi o bobo da festa, e neste caso em particular foram Bem Affleck e Jennifer Aniston (que surpresa…) que apresentam performances medianas, mostrando uma total falta de conectividade, o que é uma pena pois o casal que formam é um dos pontos fulcrais do filme.
Ginnifer Goodwin talvez como a faceta principal do filme, tem um desempenho bastante positivo, a par de Scarllet Johansson que tinha como um objectivo indirecto ser a sedutora do filme, representou com um à vontade natural que já todos lhe conhecemos. Em relação ao resto do elenco todos merecem uma nota positiva e não deixam os seus créditos alheios.
Recorrendo a diálogos para fazer a verdadeira comédia em vez de cenas caricatas, Ken Kwapis traz uma boa comédia romântica que sem dúvida se situa bastante acima da média deste segmento.
“I had this guy leave me a voice mail at work, so I called him at home, and then he emailed me to my BlackBerry, and so I texted to his cell, and now you just have to go around checking all these different portals just to get rejected by seven different technologies. It’s exhausting.”
Nota Final: 8/10
Por volta dos anos 70, Louis Hinds (Samuel L. Jackson) e Floyd Henderson (Bernie Mac) faziam furor como o coro dos “Real Deal”, que tinha como vocalista Marcus Hooks (John Legend). Quando Marcus decide fazer uma carreira a solo e se torna uma super estrela internacional, Louis e Floyd gravam um disco juntos fazendo bastante sucesso, mas inevitavelmente acabam por se retirar do mundo da música.
Anos mais tarde, quando Marcus Hook morre subitamente, Floyd vê-se na posse de um convite para ir cantar no funeral e é confrontado com uma missão quase impossível: convencer Louis a actuar a seu lado. Assim, os dois fazem-se à estrada passando por diversas situações caricatas, incluindo a visita ao antigo amor dos dois, que entretanto tinha falecido, e conhecem então a sua filha Cleo (Sharon Leal) que após uma confusão com o namorado se torna companheira de viagem da dupla de cantores.
Soul Men, tal como o nome diz, é uma homenagem à música soul. Malcom D. Lee faz um bom trabalho, trazendo até nós um filme sem objectivos por aí além mas que nos diverte com cenas muito boas entre a dupla de actores principal. Apesar do que disse atrás, existem cenas que são demasiado forçadas e gastas que nos deixam sem reacção e nem um sorriso conseguem arrancar. Em termos de características técnicas, quase nada se destaca pois o plano de imagem foi deixado de lado, com as câmaras só interessadas em focar os actores. Claro que no campo da banda sonora, podemos esperar grandes momentos, com a música tradicionalmente afro-americana a brilhar intensamente.
Samuel L. Jackson está igual a si próprio, e por diversas vezes pensei que estava a ver o Snakes on a Plane. Bernie Mac tem aqui a sua última aparição no ecrã (muito bem conseguida), pois faleceu um pouco após o terminar das filmagens do filme e sinceramente acho que deixará alguma saudade como actor.
Musica soul no seu melhor.
Nota Final: 7/10
Remake do filme coreano “Yeopgijeogin geunyeo” de 2001, e baseado numa história verídica, “A Minha Namorada é Louca” conta-nos a história de Charlie Bellow (Jesse Bradford), um tímido estudante que um dia salva a vida de uma (alcoolizada) jovem no metro. Essa rapariga é Jordan Roark (Elisha Cuthbert), uma extremamente complicada “menina rica” que esconde um desgosto de amor...
Com uma série de peripécias pelo caminho, eles acabam por se apaixonar, apesar das constantes “catástrofes” provocadas por Jordan na vida de Charlie. Resta agora saber: ficarão juntos?
Contando com um elenco ainda em ascenção, especialmente Elisha Cuthbert, que marcou presença num dos mais rentáveis blockbusters dos últimos anos, “The Girl Next Door”, certo é que a história funciona muito pela dinâmica criada entre os actores. E embora uma ou outra situação merecesse revisão, a película não se vê comprometida. Os cenários do filme são uma delícia visual, bem como a banda sonora, apropriada para o estilo em questão.
Relativamente ao facto de ser um remake “hollywoodesco”, este é considerado bastante mais fraco que o original de 2001. Porém, devo dizer que me conquistou, embora não descarte a hipótese de comprovar tal opinião que é, aparentemente, geral.
Em tom conclusivo, há que mencionar aquilo que de mais forte o filme oferece ao espectador: a sua recta final. Faz já bastante tempo que não me deparava com um final tão satisfatório em filmes deste género. Surpreendeu-me pela positiva, pois teve tanto de original como previsível q.b. (o que ao contrário do que muitos pensam, nem sempre é mau para uma fita com os objectivos a que esta se propõe).
Assim, “My Sassy Girl” arranca boas gargalhadas do público, e uma dose certa de comoção. Era o que pretendia e que, felizmente, alcançou. Watchable.
“Destiny is the bridge you build to the one you love.”
Nota Final: 6.5 / 10
Marty Bronson (Jonathan Pryce) vive com os seus dois filhos num hotel do qual é dono. A família é feliz mas Marty que apesar de ter bastante jeito para ser pai não tem jeito nenhum para gerir as contas do hotel. Obrigado a vende-lo, o seu único pedido a Barry Nottingham (Richard Griffiths) é que o seu filho Skeeter fosse um dia gerente do hotel. Assim, passado 25 anos, Skeeter (Adam Sandler) trabalha arduamente no hotel como uma espécie de faz-tudo para merecer esse mesmo posto. Quando percebe que essa promessa nunca iria ser cumprida, Skeeter deixa-se ir abaixo.
Tudo muda quando a sua irmã lhe pede para ficar uma semana a tomar conta dos seus sobrinhos. Num dia, após na noite anterior ter contado aos sobrinhos uma história para estes adormecerem, coisas estranhas acontecem e Skeeter percebe que estas estão ligadas com a história da noite anterior. Assim, Skeeter começa a tentar mudar a sua vida, mas após algumas tentativas falhadas percebe que só as partes das histórias que são contadas pelos sobrinhos é que realmente acontecem.
Realizado por Adam Shankman, Bedtime Stories é um filme mediano que só é capaz de nos iluminar os olhos com alguns pormenores. Com alguns bons efeitos especiais, este filme provavelmente encantará as crianças e alguns adultos com um sentido de humor mais alargado.
Com um bom elenco (para um filme da Disney), a verdade é que ninguém se destaca. Adam Sandler está igual a si próprio e a verdade é que não existe quase nenhum momento de verdadeira ligação entre este e os dois pequenos da história: Jonathan Morgan Heit e Laura Ann Kesling. Ainda quem dá um aspecto mais ternurento à história é Jonathan Pryce que transmite um sentido paternal muito bom.
Para terminar, destaco a verdadeira estrela desta história: o porquinho-da-índia com os seus olhos gigantes.
Nota Final: 5/10
Tony Ramos e Glória Pires interpretam Cláudio e Helena, um bem disposto casal que, embora feliz, entrou na famosa fase da “rotina”. Ele, desgastado com a provável venda da agência de publicidade onde trabalha, e ela, preocupada em orientar um coro de crianças que terá uma apresentação dentro de poucos dias, simplesmente não dão o valor merecido ao que cada um faz no seu tempo livre e laboral.
Um dia, ao verbalizarem em uníssono esse sentimento, e ao dar-se o alinhamento dos três primeiros planetas do sistema solar, as suas identidades são trocadas: a delicada Helena encontra-se agora no corpo do marido, e este, no corpo da mulher. A cena onde o casal se apercebe dessa situação é hilariante e arrancará certamente boas gargalhadas ao espectador, especialmente pela actuação de Tony Ramos.
A partir daí desenrola-se uma série de confusões e peripécias que, no final, ensinará o casal a respeitar-se enquanto indíviduos e a serem também eles intervenientes nas diversas facetas da vida de cada um.
Tony Ramos, como já mencionei anteriormente, consegue das cenas mais hilariantes do filme, estando particularmente a um bom nível (à semelhança de Glória Pires). Já Patrícia Pillar penso que foi desaproveitada. Um dos momentos altos tem-na como protagonista, daí esse meu reparo. São mais os nomes conhecidos desta produção, nomeadamente Thiago Lacerda, Lavínia Vlasak, Danielle Winits entre outros que desempenham competentemente os seus papeís.
Com uma história já muito vista, cedendo sempre a clichês, e sendo bastante previsível, certo é que este “Se Eu Fosse Você” acaba por ser uma boa comédia cujo objectivo é claramente alcançado: dispôr bem o espectador.
“Você, só pensa em você. Esse é que é o problema. Se eu fosse você!”
Nota Final: 5.5 / 10
Penélope, Javier, Woody e indubitávelmente... Barcelona!
Não só o casal de actores justifica amplamente as melhores das críticas pelos seus desempenhos nesta nova película do cineasta Woody Allen, como também Penélope merece inquestionávelmente o Óscar de Melhor Actriz Secundária.
Mas passemos à história. Vicky (Rebecca Hall) e
Tudo seria perfeito não fosse a chegada de Maria Elena (Penélope Cruz), a passional ex-mulher de Juan Antonio. Após uma tentativa de suicídio a também pintora volta a viver com o ex-marido e com
Contando como ninguém as peripécias de uma vida a dois... ou a três, e retratando de forma irrepreensível toda a vivência humana, Woody Allen tem neste filme uma comédia um pouco “parada” por vezes, mas que com o decorrer da acção, e a intervenção de Penélope, acaba por se converter num regresso competente do realizador americano. Mantendo a sua paixão pela essência feminina, Allen consegue assim transmitir visuais de paixões avassaladoras, comoções com a música das violas espanholas, e uma essência envolvente de uma narrativa na terceira pessoa.
Bonito visualmente, “Vicky
“The trick is to enjoy life, accepting it has no meaning whatsoever.”
Nota Final: 7 / 10
No local errado… à hora errada… ou assim parece. Josh Hartnett é Slevin Kelevra... mas para The Boss (Morgan Freeman), um dos líderes do crime nova iorquino, ele não passa de Nick Fisher, alguém que lhe deve muito dinheiro.
A viver no apartamento do amigo Nick (que se encontra desaparecido), Slevin é confundido com este e, para saldar a dívida, deverá assassinar o filho do arqui inimigo de The Boss, o também líder do crime The Rabbi (Ben Kingsley). Como se isto não bastasse terá de fazer jogo duplo e ainda lidar com Brikowski (Stanley Tucci), um polícia que começa a seguir todos os seus passos.
A dinâmica entre Slevin e Lindsey (Lucy Liu), a vizinha de Nick que se deixa levar pelos acontecimentos e ingressa numa busca “à la Sherlock Holmes” pela causa dessa sucessão de infortúnios, é, juntamente com o vasto leque de excelentes actores, uma das mais valias do filme. Os diálogos das suas cenas, por possuirem uma vertente despreocupada mas também coerente, acabam por se tornar muitíssimo cativantes. De referir também Bruce Willis que aparece em grande plano como Mr. Goodkat, um assassino profissional.
Com um argumento inteligente, personagens cómicas, diálogos bem conseguidos (que não se deixam cair na piada fácil), uma boa montagem dos flashbakcs, e constantes twists (o final é simplesmente brilhante), “Há Dias de Azar” é um filme que se revela envolvente até ao último instante e que certamente não desiludirá os espectadores.
“I bet it was that mouth that got you that nose.”
Nota Final: 8 / 10
Son of Rambow. Quando ouvi o nome deste filme pensei: mas que raio de filme será este? A verdade é que esta película que nos foi trazida ao mundo pela dupla Garth Jennings e Nick Goldsmith, é uma verdadeira pérola.
A história é baseada em dois rapazes que decidem fazer um filme que e uma espécie de sequela do Rambo. Will Proudfoot (Bill Milner) é um rapaz que vive sobre as regras rígidas da igreja e Lee Carter (Will Poulter) é um bully que Will conhece na escola e que é um autêntico escravo do irmão com quem vive. Juntando a imaginação de Will e a câmara de Lee, estes vão viver uma grande história que os fará ultrapassar todas as dificuldades interpostas pela sociedade daquele tempo.
Para quem é da década de 80 com certeza irá adorar este filme. A importância do VHS e do cinema era muito grande e este filme demonstra tudo o que havia de bom naquele tempo. Este filme leva-nos numa viagem do tempo e faz-nos recordar o quando a infância era boa. Para rir e para chorar, este filme é imprescindível.
Nota final: 8/10
Antes de mais, vou frisar dois aspectos visuais que apreciei bastante. Primeiro, os créditos iniciais. Os créditos devem ser feitos de forma consciente. Ora nuns filmes se justificam curtos, ora noutros, como é o caso de “A Quadrilha”, justificam-se cuidados de forma a ambientar o espectador ao que o espera. E quando acompanhados de uma boa banda sonora, melhor. Foi uma boa aposta. Segundo, já na própria fotografia, penso que as acções rápidas com várias mudanças de plano facilitam a dinâmica do filme. É uma boa metodologia.
Agora, passando à história... Encontramo-nos numa Londres onde os negócios de maior rentabilidade são ao nível da imobiliária, e quem quiser entrar no meio só tem de se dirigir a Lenny Cole (Tom Wilkinson), que juntamente com o seu braço direito Archie (Mark Strong), vai cobrando dívidas e, no presente momento, pretende concluir um negócio com um grupo de russos.
Porém, tudo se complica quando o dinheiro que selaria esse acordo é roubado, e um quadro emprestado a Lenny pelo próprio magnata russo desaparece... Quem terá roubado o quadro? E o dinheiro? Pois bem... é aqui que entram os ladrões One Two (Gerard Butler), Handsome Bob (Tom Hardy) e a estrela do rock Johnny Quid (Toby Kebbell), o enteado de Lenny. As relações entre os diversos personagens é, ao ínicio, um pouco confusa, mas com o decorrer da acção, tudo se encaixa.
O filme vê-se bem, mas pouco mais há a dizer. Uma mistura de acção com humor, com alguns bons momentos. Pode ser que a sequela anunciada “The Real Rock N’ Rolla” traga consigo o que faltou a este filme...que confesso, ficou um pouco aquém das minhas expectativas.
“People ask the question: what’s a RocknRolla? And I tell ‘em - it’s not about drugs, drums, and hospital drips, oh no…”
Nota Final: 6.5 / 10
Eis um filme que me surpreendeu bastante pela positiva. Sinceramente nunca tinha visto nenhum filme de Robert B. Weide (sim, nunca vi sequer nenhum episódio do Curb Your Enthusiasm) e este surpreendeu-me pela história apresentada no grande meio que é Hollywood.
O enredo passa-se à volta de Sidney Young (Simon Pegg), um semi-critico de cinema que acredita que Hollywood é um conto de fadas e que é conhecido por quebrar a segurança das festas privadas, que é contratado por Clayton Harding (Jeff Bridges) para uma importante revista do ramo. Decidido a triunfar no novo emprego, rapidamente Sidney percebe que o seu conto de fadas não passada de uma ilusão. Nas malhas de Eleanor Johnson (Gillian Anderson), uma poderosa publicitária, este se apercebe que Hollywood nada do que parece é. Com esforço consegue chegar ao ‘topo’ mas vai-se debater com problemas morais, como o seu envolvimento com a estrela de cinema Sophie (Megan Fox) e sua paixão desde que ‘chegou à revista’, Alison (Kirsten Dunst).
Este filme mostra o outro lado de Hollywood de uma forma ligeiramente humorística, podendo ser visto como uma versão masculina de The Devil Wears Prada. Simon Pegg tem uma actuação bastante boa mostrando todo o seu ‘British Talent’ e proporciona bons momentos durante o filme. De destacar também o prazer de ver a bela Kirten Dunst num papel fora da série de filmes de Spider-Man. O aspecto mais negativo deste filme recai todo sobre Megan Fox que só entra neste filme pelo nome e pela beleza, pois em relação à representação está bastante má.
Nota final: 7/10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma