Sábado, 31 de Julho de 2010

Rafael e Maria (2008)

 

Realizada por Ricardo Machado, no seu 2º ano de Licenciatura em Cinema e Audiovisual da Universidade Moderna, esta curta traz-nos a história de um homem, Rafael (Nuno Melo), que aparenta ter sido traído pela mulher. Desesperado e vendo a sua empregada, Maria, como potencial veículo de vingança, toma uma decisão que mudará as suas vidas...

 

À primeira vista, parecerá ao espectador que estamos perante uma curta-metragem dramática quando, na realidade, o seu conteúdo narrativo se consegue distanciar substancialmente desse espectro.

 

Nuno Melo, a única cara conhecida do elenco, tem uma prestação dinâmica e de acordo com aquilo que tem mostrado ao público português. É, de facto, um bom actor. Porém, é de referir que, entre as personagens principais, não seria muito dificíl ser-se o melhor... A personagem da empregada é realmente forçada, e pouco estruturada.

 

A curta, presente em cerca de 10 festivais e vencedora de 3 prémios, entre os quais o "Até Breves 2009", conquistou o público presente, e isso foi notório nas reacções de quem assistiu. Para tal contribuiu, sem dúvida alguma, o twist final de uma história que só não leva nota superior porque a sua qualidade técnica deixa muito a desejar.

 

Se por um lado a parte sonora, entregue a Rui Coelho, se revela competente q.b., já a fotografia... Meu Deus. Miguel Moura prima pela péssima execução, tanto em planos de acção, como de aproveitamento de cenários e cores. Realmente pobre e pouco ambicioso.

 

Ainda assim, vale pela originalidade da história e pela oportunidade que nós dá de reflectir sobre a comunicação humana, e como um simples engano pode ter consequências catastróficas. Mas não se esqueça o espectador que, nas palavras do próprio realizador, "esta fita foi baseada numa anedota".

 

Por fim, terei de mencionar o último segmento da fita, em que Machado faz referência a uma outra curta, "Não Quero Morrer Hoje" de Rita Telles, que recupera o personagem Rafael, após as acções que se sucederam neste "Rafael e Maria".

 

E foi assim, com esta interessante curta, que terminámos a nossa noite pelos lados de Alvalade. E muito bem!

 

"Desculpe... Foi engano."

 

Nota Final: 7 / 10

 


Por Mafalda às 23:36
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Quando o Anjo e o Diabo Colaboram (2009)

 

Contando com um elenco de luxo, esta curta de final de curso realizada por Paula Soares (Licenciada no curso de Cinema da Universidade Lusófona) conta-nos a história de uma aposta entre o Anjo (Sandra Celas) e o Diabo (Rui Santos)!

 

Se o Mundo acabasse, quem teria mais pessoas à sua porta? O Céu, ou o Inferno? É esta a premissa a que ambos tentam dar resposta ao analisar um caso que envolve a morte de uma criança. O Parvo (João Villas-Boas) procura vingança junto daquele que acredita ser o responsável pela morte da sua filha, o Onzeneiro (Eduardo Viana), que tenta comprar o juíz, evitando assim ir parar à prisão.

 

O que nenhum dos dois sabe é que se encontram no mesmo local, a planear o seu próximo passo. E quando se apercebem desse facto... as consequências são desastrosas.

 

A ideia da curta é interessante e bem executada, denotando-se uma parte técnica muito bem conseguida. Vê-se inclusivé um grande cuidado com aproveitamento de cenários e falas, e a abordagem clara à peça que "Quando o Anjo e o Diabo Colaboram" teve por base ("Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente) é mais um ponto a favor.

 

Os actores estiveram todos eles a um nível a que já nos habituaram. Desde Ana Padrão, que enche o ecrã nos parcos segundos em que aparece, com a sua Alcoviteira, até aos protagonistas Celas e Santos, que abrilhantaram a curta com uma química natural que conferiu ainda mais graça a estes personagens completamente opostos.

 

É uma curta extremamente concisa, ciente do destino que quer atribuir a estas personagens conhecidas por todos nós. E embora fosse interessante partir para o seu visionamento com conhecimento de causa, que é como quem diz, tendo já tido algum contacto com a obra de Gil Vicente, não é de todo necessário para a compreensão da fita, que foi finalista, o ano passado, do prémio ZON.

 

Um bom começo para o "Quartas Curtas" sem dúvida alguma!

 

"A linha que separa o bem e o mal é ténue..."

 

Nota Final: 7 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 22:55
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Sexta-feira, 2 de Abril de 2010

Sexta a 3 - Law Abiding Citizen (2009)

 

Clyde Shelton (Gerard Butler) era um bom pai de família e cidadão exemplar... até ao dia em que a sua casa é assaltada e ele assiste, impotente, ao assassinato da sua mulher e da sua filha por dois criminosos, Darby (Christian Stolte) e Ames (Josh Stewart). Após investigações, mas com provas inconclusivas, Nick Rice (Jamie Foxx), o provedor responsável pelo caso, vê como única solução fazer um acordo com um dos criminosos: se Darby aceitar testemunhar contra o colega, terá uma diminuição da sua pena. E é assim que, para não perder o caso, Nick consegue a condenação à morte de um deles, e apenas 3 anos de clausura para o outro (que, curiosamente, foi o executante das mortes).

 

O que não se esperaria era que, 10 anos depois de o caso ter sido arquivado, voltassem a haver desenvolvimentos. E que desenvolvimentos... O criminoso setenciado a apenas 3 anos é encontrado morto, e Shelton assume a culpa. Já preso, o homem que tudo perdeu avisa Nick: ou o erro judicial de à 10 anos é corrigido, ou todos os envolvidos com o caso morrerão.

 

Mas como conseguirá um homem já preso continuar uma onda de crimes?

 

Diogo: Uma passível e compreensível vingança de um homem de família que viu a sua esposa e filha serem assassinadas sem qualquer tipo de compreensão, transformou-se então num argumento com contornos... explosivos. Todo o desenrolar do filme revela-se bastante interessante, numa mistura de puzzles inteligentes, jogos legais e acção que aumenta exponencialmente com o aproximar do fim da fita. Este, entenda-se – o aproximar do fim da fita, foi algo que me deixou desmotivado. Sem usar qualquer tipo de 'spoiler', digo que esperava uma continuidade inteligente da história e não uma acção 'bruta'... Apontando isto e espectando ou não que todos os carros expludam, que e como quem diz, tendo partes mais previsíveis ou não, a verdade é que este "Um Cidadão Exemplar" acaba por ser uma boa escolha para um qualquer fim-de-semana.

 

Nota final: 7.5 / 10

 

Hugo: Podemos dizer que Law Abiding Citizen é uma boa surpresa. Realizado por F. Gary Gray (The Italian Job) e escrito por Kurt Wimmer (escritor do grande Equilibrium), Law Abiding Citizen tem uma história bastante inteligente em que o espectador é levado a pensar sobre o que está (ou quem está) errado e o que está certo. Porém, o final da história, é algo desanimador, pois após um desenrolar de todo o enredo com bons twists, o final surge com algo fácil e rápido de assimilar mas que não se enquadra no resto do filme. No entanto, somos presenteados com uma grande performance de Gerard Butler. Já Jamie Foxx, tem um desempenho simplesmente medíocre. Não sendo um grande filme, é sem dúvida uma boa escolha para passar uma tarde agradável na sala de cinema.

 

Nota Final: 7 / 10

 

Mafalda: presa do primeiro ao... último minuto? Não, nem por isso. Assim descrevo a minha situação aquando do visionamento de "Um Cidadão Exemplar", realizado por F. Gary Gray e com argumento a cargo de Kurt Wimmer (responsável pelo argumento de "Equilibrium"). Um guião inteligente e com uma boa premissa que, embora apresente uma ou outra falha no que a credibilidade diz respeito, permite assumir este projecto como um competente thriller, que mexe com a nossa noção do certo e do errado. Porém, o ponto negativo chega na recta final. Não com a derradeira cena, entenda-se, mas sim com o que a ela levou. Uma investigação rápida demais, com uma execução simplista e que contraria o ritmo imposto previamente pela fita. Merecia algo mais... rebuscado. Porque a essência do filme parece perder-se, e é isso que o impede de ir "mais além". Contudo, será aconselhável a quem quiser apreciar rasgos da genialidade de "Seven", ainda que numa dose bastante mais inferior. De mencionar também a boa interpretação de Gerard Butler, e da imposição do filme em não ser encarado como uma lição de moral, mas sim como uma exposição das fragilidades do sistema de justiça, e essencialmente, livre de tomada de partidos.

 

Nota Final: 7 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 23:26
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Quarta-feira, 10 de Março de 2010

Corrupção (2007)

 


 

Ridículo. Sofrivél. Inclassificável.

 

Chega? Não... Acho justo dar pelo menos alguns fundamentos para palavras tão “duras” para com um dos mais mediatizados filmes portugueses dos últimos anos. Porque é só disso mesmo que se trata, mediatismo. Porque qualidade, essa... ficou guardada bem longe desta “película”.

 

Senão vejamos. A história certamente a reconhecerão dos jornais, telejornais e revistas, mais ou menos sensacionalistas, que tanto apreciam um bom escândalo. Futebol, árbitros comprados, acompanhantes de luxo, dinheiro, poder... Não será portanto de admirar que “Corrupção” se baseie no livro que foi sucesso de vendas em Portugal (mais uma calamidade, a meu ver), “Eu, Carolina”, em que a ex-companheira de Pinto da Costa, o presidente do F.C. Porto, apresenta a sua versão dos factos (muitos deles dos bastidores da história) sobre o caso “Apito Dourado”, que tanta tinta fez correr na imprensa.

 

Sofia (Margarida Vila-Nova), é a representação cinematográfica de Carolina. Uma jovem mãe solteira, que trabalha numa casa nocturna como acompanhante. É nessa casa que Sofia trava conhecimento com o presidente de um importante clube de futebol, com quem acaba por se envolver. Foram meses de sossego para a acompanhante e os seus dois filhos, até ao dia em que as transações começaram a descontrolar-se e as fugas de informação tomaram lugar, levantando problemas conjugais e judiciais na vida do Presidente. Familiar não?

 

Falemos agora dos aspectos técnicos. Os diálogos estão muito mal conseguidos, carregados de clichés e completamente falsos. O guião mostra-se despropositado durante toda a extensão da fita e as interpretações likewise. Os fade outs apropriados para videoclips são usados até á exaustão, facilitando quebras atrás de quebras na narrativa que é, já de si, bastante pobre. As próprias transições de cena estão péssimamente executadas e deviam fazer corar de vergonha quem as produziu.

 

Corrupção” só não tem a nota 0 porque é de louvar a “tentativa” de fazer um filme dentro deste género em Portugal. Pena que não tenha (de todo!) resultado. E sim, opiniões são subjectivas, mas há condições mínimas a serem reunidas para pelo menos se tentar fazer bom cinema. Aqui, não se verifica nada disso. Um conjunto sem nexo de situações completamente dispensável, e um péssimo exemplo de cinema português. Vergonhoso.

 

Nota Final: 1 / 10


 

 


Por Mafalda às 23:50
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Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2010

Sherlock Holmes (2009)

 

 

Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) acompanhado pelo fiel companheiro Dr. Watson (Jude Law), captura Lord Blackwood (Mark Strong) que é condenado à morte. Quando Blackwood consegue renascer dos mortos, Holmes e Watson descobrem factos que os levam a pensar que estão a lidar com algo bem superior aos assassínios de Blackwood. Entretanto, Irene Adler (Rachel McAdams) reaparece na vida de Holmes, pedindo a este que a ajude a encontrar um pigmeu, que mais tarde aparece no caixão de Blackwood.
 
Fazendo reviver o clássico Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle, Guy Ritchie traz-nos uma visão com mais acção e com o inevitável mistério. O argumento é simples e bem estruturado. O avançar da história e a forma como ocorrem os diálogos entre as personagens são características próprias dos filmes de Ritchie. Este tenta explorar ao máximo Holmes, mostrando  (por exemplo) nas cenas de acção corpo-a-corpo o brilhante poder de antecipação de Holmes calculando todas as suas acções em câmara lenta antes de atingir o adversário. 

A tentativa de recriar a antiga cidade de Londres foi bem conseguida, embora se note que existem efeitos a mais para o mesmo acontecer. A forma mais negra como as cenas foram filmadas também está bastante satisfatória e combina perfeitamente com a banda sonora que acompanha o filme.

Robert Downey Jr. está brilhante na recriação de Sherlock Holmes por Guy Ritchie, fazendo parecer que era impossível outra pessoa representar o mesmo papel. Jude Law tem um papel mais secundário mas não é por isso que deixa de ter uma representação bastante satisfatória. O resto do elenco tem desempenhos aceitáveis. 

Embora seja um filme agradável de ver, Sherlock Holmes fica bastante aquém das expectativas, ficando-se simplesmente pela tag de popcorn movie. Talvez o segundo capitulo da história seja mais apetecível. 

"Madame, I need you to remain calm and trust me, I'm a professional. Beneath this pillow lies the key to my release."

Nota Final: 7 / 10
 

 

 


Por Hugo às 17:46
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Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2010

Thick As Thieves (2009)

 

Como muitos de vocês, eu também nunca tinha ouvido falar neste filme. Thick As Thieves (ou The Code como é conhecido em certas regiões do nosso planeta) é mais um filme que não passou pelo grande ecrã (seguiu directamente para DVD), mas que pelo seu elenco até merecia. Em relação ao enredo, é mais do mesmo, mas com alguns twists interessantes.

 

Ripley (Morgan Freeman) é um ladrão de arte perseguido pela polícia há muitos anos. Jack Monahan (Antonio Banderas) é um ladrão habilidoso que está a passar por tempos difíceis. A sorte de Monahan muda quando Ripley lhe propõe a participação no roubo de dois Fabergé’s Eggs que pertenciam a uma família da máfia russa. Monahan envolve-se com a ‘filha adoptiva’ de Ripley, mas tudo muda quando esta é raptada para o trabalho com Ripley ser feito com mais rapidez. Durante o golpe tudo muda e já nada nem ninguém é o que parece.

 

Num filme feito claramente só para entreter, não é desapontante. Morgan Freeman (que parece o Nicolau Breyner americano tal é a quantidade de filmes em que entra) tem uma performance interessante e Antonio Banderas não fica atrás com uma actuação bem ao seu estilo, misturando o sério com o humor. Esta fita tem como maior ponto de interesse, uns bons twists que apimentam uma hora e meia bem passada.

 

Nota Final: 6.5/10 

 

 

 


Sábado, 21 de Novembro de 2009

My Bloody Valentine (2009)

 

Há 10 anos atrás, a cidade de Harmony ficou marcada por um terrível acidente. Um grupo de mineiros ficou soterrado por culpa de um acto irreflectido de Tom Hanniger, um ainda inexperiente mineiro e filho do dono das minas Hanniger. Desse grupo, só Harry Warden sobreviveu, entrando porém num coma do qual só veio a despertar um ano depois, no dia 14 de Fevereiro.

 

Assim, sedento de vingança, o mineiro assassina 22 pessoas, entre os quais, um grupo de jovens que celebrava o dia de São Valentim. Nessa mesma noite, Harry reencontra Tom, mas é abatido pela polícia antes de conseguir matar o jovem. Agora, Tom está de regresso a uma cidade marcada pela tragédia, e cujos habitantes nada mais nutrem por ele que desconfiança e rancôr...

 

Eis a história da minha primeira experiência 3D no cinema. Boa companhia, pipocas e um filme... deprimente. Pois, não correu lá muito bem para primeira vez. “São Valentim Sangrento” apresenta-se como um remake do filme homónimo de 1981, e nada mais é que o típico filme slasher sem conteúdo. Uma premissa gasta à partida, nada inovadora, carregada de clichês, previsível e, guess what, extremamente aborrecida.

 

Vale talvez por algumas tiradas de humor negro, e por um ou outro efeito 3D bem conseguido. Embora, confesse, sejam bastante repetitivos. O instrumento de susto pouco varia, estando o espectador condenado a ser “atacado” constantemente pela picareta do assassino.

 

A única cena digna de relevo (e desculpem-me as mentes mais sensíveis), será mesmo a do hotel. Sim... há nudez gratuita. Mas é isso que destaca a cena das demais. É a única inovação da qual o realizador Patrick Lussier se pode gabar (e com um bom desempenho por parte da actriz Betsy Rue, apesar das condicionantes naturais neste tipo de cena).

 

Porque à parte disso, só há mesmo a retirar péssimas interpretações de um elenco jovem maioritariamente televisivo (“Supernatural” e “Dawnson's Creek” que, obviamente, não garantem bons actores cinematográficos), diálogos banais e monótonos, cenas sem nexo e uma fraca ambição (bastante notória na recta final do filme, que pouco mais é que risível). Tudo bem que estamos a falar de uma película claramente destinada ao entretenimento, mas não é razão para o profundo desleixe que se sente na fita.

 

Dispensável, a não ser que vá assistir ao filme livre de quaisquer expectativas.

 

Damn Harry Warden. Got me aiming at shadows.”

 

Nota Final: 4 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 23:58
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Quinta-feira, 27 de Agosto de 2009

Maria Full Of Grace (2004)

 

 

Maria Álvarez é uma jovem colombiana que trabalha num viveiro de rosas, até ao dia em que, por ter uma má relação com o patrão, decide despedir-se. Agora, para sustentar a família, Maria decide entrar no negócio de transporte de droga que tem como destino os Estados Unidos da América. Ela, juntamente com Lucy (Guilied Lopez) e Blanca (Yenny Paola Vega), vê naquele transporte a hipótese de uma vida. Grávida do primeiro filho e com apenas 17 anos, transporta no seu estômago 62 cápsulas de droga, e basta uma rebentar para que tudo acabe. Mas o dinheiro que tem a receber, justifica o risco...

 

Esta é como se diz, e bem, uma história baseada em mil. Um submundo pouco explorado e que aqui se apresenta como um competente produto e, arrisco mesmo a dizer, um dos melhores filmes de 2004.

 

Com uma história bastante dura, “Maria Cheia de Graça” não é certamente um filme para as massas. Premiado em diversos festivais de cinema, como o Sundance ou o Festival de Berlin, este poderoso filme teve uma surpreendente e merecida nomeação ao Óscar na categoria de Melhor Actriz para a estreante Catalina Sandino Moreno, a protagonista que podemos também ver em “Paris, je t’aime” ou, futuramente, no 3º capítulo da saga de “Twilight”.

 

As boas interpretações são uma constante no filme. Um bom exemplo disso é a cena que acompanha a viagem das “mulas” (nome dado às traficantes que utilizam o seu corpo para transporte das substâncias). A tensão é palpável, bem como a angústia por que passam aquelas mulheres que raramente transportam menos de 50 cápsulas, consoante a sua massa corporal. Essa e a cena em que Maria ingere as cápsulas de droga são sem dúvida marcantes e destacam o filme do simples melodrama.

 

Realista e sem se deixar cair em situações caricatas ou saídas fáceis. Assim é este filme de Joshua Marston. No mínimo, indispensável!

 

“Y usted cuántas veces hecho esto?"

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 17:23
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Quarta-feira, 19 de Agosto de 2009

Thirteen (2003)

 

 

“Hit me. I'm serious, I can't feel anything, hit me! Again, do it harder! I can't feel anything, this is awesome!”

 

É de uma forma brutal e descontrolada que “Treze” tem início, deixando antever desde logo o que poderá ser visto no filme: a forma como uma vida pode mudar de um dia para o outro, quase ao ponto de se ver destruída.

 

E a vida de Tracy (Evan Rachel Wood), não era assim. Há 4 meses atrás era uma carinhosa jovem de 13 anos, boa aluna, amiga da família... Até se deixar fascinar pelo mundo de Evie (Nikki Reed). Um mundo de extremos, que envolve sexo, crime, drogas e álcool, e no qual Tracy se deixa cair por forma a ser aceite no grupo mais popular do liceu.

 

Mas, afinal, a jovem já não se encontrava totalmente bem. Fumava, auto-mutilava-se... tudo por forma a aliviar a dor que sentia pela separação dos pais. A relação com Evie só veio piorar as coisas, e tudo começa a desabar no mundo de Tracy. Resta saber se terá ainda forças para escapar a essa contínua espiral de destruição...

 

A fita que marcou a estreia de Catherine Hardwicke enquanto realizadora, teve a sua única nomeação ao Óscar na categoria de Melhor Actriz Secundária para Holly Hunter, que interpreta Melanie, a mãe de Tracy, sendo pois obrigatório referir a prestação dos actores. Desde Hunter até às protagonistas Reed e Rachel Wood, há um esforço que se pode (e deve) confundir com uma chamada de atenção para as diversas situações descritas no filme, e que conseguem através de uma enorme entrega, bem visível nas cenas de maior carga dramática.

 

Para isso, bem como para uma maior veracidade do argumento, contribuiu também a co-autoria do guião a cargo de Nikki Reed. Juntamente com a realizadora, a actriz que agora podemos ver no fenómeno “Twilight”, curiosamente também ele realizado por Hardwicke, pôde dar um pouco mais de si à fita ao abordar situações pelas quais ela própria passou enquanto adolescente.

 

O recurso à técnica de filmagem “câmara na mão” é também bastante abonatório para a ideia que se pretende transmitir. São acções complicadas de explicar, mudanças repentinas, um mundo complexo, um turbilhão de emoções, factores cuja visualização se torna mais fácil e credível com os rápidos e trémulos movimentos da câmara. Bem pensado e executado.

 

Com bons pormenores, nomeadamente no jogo de cores que atravessa todo o filme, caracterizando também ele a destruição de Tracy enquanto pessoa, “Thirteen” desenha-se como um retrato nú e perturbador de infâncias perdidas e de erros que podem ser irremediáveis. Alguns espectadores poderão mesmo encará-lo quase como que uma versão (muitíssimo!) mais light de “Requiem For a Dream”, ou como um sucessor da história de Christiane F. de “Os Filhos da Droga” mas, ainda assim, por mais paralelismos que se encontrem, consegue seguramente dar cartas na sua categoria. Choca e dá que pensar.

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 17:22
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Segunda-feira, 10 de Agosto de 2009

Cellular (2004)

 

 

Jessica Martin (Kim Basinger) é uma professora de biologia que tinha, aparentemente, a vida perfeita. Com uma família feliz e um trabalho estável, nada fazia prever os acontecimentos que se desenrolam após o filho sair para a escola. Jessica é raptada e vê como sua única salvação Ryan (Chris Evans). Ela não conhece o jovem mas, no sotão onde está cativa, consegue estabelecer uma ligação para o seu telemóvel, ao juntar os fios de um telefone que fora estilhaçado pelos seus raptores.

 

A príncipio Ryan pensa tratar-se de uma piada de mau gosto, mas cedo percebe que a mulher e a sua família correm mesmo perigo. Numa corrida contra o tempo, e sempre a tentar manter a ligação, resta agora ao jovem procurar ajuda junto da polícia. Mas nem tudo é o que parece...

 

O que será que pretendem os raptores? Que terá o marido de Jessica em seu poder que justifique o perigo em que colocou a sua família?

 

“Ligação de Alto Risco” é o característico filme de sábado à tarde que tem o entretenimento como única aspiração. E o certo é que não desilude, muito por culpa da premissa original com argumento a cargo de Larry Cohen, um veterano na escrita de filmes série-B, e que conseguiu algum destaque com, por exemplo, “Cabine Telefónica”.

 

A banda sonora encontra-se a um nível mediano, assim como os actores. William H. Macy consegue bons pormenores com o seu personagem, Bob Mooney, um polícia à beira da reforma e em vias de abrir um spa com a mulher. Jason Statham continua igual a si próprio ao interpretar um dos sequestradores, e Evans precisa de amadurecer mais um pouco enquanto actor. Kim Basinger revela alguma inexpressividade em determinadas cenas, mas não compromete.

 

E sim, estamos perante uma autêntica campanha aos telemóveis da Nokia. Contudo, é uma “campanha” capaz de prender o espectador pelo bom ritmo de acção e alguns toques de humor.

 

As falhas e clichés no filme estão presentes e são, por vezes, bastante óbvias mas, ainda assim, se procura uma película agradável de se ver, então talvez este “Cellular” seja uma boa opção para si.

 

“We had a report of a possible kidnapping. You haven't been kidnapped today, have you?”

 

Nota Final: 6.5 / 10

 

 

 


Sexta-feira, 7 de Agosto de 2009

Dirty Pretty Things (2002)

 

 

Não se deixe o espectador enganar pela capa. “Estranhos de Passagem” tem tanto para oferecer que ela simplesmente não lhe faz justiça (nem esta, nem qualquer uma das restantes que encontrei). Nomeada ao Óscar de Melhor Argumento Original, esta película de Stephen Frears, realizador do respeitável “The Queen”, entrecruza as vidas de Okwe (Chiwetel Ejiofor), Senay (Audrey Tautou), Juan (Sergi López), entre outros, numa viagem pelo submundo londrino.

 

Okwe é um imigrante ilegal, nigeriano, e médico de profissão... até chegar a Londres onde é taxista durante o dia, e recepcionista do Baltic Hotel à noite. Passando dias praticamente sem dormir, Okwe consegue ainda arranjar tempo para consultar e medicar alguns vizinhos, com a ajuda de Guo Yi, um amigo que trabalha numa morgue e que lhe consegue facultar alguns dos medicamentos necessários.

 

Ele partilha casa com Senay, uma jovem turca com alguns problemas com a polícia de imigração, e cujo sonho é ir viver para Nova Iorque. Estas vidas e as dos restantes personagens da história acabam ligadas por um estranho acontecimento... O aparecimento de um coração humano numa das casas de banho do hotel...

 

O assunto abordado é a grande mais valia da película e aquilo que a diferencia dos restantes filmes dentro do género. A ténue linha entre o certo e o errado, o vísivel ou ignorado, joga a favor desta obra de Frears que soube levar a bom porto a sua ideia. Ele, e os actores.

 

Ejiofor e Tautou revelam uma boa dinâmica, tocando o espectador e permitindo criar uma envolvência com a sua história. As suas cenas estão muitíssimo bem conduzidas e a química é palpável. Boa prestação de ambos. Aliás, arrisco dizer que todas as interpretações se encontram a muito bom nível.

 

Tráfico de orgãos, imigração ilegal, são temáticas com detalhes minuciosamente tratados e que tornam esta fita num daqueles filmes que não me canso de ver. O seu tom sombrio e a fotografia crua que permite constrastes, não só de espaço, mas também de personagens, visto a faceta multicultural que se nos apresenta, são também um outro ponto significativo.

 

E verificar que com apenas 10 milhões de dólares se conseguiu elaborar tal projecto, é deveras reconfortante.

 

Crú, realista, inteligente, coeso e criativo, “Dirty Pretty Things” é isso mesmo, uma série de coisas belas e sujas, amores e crimes, que prendem do príncipio ao fim. Sem ligar a clichês nem a saídas fáceis. Obrigatório.

 

“We are the people you do not see. We are the ones who drive your cabs. We clean your rooms. And suck your cocks.”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Sábado, 25 de Julho de 2009

Angels and Demons (2009)


 

 

Depois de uma adaptação desastrosa de The Da Vinci Code de Dan Brown (um dos melhores escritores da actualidade na minha opinião), Angels and Demons deixou-me algo apreensivo, ainda para mais sendo este o meu livro preferido do escritor. Destaco desde já que o realizador Ron Howard decidiu por cronologicamente Angels and Demons à frente de The Da Vinci Code quando na realidade é precisamente o contrário.

 

A trama gira mais uma vez em torno de Robert Langdon (Tom Hanks) e de um misterioso assassinato no Vaticano. Langdon descobre que quem está por de trás do misterioso assassinato é uma antiga sociedade secreta chamada Illuminati. Entretanto, nas instalações da CERN é roubada uma pequena amostra de anti-matéria que mesmo em ínfimas proporções poderia arrasar uma cidade. Langdon e a cientista Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) lutam então contra o tempo para tentar salvar os padres raptados (os favoritos a substituir o falecido Papa) e tentar encontrar a amostra para salvar a cidade do Vaticano.

 

Ron Howard desta vez traz-nos um filme menos pastoso e com mais acção, mais à imagem do que realmente o livro de Dan Brown transmite. O cenário não poderia ser melhor e nisso o filme não desilude, mostrando a beleza enorme da cidade do Vaticano. Os efeitos visuais não ficam aquém das expectativas, principalmente na fase final com a explosão da anti-matéria.

 

O filme ganha sobretudo com uma actuação mais intensa de Tom Hanks que tem uma actuação bem mais interessante que no filme anterior. Mais uma vez Howard falha em não dar o destaque merecido à ‘ajudante’ de Langdon, o que se traduz numa performance medíocre de Ayelet Zurer. Quem não me desiludiu foi Ewan McGregor que num papel diferente do habitual (Camerlengo Patrick McKenna) mostrou o seu enorme talento.

 

Angels and Demons consegue ser melhor do que o seu antecessor, mas mesmo assim não consegue ultrapassar aquela barreira de blockbuster, tendo como maior ponto de interesse os factos históricos e as imagens do Vaticano que nos são dadas a visualizar.

 

Our church is at war. We are under attack from an old enemy. The Illuminati. They have struck us from within and threatening us all with destruction from their new god Science.”

 

Nota Final: 7 / 10

 

 

  


Quarta-feira, 22 de Julho de 2009

JCVD (2008)

 

 

A realidade em filme. Ou uma (enorme!) parte dela.

 

Tiros, explosões, pontapés... Van Damme em acção. Mas desenganem-se. Embora a sequência de abertura seja característica daquilo que se espera num filme de Jean-Claude Van Damme, estamos perante uma película que pouco explora essa vertente. O melhor filme do actor, e do homem.

 

JCVD luta em tribunal pela custódia da filha. Os seus problemas com drogas são conhecidos, pelo que a sua vida não está em nada facilitada. E o facto de ser protagonista de filmes de acção extremamente violentos, também não ajuda.

 

Dívidas que se acumulam, tensões e pressões à sua volta, o lutador de “Bloodsport” por todos conhecido vê então no seu país de origem, a Bélgica, um excelente sítio para se retirar por algum tempo.

 

Ao chegar a uma pequena localidade é reconhecido por alguns fãs, e é a partir desse momento que a vida do actor muda. Alguém faz reféns no posto de correios onde Jean-Claude tentava proceder a uma transferência bancária para pagar os serviços do seu advogado...

 

Não se tratando inteiramente de uma biopic, e tendo já passado por Portugal no Indie Lisboa deste ano, os flashbacks e pensamentos da fita são recorrentes, caminhando para um desfecho imprevisível q.b.. Alguns aspectos técnicos quase rudimentares, como a fotografia em tons velhos e dourados, ajudam na composição do ambiente dramático, bem como o facto de o francês ser adoptado como língua principal.

 

As cenas mais dramáticas, como o monólogo que surge por volta da 1hora de filme, demonstram que o actor belga, conhecido por protagonizar os filmes de acção “Double Impact” ou “Kickboxer”, consegue de facto representar (e bem!) dentro de outros registos. Quem não se sentir tocado com a mensagem de Jean-Claude que levante o braço, até porque é também o que se pretende, deixar uma mensagem sobre o que foi, até ao momento, a sua vida e legado. Consciente dos erros, e merecedor das vitórias.

 

Que este seja um Van Damme a ver por muitos e muitos anos. Indispensável.

 

“Van Damme, la bête, le tigre dans la cage.”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 00:12
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Domingo, 19 de Julho de 2009

My Name Is Modesty: A Modesty Blaise Adventure (2004)

 

 

Modesty Blaise. Assim se chama a heroína dos comics criados por Peter O’Donnell e Jim Holdaway em 1963. Terminando a sua edição em 2002, Modesty foi uma personagem bastante popular, justificando pois a passagem de simples comic strips para novels e, posteriormente, cinema. Mas passemos ao filme.

 

Terceira adaptação cinematográfica da personagem, este “Modesty Blaise: Jogo Explosivo” retrata a infância de Modesty (Alexandra Staden), como conheceu o seu tutor Lob (Fred Pearson), e de como acabou a trabalhar num casino sob a alçada de Louche (Valentin Teodosiu), assassinado por Miklos (Nikolaj Coster-Waldau).

 

Apresentando a sua infância por meio de flashbacks pouco conseguidos, Modesty tenta a todo o custo salvar os seus colegas de trabalho, feitos reféns no casino pelo assassino do patrão. Ludibriando Miklos (ou não...) com um jogo da roleta, em que o seu passado é revelado, serão as suas histórias verdadeiras?

 

Confesso que gostei da premissa e fiquei algo curiosa por abordar o trabalho original no formato comic. Porém, o filme em si deixa bastante a desejar a vários níveis. Os “vilões” são pouco credíveis para a situação em questão, baixando a guarda de uma forma que chega a roçar o ridículo mas que, por outro lado, permite desenvolver a questão do background da personagem, dando a ideia de que esta película nada mais seria que um início de uma série de filmes sobre esta jovem que se tornou numa talentosa agente dos serviços secretos britânicos. O que não aconteceu porque, convenhamos... o filme não está inteiramente à altura. Nem o próprio O’Donnell se mostrou satisfeito com o resultado.

 

Com fracas interpretações, esta película de série B filmada em apenas 18 dias, tentou valer-se do nome de Tarantino para conseguir maior aceitação... porém, não se deixem enganar. O cineasta colabora somente como produtor executivo, mas dificilmente se vislumbra uma qualquer influência caracteristicamente sua em qualquer prisma de acção. E embora os estúdios sejam os mesmos que nos brindaram com marcos cinematográficos como “Pulp Fiction” e “Kill Bill”, este filme está longe de ser o seu melhor produto, ou não fosse ele já dificilmente aceitável.

 

Porque o é. E não passa disso. Um filme banal (se calhar mais adequado enquanto episódio para uma série), característico de tardes de cinema num qualquer canal televisivo. E o final...não convence. Vale talvez por um potencial interesse que possa despertar pela personagem.

 

“If I win, you tell me the truth about anything I ask. And I want the truth, no matter how embarrassing.”

 

Nota Final: 4.5 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 23:00
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Sexta-feira, 17 de Julho de 2009

The Bank Job (2008)

 

 

Londres, Setembro de 1971. A sucursal do Lloyd’s Bank em Baker Street é vítima de um assalto na ordem de 3 milhões de libras. A responsabilidade por tal acto coube a um grupo de criminosos pouco experientes mas que, num brilhante esforço conjunto, conseguiram ir ao encontro de inúmeros segredos que o Governo do Reino Unido tentou abafar a todo o custo...

 

Alugando uma pequena loja abandonada, com localização nas traseiras do banco, o grupo de assaltantes construiu um túnel que lhes permitiu entrar no banco sem serem detectados. Nos cofres, conseguiram o saque de diversas jóias, dinheiro e... fotografias comprometedoras, quer para a casa real britânica, quer para indivíduos com altos cargos no Governo.

 

Tendo por base o assalto que ficou conhecido como “Assalto dos Walkie Talkies”, por ter sido essa a forma de comunicação entre os ladrões, que estiveram sempre sob escuta policial no decorrer do assalto, este filme vê na fotografia o factor técnico que mais se destaca, muito por culpa dos seus tons e jogo de luzes, bem adequados ao ambiente de época a retratar, tal como cenários e guarda roupa.

 

O bom enredo que a história permite (embora alguns focos da narrativa sejam pura especulação, pois a forma abrupta como o caso deixou de ser comentado nas notícias por pressão do Governo britânico, e todo o secretismo que o envolveu, não permitem ter certezas do que realmente aconteceu) revelou-se uma aposta ganha pois permitiu conjugar sequências de acção (ainda que escassas, o que é pouco comum num filme que conta com Jason Statham como protagonista) e um guião inteligente.

 

Os actores contribuiram bastante para o interesse do filme pois os desempenhos conseguem dosear bem as diferentes interacções das personagens. O facto de não ser um elenco muito extenso ajudou a condensar essas mesmas acções, embora um pouco mais de estudo dos personagens secundários não fosse inoportuno.

 

Porém, denotam-se algumas falhas, nomeadamente no desevolvimento da acção. Se por um lado existem cenas que poderiam ver-se resolvidas num curto espaço de tempo, outras, com uma maior importância para o desenrolar da história são por vezes tratadas com uma celeridade desadequada. Não é um filme coerente nesse aspecto e as quebras de ritmo tornam-se frequentes acabando por ser desnecessárias.

 

Ainda assim, “O Golpe de Baker Street” pode vangloriar-se por ser um thriller que, baseando-se numa história verídica, é capaz de prender o espectador e captar o merecido destaque que algumas críticas lhe prestaram.

 

“You know what scares me more? Living and dying with nothing to show for it.”

 

Nota Final: 7.5 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 17:29
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Quinta-feira, 18 de Junho de 2009

The International (2009)


 

 

 

Louis Salinger (Clive Owen) um agente da Interpol e Eleanor Whitman (Naomi Watts) uma assistente do Procurador Geral de Manhattan investigam um banco internacional (BCCI – Bank of Credit & Commerce International) pelas suas actividades ilícitas. Esta investigação leva-os a combater pela vida pois os dirigentes do banco só querem cumprir com os seus objectivos e não lhes interessa os custos para atingir os mesmos.

 

Tentando muitas vezes invocar a fabulosa técnica de filmagem vista em Bourne, Tom Tykwer traz-nos um filme com uma boa história mas que após grandes cenas iniciais acaba por cair na monotonia. A exploração do universo financeiro é um ponto positivo e deixa o espectador pensativo do que realmente aconteceu por esse mundo fora e como as actividades ilícitas são financiadas.

 

Clive Owen consegue atrair as atenções todas para si com um desempenho bastante bom e mostrando todo o seu potencial para filmes de espionagem. No entanto, em certos momentos parece que faltou alguma profundidade à personagem, mas essa critica deve ser apontada aos escritores e não a Owen. Naomi Watts mostra-se em bom plano mas é passada para personagem secundária com pouco tempo de antena.

 

The International poderia ter-se afirmado como um dos melhores thrillers do ano mas ficou-se apenas por um filme que está acima da média. O ponto alto do filme vai para uma cena de acção no museu Guggenheim que está brilhantemente montada e mostra-nos uma acção verdadeiramente giratória (sim, giratória). Fica para a memória alguns bons diálogos e uma história que não se distancia muito da realidade do nosso mundo.

 

“Sometimes a man can meet his destiny on the road he took to avoid it.”

 

Nota Final: 7/10

 

 

 


Por Hugo às 07:00
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Domingo, 3 de Maio de 2009

Fast & Furious (2009)

 

Passado oito anos da história do primeiro capítulo, Dominic Toretto (Vin Diesel) tenta reconstruir a sua vida juntamente com Letty (Michelle Rodriguez), ou seja, tenta viver da mesma maneira, só que desta vez rouba camiões que transportam combustíveis. Quando a polícia do México tenta descobrir o paradeiro de Dom, este foge para não pôr em perigo a vida de Letty, mas as coisas não correm como ele quer.

 

Quando Letty é misteriosamente assassinada, Dom vê-se dominado por um sentimento de vingança e faz tudo para descobrir quem a assassinou. Entretanto, Brian O’Conner (Paul Walker), que está de volta ao FBI, está numa investigação de um importante grupo de droga, que curiosamente está ligado à morte de Letty. Assim, mesmo contra a vontade dos dois, Dom e Brian formam uma dupla para desmantelar a organização.

 

Como argumento “New model. Original parts.”, Justin Lin traz-nos o mesmo elenco mas com uma história renovada em que o objectivo passa por dar importância às corridas de rua e à adrenalina que estas transmitem. Fast and Furious é daqueles filmes que se não for visto com meio cérebro desligado e ainda no cinema ou num Home Theather de jeito, o espectador fica com um amargo de boca, mas se tiver nas condições que eu enumerei, o filme passa de satisfatório para fantástico.

 

Em relação ao primeiro filme (sim não vou falar nos outros dois porque para mim nem existiram), este apresenta uma história melhor, cenas de acção melhores, menos mulheres, e melhores desempenhos do elenco. Para mim foi um filme muito bem conseguido, ultrapassando a qualidade do primeiro, e um must see para os amantes do género. Se não for um apreciador do género, para si vai ser um filme mediano com cenas de acção acima da média. Destaco negativamente o uso algo exagerado de efeitos CGI, que em certas situações estraga todo o aspecto visual.

 

Em relação ao elenco, todos estão iguais a si próprios. De destacar negativamente alguma falta de conexão entre Paul Walker e Jordana Brewster. O ponto positivo vai para Gal Gadot, uma actriz israelita que desempenha o papel sensual da organização criminosa da história.

 

“Just like old times.”

 

Nota Final: 7.5 / 10

 

 


Sábado, 11 de Abril de 2009

Butterfly On A Wheel (2007)

 

 

Filmado em sensívelmente dois meses, “Butterfly On a Wheel” conta-nos a história de Neil e Abby Randall (Gerard Butler e Maria Bello), um pacato e feliz casal que mora juntamente com a sua filha, Sophie, em Chicago.

 

Num fim de semana, Neil é convidado pelo patrão a passar uns dias fora e Abby combinou visitar a irmã Diane, pelo que decidem deixar Sophie com uma babysitter. Quando se prepara para deixar Abby na casa da irmã, Neil apercebe-se que não estão sozinhos no carro... Com eles segue viagem Tom Ryan (Pierce Brosnan), um estranho homem que afirma ter sequestrado Sophie e que começa a chantageá-los exigindo que, por 24 horas, o casal cumpra todas as suas ordens.

 

Conseguirão Neil e Abby recuperar a filha?

 

Contando com um conhecido, e competente, trio de protagonistas, “Atormentados” revela-se um filme consistente q.b., e com uma boa dinâmica, tanto cénica como interpretativa. Brosnan mantém-se a um bom nível, e a entrega de Butler permite-lhe bons apontamentos. Devo frisar contudo que a sua química com Maria Bello não convence. Não pela prestação da actriz, que é muitíssimo bem conseguida, mas porque algumas cenas dramáticas entre ambos simplesmente não funcionam.

 

Também é verdade que a película se deixa cair nos já comuns clichés em filmes deste género (nomeadamente a cena em que Sophie está a porta de casa a despedir-se dos pais...mais do que visto), mas ainda assim o filme acaba por prender o espectador, com uma simplicidade filmográfica que se revela sufiente para um bom produto final.

 

De notar ainda o twist final (ou devo dizer, double twist?!) que, para mim, será mesmo o que de melhor o filme oferece. Bastante bom.

 

Assim, e embora pouco promovida, esta fita que dá também pelo nome “Shattered”, não deixa de cumprir a sua função: entreter o espectador.

 

“Who breaks a butterfly upon a wheel?”

 

Nota Final: 7 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 23:32
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Terça-feira, 31 de Março de 2009

Gran Torino (2008)

 

Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um velho reformado com mau feitio e como se isso não bastasse é veterano da Guerra da Coreia. A história começa quando a sua mulher morre e este começa a perceber que a sua vida é um pouco vazia. Não se dando bem com os seus filhos, estes só o querem para benefício próprio e após a morte da mãe, até a casa tentam arrebatar do pai. Porém a sua vida muda quando um rapaz asiático chamado Thao (Bee Vang) tenta roubar o seu Gran Torino de 1972 como um teste para entrar num gang. Falhado o teste, Thao tenta afastar-se do seu primo (o ‘patrão’ do gang), mas este quer Thao à força.

 

Uma noite, Walt defende Thao de ser levado à força pelo gang e fica conhecido como uma espécie de herói de bairro. Vivendo numa família tradicional, Thao é obrigado a trabalhar para Walt de forma a se redimir da tentativa de roubo do Torino. Embora ao princípio Walt recuse a ideia (além das qualidades que enumerei no princípio, Walt era ainda um grande racista) por não se querer envolver com aquela gente, este acaba por ceder, e ambos iniciam uma bonita e estranha amizade. Walt acaba por perceber, com todas as boas acções da família de Thao, que tem mais em comum com estes do que com a sua própria família.

 

Clint Eastwood na minha opinião está melhor e mais vivo que nunca. Depois de um Changeling tão aclamado pela critica Eastwood realiza e contracena neste belíssimo Gran Torino. Este filme é um hino ao cinema clássico principalmente por causa dos toques de Eastwood: a imagem e a fotografia cuidadosamente feitas mostram um filme em que todas as cenas têm uma beleza inconfundível e existe um tempo especifico para o espectador apreciar o que está a ver.

 

Em relação a desempenhos no ‘cast’, além dos dois anfitriões de Gran Torino, não existe mais nada a destacar pois a grande maioria deste era amador e fazia a sua primeira aparição no grande ecrã. Clint Eastwood não nos desilude tendo um desempenho como nos habituou ao longo da sua carreira. Com diálogos absolutamente fantásticos que tanto nos podem fazer rir ou deixar com a lágrima no canto do olho, Eastwood faz aqui a sua última aparição como actor no grande ecrã. Bee Vang embora não tenha um desempenho de encher o olho, consegue não ficar extremamente diminuído perante a grandeza do actor com quem fazia dupla.

 

Gran Torino é um filme que aborda questões étnicas e todas as questões que rondam a vida humana acerca do assunto. Além disso, este filme é sobre a afirmação de uma pessoa no mundo e como por vezes o papel de alguém como Walt nos transforma e nos dá um novo rumo na vida e, quem sabe, uma nova forma de pensar sobre o papel da morte nesta.

 

Não posso terminar sem referir ainda o génio de Eastwood ao ser a voz da música com que termina o filme, que no mínimo deveria ter sido nomeada pela Academia dos Oscares para Melhor Banda Sonora Original. Aliás gostava de perceber como este filme não obteve nem uma nomeação pela Academia. Clint Eastwood irá deixar saudades no grande ecrã, mas com certeza ira-nos continuar a premiar com grandes obras numa cadeira atrás das câmaras.

 

“The thing that haunts a man the most is what he isn’t orderer to do.”

 

Nota Final: 9/10

 

 

 


Quinta-feira, 19 de Março de 2009

Punisher: War Zone (2008)

 

Na minha ultima ‘pancada’ por fitas em que o sangue impera, decidi ver este Punisher: War Zone. Não vi o primeiro e sinceramente não senti falta de o ver pois a história do mesmo torna-se fácil de entender neste segundo capitulo d’O Justiceiro.

 

Frank Castle (Ray Stevenson) é uma espécie de herói que vive na noite da cidade fazendo justiça com as próprias mãos. Os seus métodos são questionáveis, mas a verdade é que é bem sucedido. Em busca de assassinar Billy Russoti (Dominic West), Frank deixa-o seriamente desfigurado e assim cria um inimigo bem mais impiedoso que se dá pelo nome de Jigsaw e como senão bastasse mata acidentalmente um agente do FBI sob disfarce o que leva a ter no seu encalço toda a força policial. Tentando proteger a família do agente falecido, Frank vê-se obrigado a confrontar um exército com todo o tipo de inimigos que coleccionou ao longo da sua ‘carreira’.

 

Visualmente bom, Punisher: War Zone vive de acção sem parar, com muitos tiros, sangue e membros do corpo humano a voar pelo ecrã. Creio que este filme foi feito mais para render o peixe da primeira fita, e suponho que os fãs do género não ficarão desiludidos. Ray Stevenson faz o seu papel razoavelmente. Já por sua vez, Dominc West surpreendeu-me pela positiva, fazendo aqui uma boa representação e dando outro ar a um filme que sem provavelmente nem as cenas da acção seria salvo.

 

Por fim gostaria ainda de destacar a banda sonora do filme que esteve bastante boa acompanhando todas as cenas na perfeição, não deixando o espectador cair na desatenção.

 

Nota Final: 6.5/10

 

 

 


Por Hugo às 20:55
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Sábado, 28 de Fevereiro de 2009

Battle In Seattle (2007)

 

 

Inspirado em acontecimentos reais, “Batalha Em Seattle” situa-nos no dia 30 de Novembro do ano de 1999. Aquilo que a princípio não passava de uma manifestação pacífica contra a WTO (em português, Organização Mundial do Comércio) rápidamente se tornou numa batalha campal em plena cidade de Seattle, culminando na prisão de vários inocentes e em situações de violência gratuita por parte das forças policiais.

 

De um realismo impressionante, a fita que marca a estreia enquanto realizador do actor Stuart Townsend choca bastante o espectador. Recordo-me assim de imediato de uma cena que tem Charlize Theron como protagonista (e bastante bem, diga-se). Quem tiver oportunidade de ver o filme irá certamente concordar comigo.

 

Embora com algumas sequências menos dinâmicas, certo é que a película acaba por se revelar, acima de tudo, uma experiência interessante, não só por se valer de factos históricos, mas graças também à storyline que envolve a personagem Dale (Woody Harrelson). Isto porque é aquela que permite abordar o maior número de pontos de vista da história. Ainda no elenco, Michelle Rodriguez embora não fuja ao seu registo cai num ou outro erro, assim como Ray Liotta.

 

De mencionar ainda os créditos iniciais que jogam com dados cruciais para tomarmos uma posição relativamente ao enredo, e todo um ambiente característico da cidade que muitos conhecem como sendo aquela onde nasceu o movimento grunge.

 

Com um toque documental a acompanhá-lo, "Battle In Seattle" é um filme que, embora pouco divulgado, merece algum destaque, especialmente por abordar um assunto tão pouco mediatizado na sétima arte, e transmitir uma mensagem crucial para qualquer indíviduo: lutar sempre pelos nossos ideiais.

 

“The people, united, will never be divided!”

 

Nota Final: 7.5 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 20:15
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Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2009

The Midnight Meat Train (2008)

 

Eu nem sou muito deste tipo de filmes e verdade seja dita que apenas li o título e pus-me a ver o filme. Foi uma agradável surpresa, tendo em conta a quantidade de sangue que Ryûhei Kitamura (sim também nunca tinha ouvido falar nele) conseguiu pôr no ecrã durante uma hora e meia.

 

A história é bastante simples. Leon Kauffman (Bradley Cooper) é um fotografo que procura subir a sua carreira em termos sociais, e que na namora com Maya (Leslie Bibb) que trabalha como empregada de um café/restaurante. Leon, através do seu melhor amigo Jurgis (Roger Bart), chega a Susan Hoff uma importante e influente figura do panorama artístico. Leon leva-lhe algumas das suas melhores fotos dizendo-lhe que com o seu trabalho quer capturar o verdadeiro coração da cidade, mas esta diz-lhe que se esse era o seu objectivo então estava a falhar. Leon parte assim para as noites de New York em busca do seu trabalho perfeito, mas vê-se envolvido num assalto a uma modelo famosa que no dia seguinte é dada como desaparecida no jornal local. Com um pouco de investigação, Leon consegue relacionar Mahogany (Vinnie Jones) com uma série de desaparecimentos que têm ocorrido durante muitos anos.

 

Baseado numa obra de 37 páginas de Clive Barker, The Midnight Meat Train é um filme um pouco acima do razoável, mas talvez por ser adaptado de uma obra tão pequena, por vezes ao longo dos 90 minutos vê-se que muitas cenas são forçadas ou simplesmente que foram feitas com falta de imaginação. Os efeitos CGI estão bons quanto baste, mas um pouco mais de realismo não teria feito mal nenhum. Vinnie Jones terá feito um dos melhores papéis da sua vida, personificando um agressivo serial-killer. Em relação ao restante elenco, só de destacar ainda Bradley Cooper que tem bons pormenores, mas que não chegam hoje em dia.

 

Embora tenha falado na história e do razoável que esta era, não quero terminar sem destacar o final que merecia muito mais destaque e explicação, que, se assim fosse, esta fita teria alcançado um brilho muito maior e talvez não tivesse atraído só os fãs deste género.

 

Nota Final: 7/10

 

 

 


Por Hugo às 18:56
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Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009

Transporter 3 (2008)

 

Mais um filme de Transporter. Mais uma desagradável desilusão. Esta série de filmes tem-nos habituado a cenas de acção bastantes boas e espectáculos de velocidade esplendorosos. Contudo, falta-lhe sempre o que faz um filme medíocre passar a ser um filme que fica na lembrança de todos os espectadores: a história. Mas antes de uma análise mais elaborada e uma comparação com os outros capítulos desta série, vamos primeiro perceber a história deste Tranposter 3.

 

Frank Martin (Jason Statham) que parecia ter-se afastado do negócio de transportador (peço desculpa se não estou a fazer a tradução correcta) de cargas potencialmente duvidosas, é obrigado a transportar uma rapariga ucraniana, Valentina (Natalya Rudakova) e dois sacos de conteúdo desconhecido. Frank parte para a missão sem praticamente saber no que se estava a envolver, apenas sabendo se ele ou Valentina se afastassem mais de 23 metros do carros, as pulseiras que têm no seu pulso explodiriam. Enquanto Frank é confrontado com armadilhas humanas e automobilísticas, este e Valentina acabam por se apaixonar.

 

A verdade é que não existe mais nada para dizer acerca do enredo deste filme. Poderia escrever mais umas duas linhas mas acabaria por contar o filme todo. Transporter 3 tem como principal arma as suas cenas de acção alucinante, em que a meu ver só ganha em termos automobilísticos, pois a nível de combates em que Frank “beat’em all” Martin entra, Olivier Megaton utilizou uns efeitos meio esquisitos. Natalya Rudakova tem um desempenho miserável e que nem o facto de a maior parte das vezes tentar fazer-se de sexy compensa. Já por sua vez Jason Statham tem um desempenho ao seu nível, mas perfeito para o papel representado. Para mim o maior destaque vai para Robert Knepper que faz o papel de Johnson, e que à semelhança do que acontece na série Prison Break, tem um desempenho muito bom e não desiludiu em nada.

 

O primeiro filme desta saga foi indiscutivelmente o melhor, com boas cenas de acção, boas perseguições com o famoso BMW e talvez o único com uma história minimamente aceitável, que foi seguido por um filme miserável com demasiadas cenas forçadas e um uso abusivo e horrível de efeitos CGI.

 

Apenas para apreciadores da saga e, quiçá, do género.

 

Nota Final: 6.5/10

 

 

 

 


Por Hugo às 11:19
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Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2009

Gattaca (1997)

 

 

Encontramo-nos numa época em que, devido aos avanços tecnológicos e científicos, todos os segredos do DNA são conhecidos, pelo que se tornou possível conceber genéticamente o ser perfeito. Os pais podem agora optar pelas características que pretendem ver nos filhos: inteligência, resistência, aptidão para o desporto, entre outros. Assim, todos aqueles que nasceram de forma biológica, são agora considerados “inválidos”.

 

Vincent Freeman (Ethan Hawke) foi um dos últimos humanos a nascer dessa forma. Com uma insuficiência cardíaca e uma esperança de vida de apenas 30 anos vê cair por terra o seu sonho de se tornar astronauta... Ou assim seria de esperar.

 

Numa sociedade em que só os humanos “válidos” têm acesso a determinados empregos e regalias, Vincent tudo fará para alcançar o seu sonho de ir para o espaço... resta saber se o seu espírito o poderá levar onde o corpo teima em falhar. A solução encontrada consiste em fazer-se passar por Jerome Morrow (interpretado pelo sempre carismático Jude Law), uma estrela da natação que ficou paraplégico. Dessa forma consegue entrar na empresa responsável pelos vôos interplanetários, Gattaca, onde sobe a pulso e com mérito próprio sendo destacado para a próxima viagem a Saturno.

 

Contudo, a missão pode estar comprometida devido a um assassinato que ocorre dentro das instalações da empresa. Com o cerco cada vez mais apertado, conseguirá Vincent manter incógnita a sua condição de “inválido”?

 

Com excelentes actuações, “Gattaca” reúne vários detalhes que o destacam dos demais filmes do género. Uma fotografia e cenários apelativos conjugam-se com um guião inteligente, criativo e deliciosamente envolvente. As cenas que abordam a organização do material genético cedido por Jerome são de uma coerência e precisão magnifícas. Estão muitíssimo bem conseguidas. De mencionar ainda, as cenas em que Vincent e o seu irmão Anton (Loren Dean) disputam uma corrida em alto mar. Emotivas, e cheias de significado, são apenas uma simples amostra da mensagem que o filme procura transmitir.

 

É sem dúvida, um dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos, apelando ao espírito humano, e mostrando que não há impossíveis, mesmo que a ciência assim o dite.

 

“There's no gene for fate.”

 

Nota Final: 8.5 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 22:44
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Quarta-feira, 4 de Fevereiro de 2009

Changeling (2008)

 

 

E se o seu filho desaparecesse... alguma vez deixaria de o procurar?

 

Angelina Jolie é Christine Collins, uma mulher independente, dedicada ao trabalho, e mãe solteira de um rapaz de 9 anos, Walter. Ao chegar a casa, depois de mais um dia de trabalho na central telefónica, Christine depara-se com o desaparecimento do filho. Desnorteada, pede ajuda junto da polícia e as buscas têm início... para cinco meses depois lhe trazerem um rapaz que ela garante não ser seu filho.

 

Capaz de revoltar o espectador pela forma grotesca como Christine é tratada pelas autoridades (jogos psicológicos que culminam no seu internamento no Hospital Psiquiátrico Municipal), este filme vem focar um assunto extremamente delicado: o desaparecimento de crianças. O  filme choca, não só pela história em si, mas também por nos deixar com a aterradora ideia de que tudo isto pode acontecer. É real e está presente, todos os dias.

 

Uma outra mais valia a referir é a presença de John Malkovich, que interpreta de forma singela o papel do reverendo Gustav Briegleb, o maior apoio de Christine em todo este penoso processo, não só pela ajuda que lhe prestou, como também por expôr à opinião pública, todos os esquemas e práticas criminosas da polícia de Los Angeles. Por fim, Jason Butler Harner tem a seu cargo algumas das cenas mais fortes do filme, uma magnifica e desconcertante prestação, sem dúvida.

 

Extremamente emotivo, “A Troca” é mais uma aposta ganha para Clint Eastwood. O bom ritmo, a filmografia clássica, a intensidade brilhantemente captada, a fotografia (especialmente a nível de iluminações e seus respectivos planos) e o facto de se basear numa história real fazem de “A Troca” um filme que não deixará, certamente, ninguém indiferente. Porque nada é mais dramático que a realidade, nua e crua.

 

“Maybe he's out there somewhere...”

 

Nota Final: 8.5 / 10

 

 

 


Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009

Lucky Number Slevin (2006)

 

 

 

No local errado… à hora errada… ou assim parece. Josh Hartnett é Slevin Kelevra... mas para The Boss (Morgan Freeman), um dos líderes do crime nova iorquino, ele não passa de Nick Fisher, alguém que lhe deve muito dinheiro.

 

A viver no apartamento do amigo Nick (que se encontra desaparecido), Slevin é confundido com este e, para saldar a dívida, deverá assassinar o filho do arqui inimigo de The Boss, o também líder do crime The Rabbi (Ben Kingsley). Como se isto não bastasse terá de fazer jogo duplo e ainda lidar com Brikowski (Stanley Tucci), um polícia que começa a seguir todos os seus passos.

 

A dinâmica entre Slevin e Lindsey (Lucy Liu), a vizinha de Nick que se deixa levar pelos acontecimentos e ingressa numa busca “à la Sherlock Holmes” pela causa dessa sucessão de infortúnios, é, juntamente com o vasto leque de excelentes actores, uma das mais valias do filme. Os diálogos das suas cenas, por possuirem uma vertente despreocupada mas também coerente, acabam por se tornar muitíssimo cativantes. De referir também Bruce Willis que aparece em grande plano como Mr. Goodkat, um assassino profissional.

 

Com um argumento inteligente, personagens cómicas, diálogos bem conseguidos (que não se deixam cair na piada fácil), uma boa montagem dos flashbakcs, e constantes twists (o final é simplesmente brilhante),  “Há Dias de Azar” é um filme que se revela envolvente até ao último instante e que certamente não desiludirá os espectadores.

 

“I bet it was that mouth that got you that nose.”

 

Nota Final: 8 / 10

 

 

 


Terça-feira, 27 de Janeiro de 2009

Green Street Hooligans (2005)

 

 

Matt Buckner, um estudante expulso injustamente de Harvard, chega a Inglaterra onde ingressa no mundo de uma das claques mais reputadas do meio: a Green Street Elite, apoiantes do West Ham United. E é nesse meio que Matt vai aprender algo que nenhuma faculdade do mundo lhe poderia ensinar...

 

A agressividade de alguns membros destes grupos, que fazem dessas lutas de rua a sua vida, contrasta com a existência de individuos que, mesmo pertencendo a um mundo violento como este, trabalham, têm familia e bons valores (o que desmistifica um pouco a ideia pré-estabelecida sobre estes grupos organizados). Uma das cenas mais representativas disso mesmo passa-se no metro, enquanto Matt (Elijah Hood) e Pete (Charlie Hunnam) conversam. Uma senhora carregada de malas aproxima-se, e eles são os primeiros a ceder-lhe o lugar... e não todas as outras pessoas com condutas moralmente mais aceites pela sociedade.

 

As boas interpretações, especialmente de Leo Gregory (Bovver), e de Geoff Bell (Tommy Hatcher), lider da claque de Millwall, cujo filho morreu numa das zaragatas entre claques (acontecimento esse que marca a recta final do filme), conferem uma veracidade interessante na medida em que o ideal destes homens está muito mais além do que apoiar um clube de futebol. Momentos há em que essa é a última das razões a desencadear confrontos. Trata-se de se protegerem uns aos outros, sendo capazes de dar a própria vida por isso. De ganharem reconhecimento e reputação. De resolverem questões pendentes e males passados.

 

‘Rebeldes de Bairro’ retrata assim o modo de vida dos hooligans de forma honesta e sem tomar qualquer partido. Prova também que como em tudo na vida, há sempre dois lados, e a maneira de ser de alguém será mesmo das coisas mais subjectivas que existem.

 

“You don't run, not when you're with us... You stand your ground and fight!”

 

Nota Final: 7.5 / 10

 

 

 


Por Mafalda às 15:24
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