Coisa (Michael Chiklis), Mulher Invisível (Jessica Alba), Senhor Fantástico (Ioan Gruffudd) e Tocha Humana (Chris Evans) estão de volta numa nova aventura. Desta feita, os 4 super heroís terão de enfrentar o Surfista Prateado (Doug Jones, mas com voz a cargo de Lawrence Fishburne), um mensageiro intergaláctico que se desloca até ao planeta Terra, espalhando o terror e, assim, preparando-o para a destruição às mãos do seu senhor, Galactus, o Devorador de Mundos.
A história retirada da BD é dotada de milhares de fãs, podendo ser esse um dos factores que leva o espectador a querer, de facto, apreciar a fita a um nível superior ao de simples entretenimento. A história, os personagens (especialmente o Surfista, um dos mais cool da Marvel), os efeitos especiais... Com o argumento certo, seria certamente um projecto ganho. Mas essa façanha, não passa de uma missão quase impossível.
Estou a escrever a crítica à medida que vejo o filme (situação semelhante àquela em que me coloquei aquando do visionamento televisivo de "Ghost Rider"... sim, um outro filme que tem um excelente personagem nos comics e se vê defraudada cinematograficamente), e reforço a opinião que tinha anteriormente: o filme é fraco em densidade, simplista, e com profundas falhas de argumento (já para não falar nas sequências sofríveis entre a artificial Alba e o inexpressivo Gruffudd). Dentro do leque actoral, salvam-se Evans e Chiklins, nos seus habituais momentos de comédia (ainda que um pouco forçados, confesso).
Mudanças de planos demasiado rápidas, diálogos ocos e um estudo da personagem do Surfista quase que inexistente são algumas das características que pautam esta sequela que consegue, ainda assim, assumir-se como superior em relação ao anterior capítulo da saga. Não é terrível, mas também não é o melhor. Para tal efeito, o melhor será referenciar novamente "Dark Knight", essa sim, uma das melhores (se não mesmo, a melhor) película de heróis fantásticos.
De mencionar ainda o meu profundo pesar pela representação de Galactus. Digamos que esperava mais que uma nuvem de poeira... E o regresso forçado do Dr. Doom (Julian McMahon), não convence. Um vilão demasiado soft.
Eis pois o simples blockbuster ao qual deverão assistir por respeito a Lawrence Fishburne e à sua técnica que permitiu atribuir tanta personalidade a um personagem com tão limitado "tempo de antena". Que venha a fita dedicada ao Silver Surfer! Mas sem Tim Story no comando.
"There's always a choice."
Nota Final: 5.5 / 10
Enquanto criança, Tiana (Anika Noni Rose) e o pai partilhavam um sonho: abrir um restaurante com pratos típicos. Agora, já adulta e com 2 trabalhos, a jovem tem juntado todas as suas economias, por forma a poder concretizar esse seu desejo.
Tudo corria dentro da normalidade, até que numa festa em casa da melhor amiga, Charlotte(Jennifer Cody), uma menina de famílias abastadas, algo de estranho acontece. Um sapo falante pede ajuda a Tiana: esta deverá beijá-lo para que ele possa voltar à sua condição de humano. Isto porque o sapo é nada mais nada menos que o Princípe Naveen (Bruno Campos), da Maldonia, que está de visita a Nova Orleães. Mas essa visita estava longe de ser inocente, pois o príncipe bon vivant vinha em busca de uma jovem rica que o pudesse sustentar.
Ao beijar o príncipe, o inesperado acontece! Não só o feitiço não se quebra, como também Tiana se vê transformada num sapo. Agora, conseguirão os jovens encontrar uma solução para acabar com a maldição lançada pelo feiticeiro Facilier (Keith David)?
Estamos perante um novo clássico Disney em que, por decisão de John Lasseter, o director criativo da companhia, se recuperou a animação 2D, o desenho feito à mão. Desde 2004 que a Disney não se aventurava neste tipo de animação, mas a espera valeu a pena. "A Princesa e o Sapo", que tomou forma pelas mãos dos criadores de "A Pequena Sereia" e "Aladdin", é uma aposta ganha!
As inovações a nível de personagens (a introdução dos primeiros dois princípes afro-americanos, Tiana e Naveen) são claramente o factor mais mencionado, mas não nos podemos esquecer também de enaltecer a recuperação das sequências musicais que tanto marcaram a história da companhia. As músicas, embora não se possam dizer memoráveis, são agradáveis (fiquei com a "Almost There" na cabeça) e estão de acordo com a vibe da fita, funcionando muito bem. Não é a toa que a acção se desenrola numa das capitais do jazz por excelência.
Tive oportunidade de assistir à versão original, e à versão dobrada em português, e devo assumir que, desta vez, embora a versão dobrada seja competente, atraiu-me muito mais a original, especialmente nas canções. Achei inclusivamente que a disparidade entre a voz "falada" e a voz "cantada" de Tiana é excessivamente notória na versão portuguesa, o que me desagradou.
Outro facto a registar foi a inclusão de vários personagens secundários que conseguem ganhar o seu espaço na fita, nomeadamente o pirilampo Raymond (Jim Cummings, com um sotaque hilariante, na versão original), o crocodilo trompetista Louis (pela voz de Michael-Leon Wooley, e que me recorda uma certa personagem de "All Dogs Go To Heaven", uma animação da United Artists que, curiosamente, se bateu com "The Little Mermaid" no box office) e claro, o vilão Facilier. O feiticeiro praticante de magia negra é sem dúvida uma das mais carismática personagens da fita e consegue sequências muito boas, especialmente aquela em que ocorre a transformação de Naveen em sapo. Além disso, todos os pormenores de cenários e caracterização são de "encher o olho", e não só nessa sequência em particular.
É bom voltar a sentir o mesmo entusiasmo por um filme de animação 2D, é sinal que a indústria vai bem, e recomenda-se. Que venham mais clássicos assim!
"Daddy never got what he wanted... but he had what he needed: love! He never gave that up, and neither will I!"
Nota Final: 7.5 / 10
Este é daqueles fraquinhos, que passam às tantas da noite só para encher a grelha de programação. Pena, porque Nicole Kidman merece projectos mais substanciais, mas vejamos...
Joanna Eberhart (Nicole Kidman) é uma bem sucedida directora de um canal televisivo, o EBS, conhecido pelos seus programas controversos, como os reality shows. E é precisamente um desses programas por si produzidos que corre mal, levando Joanna a ser despedida da estação, deixando-a numa profunda e dolorosa depressão. Em solidariedade com a sua situação, o marido, Walter Kresby (Matthew Broderick), decide também ele despedir-se do cargo de vice director do canal, e decide que o ideal será mudarem-se para um local mais tranquilo. O local escolhido é Stepford, uma pequena e pacata cidade em Connecticut.
Lá, tudo parece perfeito. As casas, o ambiente livre de crime. Até as mulheres! Cozinham, procedem às lides domésticas e quase que idolatram os maridos. Dores de cabeça, insatisfação... nada disso faz parte do quotidiano das mulheres numa Stepford ambientada aos anos 50.
Mas Joanna desconfia de tanta perfeição, e as suas investigações levam-na a uma incrível e terrível descoberta!
Extremamente previsível esta segunda adaptação cinematográfica do livro "The Stepford Wives" de Ira Levin, é forte em clichés e peca por não se consegir encontrar enquanto produto. Se por um lado aborda a história com um tom cómico, por outro tenta (em vão, diga-se de passagem) transmitir uma veia de mistério que simplesmente não encontra sustentabilidade.
E que dizer de um leque de actores, desde Kidman até Glenn Close, extremamente competente mas totalmente desaproveitados nesta película? Inadmissível e, pensava eu, improvável. Mas a verdade é que acontece. Como puderam eles aceitar participar em tal festival de atrocidades? Enfim...
Pobre em diálogos, argumento e realização, é só mais um de entre tantos remakes que, ao que parece, deve muito ao seu original. Voltarei a este ponto assim que tiver oportunidade de assistir ao "The Stepford Wives" de 1975.
"Only high-powered, neurotic, castrating, Manhattan career bitches wear black. Is that what you want to be?"
Nota Final: 3 / 10
Sinceramente... esperava pior! Pela mão do realizador Michael J. Basset, chega-nos a adaptação cinematográfica de um dos heróis criados por Robert E. Howard (responsável também por Conan, entre outros que permitiram criar um sub-género da fantasia conhecido como sword and scorcery). Esse herói é Solomon Kane (James Purefoy), um mercenário cuja alma está condenada ao Inferno. Após mais uma carnificina ao seu comando, Solomon tem um inesperado encontro com o ceifeiro do Diabo, que vem reclamar a sua alma. Porém, a resiliência de Solomon consegue protegê-lo desse triste destino, e durante um ano manteve uma vida de paz, abdicando de toda e qualquer forma de violência.
Um dia, é aconselhado por um padre a voltar às suas origens, por forma a conseguir a sua redenção. Solomon dá então início a uma solitária jornada por terras pautadas por foras da lei e por um temível exército ao serviço de Malachi, um feiticeiro servente do próprio Diabo e que tenciona tornar-se senhor de todas aquelas terras. E é durante a sua caminhada que Solomon é abordado por uns saqueadores que o deixam bastante mal tratado. Mas, aparentemente, a sorte está do seu lado ao ser socorrido, e acolhido, por uma família de puritanos. Estabelece-se entre eles uma profunda relação de compreensão, e Solomon parece finalmente em paz... até que algo de inesperado acontece. A família é atacada pelo exército de Malachi, sendo que desse ataque resulta a morte de quase todos os membros da família e ainda a captura da filha mais velha do casal, Meredith (Rachel Wurd-Hood).
Cabe agora a Solomon salvar Meredith e assim alcançar a sua redenção.
A verdade é que entrei na sala de cinema cansada e sem grandes expectativas. E apesar de ter a cabeça noutro lugar, o filme teve a capacidade de me prender a atenção aos poucos, e isso por si só já é uma vitória. Claro que não é daqueles incontornáveis, e muito menos livre de erros (assim de repente veio-me à cabeça uma cena da captura da família que acolheu Solomon... o irrealismo no seu desempenho fez-me esboçar um ou outro sorriso perante o que estava a assistir, mas nada de alarmante), mas está bem construído.
A dicotomia entre o bem e o mal, a religião e a morte, são pontos que quando bem trabalhados têm material de sobra para proporcionar um bom projecto, e “Solomon Kane” consegue alguns rasgos de “bom filme” nos cenários e construção da personagem protagonista (menção especial para Purefoy, que se apresentou a um bom nível interpretativo). Porém, a previsibilidade do guião é notória, e este filme de baixo orçamento acaba por sofrer com isso. Deixa-se ficar um pouco pelo selo de “tentativa de deja-vú de Lord of The Rings”, e peca essencialmente pelos diálogos forçados e desinspirados. Já para não falar do culminar de acção demasiado rápido e simples que deixará certamente uma sensação de vazio em alguns espectadores (algumas das criaturas poderiam (e deviam!) ter sido melhor aproveitadas...).
Ainda assim, a película que marcou a sessão de abertura do Fantas 2010, e que (curiosamente!) acabou mesmo por arrecadar o prémio do Público, faz-se compor por um bom ritmo narrativo que me fez questionar o porquê do intervalo. Foram 120 minutos nada cansativos e de entretenimento q.b..
“There are many paths to redemption, not all of them are peaceful.”
Nota Final: 6 / 10
Tim Burton? Onde? Um mero vislumbre. Apenas.
Bem, mas primeiro a sinopse. A história é já conhecida de todos, mas desta vez, há uma ligeira diferença. Estamos perante o regresso de Alice ao País das Maravilhas, e não perante a sua primeira incursão naquele mundo. Volvidos 10 anos, a jovem parece ter-se esquecido de tudo o que ali passou, encarando as suas peripécias como um qualquer sonho que tivera em criança.
Mas o que ela não sabe, é que terá de se recordar de quem é realmente, e assim ajudar a salvar os habitantes daquele País, agora governado pela Rainha Vermelha, a quem nada mais interessa que cortar cabeças e assistir à sedutora vassalagem de Stayne, o Valete de Copas. Alice contará ainda com a ajuda dos seus amigos Mad Hatter, o gato Chesire (um dos melhores efeitos CGI do filme) e a lagarta Absolum (personagem à qual Alan Rickman dá voz, roubando todas as cenas em que “aparece”). Conseguirá ela cumprir a profecia e livrá-los a todos do domínio da estridente Rainha?
Munida dos cansativos óculos 3D (sim... esta tecnologia começa a desgastar-me, especialmente em filmes cujos elementos nada justificam a sua utilização), entrei para a sala de cinema com elevadas expectativas. Afinal, é de um filme de um dos maiores génios do cinema actual de que estamos a falar! Porém, quase 10 minutos depois do início, dei por mim a semicerrar os olhos. E o porquê, tornou-se bastante óbvio...
Nesta nova “Alice”, muitas das características que compõem, habitualmente, os filmes de Burton, que já nos trouxe grandes pérolas como “Edward Scissor Hands”, por exemplo, foram-me quase que imperceptíveis, com excepção claro para as participações de Johnny Depp e Helena Bonham Carter, carismáticamente irrepreensíveis, as usual.
“Calma, tenho de reflectir. Tem de haver uma causa... Estamos a assistir a um filme da Disney, pelo que existem componentes burtianas que não seriam aceites num filme para crianças”, pensei. “Vou aguardar mais um pouco antes de me precipitar em avaliações menos positivas”. Nisto, entra em cena Depp, que é, sem dúvida, a alma da fita. Valeu por ele, alguns bons momentos. Contudo, cedo percebi que um ou dois actores não bastam para carregar às costas o peso de milhões de dólares de investimento numa película. E nesse par de boas interpretações, não me refiro certamente à protagonista Mia Wasikowska, cuja total inexpressividade me fez sentir defraudada com tão fraca heroína.
Desinspirado, monótono e incapaz de nos levar para o tão falado País das Maravilhas. E se Alice demorou 10 anos para lá voltar, a mim bastaram-me os primeiros 10 minutos, para perceber que a minha odisseia iria ficar áquem do que esperava. Está longe do melhor de Burton.
Sendo assim, é caso para se dizer “Off with their heads!”.
Nota Final: 6 / 10
Estamos em Dezembro de 1973. Susie Salmon, uma menina de 14 anos que vivia no auge da curiosidade natural da sua idade, é assassinada pelo seu vizinho de uma forma meticulosa e brutal. Atraída por este quando regressava da escola para um anexo subterrâneo situado num milheiral, a vida da família deste ‘pequeno peixe’ não voltou mais a ser a mesma.
O choque natural de tão devastadora situação vai ao longo do tempo transforma-se numa obsessão, principalmente para o seu pai que busca vingança e justiça. Este vai então conduzir algumas investigações privadas na tentativa de descobrir tão cruel homem que terá sido capaz de fazer mal à sua querida filha.
A verdade é que a vida acabou cedo de mais para Susie, que agora se encontra num limbo celestial a observar e narrar todos os desenvolvimentos do filme. Com tanto que ainda ficou para fazer, será que esta vai conseguir seguir em frente?
Diogo: O poder dos sonhos de uma adolescente, desfeitos abruptamente e de forma ‘violenta’, testados aqui neste filme de Peter Jackson. ‘Visto do Céu’ apresenta no seu argumento algumas características que poderiam fazer deste um filme inquietante ou até mesmo chocante… Mas a verdade é que este acaba por ser um filme bonito, na essência da sua palavra. Visualmente, as atmosferas imaginárias de um mundo entre terra e o paraíso, revelam-se fulcrais na mensagem do filme. Para este conteúdo também contribui de forma decisiva o pensamento singular da jovem Susie Salmon, interpretada por Saoirse Ronan. De forma igualmente decisiva, encontramos o nomeado ao Óscar de Melhor Actor Secundário Stanley Tucci por este mesmo filme. Na pele de um assassino, consegue quebrar a monotonia de algumas sequências de cenas e intrigar o espectador, naquele que é então sem dúvida mais um ponto de interesse deste ‘The Lovely Bones’.
Nota final: 8/10
Hugo: Peter Jackson traz-nos The Lovely Bones, um filme que em termos de qualidade está uns furos abaixo em relação ao que nos tem habituado. Embora tenha um argumento convincente, o desenrolar da história é algo inconstante o que faz com alguns momentos sejam demasiado depressivos e de repente a acção passa-se demasiado depressa. Uma nota positiva para as cenas espectaculares que o CGI empregado em grande parte do filme nos proporciona. Tal como o enredo do filme, o elenco também tem altos e baixos: Mark Wahlberg tem uma performance mediana e Rachel Weisz é praticamente uma nulidade, enquanto que Saoirse Ronan tem um desempenho fantástico para a sua idade e Stanley Tucci tem uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário totalmente merecida. The Lovely Bones acaba por ser uma decepção pois graças a incoerências na realização não consegue captar toda a atenção do espectador.
Nota Final: 6,5 / 10
Mafalda: "Visto do Ceú" apresenta-se com uma temática complicada de captar em essência, mas que acabou por abordar competentemente valendo-se de belíssimos planos CGI (as representações do limbo celestial são soberbas). Porém, há algo que salta à vista do espectador: a disparidade qualitativa de algumas interpretações. Se por um lado temos um desinspirado Mark Wahlberg, por outro temos o merecidamente nomeado ao Óscar, Stanley Tucci, o inquietante assassino de Susie. Uma prestação imperdível. Apelativas revelaram-se também algumas das sequências entre o real e o celestial, na casa da jovem, em que há como que uma sobreposição de planos muito bem conseguida. De mencionar ainda a tensão crescente, e muito bem vinda diga-se, para um final que achei... ridículo. Não pelo final em si, que achei adequado à história, mas pela maneira como foi filmado e apresentado ao público. Houve um claro exagero. Assim, com uma ou outra incoerência e transições de cena algo pobres (passar de um momento dramático para outro de comédia de maneira tão repentina pode cair mal a alguns espectadors), "The Lovely Bones" acaba por ser uma proposta interessante, muito pela mensagem que transmite.
Nota Final: 7 / 10
Segundo capítulo da saga que tem arrastado multidões ao cinema, este “New Moon” apresenta-se como uma sequela bastante mais fraca que o seu antecessor. Mas primeiro, a sinopse...
Bella (Kristen Stewart) prepara-se para celebrar o seu 18º aniversário, e a sua única dúvida existencial reside... na idade. Namorar com um vampiro deve ser a situação mais banal na vida da jovem que, neste momento, só se preocupa com rugas futuras que poderão esfriar a sua relação com Edward (Robert Pattinson). Um drama preocupante, de facto...
Na casa dos Cullen, ao desembrulhar um dos presentes, Bella corta-se, e o sangue desperta um instinto ainda difícil de controlar por parte de Jasper (Jackson Rathbone), namorado de Alice (Ashley Greene). É então que Edward decide que o melhor a fazer será mesmo afastar-se, deixando a jovem num profundo desgosto, que só a presença de Jacob (Taylor Lautner) poderá atenuar. Pelo menos até ele próprio se começar a afastar devido a um segredo que teima em não revelar...
Numa película em que o total protagonismo vai para Kristen Stewart (em detrimento de todas as outras personagens que aqui atingem um exagerado 2º plano), eis o enredo que Chris Weitz (realizador responsável pela adaptação cinematográfica de “The Golden Compass” de Philip Pullman) nos tenta passar em 2 horas de filme. Perpetuando acções que se desenrolam de forma excessivamente rápida, com veia quase de music video em que transições de segundos pautam o desenrolar da fita, “Lua Nova” peca principalmente por isso.
O querer mostrar muito em pouco tempo raramente dá bom resultado, e este segundo capítulo de “Twilight” não é excepção. Contudo, apresenta um ligeiro atenuante com as sequências de acção e a apresentação de novas personagens que, embora com um bastante limitado tempo de acção, conseguem deixar boa imagem, nomeadamente Dakota Fanning e Michael Sheen na recta final da fita, que à semelhança de tudo o resto, prometia mais do que chega realmente a oferecer. Um ou outro bom apontamento (a nível de fotografia por exemplo) and that's it.
“I promise never to put you through anything like this ever again.”
Promessa que se cumpriria caso a estreia de "Eclipse", o 3º capítulo, não estivesse já agendada para o final do mês de Junho. Aguardarei com a expectativa de ver um melhor produto.
Nota Final: 6 / 10
Soberbo. E assim acabo a crítica. Está tudo dito...
Não, mentira. Não posso deixar um filme assim rotular-se com uma simples palavra.
Baseada no romance de Diana Wynne Jones, esta é a história de Sophie, uma adolescente de 18 anos que vê a sua vida mudar por completo quando conhece Howl (Hauru na versão original nipónica), um belo feiticeiro perseguido por forças maléficas controladas pela Bruxa do Nada.
Após observar a proximidade que nasceu entre os dois, a Bruxa, agindo sob o impulso do cíume, transforma a pobre Sophie numa mulher de 90 anos. Esta decide então partir para as terras do Nada, à procura de uma maneira de quebrar o feitiço. E é lá que Sophie se depara com um estranho castelo andante...
O realizador, Hayao Miyazaki, que já nos brindou com o oscarizado “A Viagem de Chihiro” , volta a provar o porquê do fascínio pela sua arte. “Howl's Moving Castle” tem um brilho especial, que confere tudo o que uma película de qualidade pode exigir.
Primeiramente vou referir a banda sonora. O lirismo que o compositor Joe Hisaishi confere aos seus trabalhos tem acompanhado os filmes de Miyazaki, contribuindo amplamente para o envolvimento do espectador com a fita. É quase que um outro mundo aquele para o qual somos transportados tão facilmente com a fusão de imagens e som. Deslumbrante e muito bem conseguido.
De seguida, há que mencionar o guião. Com uma história inteligente e com uma forte mensagem anti-guerra, é fácil ganhar interesse na visualização da fita. Os momentos emocionantes são uma constante, sejam eles de acção ou comoção. E claro, também alguma comédia não foi esquecida (um bem haja, uma vez mais, a todos os envolvidos nas dobragens portuguesas).
Gostei de inúmeros pormenores, nomeadamente a percepção de Sophie sobre a sua condição física enquanto mulher idosa, mas que em nada a impediu de perseguir os seus objectivos. Outro bom pormenor são as diferentes transformações a que o feiticeiro Howl está sujeito, variando de situação para situação. E claro, uma das dúvidas incontornáveis do filme: a constante alteração do aspecto de Sophie. Mas essa, permanecerá sempre em aberto para uma interpretação pessoal do espectador.
A história em si percebe-se bastante bem. Contudo, sensívelmente a meio da fita, é possível um ou outro desnorte, mais pela maneira como nos é contada do que propriamente pelo seu conteúdo. Mas nada que comprometa. A meu ver, ainda conseguiu enriquecer o cariz místico de um clássico que quase de imediato ganhou o estatuto de imperdível.
Um must see mágico, inebriante e criativo.
“That boy is extremely dangerous, his powers are far too great for someone without a heart.”
Nota Final: 10 / 10
Hoje decidi-me por uma abordagem diferente. Fazer a crítica enquanto vejo o filme.
Pois bem, esta é já a terceira vez que assisto a “Ghost Rider” e, como tal, a minha opinião está formada à bastante tempo. Pode-se dizer que o filme, é fraco. Realmente fraco.
Sim, temos as curvas de Eva Mendes para os espectadores mais atentos às beldades cinematográficas, e temos um dos personagens mais cool da Marvel (basta olhar para o poster). Mas isso, nos dias que correm, não chega, embora a facturação do filme tenha sido bastante positiva.
Mark Steven Johnson, o realizador de “Daredevil” e “Elektra”, apresenta-nos a história de Johnny Blaze (Matt Long), um jovem que realiza, juntamente com o pai, espectáculos de acrobacias com motos. Um dia, ao descobrir que o pai sofre de cancro, Johnny é tentado a realizar um pacto com o Diabo (Peter Fonda): ceder-lhe a sua alma, em troca da cura do pai.
O jovem acaba por assinar o pacto, mas logo é traído, assistindo à morte do progenitor. Desorientado, abandona tudo, incluindo a namorada Roxanne (Raquel Alessi).
10 anos depois, Johnny (agora interpretado por Nicolas Cage) é famoso pelas suas acrobacias, levando multidões ao delírio. Tudo parecia correr pelo melhor, não fosse um antigo “amigo” vir cobrar a sua parte do acordo. Mephistopheles, o Diabo, voltou para requisitar os serviços daquele que se vai tornar no novo Ghost Rider.
Cabe-lhe agora procurar o contrato de San Venganza, um contrato que possui 1000 almas demoníacas. Mas Mephistopheles não é o único a cobiçar o documento... Também o seu filho, Blackheart (Wes Bentley), pretende deitar-lhe a mão...
Estamos perante mais uma má escolha de Nicolas Cage, o que ultimamente tem sido bastante comum na carreira do actor. Com um argumento fraco, interpretações forçadas, diálogos medonhos (“My name is Legion. For we are many!”... Digam-me... o que é isto?...) e efeitos especiais que não são nada por aí além (porque é que sempre que ocorre a transformação parece que estamos perante um indivíduo sem pescoço?? E que proporções são aquelas?? Tenho de me lembrar de não fazer críticas enquanto assisto aos filmes... Assim sempre me vou esquecendo de alguns pormenores...), estamos perante o típico filme de super heróis que deixa muito a desejar. Meu querido “Batman” de Christopher Nolan...
O filme entretém, isso não se pode negar, mas apresenta momentos realmente maus, atingindo um expoente máximo de nulidade na sua recta final. Os vilões de tão ridículos que são, simplesmente não convencem. É mais uma boa história da banda desenhada que se perde com constantes recorrências a clichés e facilidades características deste realizador. Bom para ver numa tarde chuvosa, ou como é o presente caso, numa noite de rescaldo da passagem de ano. Quem aproveitou a passagem certamente não ligará muito à banalidade latente da fita.
“It's said that the West was built on legends. And that legends are a way of understanding things greater than ourselves. Forces that shape our lives, events that defy explanation. Individuals whose lives soar to the heavens or fall to the earth. This is how legends are born.”
Nota Final: 4 / 10
Curta de 6 minutos de duração, com selo Pixar e que antecedeu a transmissão de “UP” nos cinemas. E que bela curta de animação!
Uma nuvem. Uma cegonha. Bebés. Muitos bebés. As nuvens, através da sua própria composição e da força dos raios, trazem à vida bebés de todas as espécies. Mas há uma nuvem, Gus, que tem tendência para criar bebés mais “problemáticos” e perigosos: crocodilos, enguias, porcos-espinhos... E quem acaba por sofrer é mesmo a sua fiel amiga Peck, a cegonha responsável pelo transporte dos bebés.
Os dias passam, os transportes sucedem-se... até ao dia em que a cegonha parte para outra nuvem...
Isento de diálogos, esta curta de Peter Sohn (um dos storyboarders da Pixar que, curiosamente, foi a voz de Emile na versão original de “Ratatouille”) é a prova de como a partir de uma tão simples ideia, e num tão curto espaço de tempo, se consegue produzir um produto qualitativamente rico.
Os excelentes efeitos são já uma constante em qualquer trabalho que se apresente como sendo um produto Pixar, e claro, "Parcialmente Nublado" não foge à regra, conseguindo um belíssimo jogo de cores e texturas, aliado a bons efeitos sonoros, imprescindíveis dada a falta de diálogo da curta. Sem qualquer ponto negativo a apontar, portanto.
Os valores da amizade, a sua resistência à mágoa (física ou não), e a sua capacidade de se fortalecer, são abordados de maneira enternecedora, e que soube certamente conquistar os espectadores que aguardavam pelo visionamento da longa que se seguia. Mas a espera foi tudo menos desagradável isto porque, uma vez mais, a Pixar provou que não se limita só em realizar produtos para as crianças, proporcionando também aos adultos histórias que têm um significado especial, uma lição de vida e o poder de invadir e despertar todo o seu imaginário.
Assim vale a pena. A ver aqui: http://www.redbalcony.com/?vid=24992. Não percam!
Nota Final: 9 / 10
Se deixar a crítica em branco fosse uma fiel representação do silêncio que se abateu sobre a sala 3 do cinema São Jorge após a visualização desta curta, então, seria mesmo isso que deveria fazer.
Por falta de compreensão do final (confesso que foi o meu caso) ou simplesmente por desilusão, certo é que “Lazarus Taxon” não arrancou sequer um solitário bater de palmas.
Encarando as mudanças climatéricas como agente apocalíptico, acompanhamos a jornada de um pai (Ariel Casas) que transporta o cadáver da filha (Maia Jenkinson), para que esta possa ser ressuscitada.
Paleontológicamente falando, o nome desta curta de Denis Rovira van Boekholt refere-se a uma espécie que deixou de existir, mas que reaparece anos mais tarde. Funciona portanto como metáfora para o que aquele homem cansado, desesperado, mas que ainda assim encontra forças graças ao amor incondicional pela filha, procura ao atravessar o Novo Mar num simples bote.
A príncipio somos atraídos por uma caracterização sublime, deslumbrantes planos de acção e uma fotografia sombria e envolvente, que funciona como promessa de algo maior por vir. O cenário de devastação e isolamento é uma mais valia, mas, no final, vê-se dilacerado por um conjunto sem nexo de acções que comprometem o esforço imposto nestes 15 minutos.
O estudo do sofrimento humano, com prismas sobre o medo e a fé que promovem a ideia de um futuro provável, em que a sobrevivência e os limites do ser humano são postos à prova, será certamente o mais apelativo da curta. Alguns chamar-lhe-ão “incompreendido”, e talvez com razão. Vale pelos minutos iniciais e por uma premissa que merecia um desfecho mais elaborado.
“Todo irá bien hija...”
Nota Final: 7 / 10
Baseado no livro homónimo de Neil Gaiman (o mesmo criador de “Stardust"), eis que Henry Selick, o realizador responsável pelo fantástico “The Nightmare Before Christmas”, nos faz chegar “Coraline”, uma menina de 11 anos que acaba de se mudar com os pais para a cidade de Oregon, para uma mansão com mais de 100 anos chamada “Palácio Cor-de-Rosa”.
Apesar do local ser apto a explorações, de conhecer um estranho rapazinho da sua idade, e de os restantes inquilinos da mansão serem algo caricatos (as artistas Spink e Forcible, e o Sr. Bobinsky), Coraline (Dakota Fanning) depressa se aborrece. Os pais estão cheios de trabalho e não dispensam muita atenção à filha, sugerindo a esta que explore a casa. E é durante a sua incursão que Coraline dá de caras com uma estranha porta que serve de passagem para um mundo alternativo onde a sua vida é em tudo mais alegre. Ou pelo menos, é o que parece...
Conseguindo abranger um público mais vasto, “Coraline e a Porta Secreta” pode em alguns momentos chegar a ser desconfortável para as crianças. Não digo que não seja direccionado para elas, pelo contrário, mas alguns segmentos, nomeadamente o final, vai um pouco mais além do habitual em matéria de “susto”. Ainda assim, é inegável o facto de estarmos perante uma boa aposta dentro do género.
Com animadas e coloridas sequências, como o florescer do jardim do outro mundo, por exemplo, e pelos próprios personagens, cuidadosamente criados pelo processo de stop motion (uma modalidade de animação em que são utilizados modelos reais, a partir dos quais são necessárias 24 frames para cada segundo de filme, sendo que os modelos são fotografados frame a frame), Selick brinda-nos com uma película criativa, inteligente e visualmente irrepreensível que nos transmite a ideia de que, por vezes, aquilo que desejamos pode não ser o melhor para nós. E que se soubermos esperar, se tivermos paciência, os bons momentos chegam para ficar. Selick não se opõe ao sonho, apenas enaltece uma realidade de acordo com o que temos. E fá-lo através de uma personagem que, embora criança, apresenta já uma personalidade vincada e que não nos deixa indiferentes.
Devo ainda parabenizar a dobragem portuguesa, em especial Nuno Lopes, que dá voz ao curioso Mr. Bobinsky, e a Ana Bola e Maria Rueff que nos deliciam com as divertidas Miss Spink e Miss Forcible.
Com tamanha qualidade, não se admire pois o espectador de ver atribuída a “Coraline” uma nomeação a melhor filme de animação na próxima cerimónia dos Óscares. É sobejamente merecida!
“You probably think this world is a dream come true... but you're wrong.”
Nota Final: 8.5 / 10
Nesta minha mini-maratona de filmes com Jet Li como protagonista, decidi pegar em “O Reino Proibido”. Depois de um deprimente “A Múmia: Túmulo do Imperador Dragão”, confesso que não ia com grande esperança para este filme. Mas enganei-me, e bem!
Jason Tripitikas (Michael Angarano) é um jovem viciado em filmes de kung fu. Um dia, na loja de penhores onde adquire os seus filmes, Jason encontra um estranho bastão que vem passando de geração em geração aos donos da loja, até que se encontre o seu verdadeiro dono.
Nessa noite, o jovem é obrigado por um gang local a ajudar num assalto à loja, e é durante a fuga que se vê transportado de Boston para a China antiga, juntamente com o bastão. Lá, é salvo pelo mestre (bêbedo) de kung fu, Lu Yan (Jackie Chan) que lhe conta a profecia do bastão e lhe diz ter como missão entregá-lo ao Rei Macaco, transformado em pedra à mais de 500 anos pelo Senhor da Guerra de Jade, que o atraiçoara durante um duelo.
Com a ajuda do monge silencioso (Jet Li) e de Pardal Dourado (Yifei Liu), conseguirão os nossos heróis libertar o poderoso guerreiro?
Este filme foi altamente publicitado por se tratar da tão aguardada reunião entre os dois mestres actuais de artes marciais, Jet Li e Jackie Chan. E que reunião! Chan tem um quê de Jack Sparrow na sua personagem, mostrando-se trapalhão, mas ainda assim, excelente lutador. Jet Li arranca uma boa interpretação, adequando-se bem ao papel (ou devo dizer, papeís...), e Bingbing Li, que interpreta a feiticeira Ni Chang, tem também uma prestação interessante e com boas cenas de luta.
Existem alguns momentos bem ao estilo de “The Karate Kid”, como quando Lu Yan ensina kung fu ao jovem Jason, ao mandá-lo cortar relva com o seu bastão... “Wax on, wax off”... lembram-se? Mas nem as semelhanças, nem os clichês do filme arruinam este produto realizado por Rob Minkoff (um dos realizadores de “The Lion King”).
Proporcionando bons momentos de humor, bem como exímias sequências de combate e efeitos especiais, somos também nós transportados numa aventura rica a vários níveis, desde interpretativo até fotográfico e sonoro. As cores das belas paisagens da China conjugam-se com uma adequada sonoridade, criando assim um bonito ambiente para a película.
Entretenimento puro numa das mais fantásticas aventuras do ano de 2008! Worth the watch.
“If one does not attach himself to people and desires, never shall his heart be broken. But then, does he ever truly live? I would rather die a mortal, who has a care for someone, than a man free from his own death.”
Nota Final: 7 / 10
Terceiro capítulo da saga de “The Mummy” (sem contar com a mal conseguida prequela “The Scorpion King”), desta vez passado na China. O imperador Han (Jet Li) era detentor de uma insaciável sede de poder, e via somente na morte o seu principal adversário. Decide então recorrer à ajuda de Zi Juan (Michelle Yeoh) uma feiticeira que, em vez de lhe conceder a vida eterna, acaba por amaldiçoá-lo, vingando a morte do seu amor.
Agora, 2000 anos depois, o imperador que se encontrava transformado, juntamente com o seu exército, em estátuas de terracota, despertou com a intenção de conquistar o mundo. E só Rick O’Connell, o mesmo que derrotara a múmia Imhotep, o pode travar.
O início do filme prometia, mas ao contrário dos dois primeiros títulos da saga, não soube manter essa linha de interesse. O desgaste de ideias e as fracas interpretações de alguns dos actores tiraram o sentido à continuidade da história. Isso bem como uma série de cenas que se apresentam, no mínimo, rísiveis e dispensáveis.
Com a pretensão de apostar essencialmente nos efeitos especiais (que não estão nada por aí além), este “O Túmulo do Imperador Dragão” perde bastante com a saída de Rachel Weisz (embora se compreenda a escolha da actriz em não participar no mais fraco capítulo da trilogia). Maria Bello, que está longe de ser má actriz, foi a substituta para interpretar Evelyn O’Connell e, simplesmente, não foi a melhor escolha para o papel, deixando bastante a desejar.
Fraser, que não possui qualquer química com Bello, continua a seguir a linha do heroí divertido, conferindo um dos únicos pontos de interesse, juntamente com John Hannah com o seu divertido Jonathan, cunhado de Rick. Verifica-se portanto que só os actores que se mantiveram dos filmes anteriores conseguem fazer-nos esquecer, por momentos, que estamos perante uma película com um argumento mais que visto, previsível e que leva, inequívocamente, a um distanciado interesse por parte do espectador. Isto para não dizer quase nulo...
Luke Ford, que interpreta o filho de Rick e Evy, Alex, também não convence, mais por um má escolha de casting do que por outra coisa. A idade que o separa do “pai” Fraser aparenta ser pouca e isso decididamente não joga a favor do pretendido pelo realizador Rob Cohen, que se prepara, dizem, para realizar “The Mummy 4”...
Resta-me dizer que, depois deste “The Mummy 3” aborrecido e completamente descartável, espero que não seja verdade.
“Die you mummy bastards. Die.”
Nota Final: 3.5 / 10
Larry Daley (Ben Stiller) deixou o seu trabalho de guarda nocturno para se lançar no mundo empresarial, alcançando bastante sucesso. A sua empresa, a Daley Devices, está em franca expansão e segue um bom rumo. Já o mesmo não se poderá dizer da relação de Larry com o seu filho, dado o excesso de trabalho que tem em mãos.
Um dia, toma conhecimento que o Museu de História Natural de Nova Iorque, onde trabalhara, está a ser renovado. A nova tecnologia vem substituir algumas das estátuas que se encontravam no museu, e de quem Larry se tinha tornado amigo (no primeiro “Night at the Museum” comprovou-se que todos os artefactos do museu ganham vida durante a noite).
Os artefactos são levados para Washington DC, para os armazéns do instituto Smithsonia, onde se encontra Kahmunrah, um terrível faraó que pretende governar o mundo. Cabe agora a Larry unir-se a Jedediah (Owen Wilson), Octavius (Steve Coogan), e aos restantes habitantes do museu para contrariar os planos de Kahmunrah (Hank Azaria). Conseguirão?
Dado o sucesso do primeiro filme, os estúdios da Twentieth Century Fox viram como imperativa uma continuidade desta história. E não se enganaram, pois mantiveram-se bons resultados de bilheteira, embora com uma fórmula que dá sinais de desgaste. Mas vamos por partes.
“À Noite, no Museu 2” apresenta um bom esforço de dar algo diferente da história do primeiro filme aos espectadores e, nesse ponto, embora continue na mesma linha de ideias, consegue alguns novos e bons pormenores, conferindo-lhes maior relevo pelo que de melhor esta fita tem em relação à anterior: os efeitos especiais. Algumas sequências sairam claramente a ganhar com este investimento, possibilitando uma maior dinâmica.
Quanto ao elenco, Amy Adams apresenta-nos uma Amelia Earhart (a primeira mulher a voar sozinha sobre o oceano Atlântico) que prova a sua versatilidade enquanto actriz (não percam a oportunidade de observar o seu trabalho no filme “Doubt”, que lhe valeu, inclusivé, uma nomeação ao Óscar). Ben Stiller continua igual a si próprio (embora com algumas falhas), assim como Owen Wilson. Os restantes actores da película não deslumbram, mas têm uma prestação aceitável. Por forma a tornar o guião menos denso (ainda menos...), algumas das personagens principais do filme anterior, como Teddy Roosevelt (Robin Williams) foram um pouco “abandonadas” em detrimento das novas.
Ainda no que a personagens diz respeito, é de mencionar o aparecimento de Darth Vader! Foi um agradável pormenor no meio de alguma confusão narrativa. E sem dúvida um dos momentos mais divertidos da fita, ainda que curto.
Este é o tipo de comédia na qual o espectador que a visualizar, sabe o que o espera. Divertimento para toda a família, mas essencialmente para as crianças. Não é um mau filme dentro do género em que se insere, mas torna-se um pouco repetitivo e vazio em determinadas situações.
“Is that you breathing? Because I can't hear myself think! There's too much going on here; you're asthmatic, you're a robot. And why the cape? Are we going to the opera? I don't think so.”
Nota Final: 6 / 10
50 anos depois da versão animada a cargo da Disney, chega mais uma adaptação do famoso clássico de James Mathew Barrie, “Peter Pan”, agora a cargo de P. J. Hogan. E devo dizê-lo desde já: é uma boa adaptação.
Londres. Wendy (Rachel Hurd-Wood), John (Harry Newell) e Michael (Freddie Popplewell) são 3 irmãos que vivem juntamente com os pais, os Darling, e Nanny, uma cadela São Bernardo responsável pelas crianças. Todas as noites Wendy conta histórias de piratas e fadas aos seus irmãos. Mas mais alguém a escuta...
E uma noite, esse alguém revela-se. É ele Peter Pan (Jeremy Sumpter), um estranho rapaz que se faz acompanhar da fada Tinkerbell (Ludivine Sagnier) e que consegue... voar! O rapaz convida Wendy para segui-lo até a Terra do Nunca, mas esta recusa-se a ir sem os irmãos, e assim, juntos, partem para aquela que será a maior aventura das suas vidas.
A história todos a conhecemos, por isso algo teria de se destacar em mais esta adaptação. E foi, essencialmente, a nível de efeitos especiais. Bem conseguidos, dão sem dúvida um brilho especial a esta aventura indicada para toda a família. Algumas cenas de referência são por exemplo a da dança entre Peter e Wendy na Floresta, e ainda o combate final entre Pan e o seu eterno rival, Capitão Hook (Jason Isaacs).
Mas não só de efeitos vivem essas cenas. Alguns dos actores conseguem boas interpretações ajudando claramente para um bom envolvimento com a fita. Lembro-me imediatamente do protagonista, Sumpter, que consegue captar bastante bem a essência do confiante Peter Pan, mas também os seus medos. Porque Peter é assim mesmo, um rapaz forte e destemido, mas também com um claro medo da responsabilidade dos adultos.
A bom nível está também Jason Isaacs. Mantendo a tradição das peças teatrais, “Peter Pan” apresenta-nos o actor com dupla prestação, pois interpreta o pai de Wendy e o Capitão Hook. Porém, consegue um melhor trabalho a nível do vilão, conferindo-lhe alguma maturidade e retirando o rótulo de vilão menor (como o é nos desenhos animados da Disney).
Em tom conclusivo, de referir ainda o bom ritmo narrativo, que mantém como que uma faceta teatral, que se faz acompanhar por uma competente banda sonora e guarda-roupa. Não posso também deixar de mencionar alguns pontos negativos, especialmente a nível de edição (transição de cenas, por exemplo).
É ainda assim uma delícia para as crianças, e não só. Vale a pena assistir.
“Once upon a time there was a boy named Peter Pan, who decided not to grow up.”
Nota Final: 7 / 10
Da conceituada saga de J.K. Rowling, chega-nos este Harry Potter and the Half-Blood Prince. Estava muito curioso quanto a este filme pois tinha arrancado críticas extremamente positivas dos avaliadores mais severos por essa Internet fora, mas a verdade é que para quem é fã da saga acaba por ser uma valente desilusão. Mas vamos à história.
Harry Potter (Daniel Radcliffe) e Albus Dumbledore (Michael Gambon) investigam a infância de Tom Riddle e chegam à conclusão que o agora professor de poções Horace Slughorn (Jim Broadbent) esconde um terrível segredo. Entretanto Draco Malfoy (Tom Felton) junta-se ao grupo de Voldemort e tenta a todo custo executar a tarefa que foi incumbido de realizar.
A verdade é que a verdadeira história poderia ser resumida a isto. A restante história é baseada nos desastres amorosos de Hermione Granger (Emma Watson) e Ron Weasley (Rupert Grint), e Ginny Weasley (Bonnie Wright) e Harry Potter.
Embora com pouca acção, os efeitos visuais estão bastante acima da média principalmente no princípio do filme com os Devoradores da Morte a destruírem a cidade de Londres e a cena na caverna com Harry e Dumbledore. A banda sonora é o que já estamos habituados, ou seja, bastante satisfatória. Quanto à imagem e cenas em si, mostram um filme mais negro e sério do que os restantes, mas a juntar a isso está também mais lento e pesado. Não querendo correr o risco de me contradizer, o filme é bastante parado, mas em termos de sequência de história é rápido demais. Se para quem não leu o livro vai ficar um bocado confuso com a falta de alguns pormenores, para quem leu faltam muitas cenas que iriam tornar o filme bem mais interessante.
Em relação ao elenco, o destaque vai para os jovens actores. Daniel Radcliffe cresceu como actor e está à altura deste novo Harry Potter mais adulto e maduro. Emma Watson está a transformar-se numa das melhores jovens actrizes da actualidade com momentos bastante bons durante o filme. Rupert Grint esteve ao seu nível, não tendo grande destaque em cenas mais sérias, tendo a responsabilidade de fazer rir a plateia. Por último, o destaque vai para Tom Felton que interpreta de forma bastante segura o papel do confuso Draco. Quanto ao elenco sénior todos demonstraram estar em forma, como já nos tinham habituado.
Harry Potter and the Half-Blood Prince não é um mau filme, tendo um aspecto visual espectacular e um ‘mundo mágico’ sem o qual não podemos viver. Este é um filme mais adulto do que estamos habituados e mostra que o mundo de Harry Potter não é apenas para crianças. Esperamos então que os realizadores façam de Harry Potter and the Deathly Hallows Part I e II algo legendário e fiel ao último livro da saga.
“I can make things move without touching them. I can make bad things happen to people who are mean to me. I can speak to snakes too. They find me... whisper things.”
Nota Final: 8 / 10
Não fosse eu uma fã confessa de filmes passados em mundos fantásticos, não teria aguardado expectante por esta adaptação do primeiro livro da série “His Dark Materials” de Philip Pullman.
Embora não tivesse ainda lido o livro, a sua premissa pareceu-me interessante, por isso, encontrei no escuro de uma sala de cinema o palco ideal para conferir este filme. Decorria o Natal de 2007, e foi sem dúvida uma opção que me agradou. E até certo ponto, não me arrenpendi. Gostei realmente do filme embora consiga apontar-lhe algumas das falhas que o levaram a ser tão criticado, e a ver mesmo a sua continuidade enquanto trilogia comprometida.
Mas antes de mais, a sinopse. “A Bússola Dourada” conta-nos a história de Lyra Belacqua (Dakota Blue-Richards), uma jovem que reside, juntamente com outros orfãos, no Jordan College, em Oxford, num mundo paralelo ao nosso. Nesse mundo, o espírito de um indíviduo não está no seu interior, mas sim lado a lado com o seu dono, sob a forma do animal que melhor o caracteriza, a que se dá o nome de daemon. Lyra, por exemplo, por ser ainda uma criança, vê o seu daemon sofrer várias alterações ao longo da história, isto porque a sua personalidade ainda está em formação. Já deu para reparar que foi uma das partes que mais me agradou no filme, não é verdade? Mas continuando...
No colégio, ela ouve uma conversa entre o director e Fra Pavel (Simon McBurney), um representante do Magisterium, a ordem religiosa que governa aquele mundo, onde este assume a ameaça que a ordem sente pela descoberta da “Poeira”, uma estranha partícula que permite a transição entre os mundos paralelos e cuja menção foi proibida. Quem fez essa descoberta foi precisamente Lord Asriel (Daniel Craig), o tio de Lyra, que por querer prosseguir com o estudo de tal fenómeno vê a sua vida correr grande perigo. Isso, bem como o desaparecimento do melhor amigo Roger e a chegada da misteriosa Mrs. Coulter (Nicole Kidman) são os principais motivos que levam Lyra a embarcar na viagem da sua vida, rumo às Terras do Norte. Com a ajuda do seu daemon, Pan, e com o auxílio de uma estranha bússola que permite ao seu portador reconhecer a verdade das situações, conseguirá a pequena jovem salvar o seu mundo, e o nosso?
Levantando uma onda de contestação por parte da igreja católica, que chegou até a emitir um comunicado contra o filme e série de livros, ou não fossem as semelhanças com a estruturação hierárquica praticada no Vaticano, “The Golden Compass” brilha em efeitos especiais, (especialmente os utilizados na concepção dos daemons), efeitos sonoros, fotografia e guarda-roupa.
Existe porém uma edição excessiva do filme que acaba por corromper o desenvolvimento de alguns segmentos da história, confundindo o espectador. E o facto de ter sido concebido para seguir a linha de “filme de Natal para crianças” fez perder um pouco o fulgor que poderia ter sido retirado da história de Pullman.
A nível interpretativo, contamos com nomes sonantes como Nicole Kidman, Daniel Craig, Eva Green e Sam Elliot, que se encontram competentes nos seus papeís. Mas quem se destacou foi sem dúvida a estreante Dakota. Embora deva dizer que a personagem de Nicole me conseguiu intrigar em determinados momentos, deixando-me de sobremaneira curiosa quanto ao que o destino lhe reserva.
Não será certamente o melhor filme dentro do género cinematográfico em que se insere, mas ainda assim, penso que está capaz de captar uma interessante dose de atenção. E agora, resta aguardar pela sua continuação...
“There are many universes and many Earths parallel to each other. Worlds like yours, where people's souls live inside their bodies, and worlds like mine, where they walk beside us, as animal spirits we call daemons.”
Nota Final: 7 / 10
Em X-Men Origins: Wolverine é retratada a história do mais famoso dos X-Men, Wolverine (Hugh Jackman). O filme começa mostrando uma série de imagens com Wolverine e o seu irmão Victor Creed (Liev Schreiber) a passarem pela guerra e por uma equipa especial de mutantes. Tudo muda quando essa mesma equipa se separa e um por um começam a ser assassinados. O assassino em busca de Wolverine mata a mulher deste e este em busca de vingança aceita um convite para participar numa experiência que o iria tornar indestrutível.
A passagem da famosa saga de X-Men pelos cinemas tem aqui o seu ponto mais baixo. Se por um lado é sempre um grande atractivo ver a história de Wolverine, por outro lado existem demasiadas falhas nela. Gavin Hood tenta surpreender-nos com muitos dos mutantes da história de X-Men mas mesmo nisso este consegue cometer erros na história dos mesmos.
Como filme de entretimento X-Men Origins: Wolverine cumpre o seu papel com boas cenas de acção e um som de cortar a respiração. O decorrer do filme é algo estranho pois os primeiros quinze minutos só mostram cenas da história de Wolverine e poucas ou quase nenhumas falas tem. E é aqui que está a maior falha do filme: o seu argumento. Tal como disse anteriormente, este tem demasiadas falhas, e graças à velocidade vertiginosa com que Gavin Hood nos tenta fazer engolir a história,quando chegamos ao fim soltamos um ‘já acabou?’.
Hugh Jackman tem aqui mais um bom desempenho não desiludindo os fãs da sua personagem. Liev Schreiber é uma boa surpresa não deixando o papel de vilão mal desempenhado. O resto do elenco tem um médio/bom desempenho, destacando-se Ryan Reynolds no papel de Wade Wilson/Deadpool.
Nota Final: 7/10
Sam Reid (Chris Carmack) é uma pessoa fora do normal: tem a habilidade de viajar no tempo. Assim, depois de uma infância difícil em que os pais morreram num incêndio (consequência directa de ter viajado no tempo para salvar a sua irmã Jenna Reid (Rachel Miner) que tinha morrido invés dos pais nesse mesmo incêndio), Sam ganha a vida como uma espécie de vidente para polícia, ajudando a resolver casos difíceis e a identificar assassinos.
Tudo muda quando Elizabeth Brown (Sarah Habel) irmã da ex-namorada de Sam, Rebecca Brown (Mia Serafino) que tinha sido assassinada, lhe faz uma visita para dizer que tinha encontrado um diário que provava que a pessoa que ia ser executada pelo assassinato estava inocente. Sam parte então numa série de idas e voltas no tempo para tentar descobrir o assassino e evitar que Rebecca seja morta. Porém as coisas não correm como Sam esperava.
Com o objectivo de nos fazer esquecer o péssimo segundo capitulo desta saga e talvez com uma corda ao pescoço, a verdade é que Butterfly Effect Revelations surpreende muito pela positiva. Escrito por Holly Brix, Seth Grossman traz-nos um filme intenso, difícil de largar, mas surpreendentemente curto (uma hora e vinte minutos). Não supera nem de perto nem de longe o primeiro filme, mas consegue-nos estar sempre a fazer raciocinar sobre o que irá ser alterado ‘nesta’ viagem do tempo, coisa que em Butterfly Effect 2 nem passava pela cabeça.
Chris Carmack tem aqui um bom desempenho, transpondo para o ecrã uma verdadeira obsessão e um desejo de descobrir o que está a acontecer e o que lhe está a escapar. Em relação ao resto do elenco nada mais há a dizer, pois têm pouco ‘tempo de antena’.
Nota Final: 7/10
Marty Bronson (Jonathan Pryce) vive com os seus dois filhos num hotel do qual é dono. A família é feliz mas Marty que apesar de ter bastante jeito para ser pai não tem jeito nenhum para gerir as contas do hotel. Obrigado a vende-lo, o seu único pedido a Barry Nottingham (Richard Griffiths) é que o seu filho Skeeter fosse um dia gerente do hotel. Assim, passado 25 anos, Skeeter (Adam Sandler) trabalha arduamente no hotel como uma espécie de faz-tudo para merecer esse mesmo posto. Quando percebe que essa promessa nunca iria ser cumprida, Skeeter deixa-se ir abaixo.
Tudo muda quando a sua irmã lhe pede para ficar uma semana a tomar conta dos seus sobrinhos. Num dia, após na noite anterior ter contado aos sobrinhos uma história para estes adormecerem, coisas estranhas acontecem e Skeeter percebe que estas estão ligadas com a história da noite anterior. Assim, Skeeter começa a tentar mudar a sua vida, mas após algumas tentativas falhadas percebe que só as partes das histórias que são contadas pelos sobrinhos é que realmente acontecem.
Realizado por Adam Shankman, Bedtime Stories é um filme mediano que só é capaz de nos iluminar os olhos com alguns pormenores. Com alguns bons efeitos especiais, este filme provavelmente encantará as crianças e alguns adultos com um sentido de humor mais alargado.
Com um bom elenco (para um filme da Disney), a verdade é que ninguém se destaca. Adam Sandler está igual a si próprio e a verdade é que não existe quase nenhum momento de verdadeira ligação entre este e os dois pequenos da história: Jonathan Morgan Heit e Laura Ann Kesling. Ainda quem dá um aspecto mais ternurento à história é Jonathan Pryce que transmite um sentido paternal muito bom.
Para terminar, destaco a verdadeira estrela desta história: o porquinho-da-índia com os seus olhos gigantes.
Nota Final: 5/10
Chega-nos pela mão de um agora realizador Frank Miller, “The Spirit”, a adaptação homónima dos comics de 1940 de Will Eisner. A história tem como protagonista Denny Colt (Gabriel Macht), um ex-investigador da polícia que é assassinado... mas que regressa miraculosamente à vida sob a identidade do mascarado Spirit, combatendo o crime em Central City.
Bem ao estilo de “Sin City – Cidade do Pecado” em termos visuais, “The Spirit” peca talvez por isso. Não só Frank Miller se revela extremamente inexperiente nesta sua nova faceta de director/realizador, como ainda se tenta prender em aspectos técnicos que, embora brilhantes, não podem, nem devem, ser a base de sustentação de qualquer filme. O argumento sustenta e os efeitos compõe. E nesta película, infelizmente, isso não se verifica.
É certo que, no que à adaptação dos comics diz respeito, não me posso própriamente pronunciar, uma vez que não tive oportunidade de os ler. Ainda assim, tenho sérias dúvidas que, mesmo reconhecendo o filme como uma boa adaptação, tal facto me faça mudar de ideias. Mas adiante...
Relativamente ao elenco, o brilhantismo recai única e exclusivamente sobre Eva Mendes, que aqui interpreta
Fora isso, pouco mais há a retirar desta fita. Com algumas situações que roçam mesmo o rídiculo, “The Spirit” prende-se ainda com pormenores irrelevantes, diálogos extremamemente forçados, e o facto de tentar ser um filme noir ao mesmo tempo que se excede em algumas situações de humor, o que acaba por torná-lo fraco, triste e pouco inspirado. É assim, uma das desilusões do mês e, quiçá, do ano.
“My city screams. She is my love. She is my life, and I am her Spirit.”
Nota Final: 4 / 10
Antes da guerra entre vampiros e lobisomens ter lugar, uma nova raça surgiu: os Lycans. Ao contrário da primeira linhagem de lobisomens, os Lycans podiam reverter o processo de transformação, e tinham em si uma parte humana que os distanciava em força e perícia dos elementos da outra espécie. O primeiro, foi Lucian (Michael Sheen).
Por misericórdia, ou talvez por ideiais de poder futuro sobre tal espécie, Viktor (Bill Nighy), o líder dos vampiros, poupou-lhe a vida, tomando-o como seu protegido. Mas a paixão de Lucian pela filha de Viktor,
Enquanto prequela, “Underworld: A Revolta” revelou-se um projecto arriscado, mas o facto de não fugir muito ao estilo a que já nos habituou esta agora trilogia, torna-o num filme competente dentro do seu género cinematográfico, e permite preencher algumas lacunas na história mencionada nos “primeiros” dois filmes.
A nível de elenco, a protagonista Rhona Mitra, embora não consiga fazer esquecer Kate Beckinsale, revela-se a um bom nível para o papel, à semelhança de Michael Sheen que repete uma convincente performance. Já Bill Nighy, é o carisma personificado. Simplesmente perfeito.
Assim, embora com alguns pontos baixos a nível de diálogos menos conseguidos, efeitos especiais algo confusos e planos de acção mal executados, a história não irá certamente desiludir os seguidores dos dois filmes anteriores, provando uma vez mais que a saga de “Underworld” continua a ser dos melhores e mais rentáveis retratos da dinâmica vampiros/lobisomens. E o título de blockbuster ninguém lho tira.
“We can be slaves, or we can be... LYCANS!”
Nota Final: 6.5 / 10
Funcionando como um hino à cultura actual, “Crepúsculo” conta-nos a história do vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson) e de Isabella Swan (Kristin Stewart), uma tímida adolescente de 17 anos que, deixando para trás a sua casa em Phoenix, onde vivia com a mãe e o padrasto, chega à pequena cidade de Forks para viver com o pai.
Bem acolhida pelos seus colegas de liceu, Bella rapidamente cria um bom grupo de amigos. Contudo, o mesmo não se pode dizer em relação a Edward, que no primeiro dia parece tudo menos disposto a manter qualquer tipo de relação com Bella. Porém, o interesse que despertam um no outro fala mais alto e os dois acabam mesmo por se apaixonar... Mas irá Bella afastar-se de Edward ao descobrir a sua condição de vampiro?
Com bons planos de acção (recordo-me da cena em que a familia de Edward joga basebol na floresta, por exemplo), o filme conta ainda com boas interpretações, especialmente dos protagonistas que conseguem uma química perfeita das suas personagens. O facto de conseguirem transmitir diversas emoções com um simples olhar (por mais clichê que isto possa parecer, porque o é, de facto) fazem da sua dinâmica uma clara mais valia para a película.
Já a nível técnico, posso afirmar que algumas transições de cena estão menos bem conseguidas. Ainda assim, o facto de os efeitos especiais não se revelarem exagerados (a cena em que Edward se expõe à luz solar é prova disso mesmo), e a luz e fotografia do filme serem na sua maioria desenhados em tons “mortos”, crús e pálidos, conferem o ambiente ideal para fitas com este tipo de temática.
Assim, não é de estranhar que esta adaptação para a sétima arte do primeiro livro da série de ficção “Luz e Escuridão” de Stephenie Meyer, mereça destaque dentro de filmes do género. Comercial sim, mas não necessáriamente mau. Aliás, longe disso.
Embora não seja inteiramente fiel ao livro (deixa-se cair na lacuna de algumas cenas que explicariam melhor determinadas questões, nomeadamente o quase impossível envolvimento físico de Edward e Bella) certo é que merece uma oportunidade. E a meu ver, não se vão arrepender.
“No one will surrender tonight, but I won't give in. I know what I want.”
Nota Final: 7.5 / 10
Ora aqui está um filme, como o próprio nome sugere, curioso. Sem puder escapar aos vários spoilers que percorrem a Internet hoje em dia, já tinha noção da história que me aguardava. David Fincher realizador de obras primas como Zodiac e Fight Club, traz-nos um filme absolutamente fantástico e que nos prende ao ecrã do primeiro ao ultimo minuto.
“My name is Benjamin. Benjamin Button. And I was born under unusual circumstances.”
Tudo começa com uma senhora perto do leito da morte, acompanhada com a sua filha, Caroline (Julia Ormond). Esta pede-lhe para lhe ler um caderno, escrito todo ele à mão, que conta a história de um homem chamado Benjamin Button. Benjamin (Brad Pitt) é um recém-nascido, abandonado à porta de um lar de idosos, que apesar de ter um interior igual à sua idade, todas os seus detalhes físicos têm semelhanças com um homem de 80 anos. Contra todas as expectativas, Benjamin consegue sobreviver. Criado por Queenie (Taraji P. Henson), Benjamin cresce em harmonia, pois apesar de ser apenas uma criança, o seu aspecto confere-lhe uma semelhança absurda com os residentes daquela casa. Uma criança chamada Daisy (Cate Blanchett), neta de uma das residentes do lar, conhece Benjamin e os dois desenvolvem uma ligação especial.
“Your life is defined by its opportunities, even the ones you miss.”
Estes passam por encontros e desencontros. Enquanto um rejuvenesce, o outro envelhece. Ao longo da sua caminhada, Benjamin conhece o seu verdadeiro pai (Jason Flemyng), que perto da sua morte lhe revela essa mesma notícia e lhe deixa todos os seus bens (destacando-se uma fábrica de botões). Com o passar dos anos, as idades físicas e mentais de Benjamin e Daisy finalmente cruzam-se, e estes vivem uma relação extremamente bela durante alguns anos. Tendo consciência do que realmente era, Benjamin quando recebe a notícia que iria ser pai, percebe que aquela relação não estava destinada a durar para sempre.
Com um aspecto visual fantástico, The Curious Case Of Benjamin Button é um dos candidatos (senão O candidato) mais fortes a ser a verdadeira estrela dos Óscares 2009. David Fincher nunca em nenhuma das suas anteriores fitas tinha sido tão apaixonado como nesta. Realiza aqui um filme que consegue ser espectacular quase a todos os níveis desde a fotografia, os efeitos especiais, o ambiente, entre outros. De realçar também o cuidado com que foram tratadas todas as épocas que Benjamin Button atravessa, desde o grande bombardeamento japones em Pearl Harbor até à aventura do homem no espaço. Se muita boa gente diz que é um filme com uma grande duração e que tem partes dispensáveis, a verdade é que não o deverão ter observado com atenção, pois todos os momentos são deliciosos e completamente indispensáveis.
Em relação a interpretações, Brad Pitt e Cate Blanchett desenvolvem uma química fantástica durante todo o filme, o que lhes confere um brilhantismo muito especial. As mudanças visuais de Pitt estão perfeitas, a forma como relata a história e ainda como consegue interpretar de uma forma tão natural uma personagem que se adivinhava ao princípio bastante difícil, faz deste um dos mais sérios candidato ao óscar de melhor actor.
Poderia ainda dizer muito mais sobre este magnifico filme, mas a verdade é que se ficaram curiosos, o melhor é verem este obra de arte com os vossos próprios olhos.
“Along the way you bump into people who make a dent on your life. Some people get struck by lightning. Some are born to sit by a river. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim The English Channel. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people can dance.”
Nota final: 9/10
Com um grafismo de fazer lembrar o cinema independente, "The Jacket" transporta-nos numa viagem pela mente de Jack Starks (Adrien Brody), um veterano da guerra do Golfo, enquanto este tenta descobrir... como vai morrer dentro de 4 dias.
Sofrendo de amnésia e, como tal, dado como inimputável pela culpa na morte de um policia, Jack vê-se confinado a um hospital psíquiatrico, onde os métodos utilizados com alguns pacientes são tudo, menos ortodoxos. Jack é submetido a um tratamento que consiste em ser injectado com drogas, preso com uma camisa de forças e colocado na gaveta de uma morgue.
Numa dessas “estadias” Jack como que faz uma viagem no tempo (sendo o espaço temporal de quinze anos) e reencontra uma personagem que conhecera outrora, Jackie, interpretada pela sempre agradável e competente Keira Knightley.
Essas alucinações, por serem recriadas de forma tão pouco tecnológica e quase rudimentar, fazem com que "The Jacket" seja um dos melhores filmes na “franja” de Hollywood, uma vez que, apesar de possuir estrelas do cinema actual, consegue transmitir a ideia do realizador de que se trata apenas de um filme indie, mas com mais recursos.
São vários os bons pormenores presentes no filme a nível de fotografia e de sonoridade (o som do movimento dos olhos de Jack enquanto este se encontra na gaveta está muitíssimo bem conseguido. Sentimo-nos também nós confinados áquele espaço tão pequeno e claustrofóbico). De mencionar também a prestação de um quase irreconhecível, mas marcante, Daniel Craig no papel do paciente Rudy MacKenzie.
Seguindo a linha de raciocínio do também excelente filme “The Butterfly Effect”, de que acções passadas podem alterar o futuro, “Colete de Forças” vai certamente prender o espectador pela sua história e pelo ambiente negro e perturbador que o realizador consegue construir.
“When you're dead, the one thing you want is to come back.”
Nota Final: 7.5 / 10
- Somewhere
- 127 Hours
- Blue Valentine
- The Dilemma