Documentário sobre o fenómeno recente do cinema de terror espanhol, que teve a sua estreia mundial na 3ª edição do MOTELx. Bastante informativo e capaz de transmitir boas noções sobre o já mencionado fenómeno, este documentário de 57 minutos a cargo do jornalista e crítico de filmes Yves Montmayeur, apresenta porém algumas falhas, nomeadamente a nível de uma dinâmica que se revela practicamente inexistente.
Demasiado metódico, fixo e roçando em determinados momentos a monotonia, “Viva La Muerte!...” acaba por ser uma promessa que fica bastante áquem das expectativas. Os relatos na primeira pessoa de grandes nomes do cinema espanhol como Alejandro Amenábar e Guillermo del Toro, apesar de (muito!) interessantes para apreciadores confessos deste tipo de cinema, e não só, acabam por não ser suficientes para justificar a atenção que se dispensa para a fita.
Pelo contrário. Excessivamente simples, saímos da sala com a noção de que algo mais poderia ter sido feito. Não basta juntar peças de um puzzle, e esperar que funcionem. Há que agarrar nas peças chave e tentar construir um produto coeso, interessante, e com características próprias que permitam a sua distinção dos demais. Esse é certamente um ponto em que muito se peca no mundo documental, dificultando ainda mais a sua afirmação como opção junto dos aficcionados do cinema.
Pouco envolvente, vale somente pela viagem aos bastidores das mais diversas produções (desde filmes a séries), pelos novos dados que disponibiliza ao espectador e por analogias ao que realmente assusta as massas nos filmes de terror (um especial “quê” de atenção para as imagens captadas em diversas salas de cinema aquando das visualizações de “REC” e “El Orfanato”).
Vê-se, mais pela curiosidade do que própriamente pela excelência da fita.
Nota Final: 6 / 10
Documentário realizado por Yann Arthus-Bertrand e com a participação de Luc Besson (director de filmes como “Léon” e “The Fifth Element”) enquanto produtor, “Home – O Mundo é a Nossa Casa” vem estabelecer o ponto de situação em que o nosso planeta se encontra relativamente aos danos que o Homem tem vindo a causar desde à 200 mil anos para cá.
Com imagens imponentes, capazes de tirar o fôlego ao espectador, acompanhadas por um envolvente narrar da “nossa” história a cargo de Glenn Close (na versão inglesa, sendo que a portuguesa não fica de modo algum atrás em termos qualitativos), a fita sofreu uma das maiores campanhas publicitárias para filmes com esta temática.
Sendo disponibilizado em simultâneo em 50 países, e em diferentes plataformas como internet, cinema, televisão e DVD, certo é que este “Home” prima pela magnitude de palavras que definem bem a premissa do filme: levantar questões pertinentes e apresentar erros cometidos, mantendo um tom alarmista, mas nunca fatalista.
Interligando sempre os problemas de que o planeta padece, mostrando diferentes culturas e modos de vida, a fita peca talvez por, a dada altura, os factos apresentados se deixarem cair num monótono formato de simples documentário. Não que tenha nada contra, mas acaba por proporcionar uma fuga à inovação que se pretendia dentro deste produto. Porém, é interessante e suficientemente capaz de prender a atenção do seu público do príncipio ao fim.
Por fim, tenho ainda de referir um ponto que pode funcionar como “faca de dois gumes”. Se por um lado o facto de mostrar tão belas e, diria mesmo, “imaculadas” imagens pode dar a ideia de que a situação não é tão grave como se pensa, por outro, pode estimular um sentido de preservação que desencadeie uma tomada de consciência. O mesmo se aplica aos instantes finais da fita, dedicados a mostrar acções que têm vindo a ser tomadas por alguns países por forma a combater o processo de destruição em que a Terra se encontra.
Mais que um documentário, “Home” é uma mensagem de esperança, um hino ao planeta, e acima de tudo, uma prova de que o equilíbrio é possível e está ao alcance de todos. Pois o presente parcialmente destruído que recebemos como herança pode ainda ser salvo.
Mas não nos enganemos... o tempo já está a contar.
“It’s too late to be a pessimist.”
Nota Final: 8.5 / 10
“Que O Céu Nos Ajude”... indeed!
Este documentário ateísta (ou será mais agnóstico?) protagonizado pelo comediante e apresentador Bill Maher leva-nos numa viagem pelos diversos fenómenos das principais religiões do mundo, bem como por vários actos considerados pecados, desde a homossexualidade, até ao uso de métodos contraceptivos.
Maher confronta vários indivíduos ligados de alguma maneira a essas mesmas religiões, desde crentes até padres, e o resultado dessas entrevistas é tudo menos esclarecedor. Vemos até que ponto a perspicácia do apresentador consegue arrancar as mais inusitadas respostas aos entrevistados, ou até mesmo a deixá-los sem qualquer argumento válido.
Uma das cenas mais emblemáticas do filme, será mesmo a do “confronto” de Bill com um reverendo. É completamente anedótico como alguém que defende algo tão livre de bens materiais, como são os ensinamentos de
De mencionar ainda a entrevista a um padre “rebelde”, em pleno Vaticano. O facto de não se conformar com muitas das políticas da Igreja, e dizê-lo a quem o quiser ouvir, é simplesmente brilhante e até mesmo inspirador.
Mas passemos a aspectos técnicos. Dinamizando a fita com diversos trechos de filmes com alguma ligação à temática corrente, este “Religulous” consegue, efectivamente, tornar-se num bom produto dentro do género. E os comentários que acompanham as entrevistas (no ecrã, em roda pé) estão extremamente bem conseguidos.
Devo porém clarificar que nem tudo é perfeito. Denota-se, propositadamente ou não, uma procura por personagens que são, por si só, caricatas. Acredito que um pouco mais de “brio” na escolha de alguns dos intervenientes conferisse mais “seriedade” ao assunto em debate. Mas se formos a ver, não é isso que se pretende exactamente.
Irreverente e polémico, “Religulous” mantém-se fiel aos seus príncipios: não pretende atacar qualquer crença nem qualquer religião, mas sim deixar o espectador a pensar no que realmente acredita, no porquê de determinadas questões continuarem sem resposta, e se há de facto algo mais do que “a vista alcança”.
Ou
Nota Final: 7.5 / 10
Documentário, com contornos de thriller, que retrata a história fantástica de um homem... sonhador. Bastante enérgico, desde miúdo trepava às árvores sendo um apaixonado por alturas e pela adrenalina que lhe proporcionava. Vive desde os dezassete anos com um objectivo na cabeça: realizar o seu sonho de unir as torres do World Trade Center por um arame e atravessá-lo. O nome deste homem é Philippe Petit.
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma