Enquanto criança, Tiana (Anika Noni Rose) e o pai partilhavam um sonho: abrir um restaurante com pratos típicos. Agora, já adulta e com 2 trabalhos, a jovem tem juntado todas as suas economias, por forma a poder concretizar esse seu desejo.
Tudo corria dentro da normalidade, até que numa festa em casa da melhor amiga, Charlotte(Jennifer Cody), uma menina de famílias abastadas, algo de estranho acontece. Um sapo falante pede ajuda a Tiana: esta deverá beijá-lo para que ele possa voltar à sua condição de humano. Isto porque o sapo é nada mais nada menos que o Princípe Naveen (Bruno Campos), da Maldonia, que está de visita a Nova Orleães. Mas essa visita estava longe de ser inocente, pois o príncipe bon vivant vinha em busca de uma jovem rica que o pudesse sustentar.
Ao beijar o príncipe, o inesperado acontece! Não só o feitiço não se quebra, como também Tiana se vê transformada num sapo. Agora, conseguirão os jovens encontrar uma solução para acabar com a maldição lançada pelo feiticeiro Facilier (Keith David)?
Estamos perante um novo clássico Disney em que, por decisão de John Lasseter, o director criativo da companhia, se recuperou a animação 2D, o desenho feito à mão. Desde 2004 que a Disney não se aventurava neste tipo de animação, mas a espera valeu a pena. "A Princesa e o Sapo", que tomou forma pelas mãos dos criadores de "A Pequena Sereia" e "Aladdin", é uma aposta ganha!
As inovações a nível de personagens (a introdução dos primeiros dois princípes afro-americanos, Tiana e Naveen) são claramente o factor mais mencionado, mas não nos podemos esquecer também de enaltecer a recuperação das sequências musicais que tanto marcaram a história da companhia. As músicas, embora não se possam dizer memoráveis, são agradáveis (fiquei com a "Almost There" na cabeça) e estão de acordo com a vibe da fita, funcionando muito bem. Não é a toa que a acção se desenrola numa das capitais do jazz por excelência.
Tive oportunidade de assistir à versão original, e à versão dobrada em português, e devo assumir que, desta vez, embora a versão dobrada seja competente, atraiu-me muito mais a original, especialmente nas canções. Achei inclusivamente que a disparidade entre a voz "falada" e a voz "cantada" de Tiana é excessivamente notória na versão portuguesa, o que me desagradou.
Outro facto a registar foi a inclusão de vários personagens secundários que conseguem ganhar o seu espaço na fita, nomeadamente o pirilampo Raymond (Jim Cummings, com um sotaque hilariante, na versão original), o crocodilo trompetista Louis (pela voz de Michael-Leon Wooley, e que me recorda uma certa personagem de "All Dogs Go To Heaven", uma animação da United Artists que, curiosamente, se bateu com "The Little Mermaid" no box office) e claro, o vilão Facilier. O feiticeiro praticante de magia negra é sem dúvida uma das mais carismática personagens da fita e consegue sequências muito boas, especialmente aquela em que ocorre a transformação de Naveen em sapo. Além disso, todos os pormenores de cenários e caracterização são de "encher o olho", e não só nessa sequência em particular.
É bom voltar a sentir o mesmo entusiasmo por um filme de animação 2D, é sinal que a indústria vai bem, e recomenda-se. Que venham mais clássicos assim!
"Daddy never got what he wanted... but he had what he needed: love! He never gave that up, and neither will I!"
Nota Final: 7.5 / 10
A BBC Films apresenta um dos 10 nomeados ao Óscar de Melhor Filme na cerimónia deste ano: “An Education”. A sua história resume-se no seguinte...
Jenny (Carey Mulligan) é uma jovem estudiosa e empenhada, quase a terminar o liceu, e cujo maior sonho (ou será o sonho dos pais?) é entrar na Universidade de Oxford. Um dia, a jovem trava coonhecimento com David (Peter Sarsgaard), um homem mais velho e bem parecido. Apaixonam-se, mas a verdade sobre a identidade David, que proporciona a Jenny um mundo pautado por concertos, exposições e requintados restaurantes, está um pouco mais longe do que seria de supor...
Antes de me alongar mais, devo dizer que apreciei bastante os créditos iniciais. Penso que já o disse uma vez, aquando da crítica a “Rock N' Rolla”, mas nunca é demais frisar certos pontos. É em pequenos pormenores, como nos créditos iniciais, que não são certamente um grande foco de interesse para a maioria da audiência, que se pode mostrar um amor pela arte de fazer cinema, e não um simples “vamos fazer mais um filme”. Deve existir sempre um cuidado especial na abordagem de todas as fases de uma fita, e isso é sempre agradável e reconfortante de verificar. E aqui, seguramente que a realizadora Lone Scherfig não deixou créditos por mãos alheias.
Um fiel retrato dos anos 60, com uma banda sonora, fotografia e cenários apelativos e em conformidade com as performances do actores. Devo porém realçar Alfred Molina, numa personagem que tanto tem de divertida, como de sensível, marcando alguns segmentos da acção, Dominic Cooper que me fez esquecer totalmente o desaire da sua prestação no musical “Mamma Mia!”, e claro, como não podia deixar de ser, a protagonista Carey Mulligan, que viu inclusivé o seu esforço recompensado pela nomeação ao Óscar de Melhor Actriz (tendo já arrecadado o BAFTA).
Outro ponto a favor é a sensibilidade com que é permitido deixarmo-nos envolver pelo mundo que fascina Jenny. As artes, desde a pintura, até à música, passando pela deliciosa e requintada comida... É apaixonante e diria até mesmo, inebriante, a maneira como se nos apresentam essas vidas cosmopolitas dos protagonistas, e dos seus 2 amigos Danny (Dominic Cooper, num papel que esteve destinado a Orlando Bloom) e Helen (Rosamund Pike). Brilhantemente captado.
E claro, não posso deixar de mencionar as questões que se levantam durante o filme. Até que ponto é importante para um indivíduo fomentar a sua educação, a sua escolaridade? Terá de abdicar dela para usufruir de prazeres como viagens, por exemplo? Ou será para ele mais compensador valer-se dos seus conhecimentos para analisar melhor aquilo de que disporá no futuro? Para Jenny, tudo isto se lhe apresenta com uma complexidade acrescida. Numa época em que as mulheres com estudos estavam quase que “condenadas” a serem ou professoras ou secretárias, ou muito simplesmente, donas de casa, o que passará na cabeça de uma jovem vanguardista, com sede de descoberta e uma paixão imensa por um mundo em que as artes têm papel predominante? Conseguirá ela acesso a tudo o que David lhe proporcionou se continuar os seus estudos? Aprederá mais na “escola da vida” do que na Universidade de Oxford? São estas as principais questões que o espectador colocará a si próprio ao longo da fita e que serão um dos mais importantes focos da mesma.
Cinema clássico no seu máximo esplendor. Assim será a mais justa forma de classificar “Uma Outra Educação”. Competente, interessante, cativante e imperdível, é quase certo que não arrebatará a estatueta dourada, mas a distinção para tal é indubitávelmente merecida.
“If you never do anything, you never become anyone.”
Nota Final: 8.5 / 10
Will Montgomery (Ben Foster) é um sargento do exército norte-americano a 3 meses de terminar o seu período de alistamento. Herói de guerra, tem ainda uma derradeira missão... O jovem sargento deve integrar, sob a alçada do capitão Tony Stone (Woody Harrelson), uma unidade cuja função consiste em notificar os familiares dos soldados mortos na guerra no Iraque.
Sob uma série de comportamentos previamente estipulados (os soldados que notificam a morte de outro soldado não devem, por exemplo, promover qualquer contacto físico com os familiares a quem é dada a triste notícia), este seria certamente o último trabalho que Will se veria a desempenhar, mas a amizade que se desenvolve entre ele e o capitão, bem como as intensas situações a que esta nova posição o sujeita, vão mudar a sua maneira de encarar as pessoas, e as batalhas travadas à porta daqueles que perderam o que tinham de mais importante na sua vida: um ente querido.
Oren Moverman é assim o responsável por esta história que se encontra nomeada nas categorias de Melhor Actor Secundário, para Woody Harrelson (que também contou com uma nomeação para os Golden Globe deste ano na mesma categoria), e Melhor Argumento Original, nos Óscares 2010.
Diogo: Seguindo uma linha bastante linear, a mensagem que este ‘Mensageiro’ nos trás fica quiçá pelo intuito, não chegando a ser ‘entregue’. Não se trata de um filme apaixonante ou de emoções fortes. A sequência de cenas, apesar das excelentes interpretações, acabam por ser monótonas e envoltas em máscaras (demasiado grandes, talvez) que têm como objectivo ocultar os problemas obscuros das duas personagens principais. Estas acabam então por ser a muleta um do outro, num filme onde a sua finalidade, o seu propósito, acaba por estar muito bem disfarçado…
Nota Final: 6/10
Hugo: The Messenger não é decerto um filme para todo o tipo de público. O estreante Oren Moverman dirige um guião que está longe de ser perfeito, mas graças às excelentes interpretações de Ben Foster e Woody Harrelson os altos e baixos que assistimos na qualidade da história acabam por ser quase insignificantes. Em relação aos aspectos técnicos também assistimos a algumas imperfeições principalmente na filmagem de algumas das cenas. A verdade é que The Messenger me fascinou pois aborda um assunto que por vezes não vemos ou apenas somos demasiado egoístas para o ver.
Nota Final: 8 / 10
Mafalda: “O Mensageiro” não é, de todo, um filme fácil. O seu nível de expressividade técnica é competente, mas o que mais se destaca na fita é a qualidade interpretativa, e o tema pouco explorado dentro deste género. As abordagens dos personagens estão credíveis e os diálogos irrepreensiveis, embora seja notória uma clara monotonia no desenrolar da acção. Monotonia essa que se faz sentir mais a partir do momento em que é introduzida a personagen de Samantha Morton. Não por culpa da actriz, mas sim do guião, que me desapontou um pouco na sua algo forçada recta final. Ainda assim, "The Messenger" vale pela iniciativa e sobriedade com que segue uma perspectiva diferente daquela a que estamos habituados em filmes de guerra. Humano, realista e interessante.
Nota Final: 7 / 10
Mas que bela (e apropriada!) surpresa para o dia em questão!
Será talvez esta a melhor maneira de começar a crítica ao mais recente trabalho de Jean-Marc Vallée, “A Jovem Victória”. Nomeada para os Óscares 2010 na categoria de Melhor Direcção Artística, Melhor Guarda Roupa e Melhor Caracterização, e contando ainda com nomeações para os BAFTA, em categorias semelhantes, eis uma película que, embora não fuja muito ao que se espera num filme deste género, consegue inovar e ser bastante agradável de se ver.
O filme relata-nos a históra da Rainha Victoria de Inglaterra (Emily Blunt), desde os seus anos de juventude, passando pelo grande amor que viveu com aquele que seria o seu esposo, o Príncipe Albert (Rupert Friend), e ainda mostrando, não só a soberana, como, e principalmente, a mulher responsável pelo reinado mais longo da história do Reino Unido até à data.
Com o desenvolvimento da acção a dar-se num ritmo forte e ágil, “The Young Victoria” mostra-se interessante, eloquente e bastante fiel a factos históricos. Os únicos elementos ficcionados (apenas 2) são referentes à relação de Albert e Victoria. O primeiro consiste na permanência do príncipe na corte da rainha britânica durante um mês. Tal não se verificou, tendo o seu amor crescido sob a forma de correspondência que trocavam entre si. O outro objecto fictício foi o atentado. Ele existiu sim, mas Albert não foi ferido (embora na vida real, o príncipe tenha de facto tentado proteger a Rainha, pondo a sua própria vida em risco, e mostrando claramente, o sacrifício que estaria disposto a fazer pela mulher que amava). Porém, são “mudanças” na história que se justificam, conferindo uma carga dramática necessária à fita.
Embora mantenha ainda um tom bastante contido em alguns aspectos (característico dos filmes de época), é permitida ao espectador uma fácil abordagem não só ao espectro romântico da fita (com a química perfeita entre Blunt e Friend, sem exageros ou melodramas baratos), como também ao conteúdo político e dificuldades sentidas pelo governo britânico naquela época.
As excelentes interpretações (especialmente de Emily Blunt, que conseguiu mesmo a nomeação para Melhor Actriz Dramática nos Golden Globes deste ano), bem como a simplificação (mas não banalização, entenda-se) dos diálogos, abonam ainda a favor de uma maior envolvência por parte do espectador para com a história que é contada.
Não será portanto demais afirmar que, embora nos encontremos perante um típico filme de época britânico, estamos também perante uma aposta segura e que certamente não faltará na minha colecção.
“You're too young! You've no experience. You're like a china doll, walking over a precipice...”
Nota Final: 8 / 10
Sábado. 10h30 da manhã. Numa ante-estreia proporcionada pela melhor das companhias, recheada de miúdos e graúdos, assisti em primeira mão ao novo filme da Sony Pictures Animation, “Cloudy With a Chance of Meatballs”, baseado no livro homónimo de Judi e Ron Barrett.
Tentando vingar numa indústria dominada pela Disney, Pixar e Dreamworks, a Sony apresenta-nos a história de Flint Lockwood, um garoto de enorme imaginação e cujo maior sonho é ser um grande cientista.
Desde cedo percebe porém que terá de batalhar muito para conseguir ser respeitado enquanto inventor, até ao dia em que cria uma máquina capaz de transformar água em comida! Após algumas peripécias que projectam a máquina para as nuvens, começam a chover... hambúrgueres!
Mas aguardem pelas almôndegas e não só... o menú revela-se vastíssimo, mas daí advêm algumas consequências desastrosas... Conseguirá Flint, com a ajuda da simpática jornalista estagiária Sam Sparks, salvar a sua cidade da melhor das suas invenções?
Analisando primeiramente a parte técnica, isto é, a recorrência ao 3D, devo dizer que esta não se revela de todo imprescindível. Embora o 3D tenha virado moda, o certo é que nem todos os filmes justificam a sua utilização, e este não é excepção. Sim, as cenas de maior profundidade foram elaboradas de maneira competente, mas certamente que a visualização em 2D não comprometeria (se bem que, entenda-se, o 3D funciona quase que uma manobra de marketing para um filme que não tem garantida, pelo menos à partida, uma boa adesão por parte do público).
No que às personagens diz respeito, de todos os que os realizadores Phil Lord e Chris Miller nos apresentam, desenvolvi uma simpatia especial pelo pai de Flint (deve ser das sobrancelhas!) e pelo polícia Earl. Ambos promovem diversos (e bons!) momentos de comédia ao longo da fita. Lembro-me da cena em que o pai de Flint tenta enviar um e-mail ao filho... É rir a bom rir! De frisar ainda o humor sarcástico que “apimenta” a película, tornando-a mais apetecível para os espectadores mais velhos.
A caracterização está bastante boa e a ideia revela-se original, permitindo um colorido espectro de acção. É uma película visualmente bonita, com um bom ritmo narrativo e que transmite uma importante lição sobre lutarmos pelos nossos sonhos, aceitarmos as nossas diferenças e sermos responsáveis pelas nossas decisões.
“Chovem Almôndegas” será certamente uma experiência deliciosa que toda a família vai apreciar!
“Come on, Steve. We’ve got a diem to carpe!”
Nota Final: 7.5 / 10
Foi através de uma transmissão de má qualidade, com uma total inesistência de sincronização entre som e imagem durante pelo menos meia hora, que assisti à 67ª edição dos Golden Globes. E, como de costume, sem grandes deslumbramentos. Uma cerimónia simples, sem graça, e que não trouxe grandes surpresas.
O anfitrião Ricky Gervais começou a noite com algumas piadas sobre Angelina Jolie e a mais recente polémica com Jay Leno, seguindo-se-lhe a primeira apresentadora da noite, Nicole Kidman, que nos apresentou a vencedora para Melhor Actriz Secundária, Mo'nique. Não tendo ainda visto o filme, confesso que foi para mim uma surpresa, pois esperava ver a latina Penelope Cruz arrecadar mais uma estatueta para a sua colecção. Na categoria de Melhor Actriz de Drama porém, saí bastante satisfeita com a atribuição do prémio a Sandra Bullock, pela sua prestação no drama ainda com data de estreia indefinida em Portugal, “The Blind Side”.
Ao som de “Yellow Submarine”, Paul McCartney veio atribuir o Golden Globe de Melhor Filme de Animação a “Up" que totalizou 2 galardões nesta gala.
Chegou a vez de Colin Farrell, que retirou do envelope dourado o nome de Meryl Streep como vencedora do globo para Melhor Actriz de Comédia ou Musical. Um discurso sentido de uma das melhores actrizes de todos os tempos. Gerard Butler e Jennifer Aniston apresentaram a categoria de Melhor Argumento que desta feita coroou um filme com estreia marcada para esta semana, “Up in the Air”.
A diva Sophia Loren (com bastante melhor aspecto do que aquele com que nos brindou na cerimónia dos óscares...) apresentou o galardão para Melhor Filme Estrangeiro, sendo que a fita alemã “Das weisse band” foi a premiada. E se falamos de uma diva, porque não falar desde já no homenageado da noite com o prémio honorário Cecil B. Demille, Martin Scorsese, que viu duas das suas maiores estrelas cinematográficas (DiCaprio e DeNiro) manifestarem aquela que é a ideia de um director e productor que valoriza a preservação dos mais altos valores dentro do cinema.
Já nas categorias masculinas, o globo de Melhor Actor Secundário foi atribuído sem grandes surpresas a Christoph Waltz, que reafirmou aquilo que já estava claro para muitos: “Quentin made a bing bang of a movie!”. Mas triste fiquei com a vitória de Robert Downey Jr. para Melhor Actor de Comédia ou Musical, que sinceramente esperava ver ir parar direitinha às mãos do jovem Gordon-Levitt. And last, but not least, Jeff Bridges recebeu das mãos da lindíssima Kate Winslet a confirmação da sua excelente composição do músico country no filme “Crazy Heart” (o nosso trailer do dia) para Melhor Actor de Drama. Cheira-me que estamos perante um imperdível...
Várias foram as celebridades que, numa monotonia constante, desfilaram pelo palco dos Golden Globes para anunciar o diversos nomeados para a categoria de Melhor Filme, sendo ele do género dramático ou comédia/musical. E se “The Hangover” provou uma vez mais ser a comédia do ano ao ser coroado Melhor Filme de Comédia ou Musical, no final, a atribuição do prémio coube a Julia Roberts, que num “hold on people” prendeu o espectador até a último globo, que seria de “Avatar”. E foi com a equipa do filme mais rentável do ano, com o Melhor Realizador James Cameron ao leme, que se encerrou mais uma noite bastante boring para o mundo da sétima arte.
Por fim, um pequeno apontamento quanto às séries. De frisar os derrotados da noite, “House M.D” que não conquistou nenhuma das categorias para que estava nomeado, e “30 Rock”, que arrecadou somente o prémio para Melhor Actor Televisivo de Comédia ou Musical por intermédio de Alec Baldwin. O prémio para melhor Actriz Televisiva de Comédia ou Musical foi atribuído a Toni Collete pelo seu papel na série da aclamada realizadora de “Juno”, Diablo Cody. Já o globo para Melhor Actor Televisivo de Drama foi entregue a Michael C. Hall por “Dexter”, sendo a primeira vitória do actor em 4 nomeações aos globos. “Grey Gardens” foi a mini-série que arrecadou 2 globos, para Melhor mini série ou telefilme e Melhor Actriz de mini-série ou telefilme com Drew Barrymore na sua 3ª nomeação. Por fim, “Glee”, a série feel good do ano, e já com a 2ª temporada garantida, ganhou na categoria de Melhor Série Televisiva de Comédia ou Musical.
Melhor Filme Dramático:
“Avatar” - James Cameron
Melhor Actriz de Drama:
Sandra Bullock - “The Blind Side”
Melhor Actor de Drama:
Jeff Bridges - “Crazy Heart”
Melhor Filme de Comédia ou Musical:
“The Hangover” - Todd Phillips
Melhor Actriz de Comédia ou Musical:
Meryl Streep - “Julie & Julia”
Melhor Actor de Comédia ou Musical:
Robert Downey Jr. - “Sherlock Holmes”
Melhor Filme de Animação:
“Up” - Pete Docter e Bob Peterson
Melhor Filme Estrangeiro:
“Das weisse Band” - Michael Haneke (Alemanha)
Melhor Actriz Secundária:
Mo'nique - “Precious: Based on The Novel Push by Sapphire”
Melhor Actor Secundário:
Christoph Waltz - “Inglourious Basterds”
Melhor Realizador:
James Cameron - “Avatar”
Melhor Argumento:
Jason Reitman / Sheldon Turner - “Up in The Air”
Melhor Banda Sonora:
Michael Giacchino - “Up”
Melhor Música Original:
'The Weary Kind (theme from Crazy Heart)' - “Crazy Heart”
Melhor Série Televisiva de Drama:
“Mad Men”
Melhor Actriz Televisiva de Drama:
Julianna Margulies - “The Good Wife”
Melhor Actor Televisivo de Drama:
Michael C. Hall - “Dexter”
Melhor Série Televisiva de Comédia ou Musical:
“Glee”
Melhor Actriz Televisiva de Comédia ou Musical:
Toni Collette - “United States of Tara”
Melhor Actor Televisivo de Comédia ou Musical:
Alec Baldwin - “30 Rock”
Melhor Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
“Grey Gardens”
Melhor Actriz de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
Drew Barrymore - “Grey Gardens”
Melhor Actor de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
Kevin Bacon - “Taking Chance”
Melhor Actriz Secundária de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
Chloe Sevigny - “Big Love”
Melhor Actor Secundário de Mini-Série ou Filme feito para Televisão:
John Lithgow - “Dexter”
Durante o dia será postado um resumo mais alargado sobre o evento.
Deslumbrante, único, um marco cinematográfico. O realizador James Cameron alcançou mais um feito, desta vez com a história de Jake Sully (Sam Worthington), um ex-marine confinado a uma cadeira de rodas, que foi convocado para uma missão no planeta Pandora.
A missão consiste na procura de um valiosíssimo mineral que é utilizado na Terra como fonte energética, localizando-se precisamente no seio da comunidade Na'vi, os habitantes daquele planeta.
Por forma a ganhar a sua confiança, estudar os seus costumes, e conseguir preciosas informações de como chegar ao mineral, Jake, através de um altamente avançado programa de avatares, vê a sua mente transportada para o corpo de um robusto Na'vi. E é aqui que o conflito interior do jovem tem lugar... Deverá ele lutar ao lado dos da sua raça, ou ao lado daqueles que agora o acolheram?
O filme é um deleite visual para o espectador, e a sua abordagem tridimensional é quase que obrigatória. Desde as paisagens, até às criaturas... Tudo é abordado com um enorme cuidado e bom gosto. Sim, a história é mais que vista, recheada de clichés, e sabemos desde cedo o desfecho provável, mas nem por isso o interesse do filme se vê gorado.
Certo mesmo é que Cameron é um mestre, e os 300 milhões de dólares que tornam “Avatar” no filme mais caro de sempre renderam, e bem! Nunca na vida, e afirmo-o com toda a convicção, vi uma tão perfeita simbiose de imagens reais com o mais refinado CGI. Esqueçam tudo o que viram até agora, e marquem uma nova etapa do cinema a partir do sucessor de “Titanic” no que aos sucessos do realizador diz respeito (já repararam como o senhor marca décadas com cada filme que faz? “Terminator” é mais um exemplo disso mesmo!).
A nível interpretativo, o leque de actores brinda-nos com convincentes performances. Quem me conhece bem sabe que opinião tenho sobre Michelle Rodriguez... Pois agora cabe-me dar o braço a torcer e dizer que, de facto, gostei imenso da sua prestação. A sua personagem, Trudy Chacon, embora com pouco tempo de intervenção, marca pela positiva. Nota de referência ainda para Sigourney Weaver, em boa forma, mas com uma condução do personagem que me confundiu um pouco. Gostaria de ter visto o “mau feitio” da personagem um pouco mais aprofundado, mas esteve a bom nível, assim como Stephen Lang, o implacável coronel Miles Quaritch. Com uma condição física invejável, Lang revelou-se o vilão perfeito, com tiradas que denotam bem o cariz político que Cameron tentou induzir na película.
Por fim, de frisar que “Avatar” é apontado como o novo salvador da indústria cinematográfica de Hollywood. As condições para tal estão reunidas, portanto não será de estranhar que o consiga!
Quase 3 horas de duração que servem como prenda de Natal antecipada para qualquer cinéfilo que se preze. Um verdadeiro must see!
“Everything is backwards now, like out there is the true world and in here is the dream.”
Nota Final: 9 / 10
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