Domingo, 7 de Março de 2010

An Education (2009)

 

 

A BBC Films apresenta um dos 10 nomeados ao Óscar de Melhor Filme na cerimónia deste ano: “An Education”. A sua história resume-se no seguinte...

 

Jenny (Carey Mulligan) é uma jovem estudiosa e empenhada, quase a terminar o liceu, e cujo maior sonho (ou será o sonho dos pais?) é entrar na Universidade de Oxford. Um dia, a jovem trava coonhecimento com David (Peter Sarsgaard), um homem mais velho e bem parecido. Apaixonam-se, mas a verdade sobre a identidade David, que proporciona a Jenny um mundo pautado por concertos, exposições e requintados restaurantes, está um pouco mais longe do que seria de supor...

 

Antes de me alongar mais, devo dizer que apreciei bastante os créditos iniciais. Penso que já o disse uma vez, aquando da crítica a “Rock N' Rolla”, mas nunca é demais frisar certos pontos. É em pequenos pormenores, como nos créditos iniciais, que não são certamente um grande foco de interesse para a maioria da audiência, que se pode mostrar um amor pela arte de fazer cinema, e não um simples “vamos fazer mais um filme”. Deve existir sempre um cuidado especial na abordagem de todas as fases de uma fita, e isso é sempre agradável e reconfortante de verificar. E aqui, seguramente que a realizadora Lone Scherfig não deixou créditos por mãos alheias.

 

Um fiel retrato dos anos 60, com uma banda sonora, fotografia e cenários apelativos e em conformidade com as performances do actores. Devo porém realçar Alfred Molina, numa personagem que tanto tem de divertida, como de sensível, marcando alguns segmentos da acção, Dominic Cooper que me fez esquecer totalmente o desaire da sua prestação no musical “Mamma Mia!”, e claro, como não podia deixar de ser, a protagonista Carey Mulligan, que viu inclusivé o seu esforço recompensado pela nomeação ao Óscar de Melhor Actriz (tendo já arrecadado o BAFTA).

 

Outro ponto a favor é a sensibilidade com que é permitido deixarmo-nos envolver pelo mundo que fascina Jenny. As artes, desde a pintura, até à música, passando pela deliciosa e requintada comida... É apaixonante e diria até mesmo, inebriante, a maneira como se nos apresentam essas vidas cosmopolitas dos protagonistas, e dos seus 2 amigos Danny (Dominic Cooper, num papel que esteve destinado a Orlando Bloom) e Helen (Rosamund Pike). Brilhantemente captado.

 

E claro, não posso deixar de mencionar as questões que se levantam durante o filme. Até que ponto é importante para um indivíduo fomentar a sua educação, a sua escolaridade? Terá de abdicar dela para usufruir de prazeres como viagens, por exemplo? Ou será para ele mais compensador valer-se dos seus conhecimentos para analisar melhor aquilo de que disporá no futuro? Para Jenny, tudo isto se lhe apresenta com uma complexidade acrescida. Numa época em que as mulheres com estudos estavam quase que “condenadas” a serem ou professoras ou secretárias, ou muito simplesmente, donas de casa, o que passará na cabeça de uma jovem vanguardista, com sede de descoberta e uma paixão imensa por um mundo em que as artes têm papel predominante? Conseguirá ela acesso a tudo o que David lhe proporcionou se continuar os seus estudos? Aprederá mais na “escola da vida” do que na Universidade de Oxford? São estas as principais questões que o espectador colocará a si próprio ao longo da fita e que serão um dos mais importantes focos da mesma.

 

Cinema clássico no seu máximo esplendor. Assim será a mais justa forma de classificar “Uma Outra Educação”. Competente, interessante, cativante e imperdível, é quase certo que não arrebatará a estatueta dourada, mas a distinção para tal é indubitávelmente merecida.

 

If you never do anything, you never become anyone.”

 

Nota Final: 8.5 / 10

 

 

 


Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010

BAFTA 2010: Os Vencedores

 

Melhor Filme: The Hurt Locker

Melhor Realizador: Kathryn Bigelow por “The Hurt Locker”

Melhor Argumento Original: The Hurt Locker

Melhor Argumento Adaptado: Up In The Air

Melhor Actor Principal: Colin Firth por “A Single Man”

Melhor Actriz Principal: Carey Mulligan por “An Education”

Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz por “Inglourious Basterds”

Melhor Actriz Secundária: Mo’nique por “Precious”

Melhor Filme Britânico: Fish Tank

Prêmio Carl Foreman: Duncan Jones por “Moon”

Melhor Filme Estrangeiro: Un Prophète (França)

Melhor Filme de Animação: Up

Melhor Banda Sonora: Up

Melhor Fotografia: The Hurt Locker


Melhor Edição: The Hurt Locker

Melhor Direcção Artística: Avatar

Melhor Figurino: The Young Victoria

Melhor Som: The Hurt Locker

Melhor Efeitos Visuais: Avatar

Melhor Caracterização: The Young Victoria

Melhor Curta-Metragem de Animação: Mother of Many

Melhor Curta-Metragem: I Do Air

Estrela em Ascenção (votação do público): Kristen Stewart

 

A maior surpresa será mesmo a esmagadora vitória de "The Hurt Locker" sobre o mais rentável filme da última década, "Avatar". Resta-nos agora aguardar e verificar se a mesma proeza se repetirá na cerimónia de entrega dos Óscares.

 


Por Diogo às 13:00

Editado por Mafalda em 28/02/2010 às 03:39
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Domingo, 14 de Fevereiro de 2010

The Young Victoria (2009)

 

 

Mas que bela (e apropriada!) surpresa para o dia em questão!

 

Será talvez esta a melhor maneira de começar a crítica ao mais recente trabalho de Jean-Marc Vallée, “A Jovem Victória”. Nomeada para os Óscares 2010 na categoria de Melhor Direcção Artística, Melhor Guarda Roupa e Melhor Caracterização, e contando ainda com nomeações para os BAFTA, em categorias semelhantes, eis uma película que, embora não fuja muito ao que se espera num filme deste género, consegue inovar e ser bastante agradável de se ver.

 

O filme relata-nos a históra da Rainha Victoria de Inglaterra (Emily Blunt), desde os seus anos de juventude, passando pelo grande amor que viveu com aquele que seria o seu esposo, o Príncipe Albert (Rupert Friend), e ainda mostrando, não só a soberana, como, e principalmente, a mulher responsável pelo reinado mais longo da história do Reino Unido até à data.

 

Com o desenvolvimento da acção a dar-se num ritmo forte e ágil, “The Young Victoria” mostra-se interessante, eloquente e bastante fiel a factos históricos. Os únicos elementos ficcionados (apenas 2) são referentes à relação de Albert e Victoria. O primeiro consiste na permanência do príncipe na corte da rainha britânica durante um mês. Tal não se verificou, tendo o seu amor crescido sob a forma de correspondência que trocavam entre si. O outro objecto fictício foi o atentado. Ele existiu sim, mas Albert não foi ferido (embora na vida real, o príncipe tenha de facto tentado proteger a Rainha, pondo a sua própria vida em risco, e mostrando claramente, o sacrifício que estaria disposto a fazer pela mulher que amava). Porém, são “mudanças” na história que se justificam, conferindo uma carga dramática necessária à fita.

 

Embora mantenha ainda um tom bastante contido em alguns aspectos (característico dos filmes de época), é permitida ao espectador uma fácil abordagem não só ao espectro romântico da fita (com a química perfeita entre Blunt e Friend, sem exageros ou melodramas baratos), como também ao conteúdo político e dificuldades sentidas pelo governo britânico naquela época.

 

As excelentes interpretações (especialmente de Emily Blunt, que conseguiu mesmo a nomeação para Melhor Actriz Dramática nos Golden Globes deste ano), bem como a simplificação (mas não banalização, entenda-se) dos diálogos, abonam ainda a favor de uma maior envolvência por parte do espectador para com a história que é contada.

 

Não será portanto demais afirmar que, embora nos encontremos perante um típico filme de época britânico, estamos também perante uma aposta segura e que certamente não faltará na minha colecção.

 

You're too young! You've no experience. You're like a china doll, walking over a precipice...”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 16:50
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Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2010

Sexta a 3 - Precious: Based on the Novel Push by Sapphire (2009)

 
Clareece Jones, ou simplesmente Precious, é um daqueles casos de vida (agora ficcionado) que persiste em existir no Mundo actual em que vivemos. Interpretada por Gabourey Sidibe, uma das nomeadas para o Óscar de Melhor Actriz, esta ‘vive’ a sua vida num completo inferno (tanto a nível psicológico, como a nível físico). Com apenas 16 anos de idade, Precious encontra-se grávida pela segunda vez, tendo sido vítima recorrente de abusos sexuais por parte do seu progenitor. Analfabeta , foi desde sempre levada a crer que nunca conseguiria aprender algo, e que a escola era somente uma forma de garantir algum rendimento à sua mãe, que a maltratava dia após dia.
 
A contrastar com esta terrível realidade, a jovem negra e obesa refugia-se no seu sonho de ser famosa e casar com um homem branco. Além disso, e principalmente, esta frequenta a turma de Miss Rain, uma professora que ensina o bê-a-bá da leitura e escrita, e que dará finalmente a conhecer o significado da palavra amor e amizade a Precious.
 
 
Diogo: Indiferença! Indiferença é o sentimento com o qual qualquer espectador (até os menos impressionáveis como eu) não pode ficar ao ver este filme. Este facto resulta essencialmente das excelentes interpretações do elenco em geral e das duas nomeadas aos Óscares em particular. A forma pura e dura de como a história é contada e filmada, representa fielmente todos os sentimentos e acções que o realizador (também ele nomeado) pretende imprimir: apatia, inveja, ignorâcia, crueldade, descriminação, violência…
 
Nota Final: 8.5/10
 
 
Hugo: Precious é um filme que reproduz uma realidade de forma nua e crua que todos nós tentamos fazer de conta que não existe: a violência que muitas crianças sofrem por esse mundo fora. Lee Daniels tenta reproduzir de forma literal o que se sente ao ler o livro Push by Sapphire e embora não se possa criticar as intenções do inexperiente realizador, a verdade é que existem alguns exageros na forma como a história se desenrola. Em relação aos aspectos técnicos, o ambiente em Precious é muito bom e em algumas cenas parece que estamos a levar um murro no estômago, mas acaba por ser um pouco prejudicado na forma como este é filmado. Gabourey Sidibe, Mo'Nique e Paula Patton têm desempenhos excelentes e passam para o espectador um realismo ímpar. Mariah Carey e Lenny Kravitz têm um agradável participação e abrilhantam ainda mais o filme. De uma forma geral Precious merece ser nomeado para os Óscares deste ano pois no campo dramático, 2009 foi algo atípico quando comparado com o ano anterior, mas sinceramente acho que Star Trek merecia bem mais estar entre os 10 nomeados.
 
Nota Final: 7/10
 
 
Mafalda: “Precious” é um filme indie bastante simples a nível técnico, mas que apresenta um argumento realista e impressionante. Sem se deixar cair no melodrama fácil, é uma adaptação cinematográfica que se consegue evidenciar pelas suas interpretações, que revelam uma total entrega por parte de todos os actores. De referir ainda um dos pontos mais altos da fita (a cargo de Mo'Nique, Gabourey Sidibe e uma curiosamente competente Mariah Carey) que é o frente-a-frente de mãe e filha, questionadas sobre os abusos sexuais a que a jovem de 16 anos foi submetida por parte do pai. Resta agora esperar a avaliação da Academia perante esta  lição de vida a que não devem deixar de assistir, e que se apresenta com 6 merecidas nomeações aos Óscares, incluindo Melhor Filme.
 
Nota Final: 8 / 10
 

 


Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010

British Academy of Film and Televison Arts 2010

 

 

E aproveitando a onda de premiações em que nos encontramos, a próxima cerimónia com cobertura aqui no Golden Ticket será a dos prémios Bafta, British Academy of Film and Televison Arts. Deixamos desde já a lista de nomeados para dia 21 de Fevereiro, que não traz grandes surpresas (fora a clara injustiça na não nomeação de “Inglourious Basterds” na categoria de Melhor Filme) e deixa mesmo adivinhar alguns dos resultados.

 

Melhor Filme: Avatar, An Education, The Hurt Locker, Precious: Based on the novel Push by Sapphire e Up in the Air

 

Melhor Filme Britânico: An Education, Fish Tank, In the Loop, Moon e Nowhere Boy

 

Melhor Realizador: James Cameron por “Avatar”, Neill Blomkamp por “District 9”, Lone Scherfig por “An Education”, Kathryn Bigelow “The Hurt Locker” e Quentin Tarantino por “Inglourious Basterds”

 

Melhor Argumento Original: The Hangover, The Hurt Locker, Inglourious Basterds, A Serious Man e Up

 

Melhor Argumento Adaptado: District 9, An Education, In the Loop, Precious: Based on the novel Push by Sapphire e Up In the Air

 

Melhor Filme de língua estrangeira: Los Abrazos Rotos, Coco avant Chanel, Let the Right One In, A Prophèt e The White Ribbon

 

Melhor Filme de Animação: Coraline, Fantastic Mr. Fox e Up

 

Melhor Actor: Jeff Bridges em “Crazy Heart”, George Clooney em “Up in the Air”, Colin Firth em “A Single Man”, Jeremy Renner em “The Hurt Locker” e Andy Serkis em “Sex & Drugs & Rock & Roll”

 

Melhor Actriz: Carey Mulligan em “An Education”, Saoirse Ronan em “The Lovely Bones”, Gabourey Sidibe em “Precious”, Meryl Streep em “Julie & Julia” e Audrey Tautou em “Coco Avant Chanel”

 

Melhor Actor Secundário: Alec Baldwin em “It's Complicated”, Christian McKay em “Me and Orson Welles”, Alfred Molina em “An Education”, Stanley Tucci em “The Lovely Bones” e Christoph Waltz em “Inglourious Basterds”

 

Melhor Actriz Secundária: Anne-Marie Duff em “Nowhere Boy”, Vera Farmiga em “Up in the Air”, Anna Kendrick em “Up in the Air”, Mo'Nique em “Precious” e Kristin Scott Thomas em “Nowhere Boy”

 

Melhor Música: Avatar, CrazyHeart, Fantastic Mr. Fox, Sex & Drugs & Rock & Roll e Up

 

Melhor Fotografia: Avatar, District 9, The Hurt Locker, Inglourious Basterds e The Road

 

Melhor Montagem: Avatar, District 9, The Hurt Locker, Inglourious Basterds e Up in the Air

 

Melhor Design de Produção: Avatar, District 9, Harry Potter and the Half-Blood Prince, The Imaginarium of Doctor Parnassus e Inglourious Basterds

 

Melhor Guarda-Roupa: Bright Star, Coco avant Chanel, An Education, A Single Man e The Young Victoria

 

Melhor Som: Avatar, District 9, The Hurt Locker, Star Trek e Up

 

Melhores Efeitos Visuais: Avatar, District 9, Harry Potter and the Half-Blood Prince, The Hurt Locker, Star Trek

 

Melhor Maquilhagem: Coco avant Chanel, An Education, The Imaginarium of Doctor Parnassus, Nine e The Young Victoria

 

Argumentista, realizador ou Produtor Revelação: Lucy Bailey, Andrew Thompson, Elizabeth Morgan Hemlock, David Pearson (produtores) por “Mugabe and the White African”, Eran Creevy (argumentista/realizador) por “Shifty”, Stuart Hazeldine (argumentista/realizador) por “Exam”, Duncan Jones (realizador) por “Moon” e Sam Taylor (realizador) por “Nowhere Boy”

 

Estrela em Ascensão (votação do público): Jesse Eisenberg, Nicholas Hoult, Carey Mulligan, Tahar Rahim e Kristen Stewart

 


Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009

Avatar (2009)

 

 

Deslumbrante, único, um marco cinematográfico. O realizador James Cameron alcançou mais um feito, desta vez com a história de Jake Sully (Sam Worthington), um ex-marine confinado a uma cadeira de rodas, que foi convocado para uma missão no planeta Pandora.

 

A missão consiste na procura de um valiosíssimo mineral que é utilizado na Terra como fonte energética, localizando-se precisamente no seio da comunidade Na'vi, os habitantes daquele planeta.

 

Por forma a ganhar a sua confiança, estudar os seus costumes, e conseguir preciosas informações de como chegar ao mineral, Jake, através de um altamente avançado programa de avatares, vê a sua mente transportada para o corpo de um robusto Na'vi. E é aqui que o conflito interior do jovem tem lugar... Deverá ele lutar ao lado dos da sua raça, ou ao lado daqueles que agora o acolheram?

 

O filme é um deleite visual para o espectador, e a sua abordagem tridimensional é quase que obrigatória. Desde as paisagens, até às criaturas... Tudo é abordado com um enorme cuidado e bom gosto. Sim, a história é mais que vista, recheada de clichés, e sabemos desde cedo o desfecho provável, mas nem por isso o interesse do filme se vê gorado.

 

Certo mesmo é que Cameron é um mestre, e os 300 milhões de dólares que tornam “Avatar” no filme mais caro de sempre renderam, e bem! Nunca na vida, e afirmo-o com toda a convicção, vi uma tão perfeita simbiose de imagens reais com o mais refinado CGI. Esqueçam tudo o que viram até agora, e marquem uma nova etapa do cinema a partir do sucessor de “Titanic” no que aos sucessos do realizador diz respeito (já repararam como o senhor marca décadas com cada filme que faz? “Terminator” é mais um exemplo disso mesmo!).

 

A nível interpretativo, o leque de actores brinda-nos com convincentes performances. Quem me conhece bem sabe que opinião tenho sobre Michelle Rodriguez... Pois agora cabe-me dar o braço a torcer e dizer que, de facto, gostei imenso da sua prestação. A sua personagem, Trudy Chacon, embora com pouco tempo de intervenção, marca pela positiva. Nota de referência ainda para Sigourney Weaver, em boa forma, mas com uma condução do personagem que me confundiu um pouco. Gostaria de ter visto o “mau feitio” da personagem um pouco mais aprofundado, mas esteve a bom nível, assim como Stephen Lang, o implacável coronel Miles Quaritch. Com uma condição física invejável, Lang revelou-se o vilão perfeito, com tiradas que denotam bem o cariz político que Cameron tentou induzir na película.

 

Por fim, de frisar que “Avatar” é apontado como o novo salvador da indústria cinematográfica de Hollywood. As condições para tal estão reunidas, portanto não será de estranhar que o consiga!

 

Quase 3 horas de duração que servem como prenda de Natal antecipada para qualquer cinéfilo que se preze. Um verdadeiro must see!

 

Everything is backwards now, like out there is the true world and in here is the dream.”

 

Nota Final: 9 / 10

 

 

 


Domingo, 30 de Agosto de 2009

Coraline (2009)

 

 

Baseado no livro homónimo de Neil Gaiman (o mesmo criador de “Stardust"), eis que Henry Selick, o realizador responsável pelo fantástico “The Nightmare Before Christmas”, nos faz chegar “Coraline”, uma menina de 11 anos que acaba de se mudar com os pais para a cidade de Oregon, para uma mansão com mais de 100 anos chamada  “Palácio Cor-de-Rosa”.

 

Apesar do local ser apto a explorações, de conhecer um estranho rapazinho da sua idade, e de os restantes inquilinos da mansão serem algo caricatos (as artistas Spink e Forcible, e o Sr. Bobinsky), Coraline (Dakota Fanning) depressa se aborrece. Os pais estão cheios de trabalho e não dispensam muita atenção à filha, sugerindo a esta que explore a casa. E é durante a sua incursão que Coraline dá de caras com uma estranha porta que serve de passagem para um mundo alternativo onde a sua vida é em tudo mais alegre. Ou pelo menos, é o que parece...

 

Conseguindo abranger um público mais vasto, “Coraline e a Porta Secreta” pode em alguns momentos chegar a ser desconfortável para as crianças. Não digo que não seja direccionado para elas, pelo contrário, mas alguns segmentos, nomeadamente o final, vai um pouco mais além do habitual em matéria de “susto”. Ainda assim, é inegável o facto de estarmos perante uma boa aposta dentro do género.

 

Com animadas e coloridas sequências, como o florescer do jardim do outro mundo, por exemplo, e pelos próprios personagens, cuidadosamente criados pelo processo de stop motion (uma modalidade de animação em que são utilizados modelos reais, a partir dos quais são necessárias 24 frames para cada segundo de filme, sendo que os modelos são fotografados frame a frame), Selick brinda-nos com uma película criativa, inteligente e visualmente irrepreensível que nos transmite a ideia de que, por vezes, aquilo que desejamos pode não ser o melhor para nós. E que se soubermos esperar, se tivermos paciência, os bons momentos chegam para ficar. Selick não se opõe ao sonho, apenas enaltece uma realidade de acordo com o que temos. E fá-lo através de uma personagem que, embora criança, apresenta já uma personalidade vincada e que não nos deixa indiferentes.

 

Devo ainda parabenizar a dobragem portuguesa, em especial Nuno Lopes, que dá voz ao curioso Mr. Bobinsky, e a Ana Bola e Maria Rueff que nos deliciam com as divertidas Miss Spink e Miss Forcible.

 

Com tamanha qualidade, não se admire pois o espectador de ver atribuída a “Coraline” uma nomeação a melhor filme de animação na próxima cerimónia dos Óscares. É sobejamente merecida!

 

“You probably think this world is a dream come true... but you're wrong.”

 

Nota Final: 8.5 / 10

 

 

 


Sexta-feira, 3 de Julho de 2009

The Hangover (2009)

 

 

Aquando da semana de estreia deste filme, todas as estações de metro e outros pontos foram ‘bombardeados’ com cartazes promocionais ao filme. Desde logo achei que este seria mais um dos filmes americanos que por cá chegam, sem conteúdo algum e que logicamente, não vingam nas salas de cinema. Decidi então ver o trailler e comecei a mudar a minha opinião, que mudou totalmente quando o vi no cinema. 
 
A temática do filme prende-se com uma despedida de solteiro em Las Vegas. A cidade dos casinos, dos hotéis e das noites iluminadas pelas grandes ‘economias’, recebe a visita de quatro amigos que esperam que aquela seja a noite mais memorável das suas vidas. Afinal, Doug vai-se casar dentro de dois dias..
 
A acção principal desenrola-se porém na manhã seguinte. Não se lembrando de nada, o grupo de amigos acorda no seu ‘apartamento’ do hotel mas... sem Doug. O noivo que tem casamento marcado para aquele mesmo dia desapareceu! Sem qualquer espécie de memória, eles tentam seguir os vestígios do que terá sido aquela noite...
 
O montar então do puzzle revela um conjunto de peripécias e aventuras que não vou adiantar em pormenor, mas que contêm as seguintes palavras chave: tigre, Mike Tyson, dente, casamento, stripper, bebé, dinheiro, rapto... Estas interligam-se e culminam no que foi aquela noite...
 
Esta comédia em nada se compara com um humor sério e inteligente. Joga pelo seguro, e vai de encontro ao que se sabe que fará os espectadores rir. Situações inusitadas (descabidas até), personagens ‘castiças’ (Alan o cunhado de Doug, interpretado por Zach Galifianakis) complementadas por outras. Essa foi então a grande virtude e 'vitória' dos argumentistas.
 
Nada disto representa porém pontos negativos na nota do filme, revela sim qualidade no que foi proposto atingir. O conteúdo do filme é pura e simplesmente 1 hora e 40 minutos de boa disposição do principio ao fim... literalmente.
 
 
Nota Final: 8/10

 

 

 


Terça-feira, 9 de Junho de 2009

Star Trek (2009)

 

 

J. J. Abrams, o conhecido produtor da série “Lost”, já por diversas vezes deu mostras da sua qualidade enquanto realizador e produtor cinematográfico. A prová-lo estão as vertiginosas sequências de acção de “Mission Impossible III” e a excelente capacidade argumentativa de “Cloverfield”, por exemplo.

 

E agora, Abrams brinda-nos com esta prequela, homónima, a “Star Trek”, a série que conquistou milhares de fãs por todo o mundo desde os anos 60, que conta já com 10 filmes (agora 11 com esta mega produção dos estúdios da Paramount), e que vê assim narrada a história do primeiro contacto dos vários membros da tripulação da nave USS Enterprise.

 

Com o intuito de captar novos fãs para a saga da Frota Espacial, o filme revela-se como uma excelente prequela na medida em que joga, não só com um experiente, e competente, leque de actores, como também com uma direcção e efeitos especiais que não deixam créditos por mãos alheias, conseguindo dar uma nova alma a todo um universo que se via “estagnado” desde à uns bons anos para cá.

 

A cena inicial é prova disso mesmo! As sequências de acção estão muitíssimo bem conduzidas, e a sua exímia edição sonora contribui exponencialmente para uma maior absorção dos sentidos do espectador para a fita que se lhe apresenta.

 

Quanto aos personagens, Spock (Zachary Quinto) foi, pelo menos para mim, aquele que mais se destacou. Quinto tem uma prestação isenta de erros, e o claro à vontade que demonstra no seu desempenho não deixa ninguém indiferente. O seu conflito interior, em “optar” pelo seu lado Vulcano, mais baseado na lógica, ou pelo seu lado Humano, mais emocional, (Spock é filho de um Vulcano, e de uma Humana, interpretada no filme pela actriz Winona Ryder) é personificado exemplarmente pelo actor, e as suas expressões faciais transmitem na perfeição todas as dúvidas que o assolam.

 

De mencionar ainda Chris Pine enquanto o Capitão James Kirk, que não se deixou somente ficar pelas semelhanças físicas e conseguiu construir um personagem com características únicas que, embora lhe sejam reconhecidas, apresentam-se bastante mais humanizadas. O vilão romulano Nero (Eric Bana) será talvez a personagem que menos contribui para o brilhantismo da fita o que, na história, acaba por ser um mal menor dado que a base do filme visa focar essencialmente o estabelecer das relações entre as várias personagens que compõe a famosa tripulação.

 

A título de curiosidade, há que mencionar a participação do saudoso Spock da série de TV, o actor Leonard Nimoy.

 

“Star Trek” revela-se assim um blockbuster que, mais que uma aposta ganha, é uma pelicula digna de registo e cuja visualização se revela imperativa, por Trekkers, e não só!

 

“Live long, and Prosper.”

 

Nota Final: 9 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 00:59
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